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Em delação, Mauro Cid coloca Bolsonaro na porta da cadeia

A cada dia que passa, a estrela de Lula brilha mais e Bolsonaro empalidece, perde unicidade até na parcela mais extremada do seu próprio curral, o que mostra que Bolsonaro jamais teve brilho próprio.

Com o advento da delação de Mauro Cid, dois dias depois da impecável fala de Lula na Tribuna da ONU, os critérios políticos para a prisão de Bolsonaro floriram contra o criminoso de maneira inapelável.

Mauro Cid, que foi praticamente o tutor de Bolsonaro, desprezou totalmente qualquer critério republicano para Bolsonaro governar na base da “especionalidade”.

Agora, em fim de carreira e com a missão dada pelo STF de delatar todos os crimes de Bolsonaro, a revelação feita por ele, nesta quinta-feira, de que Bolsonaro arquitetou, operou, convocou as Forças Armadas para um golpe de Estado, transformou-se numa espécie natural de cadeado para a sela do meliante.

Todo o alvoroço que tal delação provocou, pinta, por todos os ângulos, a trajetória desse cretino, mas não turva a paisagem escancarada que Cid revelou com uma naturalidade e, certamente, com provas de que Bolsonaro só não deu um golpe porque o comando das Forças Armadas lhe virou as costas, menos o represente da Marinha à época, o Almirante Almir Garnier Santos.

Ou seja, Bolsonaro não deixa dúvidas, especialmente para aqueles que tagarelam que Bolsonaro não quis dar golpe.

Bolsonaro não só propôs o golpe, com também denunciou Cid, apresentou uma minuta ao alto comando militar que propunha transformar seus inimigos da esquerda numa tripa, prendendo e sabe-se lá mais o quê constava numa extensa gama de ações programadas para servir como abuso de poder contra qualquer palavra que se opusesse a esse sonhado golpe seguido de uma ditadura.

Vamos nos fixar aqui não nos detalhes e nem nas entrelinhas, mas naquilo que pode e certamente vai levar essa criatura, que fede a enxofre, para a cadeia, sem dar qualquer coreto artificial para aqueles pouquíssimos que ainda defendem o delinquente.

Não há mais o que esperar, Bolsonaro não só pode, como deve, ser preso imediatamente.

Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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