Ano: 2023

Vídeo: Juiz Federal viraliza pela forma simples e carinhosa que trata uma requerente de pensão

Kleiton Alves Ferreira é uma figura conhecida na Paraíba; editor e autor de audiolivros, desmistifica a linguagem pomposa do Judiciário.

O juiz federal Kleiton Alves Ferreira, que atua na 14ª Vara da Subseção Judiciária de Patos, no Sertão da Paraíba, viralizou nesta semana com um vídeo por conta da maneira simples e simpática com que trata uma senhora. Ela requeria pensão do marido, que a havia abandonado e depois, já doente, voltou pra casa, diz a Forum.

Internautas se espantaram com a maneira direta, respeitosa e carinhosa com que o juiz, que se diz também escritor, narrador e editor de audiolivros, trata a senhora. Um deles chega a dizer que “o Judiciário pode – e deve – adotar uma linguagem simples e acessível. E pode sim ser cada vez mais humanizado”. E encerra: “Não sei quem é o magistrado, mas rendo aqui as minhas homenagens.”

Logo após o comentário, vários outros internautas fizeram questão de esclarecer que Kleiton é uma figura conhecida pela maneira como conduz suas audiências. Apaixonado por literatura, ele é assíduo nas redes sociais por comentar tanto seus audiolivros como seus casos.

Ele postou o caso em sua conta do Instagram e comentou:

“Eu amo o que faço. Não deixo por nada. Ser juiz e ser escritor. Um complementa o outro. Nas audiências, ouço histórias de vida, lapido e as reproduzo nas estórias que invento, nos romances. Um alimenta o outro.

Mas nem sempre é fácil.

Um dos momentos que mais mexem comigo são aqueles que infelizmente um história de vida e amor acaba com a morte. Na maioria, é o relato da cara-metade de um casal idoso, que superou tudo menos a finitude da vida. É triste, e se serve à reflexão: a história não acaba, ela permanece. Por isso, escreva a sua com a pessoa do seu lado da melhor forma possível. Uma história de amor, superação e dedicação, é imortal.”

https://www.instagram.com/reel/CxyfuipPrdn/?utm_source=ig_web_copy_link

 

Com Moro Ministro, Lava Jato ambicionava dominar a PGR

Luis Nassif*

Diálogo mostra intenção de Januário Paludo se candidatar para promoção para tentar coordenar a 5ª Câmara do MPF de Combate à Corrupção.

Nas conversas de 20 de novembro de 2018, procuradores da Lava Jato mostram como uma decisão do Ministro Dias Toffoli tirou possibilidade de Lula obter prisão domiciliar. Também mostram entusiasmo com a vitória de Bolsonaro, prevendo que, com Sergio Moro como Ministro da Justiça, eles poderiam controlar totalmente a Procuradoria Geral da República.

20 Nov 18
08:07:22 Paulo https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2018/11/lula-envelhecido-impressiona-e-tribunais-voltam-a-discutir-prisao-domiciliar.shtml?loggedpaywall

08:07:35 Paulo cantei a bola… embora parece mais algo plantado pela defesa

08:09:44 Paulo e no Estadão tb: Sem esperanças. A declaração do presidente do Supremo, Dias Toffoli, ao El País, de que a prisão de Lula respeitou a Constituição desanimou ainda mais o ex-presidente preso em Curitiba. Desde a derrota do PT, Lula anda abatido. Caiu a ficha. A cúpula do PT começa a lamentar a estratégia de Lula de impedir que seu advogado, Sepúlveda Pertence, tente a prisão domiciliar no Supremo. Lembram que ele já está há quase oito meses na cadeia.

09:18:00 Athayde https://g1.globo.com/politica/noticia/2018/11/20/bolsonaro-anuncia-wagner-rosario-para-ministro-da-controladoria-geral-da-uniao.ghtml

09:31:12 Roberson MPF Monica Bergamo?! Kkkk Isso aqui está a meio metro do chão de tão plantado

10:44:29 Diogo prezados, tem problema dois promotores do mppr ficarem ouvindo pessoal da j malucelli em relação aos fatos estaduais até meio dia na sala de reuniao?

