Mês: agosto 2023

Prigozhin, líder do grupo Wagner, morre em queda de avião na Rússia

A Rússia afirma que dez pessoas morreram depois que um jato executivo teve um acidente na região de Tver, no norte e Moscou, nesta quarta-feira (23). As informações são da agência Tass, que é ligada ao governo. O líder do Grupo Wagner, Evgeny Prigozhin, está entre os mortos, ainda de acordo com a Tass, segundo o G1.

A aeronave é fabricada pela Embraer, e fazia um voo de Moscou a São Petesburgo. Havia sete passageiros e três funcionários.

A agência Tass afirmou que o nome de Evgeny Prigozhin estava na lista de passageiros — a informação foi atribuída à agência de avião civil russa.

Prigozhin era o líder do Grupo Wagner, um exército de mercenários que foi empregado em diversas guerras, inclusive na atual invasão do território ucraniano pela Rússia. O grupo foi dissolvido depois de uma tentativa de um golpe na Rússia.

Com informações do g1.

https://twitter.com/i/status/1694396312899240353

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Queda na fiscalização na Amazônia fez dobrar emissões de carbono sob Bolsonaro

Pesquisa publicada na revista Nature mostra aumento de 122% nos gases-estufa da floresta em 2020.

Quedas expressivas na fiscalização ambiental nos dois primeiros anos do governo Jair Bolsonaro (PL), ou seja, 2019 e 2020, tiveram responsabilidade central em uma explosão nas emissões de gases-estufa na Amazônia, segundo a Folha.

Mesmo sem condições de seca severa, o que potencializa queimadas, as emissões nesses dois anos foram tão elevadas quanto as vistas durante o El Niño extremo registrado em 2015 e 2016 —que levou a alguns dos mais elevados graus de crescimento de CO2 atmosférico já vistos.

O governo Bolsonaro ficou marcado por discursos do próprio presidente e de membros do seu governo que relativizaram a importância da fiscalização contra crimes ambientais e a gravidade da destruição da floresta.

Os cientistas autores do estudo, entre eles pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), compararam as emissões registradas em 2019 e 2020 com a média do período 2010-2018.

Segundo os pesquisadores, apesar de desde 2018 o desmatamento ter aumentado em 80%, “como consequência da redução de políticas públicas, observamos uma redução de 50% nas multas”.

“Nós estimamos que as emissões tenham dobrado nos anos de 2019 e 2020, em comparação ao período 2010-2018, como consequência dessas mudanças, e, em 2020, também por estresse climático”, afirma o artigo, que tem como principal autora a pesquisadora Luciana Gatti, do Inpe.

Olhando os anos individualmente e sempre em comparação ao período-base (2010-2018), em 2019 houve um aumento de 89% nas emissões de carbono. Em 2020, o crescimento foi de 122%.

O cenário de crescimento de emissões em 2019 é explicado, segundo os autores, por um aumento de 82% no desmatamento e de 14% na área queimada na Amazônia. Como precipitação e temperatura se mantiveram dentro da variabilidade esperada, as condições climáticas não explicam o acentuado salto.

Já em 2020, a explosão de emissões esteve relacionada a um aumento de 77% no desmatamento e de 42% na área queimada, mas também com uma redução de 12% na precipitação anual —que ocorreu predominantemente na estação chuvosa, de janeiro a março, onde também se viu um aumento de temperatura de 0,6°C.

Menor precipitação e maiores temperaturas levam a condições de estresse para a floresta e para as árvores, afetando o balanço entre fotossíntese (quando ocorre a captura de CO2) e respiração (quando ocorre a liberação de CO2) e, consequentemente, o cenário de emissões de gás carbônico.

“Independentemente de ser resultado de uma respiração aprimorada, de decomposição ou fogo associado ao desmatamento e degradação, nossos resultados de fluxo de carbono mostram que a Amazônia está emitindo mais carbono, amplificando as consequências para a mudança climática global”, destacam os cientistas.

