As conversações diplomáticas quem vinham sendo mantidas entre Arábia Saudita e Israel para a normalização das relações entre os dois países foram interrompidas. O esforço diplomático envolvia diretamente o governo americano no sentido de mudar o equilíbrio de forças no Oriente Médio. Antes dos ataques terroristas do Hamas no último sábado, autoridades israelenses e sauditas davam sinais de que um acordo era iminente, semelhante ao que reatou as relações entre Israel e dois outros Estados da região – Emirados Árabes e Bahrein, há três anos. A decisão é um duro golpe para a diplomacia do governo do presidente dos EUA, Joe Biden.
De acordo com a Bloomberg, desde sábado analistas previam que a escalada sem precedentes do conflito entre o Hamas e Israel iria atingir duramente os esforços diplomáticos com os sauditas. A notícia vazou nesta sexta-feira (13) em reportagens na imprensa internacional. Horas depois de o secretário de Estado Americano, Antony Blinken, manter reuniões na Jordânia, com o rei jordaniano, Abdullah II, e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina [ANP], Mahmoud Abbas, representante reconhecido pela ONU da população palestina e que perdeu o controle da Faixa de Gaza para o Hamas, em 2007.
De acordo com o jornal israelense Haaretz, ao mesmo tempo, a elevação das tensões regionais com a gravidade do conflito também levou o reino a uma aproximação com o Irã. O príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, governante de fato do país, manteve uma conversa telefônica com o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, em um movimento para conter o risco de que o conflito se espalhe pela região.
Há o temor cada vez mais palpável de que uma escalada da resposta israelense, com invasão por terra a Gaza, arraste para uma guerra outros inimigos históricos de Israel, incluindo Teerã e o grupo fundamentalista islâmico libanês Hezbollah.