O presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi vaiado e aplaudido por três vezes durante as celebrações pelo dia de Nossa Senhora Aparecida, hoje, no Santuário Nacional dedicado à santa, na cidade paulista de Aparecida.
As vaias, e aplausos, muito mais vaias que aplausos, ocorreram simultaneamente em dois momentos: quando Bolsonaro entrou na basílica e quando seu nome foi anunciado pelo irmão Carlos Cunha, que conduzia a missa.
Arcebispo critica “tradicionalismo”
Durante o sermão da missa especial, pela manhã, o arcebispo dom Orlando Brandes pediu proteção à vida, focando sua palavra na proteção da Amazônia. O religioso invocou os fiéis a ajudar na proteção da vida, buscar os afastados e ocupar os espaços vazios. Ao subir o tom crítico aos políticos, Brandes falou em “dragão do tradicionalismo” e disse que a direita é “violenta” e “injusta”.
“Temos um dragão do tradicionalismo. A direita é violenta, é injusta, estamos fuzilando o papa (Francisco), o Sínodo (da Amazônia), o Concílio do Vaticano II, parece que não queremos vida”, afirmou o arcebispo durante o sermão. “Nas escrituras, o dragão é o demônio, é o diabo, é o mal que desorganiza tudo. Satanás também tem as suas comunidades, grupos do mal, que tentam e atentam contra a vida.”
Em sua fala, ele também pediu para que Nossa Senhora Aparecida livre os brasileiro do mal.
“Para que, no Brasil, nossas crianças não morram mais com bala perdida, nossos jovens não se suicidem e nossos idosos tenham um lugar de dignidade para viver e sobreviver ao dragão do pecado.”
“Dragão do tradicionalismo”
Sobre o “dragão”, dom Brandes analisou que o caminho para a corrupção está sendo facilitado, o que, segundo o religiosa, aumenta as desigualdades sociais em um momento em que os brasileiros sofrem com o desemprego e a violência.
*Com informações do Uol