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Os palestinos de Gaza não têm para onde ir

Após ter deslocado palestinos para o sul de Gaza, Israel agora ataca Rafah, após ter destruído toda a Faixa, deixando os palestinos sem ter para onde fugir.

No dia 9 de fevereiro de 2024, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que seu exército invadiria Rafah, a última cidade remanescente em Gaza não ocupada pelos israelenses. A maioria dos 2,3 milhões de palestinos que vivem em Gaza fugiram para a sua fronteira sul com o Egito depois de serem informados pelos israelenses, no dia 13 de outubro de 2023, que o norte deveria ser abandonado e que o sul seria uma “zona segura”. Quando os palestinos do norte, especialmente da cidade de Gaza, começaram a marcha para o sul – muitas vezes a pé – foram atacados pelas forças israelenses, que não lhes deram passagem segura. Os israelenses disseram que tudo o que estivesse ao sul de Wadi Gaza, que divide a estreita Faixa de Gaza, seria seguro, mas quando os palestinos se deslocaram para Deir-al-Balah, Khan Younis e Rafah, depararam-se com jatos israelenses os seguindo e com as tropas israelenses os perseguindo. Agora, Netanyahu disse que suas forças entrarão em Rafah para combater o Hamas. Em 11 de fevereiro, Netanyahu disse à NBC News que os israelenses forneceriam “passagem segura para a população civil” e que não haveria “catástrofe”.

Catástrofe

O uso da palavra “catástrofe” é significativo. Essa é a tradução aceita em português da palavra “nakba”, utilizada desde 1948 para descrever a remoção forçada, naquele ano, de metade da população palestina de suas casas. O uso do termo por Netanyahu se dá depois de altos funcionários do governo israelense já terem falado de uma “Nakba de Gaza” ou de uma “Segunda Nakba”. A utilização dessas frases fez parte do requerimento da África do Sul à Corte Internacional de Justiça (CIJ) em 29 de dezembro de 2023, alegando que fazem parte das “expressões de intenção genocida contra o povo palestino por parte de autoridades do Estado israelense”. Um mês depois, a CIJ disse que havia evidências “plausíveis” de genocídio sendo conduzido em Gaza, destacando as palavras das autoridades israelenses. Uma das autoridades, o ministro da Defesa israelense Yoav Gallant, disse: “Eu suspendi todas as restrições [para a ação militar]” (o que foi citado tanto na queixa sul-africana quanto na ordem da CIJ).

Netanyahu disse que não haveria “catástrofe” depois que mais de 28 mil palestinos foram mortos e depois que dois milhões dos 2,3 milhões de palestinos em Gaza foram deslocados, o que é intrigante. Desde a ordem da CIJ, o exército israelense matou quase 2 mil palestinos. O exército israelense já começou a atacar Rafah, uma cidade com uma densidade populacional de 22 mil pessoas por quilômetro quadrado. Em resposta ao anúncio israelense de que entrariam na cidade de Rafah, o Conselho Norueguês para Refugiados (NRC) – um dos poucos grupos que operam na parte sul de Gaza – declarou que essa invasão “poderia levar a resposta humanitária a um colapso”. O NRC avaliou nove dos abrigos existentes em Rafah, que abrigam 27,4 mil civis, e descobriu que os residentes não têm água potável. Como os abrigos estão extenuados, operando com 150% da capacidade, centenas de palestinos estão vivendo nas ruas. Em cada uma das áreas estudadas pelo NRC, os refugiados palestinos foram acometidos por hepatite A, gastroenterite, diarreia, varíola, piolhos e gripe. Devido ao colapso dessa resposta humanitária do NRC e das Nações Unidas – cuja agência UNRWA perdeu seu financiamento e está sob ataque dos israelenses – a situação se deteriorará ainda mais.

