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Vídeo: Bolsonaro e sua horda de celerados transformaram o Santuário de N. Sra Aparecida no Capitólio

Sejamos francos, a baderna, comandada pelo ex-capitão do exército, expulso das Forças Armadas por baderna, foi uma reprodução do que ocorreu no Capitólio, EUA. Só não foram adiante na agressão à imagem de Nossa Senhora Aparecida, porque os fieis, que nada tinham a ver com aquela bandalha verde e amarela, reagiram em apoio ao padre e ao arcebispo.

Isso dá dimensão e peso do que Bolsonaro quer fazer por onde passar, seja do ponto de vista da política, da justiça ou da própria religiosidade, porque ali havia sim o intuito de desclassificar a imagem da padroeira do Brasil.

Aquela horda, que atacou inclusive funcionários da TV Aparecida, num ato de vandalismo religioso, sabia perfeitamente bem o que estava fazendo, e fez justamente para isso, desmoralizar a igreja católica e a divindade que Nossa Senhora Aparecida representa para o povo brasileiro.

Não existe meio bandalha, meio arruaceiro, meia orgia, Bolsonaro e seus comandados agem exatamente como esses grupos chamados de “novo cangaço” em que barbarizam uma cidade do interior para levar o pânico à população, utilizando as formas mais vis de violência. É disso que trata a invasão dos saqueadores do santuário de Aparecida, a padroeira do Brasil.

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Política

“Padres contra o fascismo” assinam carta contra “profanação” de Bolsonaro

Após Bolsonaro aparecer no Santuário Nacional de Aparecida no Dia da Padroeira, comemorado em 12 de outubro, um grupo de mais de 400 padres da Igreja Católica assinou um manifesto condenando a “profanação” do presidente ao templo religioso.

Referendado pelos “Padres da Caminhada” e “Padres contra o Fascismo”, o documento foi encaminhado ao reitor do Santuário de Aparecida e ao arcebispo Dom Orlando Brandes, que fez uma pregação cheia de indiretas a Bolsonaro, afirmando, por exemplo, que para “ser pátria amada não pode ser pátria armada”.

No texto, os clérigos classificam como um “escândalo” a leitura do livro de Ester pelo presidente: “O que ele menos demonstra querer é o bem de seu povo (Est 7,3)”, escrevem. “Rezou em nome desse povo a consagração a Nossa Senhora Aparecida. Dizíamos um escândalo, mas, por tudo o que aconteceu, é melhor usar a palavra ‘profanação’”, continuam.

“Sim, o Sr. Jair Bolsonaro profana a fé no Deus da vida fazendo uso dela para meros fins politiqueiros e vilipendia o Evangelho de Jesus de Nazaré que veio para que todos “tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). E não pela primeira vez, basta relembrar sua ida a uma missa em Brasília durante a qual recebeu a Eucaristia”, afirmam ainda os religiosos.

Eles questionam, também, como Bolsonaro pode se dizer católico, sendo que foi batizado nas águas do Rio Jordão, em Israel, em 2016, pelo presidente do PSC, Pastor Everaldo (que depois viria a ser preso por corrupção). Além disso, perguntam como ele pode “bradar pelos princípios cristãos da ‘família tradicional’, uma vez que em sua vida pessoal não dá provas de que acredita verdadeiramente neles, como quando ainda era parlamentar e mantinha uma residência oficial na capital federal ‘para comer gente’?”

Os religiosos também criticam a consagração feita por ele do povo brasileiro à Mãe Aparecida, já que, por diversas vezes, Bolsonaro manifestou inúmero descaso pela população, “especialmente pelos povos originários, pelos afrodescendentes, pelas mulheres, pelas e pelos LGBTQIA+.”

Leia a carta na íntegra

A visita de Jair Bolsonaro ao Santuário Nacional de Aparecida

Somamos nossa indignação à de muitas e muitos que professam a fé católica. A causa dessa indignação é a leitura e a oração de consagração a Nossa Senhora Aparecida feitas pelo Sr. Jair Messias Bolsonaro, em uma missa vespertina no Santuário Nacional.