Essas conclusões fazem parte de uma pesquisa publicada na revista Nature, um dos principais periódicos científicos do mundo, nesta terça-feira (23).

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Contas de Michelle, venda de carro e ‘consórcio informal’: as explicações do ex-ajudante de Bolsonaro para movimentar R$ 3,3 mi

Sargento Luis Marcos Reis irá prestar depoimento nesta quinta-feira à comissão parlamentar de inquérito.

Chamado pela CPI do 8 de Janeiro para explicar movimentações financeiras atípicas em sua conta bancária, o segundo-sargento do Exército Luis Marcos Reis, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, já tem uma explicação para dar aos parlamentares, caso decida não recorrer ao direito de ficar em silêncio. O depoimento está marcado para esta quinta-feira. Ao GLOBO, o advogado do militar, Alexandre Vitorino, afirma que seu cliente captava dinheiros com colegas de caserna para fazer investimento e depois dividir os lucros. Ele alega ainda que Reis pagava algumas contas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, além de ter vendido um carro para o tenente-coronel Mauro Cid, seu chefe direto na época de Palácio do Planalto.

Na comissão, ele será questionado sobre um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que identificou uma movimentação da ordem de R$ 3,3 milhões, conforme revelou O GLOBO. O período analisado pelo órgão foi de fevereiro de 2022 a maio de 2023. O montante se refere a R$ 1,5 milhão no crédito e R$ 1,45 no débito.

— Como sargento do Exército, ele tem uma renumeração de R$ 4 mil a R$ 5 mil. Então, ele tinha essa atividade informal. Pode chamar de bico. Eles se juntam em 15 pessoas. Aí cada um fornece um valor (R$ 10 mil, R$ 15 mil, R$ 20 mil) para a aplicação de juros mais altos. Ele (sargento Reis) me disse que fazia isso com muita habitualidade — afirmou o advogado.

Segundo o defensor, o sargento organizava os investimentos de um grupo de 15 militares que se reuniam para obter rendimentos mais altos do que conseguiriam se aplicassem o dinheiro sozinhos. Ele diz que a atividade era uma espécie de “consórcio informal” entre os colegas de trabalho.

— Nos quarteis, sobretudo entre os praças, é muito comum que os colegas se reúnam e transfiram o dinheiro para um único militar que faz uma aplicação com condições de juros melhores. Depois, esses rendimentos são partilhados de volta entre os integrantes do consórcio — acrescentou.

Ao analisar as movimentações, o Coaf também fez um destaque para um repasse de R$ 72 mil de Reis ao tenente-coronel Mauro Cid em quatro depósitos. Ele era subordinado a Cid na Ajudância de Ordens da Presidência. Os dois estão presos preventivamente desde maio por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Ele é suspeito de participar do suposto esquema de inserção de dados falsos no cartão de vacinação de Cid e seus familiares.

A defesa do militar alega que a transferência do dinheiro se refere à venda de um carro do tenente-coronel vendido pelo sargento.

— Ele tinha uma procuração do Mauro Cid para vender um veículo dele. E repassou o dinheiro para ele — afirmou Vitorino.

A defesa do ex-ajudante de ordens disse ainda que, como parte do seu trabalho, Reis fazia pagamentos de despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro — o que também é investigado pela Polícia Federal. Mas refuta as acusações de que ele participou do suposto esquema do desvio de relógios e joias recebidos pela presidência da República por autoridades estrangeiras.

— Apesar de estar na Ajudância de Ordens, ele não tem conexões com os negócios da família Bolsonaro. Ele era um praça que tinha uma hierarquia subalterna, e, não fosse pelo fato de ser amigo do Mauro Cid, talvez nem estaria preso hoje — concluiu o defensor.

Reis também deverá ser questionado sobre as mensagens em que ele diz ter participado dos atos de 8 de janeiro. O material foi apreendido pela PF.

Segundo o advogado, ele foi à Esplanada dos Ministérios naquele dia, se “aproximou” do Congresso Nacional, mas chegou depois da invasão aos prédios públicos.