10:54:19 Paulo Não podemos deixar o pgr Deltan saber o q se passa aqui!

11:30:17 Januario Paludo Caros, resolvi concorrer à promoção para sub. A sessão é dia 04 de dezembro. O que gostaria de fazer? Ainda não sei, mas possívelmente coordenar a 5 CCr na próxima gestão e, até lá, continuar atuando na LJ.

11:30:42 Laura Tessler massa demais!!!

11:30:58 Laura Tessler só acho ruim vc sair da LJ

11:31:05 Paulo 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏 fico feliz pela instituição, caro Januario!!!

11:31:20 Januario Paludo também acho.

11:31:26 Julio Noronha Muito toooooop!!! 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏

11:36:12 Jerusa Top!!!! 👏🏼👏🏼👏🏼

(…)

12:25:52 Roberson MPF Que toooooooop. Jan PGR!!!!

12:26:06 Roberson MPF Orlando vice

12:26:20 Roberson MPF E Delta coordenador da Força Nacional Anticorrupção

12:26:29 Roberson MPF FNA neles

12:26:45 Roberson MPF PG SCI

12:27:30 Roberson MPF Moro MJ

12:27:38 Roberson MPF CF secretário de justiça

(…)

21:16:49 Jerusa https://www.oantagonista.com/brasil/lula-agora-tenta-escapar-de-gabriela-hardt/

21:57:28 Diogo Um doce pra adivinhar qts livros o Vladimir neto vendeu

22:05:42 Julio Noronha 30 mil?

22:09:08 Diogo 300 mil

22:09:11 Laura Tessler 1 milhão

*GGN

Gleisi Hoffmann: cirurgia cardíaca de 6 horas de duração acaba; deputada ficará 2 dias na UTI

A presidente do PT tinha 90% de obstrução e foi submetida a implante de mamária.

A presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), foi submetida a uma operação de revascularização do miocárdio. Duas mamárias foram realizadas para desviar sangue da aorta para as artérias coronárias. De grande porte, o procedimento teve a duração de 6 horas, segundo O Globo.

A operação foi a ‘céu aberto’, quando o peito é cortado.

Gleisi não apresentou sintoma algum apesar de a obstrução ser grande: 90%. A ausência de sinais frente a um problema cardiovascular grave é mais comum entre as mulheres. Gleisi tem 58 anos e é fumante.

O procedimento foi feito no Hospital DF Star, em Brasília, sob a coordenação da cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar.

A deputada ficará dois dias em recuperação na UTI e o tempo total de internação deverá ser de 1 semana.

Conversas obtidas pela PF mostram que Lava Jato negociou com jornalismo da Rede Globo para “descer a lenha” em Lula (leia os diálogos)

O dia 26 de novembro de 2018 foi agitado para os procuradores da finada “lava jato”. Naquela data, o Ministério Público Federal denunciou o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suposta lavagem de dinheiro em um negócio na Guiné Equatorial.

Em diálogos obtidos pela “operação spoofing”, às quais a revista eletrônica Consultor Jurídico teve acesso, os lavajatistas demonstraram intimidade com a imprensa. Eles comemoraram o fornecimento exclusivo de informações para o “Jornal Nacional”, da Rede Globo, e desenharam os desdobramentos da notícia em outros veículos.

“JN é uma ótima!!! Mas de qq forma é bom Tb depois dar uma provocada no Josias, Miriam Leitão, etc, para descerem a lenha”, escreveu a procuradora Laura Tesler — os diálogos são reproduzidos nesta reportagem em sua grafia original.

Os procuradores combinaram a estratégia, que envolvia passar a informação para a Rede Globo e, depois, para o jornalista Josias de Souza, com embargo para divulgação apenas depois da veiculação do “Jornal Nacional”, segundo o 247

Na ocasião, o advogado de Lula, Cristiano Zanin (hoje ministro do Supremo Tribunal Federal), classificou a denúncia como um atentado ao Estado democrático de Direito. “É mais um duro golpe no Estado de Direito porque subverte a lei e os fatos para fabricar uma acusação e dar continuidade a uma perseguição política sem precedentes pela via judicial.”