Passagem segura

Netanyahu diz que seu governo fornecerá uma “passagem segura” aos palestinos. Essas palavras têm sido ouvidas pelos palestinos desde meados de outubro, quando lhes foi ordenado que continuassem indo para o sul para evitar que fossem mortos pelos bombardeios israelenses. Ninguém acredita em nada do que Netanyahu diz. Saleem, um agente de saúde palestino, me disse que não consegue imaginar nenhum lugar seguro em Gaza. Ele chegou ao bairro de al-Zohour, em Rafah, vindo de Khan Younis, caminhando com a família, desesperado para sair do alcance das armas israelenses. “Para onde vamos agora?”, ele me pergunta. “Não podemos entrar no Egito. A fronteira está fechada. Portanto, não podemos ir para o sul. Não podemos entrar em Israel, porque isso é impossível. Devemos ir para o norte, de volta a Khan Younis e à Cidade de Gaza?”

Saleem se lembra que, quando chegou a al-Zohour, os israelenses atacaram a casa do Dr. Omar Mohammed Harb, matando 22 palestinos (entre eles, cinco crianças). A casa foi destruída. O nome do Dr. Omar Mohammed Harb me marcou porque me lembrei de que há dois anos sua filha Abeer se casaria com Ismail Abdel-Hameed Dweik. Um ataque aéreo israelense ao campo de refugiados de Shouhada havia matado Ismail em agosto de 2022. Abeer foi morta no ataque à casa de seu pai, que era um refúgio para os que fugiam do norte. Saleem mudou-se para essa área de Rafah. Agora ele está inquieto. “Para onde ir?”, ele pergunta.

Domicídio

Em 29 de janeiro de 2024, o relator especial da ONU sobre o direito à moradia adequada, Dr. Balakrishnan Rajagopal, escreveu um forte ensaio no The New York Times intitulado “Domicídio: a destruição em massa de casas deve ser um crime contra a humanidade”. Acompanhando seu artigo, havia um ensaio fotográfico de Yaqeen Baker, cuja casa foi destruída em Jabalia (norte de Gaza) pelo bombardeio israelense. “A destruição de casas em Gaza”, escreveu Baker, “tornou-se comum, assim como o sentimento de que ‘o importante é que você esteja seguro – todo o resto pode ser substituído'”. Essa é uma avaliação compartilhada em Gaza entre aqueles que ainda estão vivos. Mas, como diz o Dr. Rajagopal, a escala da destruição de moradias em Gaza não deve ser considerada um fato natural. Trata-se de uma forma de “domicídio”, um crime contra a humanidade.

O ataque israelense a Gaza, escreve o Dr. Rajagopal, é “muito pior do que o que vimos em Dresden e Roterdã durante a Segunda Guerra Mundial, onde cerca de 25 mil casas foram destruídas em cada cidade”. Em Gaza, segundo ele, mais de 70 mil unidades habitacionais foram totalmente destruídas e 290 mil foram parcialmente danificadas. Nesses três meses sob fogo israelense, ele observa, “um número chocante de 60% a 70% das estruturas em Gaza e até 84% das estruturas no norte de Gaza foram danificadas ou destruídas”. Devido ao domicídio, não há lugar para onde os palestinos de Rafah possam ir caso sigam para o norte. Suas casas foram destruídas. “Essa destruição de Gaza como um lugar”, reflete o Dr. Rajagopal, “apaga o passado, o presente e o futuro de muitos palestinos.” Essa declaração do Dr. Rajagopal é um reconhecimento do genocídio que está ocorrendo em Gaza.

Enquanto falo com Saleem, o som do avanço israelense pode ser ouvido à distância. “Não sei quando poderemos falar em seguida”, diz ele. “Não sei onde estarei.”

(*) Vijay Prashad é um historiador, editor e jornalista indiano. É redator bolsista e correspondente-chefe da Globetrotter. É editor da LeftWord Books e diretor do Tricontinental: Institute for Social Research. Escreveu mais de 20 livros, incluindo The Darker Nations e The Poorer Nations. Seus livros mais recentes são Struggle Makes Us Human: Learning from Movements for Socialism e (com Noam Chomsky) The Withdrawal: Iraq, Libya, Afghanistan, and the Fragility of U.S. Power.