Segundo a defesa, ele está se sentindo “cansado” com a detenção prolongada em um batalhão do Exército e se vê injustiçado. A quem o visita, ele costuma dizer que realmente era amigo de Mauro Cid, mas não fazia parte do núcleo de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Wajngarten surta com ex-aliado e anuncia entrevista coletiva para a próxima semana

Ex-Secom teve chilique na rede pela segunda vez após o general Santos Cruz errar o destino da fuga empreendida por Bolsonaro. “Não sabe nem a diferença entre Miami e Orlando. Alguém desenha lá”

Ex-secretário de comunicação (Secom) da Presidência e investigado pela Polícia Federal (PF) no inquérito sobre a Organização Criminosa que traficou joias recebidas pelo governo brasileiros para serem vendidas nos Estados Unidos, Fábio Wajngarten, que atua na defesa de Jair Bolsonaro (PL), teve um segundo surto nas redes sociais em menos de oito horas nesta quarta-feira (23).

Após tuitar por volta das 3h da madrugada desesperado pelo depoimento simultâneo em que participará com a OrCrim no dia 31, ele voltou às redes para atacar um ex-aliado, o general da reserva Carlos Alberto de Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, no início do mandato de Bolsonaro.

Em entrevista à GloboNews, Santos Cruz afirmou que Bolsonaro deveria ter se dirigido aos apoiadores que montavam acampamentos golpistas em frente aos quartéis.

“Ele ficou de boca fechada por dois meses. Fugiu do Brasil. Foi embora para Miami e não se dirigiu àquelas pessoas. É uma questão de respeito, de dizer: ‘olha voltem para suas casas que isso não vai acontecer, estou indo embora do país, voltem para suas casas'”.

O erro do militar quanto ao destino da fuga enfureceu Wajngarten, que surtou pela segunda vez no Twitter ao anunciar uma entrevista coletiva para a próxima semana.

“Não sabe nem a diferença entre Miami e Orlando. Alguém desenha lá. Acabou a paciência com esse Sr. Alguém que dizia que comunicação é desperdício…. Semana que vem vamos para uma entrevista coletiva”, tuitou Wajngarten.

*Com Forum

Lula: pedidos de entrada no Brics são “reconhecimento de relevância crescente”

Em discurso no segundo dia de reunião do Brics, o presidente Lula falou novamente na criação de uma moeda comum para o bloco.

No segundo dia de reuniões da 15ª Cúpula do Brics, em Joanesburgo (África do Sul), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez mais um discurso de elogios à força do grupo. Segundo ele, os pedidos de entrada no bloco mostram “reconhecimento de relevância crescente”, diz o Metrópoles.

“Hoje, os Brics estão plenamente consolidados como marca e ativo político de valor estratégico. A participação de dezenas de chefes de Estado e governo na sessão ampliada [que acontecerá nesta quinta-feira] representará um feito histórico”, discursou Lula. “Representamos 41% da população e somos responsáveis por 31% do PIB global em paridade do poder de compra”, exemplificou.

Como no pronunciamento de terça-feira (22/8), o presidente brasileiro falou da criação de uma moeda única para facilitar transações e pagamentos de dívidas entre os países integrantes do Brics. Lula também citou, novamente, a luta contra o que ele chama de “neocolonialismo verde”, em que países mais ricos usam o meio ambiente para dominar os mais pobres.

“O interesse de vários países de aderir ao agrupamento é reconhecimento de sua relevância crescente. Também teremos no G20 uma troika só com membros do Brics, no período 2023 a 2025. Trata-se de mais uma oportunidade para avançar as preocupações do sul global com as desigualdades e com o desenvolvimento sustentável”, apontou Lula.

Um dos objetivos dessa cúpula é exatamente tratar da expansão do bloco. A primeira vez que isso ocorreu foi em 2011, com a entrada da África do Sul. Desde então, há pelo menos 20 solicitações oficiais de entrada no Brics; algumas delas estão mais adiantadas, com o apoio da Índia e da China.

