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Vítimas do próprio discurso, morte de médicos se transformou numa epidemia dentro da pandemia

Quando vi, tempos atrás, um médico do meu convívio desde a infância, exaltado, reproduzindo no Facebook a receita de Bolsonaro contra a covid-19 para as pessoas da minha cidade, Volta Redonda, voltarem logo ao trabalho, fiquei estarrecido.

Segundo ele, o risco de contaminação pelo coronavírus era muito baixo e que era sim somente uma gripezinha. Mas o que me assombrou ainda mais foi sua cólera com velhos amigos que o alertaram sobre a imprudência de receitar a morte para não só pacientes, mas amigos seus do Facebook.

Mas este é um caso que está longe de ser exclusivo. As redes e os programas bancados pela Secretaria de Comunicação do Governo, como é o caso do Pingo Is, comandado por Augusto Nunes, aonde médicos negacionistas sempre foram figuras carimbadas que se lambuzam de factoides, impulsionados por perguntas cretinas de Augusto Nunes, Guilherme Fiuza, Ana Paula do Vôlei e Zé Maria, com o script do patrão nas mãos, jogando com a saúde pública, de forma criminosa, como quem joga pôquer, não se importando com as consequências de uma leviandade coletiva.

Ainda não é isso o mais estarrecedor, mas sim esta informação que segue abaixo que pode ser classificada como marca da Cloroquina:

O fato é que a todo momento chega notícia da morte de um médico que militava pelo fim do isolamento ou de lockdown que, além de aferrado inimigo da CoronaVac, como Bolsonaro, receitava cloroquina por compulsão, transformando-se em vítimas fatais da própria desinformação que pregava, em nome de uma adoração a Bolsonaro, o que não deixa de ser triste a perda da vida de mais um ser humano.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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