*Opera Mundi

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Irlanda e Espanha pedem à UE rever cooperação com Israel devido a massacre em Gaza

Primeiros-ministros dos dois países entregaram documento em conjunto solicitando investigação sobre possíveis violações aos direitos humanos e exigindo criação do Estado palestino.

A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, recebeu nesta quarta-feira (14/02) um documento assinado conjuntamente por Irlanda e Espanha propondo uma revisão do principal acordo de cooperação do bloco com o Estado de Israel.

O pedido, assinado pelo primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez e por seu homólogo irlandês Leo Varadkar, defende a abertura de uma investigação sobre os possíveis “crimes de guerra” e “violações aos direitos humanos” cometidas por militares israelenses durante os mais de quatro meses de bombardeios e ataques terrestres ao território palestino da Faixa de Gaza.

O texto da solicitação fala em “situação humanitária insustentável” e alerta para o “risco de uma catástrofe ainda maior a partir da expansão das operações em Rafah”.

Esse trecho se refere aos ataques iniciados durante o fim de semana, na cidade próxima à fronteira entre Gaza e o Egito, onde estão abrigados, como refugiados, uma grande parte dos palestinos que ficaram desabrigados devido à destruição promovida pela ofensiva militar israelense.

Em seguida, o documento exigir que as autoridades europeias “atuem urgentemente em relação à crise em Gaza”.

Nesse sentido, a proposta conjunta de Dublin e Madri consiste em avaliar as diretrizes do Acordo de Associação entre a União Europeia e o Estado de Israel, que sustenta a cooperação entre Bruxelas e Tel Aviv em aspectos econômicos, energéticos e militares, mas que também estabelece obrigações em termos de direitos humanos e princípios democráticos a serem cumpridos.

Na avaliação dos solicitantes, “é preciso verificar se Israel está cumprindo com suas obrigações dispostas no acordo”.

Em uma publicação em suas redes sociais, Sánchez mencionou a solicitação conjunta com a Irlanda, dizendo que “o compromisso da União Europeia com os direitos humanos e a dignidade das pessoas não pode ter exceções”.

*Victor Farinelli/Opera Mundi

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Embaixador russo afirma que adesões ao BRICS representam uma ‘nova ordem mundial’

Diplomata reconheceu que integração do Irã, Egito, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos ao BRICS contribui para redução da influência ocidental no mundo.

A adesão do Irã, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, e Emirados Árabes Unidos ao BRICS reflete a “formação de uma ordem mundial mais democrática e justa”, afirmou o embaixador da Rússia no Irã, Aleksei Dedov, em entrevista à Sputnik.

“A adesão do Irã e de outros novos membros à associação reforça a parceria estratégica e a posição internacional do BRICS”, declarou o representante russo.

Segundo sua análise, “as relações internacionais estão passando por uma profunda transformação” que culminam nas mudanças para uma nova ordem mundial.

O embaixador ressaltou que o Irã reconhece a necessidade de diminuir a “influência dos países ocidentais nos assuntos mundiais”.

“Tal qual a Rússia, o Irã acredita que o multilateralismo deve ser desenvolvido em vários formatos nos quais trabalham pessoas com ideias semelhantes”, destacou o diplomata.

Dedov também falou sobre o empenho da Rússia em desenvolver cooperações com o Irã, agora membro do bloco anteriormente formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, desde janeiro de 2024.

*Sputnik

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Ignorando apelos internacionais, Israel ataca Rafah e mata mais de 100 palestinos

Países aliados e opositores ao governo Netanyahu alertaram para perigos de ofensiva na cidade fronteiriça com Egito, que abriga mais de 1,4 milhão de palestinos refugiados.