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‘Mandei, qual o problema?’, diz Bolsonaro sobre mensagem com ataques TSE e STF

Ex-presidente pediu a contatos que repassassem ‘ao máximo’ texto que insinuava fraude na eleição e tinha críticas ao ministro Luís Roberto Barroso.

Intimado a depor pela Polícia Federal nas investigações sobre um grupo de empresários que discutiu um golpe de Estado por WhatsApp, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou ter enviado a contatos uma mensagem que insinuava, sem provas, uma fraude do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições do ano passado. O texto ainda continha ataques ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo O Globo.

Em entrevista à “Folha de S. Paulo”, durante um voo de Brasília a São Paulo, nesta quarta-feira, o ex-presidente confirmou o teor de mensagem enviada ao empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa.

— Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O [ministro do Supremo Tribunal Federal e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021]. Eu sempre fui um defensor do voto impresso — afirmou Bolsonaro.

Bolsonaro disse que não fazia parte do grupo dos empresários para o qual, de acordo com a PF, Nigri repassou a mensagem, mas a PF vai ouvi-lo sobre a difusão do conteúdo. A oitiva foi marcada para o próximo dia 31, na sede da corporação, em Brasília.

— Eu vou lá explicar — disse ele à “Folha”.

Mensagem enviada por Bolsonaro para empresários — Foto: Reprodução/PF

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Após escândalos e intimação para depor, Bolsonaro se interna novamente em hospital de SP

Após ser convocado pela Polícia Federal para depor sobre o escândalo da venda ilegal de joias da Presidência, Jair Bolsonaro (PL) deu entrada na manhã desta quarta-feira (23) no Hospital Vila Nova Star, localizado em São Paulo, para realizar exames de rotina, segundo o 247.

Os médicos Maurício Wajngarten, pai de Fabio Wajngarten, e Antonio Macedo acompanham os procedimentos.

A expectativa é de que Bolsonaro receba alta nesta quinta-feira (24).

Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras pessoas ligadas à investigação sobre a suspeita de venda ilegal de joias foram intimadas pela Polícia Federal a prestar depoimentos simultaneamente no próximo dia 31 de agosto. O objetivo dos responsáveis pelas investigações é evitar uma possível combinação de respostas entre auxiliares do ex-ocupante do Planalto.

Também foram convocados pela PF Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, outro defensor do ex-chefe do Executivo federal, Marcelo Câmara, assessor especial do ex-chefe do Executivo federal; Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Mauro César Lourena Cid, pai de Cid; e Osmar Crivellati, outro assessor de Bolsonaro.

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PF intima Bolsonaro, Michelle, Cid, Wassef e outros a depor na mesma hora

Grupo ligado ao ex-presidente Bolsonaro será ouvido no dia 31 de agosto e deverá prestar esclarecimentos sobre o desvio de joias.

A Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras pessoas ligadas à família para prestar depoimentos simultâneos no dia 31 de agosto, segundo o Metrópoles.

O objetivo dos depoimentos serem tomados pela PF na mesma hora é para que não ocorra a combinação de respostas.

As oitivas acontecerão no âmbito do inquérito que investiga a suposta venda ilegal de joias recebidas pelo ex-chefe do Executivo federal em viagens oficiais.

Além do casal Bolsonaro, foram convocados:

  • Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações;
  • Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro;
  • Marcelo Câmara, assessor especial de Bolsonaro e coronel da reserva do Exército;
  • Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Cid e general da reserva;
  • Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro e tenente do Exército.

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Amigo conta como Meyer Nigri ajudou a enviar médico para atender Bolsonaro em Juiz de Fora

Joaquim de Carvalho*

O empresário Meyer Nigri, que está sendo investigado pela PF por participar da milícia digital de Jair Bolsonaro, teve um papel importante no evento de Juiz de Fora que mudou a história do Brasil, em 6 de setembro de 2018.

