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O patético pedido de Bolsonaro para os supermercados não aumentarem preços, escancara a barafunda que o Brasil está enfiado

No Brasil, todos sabem que a política econômica de Bolsonaro é feita na base do solavanco, do remendo, da emergência para tentar remediar uma situação sem que o problema seja de fato resolvido.

Ocorre que, até para se viver de gato, de forma permanente, há limite para improvisação e a atitude ridícula de Guedes, mas sobretudo a de Bolsonaro, com cara de choro, de joelhos pedindo para os supermercadistas segurarem a marimba sem repassar os custos, cada vez mais altos, para o consumidor, foi mais que demais.

Os neoliberais sempre bateram cabeça, desde os governos militares, passando por Sarney, Collor, Fernando Henrique e Temer. Mas no caso atual, Bolsonaro e Guedes, nem cabeça batem pois nem as têm. O que se vê é Guedes dizendo que pobre é pobre porque não poupa, que era um absurdo, na época de Lula e Dilma, empregadas domésticas irem para Disney e filho de porteiro, porteiro é e não pode se dar ao luxo de ingressar numa universidade.

Ou seja, aquela velha história de que a pobreza no Brasil é culpa dos pobres.

Assim, Guedes e Bolsonaro vieram tocando essa espécie de gato econômico em que sobra fio para todo lado, e o resultado não poderia ser outro, a economia fechou curto circuito depois de uma pane em que não se vê solução pra nada diante de um país que vive uma espécie de estagflação, uma economia empacada e cara, cada vez mais inflacionada e, consequentemente, mais estagnada.

Tudo fruto da obra dos gênios do neoliberalismo nativo.

Não há mais espaço para fazer emendas, menos ainda pegadinha econômica para fazer um arranjo. Na verdade, não tem brecha para reparo ou restauro, a tragédia já tomou conta da economia brasileira, sobretudo no tecido social.

Não há critério, programas, sequer temporários, para um problema insolúvel, pois o país está nas mãos de analfabetos econômicos e retrocedeu o desenvolvimento social a um século.

Não tem conserto, ainda mais esse tipo de palavrório que utiliza qualquer subterfúgio linguístico. É uma economia que há muito perdeu a compostura, porque Guedes e Bolsonaro cometeram dois terríveis erros, o de tratar o país a partir dos olhos do mercado, como trataram o povo com abreviaturas ou exemplos negativos.

O resultado é que não há como Bolsonaro reportar os erros. A palavra do dia daqui até as eleições sugerirá sempre a definição desse governo, incompetência e, por outro lado, Bolsonaro será visto ainda mais como um remendeiro que acha que, com emplasto para fazer remendos de buracos, é possível consertar ou recuperar a economia as eleições.

A crise brasileira atingiu uma situação histórica, não há mais o que fazer, menos ainda, voltar à normalidade anterior ao golpe. A economia está totalmente deteriorada e não há um seguimento que não tenha sido afetado.

A única forma de resolver a tragédia do país para recuperar a economia é a remoção de Bolsonaro do Palácio do Planalto no dia 2 de outubro.

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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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