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Opinião

O fim melancólico da república de Curitiba

Ministério Público do Paraná pediu a cassação do mandato do Moro.

Ou seja, isso corresponde a dizer que o estilo em intima harmonia entre Moro e as instituições de justiça paranaenses, findou-se.

O que era quase uma lei biológica entre Lava Jato e o sistema de justiça da República de Curitiba, foi para o vinagre. Paraná agora, para o lavajatismo, é terreno alagadiço. A arrogância atmosférica que ali pairava e dominava, foi-se. Uma justiça caseira, onde Moro fez moradia, acabou.

Sergio Moro foi traído pela velhíssima questão da ambição. O novo ambiente político fez o ex-juiz se esquecer da sua retaguarda. Estava demasiadamente deslumbrado.

Sem estilo próprio, incapaz de manter a fisionomia heroica de seus tempos de reinado na República de Curitiba, Moro perdeu tudo.

A expressão de seu olhar, é de quem, examinando o espelho, percebe que a cara caiu, o “herói” apodreceu, e seu enterro é inevitável. Hoje, até os holofotes e microfones da Globo, sua criadora, lhe são negados. Moro não tem mais nada, tudo se reduziu a pó.

Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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