Foi ele quem enviou o oncologista e gastrocirurgião Antônio Macedo para a cidade, logo depois de Jair Bolsonaro dar entrada na Santa Casa de Misericórdia local, onde foi submetido a uma cirurgia.

Bastidores da história foram revelados por seu amigo Victor Sarfatis Metta, ambos muito ativos na comunidade judaica de São Paulo.

O relato foi feito em uma live no canal de Abraham Weintraub, em fevereiro do ano passado, quando este, que tinha sido ministro da Educação e diretor do Banco Mundial, rompia com Bolsonaro.

Metta, advogado tributarista, lembrou que conheceu Bolsonaro na casa de Meyer Nigri, em 2016, num encontro em que o então pré-candidato a presidente foi apresentado a empresários.

“Em 2016, eu conheço o presidente Bolsonaro, na casa de um empresário, na casa do Meyer Nigri, agradeço bastante a ele inclusive. Foi uma apresentação, estava um bando de empresários, um dos quais trabalha no governo hoje, todos torceram o nariz, todos, menos o Meyer. Todos torceram o nariz para o Bolsonaro. Eu olhei lá e falei: pô, esse cara vai ser eleito, eu não tinha dúvida nenhuma de que seria o próximo presidente do Brasil”, recordou, em abril de 2022.

Victor acabaria entrando na campanha e, mais tarde, se tornaria tesoureiro do PSL em São Paulo, o partido de Bolsonaro na época. Em outra live, em 21 de fevereiro do ano passado, ele contou como soube do evento de Juiz de Fora três anos e meio antes.

“Não sei se você lembra, mas na hora que aconteceu a facada a gente estava num chat, num áudio, com o Arthur (irmão de Abraham), falando de plano de governo”, diz, dirigindo-se a Abraham Weintraub.

“Aí eu me lembro que puxei o celular na hora, vi a facada, deu aquela sensação horrorosa, porque era uma coisa que a gente estava imaginando, a gente até ficou meio baqueado na hora. Eu lembro daquela imagem dele sendo levado para o carro. Aí acabou a reunião, não tinha mais condição, cada um foi para um canto. Aí, de repente, vem aquela ideia: pô, vamos para Juiz de Fora. Mas por quê? Porque a campanha era tudo uma bagunça, um caos, era aquele voluntarismo: ah, vamos lá, e a gente resolve. Não importa, vim aqui resolver”, declarou.

A caminho do aeroporto em Jundiaí, onde ficava o avião do seu escritório de advocacia, ele diz ter recebido uma ligação de Meyer.

“Me liga o Meyer Nigri e me fala: ‘e aí, para onde você está indo?’ E eu falo: estou indo para Juiz de Fora. E ele falou: ‘quer levar um médico?’ E eu falei: mas claro, pra já. Como é que vou levar ele para Jundiaí, para o aeroporto? Meu avião ficava em Jundiaí na época. Ele falou: ‘escolhe o médico, que eu mando ele de helicóptero’. Eu falei: putz, deixa eu ver, deixa eu ver, quantos médicos gastro eu conheço? Ele tomou uma facada na barriga, acho que é gastro. Aí eu pensei o nome de um, pensei o nome de outro e pensei o nome de um terceiro, e pensei: ah, vou chamar o que já me operou. Aí eu falei: liga para o Macedo. Aí ele falou: ‘pra já’. Aí ele foi lá, pousou o Macedo de helicóptero e foi lá, foi de noite mesmo. Foi até interessante pousar lá porque eu… a instrumentação do aeroporto (de Juiz de Fora) não estava funcionando lá naquele dia.”

Macedo era um dos médicos mais concorridos do Einstein e deixou tudo para atender ao empresário Meyer Nigri. Alguém pode duvidar do relato, mas o fato é que Macedo chegou a Juiz de Fora naquela noite, efetivamente, no avião de Victor Metta.