Avançando o plano de guerra em ocupar a cidade de Rafah, cidade fronteira com o Egito, Israel realizou ataques aéreos que mataram mais de 100 palestinos na manhã desta segunda-feira (12/02), segundo o Ministério de Saúde da Faixa de Gaza.

A pasta informou que mais de 230 pessoas ficaram feridas nos ataques localizados no centro e norte de Rafah, que atingiram cerca de 14 casas de civis e três mesquitas.

A maioria dos atingidos são mulheres e crianças, algumas das quais foram levadas para o Hospital do Kuwait – um dos poucos que ainda estão em funcionamento na região, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Além de não funcionar em sua plena capacidade, as autoridades dos centros de saúde alertaram que não têm suprimentos suficientes para cuidar do grande número de feridos.

Os bombardeamentos contra Rafah ocorrem após a ordem do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para uma incursão na região, que abriga mais de 1,4 milhão de palestinos refugiados da Faixa de Gaza após as ordens de evacuação.

Apesar de ser o destino das vítimas da guerra, a cidade de Rafah não está estruturada para recebê-las. Segundo Nebal Farsakh, porta-voz do Crescente Vermelho Palestino, informou que há atualmente 16 mil pessoas por quilômetro quadrado na cidade. Famílias vivem encurraladas contra a cerca da fronteira com o Egito e em tendas improvisadas.

“Não há mais lugar em Gaza para onde os palestinos possam ir”, declarou o representante sobre a justificativa de Israel para atacar Rafah, afirmando que faria um “plano duplo” para a evacuação de civis e atacar militantes do Hamas na região.

Outra organização humanitária, os Médicos Sem Fronteiras, declararam que a ofensiva terrestre de Israel em Rafah “seria catastrófica e não deve prosseguir”.

https://twitter.com/MSF/status/1756951702316400659?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1756951702316400659%7Ctwgr%5Ef81fc6eb2b0523cfb8b93ecd63dd14562c4491cb%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Foperamundi.uol.com.br%2Fpermalink%2F85541

“À medida que o bombardeamento aéreo da área continua, mais de um milhão de pessoas, muitas delas vivendo em tendas e abrigos improvisados, enfrentam agora uma escalada dramática no massacre em curso”, escreveu a diretora geral do MSF, Meinie Nicolai.

Pressão internacional

Diversos países manifestaram-se contra a ofensiva de Israel contra Rafah, inclusive o maior aliado de Netanyahu, os Estados Unidos. O presidente norte-americano Joe Biden, disse que a resposta de Israel aos ataques de 7 de outubro da resistência palestina foi “exagerada”, afirmando que não apoiaria nenhuma operação militar lançada em Rafah sem a devida consideração pelos civis.

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, também alertou sobre as consequências de uma ofensiva terrestre do Exército israelense contra o sul da Faixa de Gaza.

Aboul Gheit assegurou que forçar estes cidadãos a fugir de Gaza para o Egito é uma violação do direito internacional e, além disso, ultrapassa as linhas vermelhas da segurança nacional, denunciando uma “política de limpeza étnica” de Israel.

Com os ataques efetuados na manhã desta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia afirmou, em comunicado, que os bombardeios fazem “parte de um plano para expulsar o povo de Gaza das suas próprias terras”.

“Apelamos à comunidade internacional, em particular ao Conselho de Segurança da ONU, para que tome as medidas necessárias para deter Israel”, completou o documento.

Por sua vez, o Reino Unido, por meio do Secretário de Relações Exteriores, apelou para a suspensão da ofensiva em Rafah e um possível cessar-fogo.

“Estamos muito preocupados com a situação e queremos que Israel pare e pense muito seriamente antes de tomar qualquer medida adicional. Mas acima de tudo, o que queremos é uma pausa imediata nos combates e queremos que essa pausa conduza a um cessar-fogo”, disse ele à imprensa britânica.