Anos depois, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) trancou a ação penal contra Lula reconhecendo que não havia elementos mínimos a justificar sua tramitação.

Leia a seguir os diálogos na íntegra:

26 Nov 18

21:16:01 Deltan Pessoal, preciso de uma opinião

21:18:00 Deltan 889015.ogg

21:20:16 Welter Prr Deixa para o JN os nomes, mas acho que valia a pena divulgar alguma coisa nas redes sociais

21:20:40 Julio Noronha Tb acho q vale deixar para o JN, e na sequência nas redes sociais

21:21:17 Athayde Voto no JN

21:21:41 Athayde Dps os demais surfarao na onda e vai aumentar a pressao

22:41:36 Orlando SP JN traz repercussão maior.

22:50:05 Roberson MPF JN é uma ótima!

22:55:52 Laura Tessler JN é uma ótima!!! Mas de qq forma é bom Tb depois dar uma provocada no Josias, Miriam Leitão, etc, para descerem a lenha

23:16:12 Deltan Barroso falou pra Josias que estávamos fazendo levantamento, mas não passou. Josias pediu

23:17:30 Deltan Opções: 1. Rechecarmos tudo e fazermos release logo antes do JN 2. Liberar Vladimir Neto pra soltar 3. Passar pra Josias com embargo, pra soltar no começo do JN 4. Vcs fazerem um vídeo na FT falando os nomes e que absurdo seria e eu posto

27 Nov 18

00:40:55 Deltan https://oglobo.globo.com/brasil/stf-deve-julgar-prisoes-em-segunda-instancia-no-inicio-de-2019-23260545

09:31:48 Deltan A arte da sedução, para solteiros e casados que querem reconquistar seu amor a cada dia rs https://youtu.be/3E46oWB4V0s

10:16:18 Diogo Opa

11:49:47 Januario Paludo a promoção deu xabu. A vaga era da aposentadoria do Moacir, que conseguiu voltar com liminar do STJ.

12:00:51 Paulo Vixe

12:01:53 Jerusa Que vergonha o STJ

12:09:00 Julio Noronha [Coluna] – O Estado de S. Paulo: http://bit.ly/2FGbS8j

12:09:25 Laura Tessler ótimo!!!!

12:51:34 Laura Tessler Zaf

13:31:02 Paulo hoje teremos reunião no horário definido

13:31:20 Laura Tessler 14h?

13:36:45 Diogo 13:45

13:36:48 Diogo 14 hs tenho reuniao ja

13:47:38 Diogo sem reuniao entao?

13:49:55 Julio Noronha Reunião sim

13:50:04 Julio Noronha Partiu?

13:58:33 Paulo po

13:58:37 Paulo não boicotem

16:33:11 Paulo Reunião 27/11/18 (PG JN AC DC IG JP LT): 1. Aia Pasadena com AGU: ratificada decisão de ficar como custos legis (v. reunião 19/10) 2.Diogo: 2.1. Acordo Ecorodovias é o que está com os melhores anexos. 2.2. Pedir nova prisão piloto, pois: a. Barroso agora prevento; b. 3 imõveis do filho desempregado pagos em espécie; 2.3. corretor foi procurado para que omitisse essa informação; d. Egmont identificou conta de Abi (foragido) no Paraguai. Aprovado, porém informação de Egmont não pode ser usada.

Na história geral do Brasil, Sergio Moro terá duas linhas, se tanto

Sergio Moro, que já foi vendido como herói nacional, hoje, encontra-se à míngua.

Cada uma das peças desparafusadas de sua imagem, hoje, pálida, causa asco até na ala truculenta do bolsonarismo. E lembrem-se,  em determinado momento do governo Bolsonaro, Moro, como ministro da Justiça, tinha na pirâmide de popularidade vários degraus acima do chefe.

Com isso, sua onipotência foi ao último grau. Numa balança política, Moro estava beatificadamente eleito, até que Bolsonaro, com um tranco, um pé no traseiro e entortou a imagem de Moro. E toda aquela bagagem bolsonarista que sustentava a sua popularidade, pulou fora, seu brilho, diante do próprio espelho, desabou.

