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Política Preconceito e racismo

Padre Júlio Lancellotti recebe ameaça e provoca onda de solidariedade e indignação nas redes

O padre Júlio Lancellotti, que há décadas atua no auxílio à população de rua da capital paulista, recebeu neste domingo (27) uma nova ameaça, conforme ele próprio relatou pelo X, antigo Twitter.

Um bilhete deixado em frente à sua igreja diz: “padreco de m*rda. Pensa que aki [sic] é partido político. Defensor dos direitos dos bandidos. Petista vagabundo. Usa o povo pra [sic] te favorecer. Seu dia de reinado aki [sic] vai acabar. Pode esperar”.

O religioso compartilhou foto do bilhete e recebeu uma onda de mensagens de solidariedade e apoio.

*Com 247

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Opinião Preconceito e racismo

Aliados tentam se descolar e ensaiam disputa por espólio de Bolsonaro

De olho em 2026, Tarcísio e Zema se distanciam após fracasso de intentona fascista.

Jair Bolsonaro não está morto, mas suas ações despencaram no mercado futuro. O capitão saiu das urnas com 58 milhões de votos e uma tropa reforçada no Congresso. Três meses depois, amarga um cerco judicial e começa a ser abandonado por aliados.

O Supremo incluiu o ex-presidente no inquérito que investiga os ataques golpistas do 8 de Janeiro. Em outra frente, o TSE acrescentou novas provas aos processos a que ele responde por crimes eleitorais.

Com o fracasso da intentona fascista, Bolsonaro pode ser preso e ficar inelegível — não necessariamente nesta ordem. Isso precipitou a disputa por seu possível espólio em 2026.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deu os primeiros passos para se descolar do padrinho. No dia seguinte ao quebra-quebra, foi ao Planalto e trocou amabilidades com Lula. Dois dias depois, posou sorridente ao lado do petista.

O mineiro Romeu Zema divulgou nota contra os “inaceitáveis atos de vandalismo”. “No final, quem pagará seremos todos nós”, acrescentou.

O ex-vice-presidente Hamilton Mourão começou a se reposicionar antes mesmo do quebra-quebra. No último dia de mandato, aproveitou a viagem de Bolsonaro para atacá-lo em cadeia nacional de rádio e TV.

Tarcísio, Zema e Mourão se elegeram com o voto bolsonarista, mas nenhum deles derramará uma lágrima se o capitão for impedido de concorrer em 2026.

O desafio da trinca é se desvincular do ex-presidente sem perder a conexão com seu eleitorado. A derrocada dos ex-bolsonaristas João Doria e Wilson Witzel já mostrou que essa tarefa não é para amadores.

Nos últimos dias, os três presidenciáveis fizeram malabarismo para provar às suas bases que não viraram comunistas. Mourão esbravejou com o Supremo e criticou a “detenção indiscriminada” de extremistas. Zema foi mais ousado: sugeriu que Lula teria feito “vista grossa” para os criminosos que tentaram derrubá-lo.

Tarcísio não embarcou no besteirol, mas também deu uma piscadela para a extrema direita. Depois de acomodar um cunhado de Bolsonaro, deu emprego público a um coronel denunciado nos processos do massacre do Carandiru.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Preconceito e racismo

Artilheiro da Copa, Mbappé sofre ataques transfóbicos por relação com modelo francesa

Um dos melhores jogadores do mundo, o craque de 23 anos tem pai camaronês e mãe argelina e sofre seguidamente ataques xenófobos. Ele tem 5 gols na Copa, sendo o artilheiro isolado do torneio.

Mbappé ou Kylian Sanmi Mbappé Lottin tem sido alvo constante de ataques racistas e xenofóbicos desde muito jovem. A partir de maio passado, à lista acrescentou-se a perseguição por sua relação com a modelo transexual Ines Rau. Ele é candidato a ser eleito o craque da Copa e, na tarde deste domingo (4), já era o artilheiro do torneio, com cinco gols.

A perseguição teve um episódio de enorme repercussão no Catar, já durante a Copa. Numa transmissão da emissora “TyC Sports”, um grupo de torcedores da Argentina entoou uma canção que continha frases discriminatórias a Mbappé tanto pelo caso com Rau, quanto pela origem da família do atacante.

“Eles jogam na França mas são todos de Angola. Que lindo vão correr, comem travestis como o p**** do Mbappé. Sua velha é nigeriana, seu velho é camaronês, mas no documento é naturalizado francês”, diz trecho da música. O vídeo viralizou e gerou uma onda de indignação nas redes.
Solidariedade a Pierre Webó

Mbappé tem tido uma postura firme de combate ao racismo e tem se recusado a falar sobre a relação com Rau.

Jogo válido pela última rodada da fase de grupos da Uefa Champions League em 8 de dezembro de 2020 foi suspenso depois de ato de racismo do quarto árbitro contra Pierre Webó, integrante da comissão técnica do time turco do Basaksehir

Tanto os jogadores do time turco como os do Paris Saint-Germain, de Mbappé, recusaram-se a continuar com o jogo depois do ato racista do quarto árbitro Sebastian Coltescu.

Nas entrevistas de pós-jogo no dia seguinte, quando a partida foi retomada, Mbappé foi enfático ao dizer: “Estamos cansados, não queremos passar por isso novamente”. E acrescentou: “É claro que estou orgulhoso do que fizemos. Não ficamos decepcionados em não jogar. Tomamos aquela decisão, estamos orgulhosos. Muitas coisas foram ditas, mas, na verdade, não há nada melhor do que a ação”.
Ines Rau

Mbappé e Ines Rau foram vistos pela primeira vez em maio, em Cannes e depois foram flagrados por paparazzis em um iate do craque. A notícia também foi dada pelo jornal espanhol ‘Marca’ e reproduzida por várias mídias da Europa.

Ines Rau ficou famosa por ser a primeira modelo trans a aparecer na capa da revista Playboy, ainda em 2017. Ela é filha de pais argelinos.

Aos 16 anos ela passou por uma cirurgia de mudança de sexo. No entanto, somente aos 24 teve coragem de expor sua história publicamente. No ano de 2018, a modelo lançou uma autobiografia intitulada “Mulher”.

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