Já o Hamas posicionou-se sobre os ataques, afirmando que esta é “uma continuação da guerra genocida” de Israel contra o povo palestino.

Resgate de dois reféns

Segundo o exército de Israel, dois reféns feitos pelo Hamas em 7 de outubro foram resgatados também nesta segunda-feira (12/02): Louis Norberto Har, de 70 anos, e Fernando Simon Marman, de 60 anos.

Com as novas libertações, somadas às dezenas de pessoas que foram resgatadas durante uma semana de trégua em novembro, os soldados israelenses estimam que ainda restem 134 cidadãos cativos pelo Hamas em Gaza.

Neste domingo (11/02), Israel declarou que as operações em Rafah possibilitam um “acordo realista” pela libertação dos reféns.

No entanto, tal afirmação foi contradita pelo Hamas, que ameaçou o sucesso das negociações para libertação dos reféns caso houvesse ofensivas em Rafah.

Com os novos ataques, o grupo palestino ainda não pronunciou-se sobre a continuação ou suspensão do acordo.

*Opera Mundi

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OTAN defende intensificar produção de armas e preparar ‘confronto de décadas’ contra a Rússia

Secretário-geral Jens Stoltenberg afirmou que países membros da aliança militar devem ‘reconstruir e expandir mais rapidamente’ sua base industrial.

Em coletiva ao jornal alemão Welt am Sonntag, publicada neste sábado (10/02), o diplomata norueguês Jens Stoltenberg, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), afirmou que os países membros da aliança militar foram aconselhados a incrementar a produção de armas nos próximos anos.

Segundo o chefe da OTAN, esse reforço na fabricação de novos armamentos deve ter como objeto a preparação para um possível “confronto de décadas” contra a Rússia.

“A OTAN não procura uma guerra com a Rússia, mas devemos nos preparar para um confronto que poderá durar décadas”, explicou Stoltenberg.

Em outro trecho da entrevista, o diplomata norueguês disse que os países da aliança devem “reconstruir e expandir sua base industrial o mais rapidamente, para aumentar o fornecimento à Ucrânia e reabastecer suas reservas próprias”.

Jens Stoltenberg afirma que países de Otan devem se preparar para possível conflito prolongado contra a Rússia
“Isso significa passar do atual ritmo de produção mais lento, típico de tempos de paz, para uma produção rápida, mais adequada a tempos de conflito”, ressaltou.

Polêmica surgida na Alemanha

As declarações de Stoltenberg surgem em meio a um debate que acontece principalmente na Alemanha, após o ministro da Defesa desse país, Boris Pistorius, afirmar que Berlim está se preparando para um possível ataque de Moscou.

“A dissuasão é o único meio eficaz de se posicionar antecipadamente contra um agressor. Se formos atacados, devemos ser capazes de travar uma guerra. Isso é crucial. Temos de nos preparar para isso”, afirmou o ministro germânico.

*Opera Mundi

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‘Mundo está entrando na era do caos’, diz secretário-geral da ONU

Em seu discurso anual de apresentação das prioridades ao Conselho de Segurança, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que as guerras e conflitos ao redor do mundo estão criando uma realidade “perigosa e imprevisível”.

“Para milhões de pessoas envolvidas em conflitos em todo o mundo, a vida é um inferno mortal diário e faminto”, disse Guterres na Assembleia Geral da ONU.

Segundo o secretário-geral, o que descreveu como “era do caos” significa a criação de uma “perigosa e imprevisível situação de vale-tudo”, em um momento que o Conselho de Segurança vive um “impasse por fissuras geopolíticas”.

Entre as questões que dividem o conselho, Guterres destacou a guerra de Israel na Faixa de Gaza. Ele acrescentou que esteve inquieto com as pretensões de Israel em concentrar sua ofensiva na região sul de Gaza, onde mais de um milhão de pessoas estão desabrigadas enquanto a localidade sofre com ataques aéreos e terrestres.