O que o ex-juiz, o ex-herói, um quase rei do Brasil, passa agora, é um enorme inferno pessoal.

Não há brasileiro que consiga digerir Moro, pode ainda defendê-lo numa contrapartida ao PT e a Lula, mas defendê-lo de forma espontânea, não. Pode até soar grosso o que for, que o ex-soberano juiz não abarca mais ninguém.

Para piorar, seu principal lubrificante de imagem, a Globo, não só secou, como tirou os canhões de luz do seu palco e partiu para a artilharia com o escândalo de sua arapongagem, denunciada por Tony Garvia e divulgada por Daniela Lima na GloboNews.

Ou seja, acabou o guarda-chuva que os Marinho davam a Moro. Isso acontece há poucos dias de sua inevitável cassação, em que se tornará uma presa fácil para, no passo seguinte, seguir para a prisão.

Moro será tão insignificante para a história do Brasil, que será lembrado somente, como bem disse o deputado Glauber Braga, como um juiz corrupto e ladrão, o que cabe, se muito, em duas linhas da história do Brasil.

Racismo religioso aumenta no RJ e gera violência contra terreiros de matriz africana

Estudo realizado na zona oeste do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense mostra que 75% dos terreiros de religião de matriz africana abordados já foram alvo de algum tipo de violência. Os resultados também revelam que a segurança pública é tema de discussão recorrente pelos frequentadores desses espaços.

A pesquisa foi idealizada pela Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial (IDMJRacial), organização não governamental que atua promovendo debates e atividades com foco na Baixada Fluminense. O desenvolvimento do estudo contou com a parceria do Centro Cultural de Tradições Afro-brasileiras Yle Asé Egi Omim, criado em 2008, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Os resultados obtidos estão reunidos em relatório lançado neste sábado (30) com o título de Egbé, palavra do idioma iorubá que significa sociedade ou comunidade.

De acordo com o pesquisador que atuou na coordenação do trabalho, Patrick Melo, as duas regiões foram escolhidas por terem registrado, nos últimos anos, grande número de casos de ataques a terreiros de religião de matriz africana. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) tinha, até 2019, registros de 200 casas de axé que foram alvo de agressões, considerando também a zona norte da capital fluminense. Como nem todos os casos são notificados, o número certamente é maior.

As ocorrências envolvem ameaças, injúria racial, agressões físicas e até expulsões de seus próprios territórios determinadas por milícias ou organizações do tráfico. Em alguns episódios, o alvo se repete.

O estudo cita o caso emblemático da casa Xwe Nokun Ayono Avimaje, fundada há 10 anos em Nova Iguaçu, que já foi invadida e depredada três vezes. Há também registros de violações à liberdade religiosa, como por exemplo a imposição de horários restritos para que casas de axé possam promover seus rituais sagrados.

Diante dessa realidade, o objetivo do estudo foi entender como as comunidades enxergam a política de segurança pública. A metodologia envolveu a realização de grupos, durante um mês, com 10 a 12 participantes cada um. Os encontros, que contavam com um ou dois moderadores, ocorreram em quatro casas de axé localizadas no município de Nova Iguaçu e na zona oeste de capital fluminense. Os presentes puderam interagir e propor discussões, ao passo que os pesquisadores observavam as conversas, os comportamentos, as tensões.

Além da organização dos grupos focais, um formulário online foi preenchido por lideranças dos terreiros envolvidos. Através dos dados colhidos, foi traçado um perfil dos terreiros, que possuem em média 11 anos de fundação em seus territórios. Constatou-se também que as lideranças possuem idades entre 35 e 55 anos e são compostas por homens e mulheres em proporção igual.

Conforme os resultados divulgados, em todos os grupos focais, evidenciou-se um total descrédito com as instituições policiais para fins de proteção e segurança. O estudo indica que as denúncias de violações resultam em desapontamento. As autoridades policiais tendem a minimizar as agressões, classificando-as como briga de vizinhos e problemas de ordem pessoal, afastando assim o enquadramento como crime de ódio.

