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Em nome do combate à corrupção e à inflação, a elite brasileira suga a nação

O Brasil perfumado, que toma decisões dentro de um salão, contribuiu enormemente para esse esperanto arquitetônico chamado fascismo brasileiro.

Essa gente, que adora mentir dentro de algum recinto de cimento armado, estilizado ainda hoje à francesa, promove passeatas chiques que sempre viram saladas completas para sua própria mesa.

São esses “brasileiros” que falam da música brasileira com maracas exóticas nas mãos e entendem o país como um mercado e não como uma nação, com uma peculiaridade, que é o domínio e o assalto às instituições.

Um país, que viveu o golpe contra Dilma, a condenação e prisão de Lula sem prova de crime, produziu um estado de coisas de difícil definição.

Foram quatro anos de governo Bolsonaro derramando sangue, enquanto a elite arregalava os olhos com tanto dinheiro que ganhou, sobretudo o escancarado lucro bilionário dos banqueiros.

Sim, tanto a Lava Jato de Moro quanto o golpe comandado por Cunha, Temer e Aécio, assim como a eleição de Bolsonaro, serviram única e exclusivamente para encher as burras dos podres de ricos desse país.

A velha malandragem de sempre é que comandou o espetáculo, combate à corrupção e combate à inflação. Em síntese, uma escumalha curitibana chamada Lava Jato, herdeira da farsa do mensalão e comandada pelos piores pilantras do sistema de justiça, que protagonizou uma espécie de fascismo rococó que, se não fosse a PGR, Raquel Dodge e o ministro Alexandre de Moraes, os espertos teriam abocanhado R$ 2,5 bilhões da Petrobrás para uma eloquente fundação privada.

É uma piada velha, encapada com uma nova forma de mentir, de roubar. Sim, o que essa gente sempre aspirou foi engrossar seus ganhos milionários roubando no ofício do combate à corrupção.

O que ocorre agora com o Banco Central independente, que assim se tornou quando o sabotador Temer entregou aos banqueiros o leme da economia, deu no que deu, os maiores juros reais do planeta para menos de meia-dúzia de agiotas se fartarem com o mesmo ramerrão que Collor utilizou para sequestrar a poupança dos brasileiros, combate à inflação. O tiro no tigre que comia o salário dos brasileiros.

A pergunta é simples, que banqueiro perdeu alguma coisa na era Collor? Nenhum.

É preciso perguntar a Campos Neto quem ganha com sua política de juros pornográficos, em nome do combate à inflação?

Então, consagramos, de tempos em tempos, o que é decidido a portas fechadas de um grande salão ao qual o povo não tem acesso para que os ricos cristalizem ainda mais a já cristalizada fortuna que a “moral” contra a corrupção e a tecnicalidade contra a inflação lhes permitem seguir roubando a nação.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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