Em vídeo postado no twitter por Ilma Tosta, Claudio Guerra, que foi delegado da Ordem Política e Social (DOPS) do Espírito Santo, em depoimento à Comissão da Verdade, em 2014, confessa que incinerou o corpo de Fernando Augusto Santa Cruz, pai do presidente da OAB Felipe Santa Cruz, na Usina Cambhyba, no Rio de Janeiro.
No depoimento, Guerra diz que pegava os corpos na Casa da Morte, em Petrópolis, espaço utilizado por militares e em um batalhão do Exército para queimá-los na usina.
Diferente do que disse Jair Bolsonaro o relatório da Comissão Nacional da Verdade, divulgado em 2014, indicou que Fernando Augusto Santa Cruz foi morto por órgãos de repressão da ditadura militar. No documento não há indícios de que Santa Cruz, integrante de um de revolucionários contrário os militares pudesse ter sido morto por seus correligionários como sugeriu Bolsonaro nesta segunda-feira (30).
Apesar de o corpo de Fernando Santa Cruz nunca ter sido encontrado, o relatório da Comissão apresenta duas hipóteses para o desaparecimento dele, ele teria sido incinerado no Rio de Janeiro ou enterrado como indigente em uma vala comum em São Paulo. Nos dois casos, a morte do pai do presidente da OAB é atribuída a agentes do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna, DOI-CODI.
Essas hipóteses ganham força, porque um documento secreto da Aeronáutica, anexado ao relatório da CNV e divulgado pelo jornalista Bernardo Mello Franco confirma que Santa Cruz estava sob custódia do estado desde 22 de fevereiro de 1974.
Assista:
O delegado Cláudio Guerra confessou, em 2014, que incinerou o corpo de Fernando Augusto Santa Cruz na Usina Cambaíba, no Rio de Janeiro. Ele diz que pegava os corpos na "Casa da Morte", espaço utilizado por militares, e em um batalhão do Exército para queimá-los na usina. pic.twitter.com/GNz9philm5
— Ilma Tosta 🚩🚩 (@tosta_ilma) July 30, 2019
*Com informações do Uol