 

Segundo Patrick Melo, os dados obtidos no estudo indicam que as violações estão diretamente relacionadas com a omissão do Estado na defesa dos direitos humanos e dos direitos dos povos de religião de matriz africana. Observou-se que o tema da segurança pública aparece como uma preocupação de destaque no cotidiano dessas populações. Sem a devida proteção do poder público, elas buscam outros caminhos para enfrentar o cenário. “Essas comunidades atuam e se organizam de forma muito autônoma em rede, buscando o fortalecimento conjunto com outros terreiros”, diz Patrick.

Ele avalia que os registros policiais refletem uma incapacidade do Estado de reconhecer que os episódios envolvem manifestação de ódio contra essas comunidades religiosas de matriz africana. Ao mesmo tempo, considera que os territórios estão sendo dominados cada vez mais por grupos criminosos que perseguem quem não professa a fé cristã.

“Estamos falando sempre a partir de um viés moral cristão, a partir da qual há uma demonização das pessoas. A figura das comunidades de terreiro ou das manifestações religiosas de matrizes africanas é colocada inimiga daquele território. São endemoniados que vão tirar a paz daquele lugar. E aí, por isso, agridem aquelas pessoas”, acrescenta.

A crescente associação entre o crime e a fé cristã tem chamado atenção de diferentes especialistas em segurança pública. Em junho desse ano, a pesquisadora Viviane Costa deu uma entrevista à Agência Brasil sobre o lançamento do seu livro Traficantes Evangélicos, em que analisa a forma do uso de símbolos e narrativas neopentecostais entre grupos criminosos. Em 2015, um outro livro intitulado Oração de Traficante: uma etnografia, assinado pela socióloga Christina Vital Cunha, já chamava atenção para o fenômeno.

Racismo religioso
Patrick sustenta ser necessário denunciar com mais ênfase a ocorrência do racismo religioso nos episódios de violação aos terreiros de religião de matriz africana. Uma das reflexões levantadas no relatório divulgado se relaciona com o conceito de intolerância religiosa. Embora seja mais difundido, ele apresentaria algumas limitações para explicar a dimensão do problema.

“Ele mascara e não dá conta do que acontece, especificamente, com as religiões de matrizes africanas. O conceito de intolerância religiosa traz também uma falsa simetria, e é equivalente à contradição de que o Brasil, em tese, deveria ser um Estado laico, mas na prática, as religiões relacionadas com a herança colonial seguem entranhadas nas instâncias institucionais. Quantos casos de ataques a terreiros denunciados nas delegacias de polícia foram investigados, apurados e julgados? Quantas dessas situações tiveram justiça feita?”, questionam os pesquisadores, que advogam pelo uso do conceito de racismo religioso.

*Com Agência Brasil

Deltan planejou usar ONG para receber prêmio, abastecer fundo e evitar impostos

Conjur – Um novo lote de conversas obtidas na “operação spoofing”, às quais a revista eletrônica Consultor Jurídico teve acesso, revelam o plano do ex-chefe da autodenominada força-tarefa da “lava jato”, Deltan Dallagnol, para usar a Transparência Internacional como intermediária no recebimento de um prêmio, abastecer o fundo que ele pretendia criar em sociedade com a ONG e, em último caso, evitar o pagamento de impostos.

Em 2017, a “lava jato” foi indicada ao Allard Prize, prêmio promovido pela University of British Columbia, no Canadá. Enquanto o resultado não saía, Dallagnol sonhou alto. E se preocupou com os detalhes da logística para trazer o dinheiro para o Brasil depois de receber uma mensagem dizendo que, se a “lava jato” não pudesse receber o prêmio, os organizadores só poderiam doá-lo a uma entidade de caridade registrada no país ou fazer o depósito para uma entidade externa — algo que, nesse caso, não seria caracterizado como doação.