“Tal ação aumentaria exponencialmente o que já é um pesadelo humanitário, com consequências regionais incalculáveis”, alertou.

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Caso Assange: ONU alerta que fundador do Wikileaks pode sofrer tortura se extraditado aos EUA

Especialista das Nações Unidas sobre Tortura teme que fundador do Wikileaks sofra maus-tratos e punições nos Estados Unidos.

A relatora especial da ONU sobre Tortura, Alice Edwards, pediu nesta terça-feira (06/02) que Reino Unido suspenda a possível extradição de Julian Assange para os Estados Unidos, que pode ser decidida neste mês de fevereiro.

Ela apelou às autoridades britânicas para que considerem o apelo do ativista e fundador do WikiLeaks com base em suspeitas de que, se extraditado, corre o risco de sofrer tortura ou outras formas de maus-tratos e punições.

Edwards também relatou o delicado estado de saúde do jornalista, que “sofre de um transtorno depressivo recorrente e de longa data”, informando que é “avaliado como estando em risco de suicídio” caso sua extradição ocorra.

Nos Estados Unidos, Assange enfrenta inúmeras acusações, inclusive de espionagem, por supostas liberações ilegais de telegramas e documentos diplomáticos via página online conhecida como WikiLeaks.

As acusações do governo norte-americano contra Assange são relacionados aos vazamentos de documentos do Pentágono sobre a atuação dos Estados Unidos no Iraque e do Afeganistão.

“Se for extraditado, Assange poderá ser detido em isolamento prolongado enquanto aguarda julgamento. Se condenado, ele poderá ser sentenciado a até 175 anos de prisão”, alertou Edwards.

Para a especialista da ONU, o risco de ser colocado em confinamento solitário prolongado, apesar do seu precário estado de saúde mental, e de receber “uma sentença potencialmente desproporcional levanta questões sobre se a extradição de Assange para os Estados Unidos seria compatível com as obrigações internacionais do Reino Unido em matéria de direitos humanos”.

A relatora especial da ONU argumenta que os Estados Unidos podem falhar em garantir os direitos de Assange, afirmando que suas “garantias diplomáticas não são suficientes para proteger Assange contra tal risco”.

Assim, Edwards fez um apelo ao governo do Reino Unido para que reveja a ordem de extradição de Assange a fim de garantir “o pleno cumprimento da proibição absoluta e inderrogável de retorno forçado à tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes”.

Ela pediu ainda que as autoridades britânicas tomem todas as medidas necessárias para “salvaguardar a saúde física e mental de Assange”.

Um último recurso interno, após uma longa batalha legal sobre a extradição de Assange, está agendada para ocorrer no Supremo Tribunal de Londres, de 20 a 21 de fevereiro.

Julian Assange enfrenta 18 acusações criminais nos Estados Unidos pelo seu alegado papel na obtenção e divulgação ilegal de documentos confidenciais relacionados com a defesa nacional, incluindo provas que expõem alegados crimes de guerra. Ele está detido no Reino Unido desde 2019, na prisão de segurança máxima de Belmarsh.

*Opera Mundi

 

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Vídeo: A verdade sobre as mentiras dos sionistas de Israel

“Essa é uma das maiores fraudes da história. Uma campanha de propaganda para justificar a aniquilação de Gaza”

Bebês decapitados? Esqueça tudo que ouviu sobre o 07 de outubro.

Jeremy Scahill, do @theintercept, investigou os arquivos de “israel”. É tudo mentira. Obrigatório.

https://twitter.com/FepalB/status/1755292415953416365

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Polônia posiciona aviões após bombardeios russos perto de fronteira

Depois de ataques com mísseis contra o território ucraniano em uma região próxima à fronteira com a Polônia, as Forças Armadas do país decidiram posicionar aeronaves para monitorar as movimentações dos russos, nesta quarta-feira (7/2).

