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Política

Lula ou a extrema direita

As que seriam alternativas de centro praticamente desapareceram, escreve Emir Sader.

A extrema direita retoma sua ofensiva contra Lula, contando com a participação ativa dos meios de comunicação. Ela sabe que, se não destruir a imagem de Lula, não tem possibilidades de retornar ao governo.

Por isso, joga todas as suas cartas nas insinuações de todo tipo contra Lula, no que conta com os meios de comunicação, que diariamente se encarregam de levantar críticas sem nenhum fundamento ao presidente. Desde que Lula teria feito declarações indevidas até que não teria se pronunciado sobre temas de preferência da direita.

As que seriam alternativas de centro praticamente desapareceram. Os tucanos, que tradicionalmente haviam polarizado com o PT a cena política durante várias décadas, desapareceram como partido político, restando apenas o governador de um estado. A direita se deixou levar pela extrema direita. À esquerda do PT, o Psol, que havia surgido com a ideia de que o PT estava equivocado e Lula fracassaria, fracassou ele, porque o PT não estava errado e Lula não fracassou.

Essa polarização entre a extrema direita e o PT marca profundamente a situação política brasileira. Diante da hegemonia das políticas neoliberais adotadas pelo capitalismo neste período histórico, o PT propõe a prioridade das políticas sociais, o fortalecimento do Estado, a retomada do desenvolvimento econômico.

Essas políticas permitiram que a economia brasileira voltasse a crescer, que o nível de emprego passasse a ser o mais alto que o país conheceu, a democracia se consolidou. No entanto, esse resgate da economia brasileira e da própria democracia não se traduz – em algumas das pesquisas, pelo menos – em apoio mais amplo ao governo. Segundo estas, o nível de rejeição de Lula teria aumentado e o apoio à direita estaria em um processo de aumento.

A extrema direita concentra seus ataques contra a política e a democracia, identificados com o PT. Nas velhas, mas sempre reiteradas acusações de corrupção a Lula e ao PT, que reforçam a ideia de desqualificação da política e do Estado.

Ao mesmo tempo, a extrema direita ataca as reivindicações das minorias, o feminismo, entre elas, mas também as reivindicações dos negros, dos homossexuais.

O que surpreende é que Lula e o PT têm um legado, de vários governos, que diminuíram as desigualdades no país, enquanto o legado da direita – o de Bolsonaro – é totalmente negativo, de todos os pontos de vista.

*Emir Sader/247

Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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