Em 27 de junho daquele ano, em conversa com Bruno Brandão, diretor da TI com quem desenhava o fundo da “lava jato”, o ex-procurador perguntou: “Estou pensando se a TI não poderia receber no Canadá e transferir para cá, para fazer o fundo, ainda que deconte taxas ou o que for cabível. E vcs poderiam formar o fundo? Pode ser basicamente uma conta, formar uma comissão e abrir um edital para apresentação de projetos…” — os diálogos são reproduzidos nesta reportagem em sua grafia original.

Brandão confirmou haver representação da TI no Canadá (“Fraquinha, mas tem”) e sugeriu a doação do dinheiro para uma bolsa de estudos destinada a brasileiros. Em suas palavras, “podemos tentar fazer esta transferência sim, dos recursos, pro fundo que queremos abrir no Brasil”. Dallagnol respondeu que “tínhamos pensado em fazer algo para ganhar créditos pra FT”. E arrematou: “Se o dinheiro fica no Canadá, não ganhamos créditos. Não dá ibope”.

O representante da TI prometeu conversar com seus pares para viabilizar o plano de Dallagnol, que insistiu: “Vc checa com a TI se a TI-Canadá poderia receber e transferir para cá? Ou se recebendo lá, o funding que iria para ela da TI geral poderia vir para o Brasil?”. Brandão ressalvou que a universidade canadense teria de autorizar a doação para a ONG no Canadá e a transferência do prêmio ao fundo administrado pela TI no Brasil.

Na conversa, Dallagnol cobrou Brandão sobre a formulação de um regulamento para o fundo e insistiu no contato com a TI Canadá. O representante da ONG pediu mais uma vez para o ex-procurador checar a viabilidade do plano com a própria universidade. “Então, eles falaram isto. Creio que a primeira opção é indicarmos a TI canadá, informando que vai transferir, e vemos o que eles dizem. Na pior das hipóteses, pelo que entendi, não será legalmente uma doação, mas um pagamento e prov haverá tributos. Se for assim, creio que será o caso de fazer de qq modo. Mas pra isso presiamos do ok da TI Canadá. Acho melhor ter o ok e a identificação certinho da TI Canadá pra então pedirmos análise deles, pra não pedir algo que não seja factível pela TI…”.

O assunto voltou à pauta das conversas dos dois em 10 de julho de 2017, quando Dallagnol cobrou Brandão: “Alguma novidade sobre a questão do premio do Canada? E se usássemos o valor pra fazer um premio brasileiro? Se conseguissemos um matching, alcançariamos perto de 500 mil. Daria pra gastar 25k num premio anual brasileiro anticorrupção, a ser dado pela TI a partir do fundo… é uma opção tb”. “Ideia muito boa. Acho que seria uma opção interessante. Vou falar com nossa consultora que está na UNC para ver se tem novidade e lhe conto”, respondeu Bruno.

O assunto se encerrou em 25 de julho de 2017, quando Dallagnol revelou sua principal preocupação: não ter de pagar impostos. “Bruno, na questão do Allard Prize, preciso preencher um formulário para wire transfer…conseguiu ver a questão do pagamento à transparência do Canadá, para ser transferido para a Brasil, para instituir um prêmio anual?”. Bruno Brandão explicou que enfrentava dificuldade no contato e reafirmou que “a melhor ideia é a da premiação no Brasil”.

“Não entendi muito bem o que quis dizer, porque o problema é operacional. Se nós recebermos e doarmos, perderemos uma grana em tributos (pelo menos cerca de 1/3). Por isso seria importante que a doação vá direto pra Vcs… se Vc me autorizar, começo a articular isso com eles e copio Vc no email para Vc esclarecer tb… pode ser? (isso se ganharmos é claro).”

Não ganharam. O prêmio principal, cem mil dólares canadenses (R$ 372 mil, em valores atuais), acabou ficando com uma jornalista do Azerbaijão, Khadija Ismayilova, e os procuradores de Curitiba tiveram de se contentar com uma menção honrosa e dez mil dólares canadenses (R$ 37,2 mil).

Viva à sua maneira e respeite a maneira dos outros viverem

A vida pode ser menos complicada do que é.

Você é contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo? Então só case com pessoa do sexo oposto ao seu. Mas não queira impor sua vontade a quem pensa diferente.