E a presença deles lá teria surpreendido e desagradado algumas pessoas do entorno de Bolsonaro, como contou Victor Metta, que fez questão de dizer na live que não revelaria tudo o que viveu e testemunhou em Juiz de Fora.

“Eu lembro que isso desagradou muita gente naquele dia, teve muita gente que ficou muito nervosa por a gente trazer alguém diferente. Deu uma confusão, teve a parte suja do processo, depois eu fui proibido de entrar no Einstein, me colocaram lá como militante de esquerda, teve um bando de…, a campanha foi assim, do começo ao fim”, comentou.

E prosseguiu:

“Estava tudo muito estranho naquele momento, parece que já tinha acontecido, imediatamente já tinha uma equipe, estava todo mundo querendo que alguma coisa acontecesse. Quando eu fui levar o médico, muita gente se opôs. Muita gente ficou brava: como assim, o que você está fazendo? Você está se intrometendo. A impressão que deu é que eu atrapalhei alguma coisa lá. Teve mais coisa estranha que aconteceu, mas fiquemos com essa, por enquanto”, disse, e complementou com um sorriso enigmático.

Weintraub não perguntou mais nada, e Victor Metta não voltou a tocar no assunto.

Nigri se tornaria influente no governo Bolsonaro, a ponto de participar da indicação de Augusto Aras para a Procuradoria da República e de Nelson Teich para o Ministério da Saúde, como informou a revista Veja.

Na reportagem, de maio de 2020, Meyer é apresentado como eminência parda do governo, a começar pelo título: “Meyer Nigri, dono da construtora Tecnisa: o empresário que dá as cartas.”

Segundo a revista, Meyer Nigri tinha “passe livre em vários ministérios” e atuava “junto ao governo pela legalização de cassinos e jogos de azar”.

Ligava para o então ministro da Economia, Paulo Guedes, na frente de outros empresários, e conseguiu o apoio dele pela legalização de cassinos no Brasil, que poderia impulsionar a construção de resorts, assunto de interesse de Meyer.

Ambos foram derrotados pela bancada evangélica, mas nem por isso Meyer abandonou o governo. A Polícia Federal localizou troca de mensagens dele com Jair Bolsonaro, de junho do ano passado, em que ambos se articulam para divulgar fake news sobre as urnas e difamar o ministro do STF Luís Roberto Barroso, .

Juiz de Fora foi uma oportunidade para Nigri: o evento de lá alçou Bolsonaro à presidência, como este próprio já reconheceu em vídeo, e o empresário acumulou poder.

É uma pena que seu amigo Victor Metta não fale de todas as coisas estranhas que aconteceram naquele dia na cidade mineira.

*247

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“Brics já ultrapassou o G7 e responde por 32% do PIB mundial”, diz Lula ao defender o protagonismo do Sul Global

“Somos importantes no debate global, sentando na mesa de negociação, em pé de igualdade com a União Europeia e os Estados Unidos”, enfatizou Lula no Fórum Empresarial do bloco.

No Fórum Empresarial do BRICS realizado em Joanesburgo, na África do Sul, nesta terça-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso enfático sobre o crescente protagonismo do grupo econômico BRICS e seu papel no cenário global. Segundo Lula, os países membros do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – já ultrapassaram o G7 em termos de participação no Produto Interno Bruto (PIB) mundial, respondendo por impressionantes 32% do PIB global em paridade do poder de compra.

Lula baseou suas afirmações em dados econômicos e projeções divulgados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). “O Brics já ultrapassou o G7, e responde por 32% do PIB mundial em paridade do poder de compra. As projeções indicam que os mercados emergentes e em desenvolvimento apresentarão maior índice de crescimento nos próximos anos, previsto para 4% neste ano e no próximo Enquanto isso, os países industrializados devem desacelerar seu crescimento de 2.7%, em 2022, para 1.4% em 2024”, declarou o presidente brasileiro.

“Isso mostra que o dinamismo da economia está no Sul Global e o BRICS é sua força motriz”, ressaltou Lula.

*Com 247

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