A Rússia bombardeou diversas regiões da Ucrânia nesta quarta, entre elas a capital Kiev — que recebe Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia (UE). Ao todo, até o momento, os ataques aéreos deixaram quatro mortos e 19 feridos.

No entanto, o alerta do governo polaco acendeu após um dos mísseis balísticos russos chegarem à parte ocidental da Ucrânia, em Lviv, que registrou um incêndio. Esse território faz fronteira com a Polônia.

Imagem colorida de mapa mundi que mostra partes da Polônia e da Ucrânia - Metrópoles

O país ainda informou que já pôs em prática “todos os procedimentos necessários para garantir a segurança do espaço aéreo polaco”. Os militares seguem monitorando a região.

“Gostaríamos de informar que está sendo observada a intensa atividade de aviação da Federação Russa, relacionada a ataques de mísseis no território da Ucrânia”, diz trecho de comunicado do Comando Operacional das Forças Armadas polacas.

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Presidente argentino, Javier Milei, chegou nesta terça-feira a Israel e anunciou o plano, sendo que a sede diplomática se encontra atualmente em Tel Aviv

O presidente da Argentina, Javier Milei, confirmou nesta terça-feira (06/02) a intenção de mudar a sede da embaixada do seu país em Israel, que atualmente se encontra em Tel Aviv, para a cidade de Jerusalém.

A medida foi anunciada após a chegada do político de extrema direita em solo israelense, onde foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores, Israel Katz.

“Quero agradecer-lhe por ter reconhecido Jerusalém como capital de Israel e por ter anunciado a transferência da embaixada argentina para Jerusalém, capital do povo judeu e do Estado de Israel”, disse Katz, segundo nota oficial.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, agradeceu Milei pela decisão de mudar a sede da embaixada, enfatizando que o argentino havia cumpriu uma promessa realizada durante a campanha presidencial. Os dois líderes devem se reunir pessoalmente nesta quarta-feira (07/02).

Entre os países que possuem relações diplomáticas com Israel, a maioria mantém suas embaixadas em Tel Aviv, uma vez que a cidade de Jerusalém é disputada politicamente por israelenses e palestinos – a Autoridade Nacional Palestina (ANP) reivindica Jerusalém Oriental como capital do Estado palestino.

Nos últimos anos, governos de extrema direita tomaram a mesma medida anunciada por Milei nesta terça, buscando uma maior aproximação com Israel. O caso mais notório foi o dos Estados Unidos, em 2017, quando o então mandatário Donald Trump realizou esse movimento – que foi revertido posteriormente pelo atual presidente Joe Biden.

Em 2019, antes de realizar sua primeira visita a Israel, o então presidente brasileiro Jair Bolsonaro chegou a prometer a mudança da embaixada do país para Jerusalém. Porém, a viagem terminou com a inauguração de um escritório comercial na cidade.

Entre os países que possuem embaixadas em Jerusalém estão Guatemala, Honduras e Kosovo.

Outros objetivos da viagem de Milei

A visita do presidente argentino a Israel também tem como objetivo fortalecer as relações do país com o governo de Benjamin Netanyahu, que também é sustentado por uma aliança de extrema direita.

A intenção de Milei em se aproximar de Israel durante a campanha foi observada não somente pela promessa da mudança de embaixada como também pelo uso da bandeira israelense em diversas aparições públicas.

Após o início da ofensiva militar israelense contra a Faixa de Gaza, o ainda candidato presidencial chegou a dizer que as “forças do céu” apoiam os bombardeios realizados por Tel Aviv contra o território palestino.

Poucos depois de assumir o cargo, Milei fez com que a Argentina retirasse seu voto a favor de uma resolução de cessar-fogo na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), e passasse à abstenção.

Além disse, o mandatário argentino tenta se converter ao judaísmo. Sua visita a Israel inclui encontros com rabinos em Israel e um roteiro por locais judaicos turísticos em Jerusalém. O político de extrema direita ficará no país até a próxima quinta-feira (08/02).