Horas antes ouvimos as palavras de Dom Orlando Brandes, Arcebispo Metropolitano de Aparecida: “Para ser pátria amada, não pode ser pátria armada (…). Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção e pátria amada com fraternidade.” Sua reflexão enche de esperança quem a ouve, sobretudo em um Brasil que ainda chora a morte de mais de seiscentos mil filhas e filhos por causa da má gestão de uma cruel pandemia; em um Brasil que sente a dor da fome, sobretudo das crianças cujo dia deveríamos estar comemorando; em um Brasil que sofre por ver milhões de famílias novamente empurradas para abaixo da linha da pobreza e obrigadas a sobreviver com uma sopa rala de ossos ou de carcaça de peixe; em um Brasil que vê suas matas arderem e seus povos originários serem encurralados em pequenos espaços de terra.

Sim, as palavras de Dom Orlando Brandes reacendem a esperança! Contudo, o que aconteceu no Santuário Nacional momentos depois acende a indignação!

O Sr. Jair Bolsonaro, ainda Presidente da República, fez uma visita ao Santuário Nacional, participou da missa, leu a leitura do livro de Ester – um escândalo, porque o que menos ele demonstra querer é o bem de seu povo (Est 7,3) – e rezou em nome desse povo a consagração a Nossa Senhora Aparecida. Dizíamos um escândalo, mas, por tudo o que aconteceu, é melhor usar a palavra “profanação”.

Sim, o Sr. Jair Bolsonaro profana a fé no Deus da vida fazendo uso dela para meros fins politiqueiros e vilipendia o Evangelho de Jesus de Nazaré que veio para que todos “tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). E não pela primeira vez, basta relembrar sua ida a uma missa em Brasília durante a qual recebeu a Eucaristia.

Como alguém que se deixa batizar nas águas do Rio Jordão por um pastor evangélico – líder de um partido político e que foi preso em uma operação anticorrupção – ainda se diz “católico”? Ou bem assume um credo ou outro e não fique usando-os para seus mesquinhos fins. Como alguém pode bradar pelos princípios cristãos da “família tradicional”, uma vez que em sua vida pessoal não dá provas de que acredita verdadeiramente neles, como quando ainda era parlamentar e mantinha uma residência oficial na capital federal “para comer gente”? Como alguém consagra o povo brasileiro à Mãe Aparecida tendo manifestado inúmeras vezes descaso por esse mesmo povo, especialmente pelos povos originários, pelos afrodescendentes, pelas mulheres, pelas e pelos LGBTQIA+? Como alguém reza a consagração a Nossa Senhora Aparecida dizendo que poucos morreram durante a ditadura militar, elogiando o torturador Coronel Brilhante Ustra e pregando o uso de armas pela população? Como alguém recorre à proteção da Padroeira do Brasil quando desprotegeu a população toda negando a gravidade da violenta pandemia?

Jair Bolsonaro, que gosta tanto de ostentar seu segundo nome, não tem nada de católico, nem de cristão, nem sequer de humano. É um facínora! Ele usa e abusa da fé como palanque político; tenta reverter suas seguidas derrotas políticas apelando à religião. Não, Jair Bolsonaro não é religioso. Ele perverte o ensinamento evangélico porque quer dar a Deus o que é do perverso César (Mt 22,21). Jair Bolsonaro não é de Deus!

Indignamo-nos com sua participação na missa em Aparecida, com sua profanação do sagrado no templo e fora dele, porque quem despreza a vida profana o sagrado. Indignamo-nos com o apoio que autoridades eclesiásticas católicas ainda expressam a esse homem maldoso que não possui o menor respeito pela fé e por aquelas e aqueles que a professam. Indignamo-nos com seu profano gesto de dar a César o que é de Deus.

Padres da Caminhada & Padres Contra o Fascismo.

*Com informações da Forum

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