Vale a mesma coisa para o aborto. Você não é obrigada a abortar porque o aborto é permitido. A escolha é sua. Como deve ser de todas as mulheres, donas do próprio corpo.

As religiões se opõem ao aborto? O Estado é laico. Permite, respeita, protege e trata de forma igual as religiões e compreensões filosóficas da vida, inclusive a dos que negam a existência de Deus.

Você admite que outras pessoas ditem suas opiniões e pautem sua vida? Então não queira ditar as convicções de ninguém, nem pautar a vida de ninguém. Simples assim.

Viva à sua maneira e respeite a maneira como os outros vivem. Verá que a vida se tornará muito menos complicada.

*Blog do Noblat

Bolsonaro precisa ser preso e a política brasileira desratizada

O Brasil precisa sair desse pesadelo bolsonarista, essa coisa que veio das profundezas do esgoto, junto com o principal personagem de um verdadeiro filme de terror, chamado Jair Bolsonaro.

O que estamos assistindo é a um pouco engenhoso, na verdade, destrambelhado ataque das ratazanas do Congresso que, em função do martírio que Bolsonaro amarga após sua derrota, buscam produzir falsas questões para se salvarem do naufrágio, já que suas “glórias eleitorais” dependeram do rancor e do fígado do pesadelo que tinham como escapulário.

É fundamental destacar que a sede insaciável de poder dos ratos que chegaram ao parlamento não cessa com a prisão de Bolsonaro. Essa legião de ruminantes investirá ainda mais no ódio, como estamos assistindo, porque nem de direita ou de extrema direita são.

Esses gabirus seguirão com seus macabros ataques numa guerra à democracia, ao parlamento, ao judiciário e ao executivo, como qualquer facção criminosa, vestida de direita ou extrema direita.

É preciso restaurar a política brasileira, tirá-la desse ambiente miserável que Bolsonaro produziu para atacar as instituições, de forma feroz, para se proteger e ampliar o apetite de sua perigosa ambição,

Sim, o bolsonarismo é a natureza bruta do inferno, do banditismo, que sempre teve assento central no esgoto e que, com a tutoria de um genocida, organizou um ataque à institucionalidade com uma ação delinquente que sempre teve como alvo o mais puro comando das piores práticas dos marginais históricos desse país.

É preciso dar fim a essa panaceia dentro do Congresso e das instituições que, de alguma forma, Bolsonaro pôde enfiar seus ratos de estimação com uma determinação que não deixa de pé uma telha de zinco que possa servir de ninho para novas gerações de ratos que relincham ódio em busca do enriquecimento próprio e da consumação das piores práticas do banditismo nacional.

Cirurgia de Lula foi bem-sucedida e presidente já está acordado, dizem médicos

O presidente chegou ao Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, às 8h desta sexta-feira (29), e deve permanecer internado até a próxima terça (3).

A cirurgia do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi bem-sucedida, segundo informou a equipe médica do mandatário durante coletiva de imprensa, na tarde desta sexta-feira (29), no Hospital Sírio-Libânes, em Brasília (DF).

Conduziram a cirurgia e participaram da coletiva o cardiologista Roberto Kalil Filho, o ortopedista especialista em quadril e cirurgião-chefe do procedimento do presidente, Giancarlo Cavalli Polesello, e a infectologista e coordenadora-geral da equipe de Saúde da Presidência da República, Ana Helena Germoglio.

Lula chegou às 8h na instituição hospitalar. Ele passou por uma artroplastia total de quadril (no lado direito), para proporcionar alívio da dor provocada pela artrose, além da correção de deformidades e da recuperação do movimento da articulação. A cirurgia, na prática, substitui a articulação “doente” no encaixe da perna com a bacia por uma prótese artificial.

No procedimento, a cabeça do fêmur e o acetábulo foram substituídos por implantes metálicos e de porcelana. Para isso, foi preciso cortar parte do osso para instalar a prótese. O presidente foi intubado e recebeu anestesia geral em função da complexidade da cirurgia, considerada invasiva.