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Queiroz ameaça Bolsonaro: ‘minha metralhadora está cheia de balas’

Pra quem sabe ler, pingo é letra.

Queiroz é um arquivo vivo, é uma caixa de pandora e, de tempos em tempos, lembra isso a Bolsonaro. Em suas ameaças cifradas, chama as três figuras que aparecem na foto ao lado dele e de Bolsonaro, de imprestáveis quando as classifica na gíria da malandragem, de água de salsicha, ou seja, não tem qualquer serventia.

Tempos atrás, Queiroz usou os jornalões para mandar um recado a Bolsonaro, deixando vazar um suposto diálogo que teve com alguém, mas que, na verdade, era com ele próprio em que reclamava abandono e fazia, como agora, um autoelogio, sugeria que, através do gabinete de Flávio Bolsonaro no Senado, poderia arrumar mais de 500 empregos. Naquela mesma mensagem, ele deixou dois recados para Bolsonaro, um dizendo que sabia o caminho das pedras na mídia para, se preciso fosse, abrir a matraca, a mesma que ele, agora, chama de metralhadora cheia de balas. A outra, é que, imitando Paulo Preto com José Serra, disse que não se abandona um amigo ferido e que não aceitaria ser abandonado pelos serviços prestados ao clã.

Certamente, alguma coisa no trato furou, como da vez anterior e, agora, Queiroz usa as redes sociais para fazer novas ameaças e, com certeza, será atendido pelos seus senhores, porque, como ele mesmo diz, tem muita bala em sua metralhador para detonar. Alguma dúvida de que ele é um arquivo vivo?

O fato é que essa ameaça chegou para o clã num momento bem inoportuno, já que Bolsonaro está às voltas com uma enxurrada de acusações pesadas, seja por crimes comuns ou contra a humanidade.

A mensagem foi resposta à publicação de mais cedo, quando o ex-assessor reclamou do abandono de três amigos.

Fabrício Queiroz, o ex-chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro, afirmou neste domingo (25/7) que sua “metralhadora está cheia de balas”. A frase foi compartilhada nas redes sociais de Queiroz em resposta a um amigo.

Mais cedo, o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, mostrou que o ex-assessor postou uma mensagem em que reclama do abandono por parte de três antigos amigos, hoje muito próximos do presidente Jair Bolsonaro: o deputado Hélio Negão, o assessor presidencial Max de Moura e o assessor de Flávio Bolsonaro, Fernando Nascimento Pessoa, investigado no inquérito das fake news.

“É! Faz tempo que eu não existo para esses três papagaios aí! Águas de salsicha literalmente! Vida segue…”, escreveu Queiroz.

 

Em resposta à publicação, um amigo provoca: “Quem é de verdade, você sabe”. Em seguida, Queiroz faz a declaração. Veja:

*Com informações do Metrópoles

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Falando em queima de arquivo, amigos pedem investigação sobre morte de Bebianno

A morte do ex-ministro Gustavo Bebianno, aos 56 anos, chocou amigos e parceiros políticos.

Lutador de jiu-jitsu desde a juventude, Bebianno não bebia nem fumava e inspirava às pessoas de seu convívio a imagem de uma pessoa saudável, magoada com o presidente Jair Bolsonaro, a quem ajudou a eleger, mas estimulada por seu novo projeto político, a disputa à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSDB.

Por esses motivos, amigos defendem que seja investigada a causa da morte dele na última madrugada em seu sítio em Teresópolis (RJ). As informações são de que ele sofreu um infarto por volta das 4 horas.

Em 29 de outubro de 2019, o ex-ministro revelou com exclusividade ao Congresso em Foco sua filiação ao PSDB e que temia que Bolsonaro desse um golpe de Estado.

Recentemente, Bebianno disse em entrevistas que tinha receio do que poderia lhe acontecer em razão de suas manifestações públicas a respeito do presidente e dos bastidores de sua eleição.

O advogado disse a jornalistas e amigos que tinha material guardado no exterior para que fosse revelado após sua morte.

Também contou que havia enviado cartas a pessoas próximas, contando em detalhes quem seriam as pessoas interessadas em sua morte caso isso ocorresse.

Fundadora do movimento Política Viva, do qual Bebianno participava, a empresária Rosangela Lyra defende que haja uma investigação sobre as circunstâncias da morte do ex-ministro.

“Temos de ver o que aconteceu. Tudo tem de ser apurado muito em função das mensagens que ele mencionava nas entrevistas. Ficamos pensativos, até pelo momento político do país. Escuta-se falar muito de queima de arquivo, de que existem várias formas de matar alguém”, afirmou Rosangela ao Congresso em Foco.

Vice-presidente do PSL, o deputado Junior Bozzella (SP) disse que ainda não conversou com familiares do ex-ministro, mas considera importante que sejam tomadas todas as providências para esclarecer o episódio. “Ele era um arquivo vivo, a pessoa mais próxima de Bolsonaro na campanha. A mim nunca me confidenciou nada. Sempre foi muito republicano e não fazia ilações. Mas é natural que agora surja todo tipo de especulação”, observou.

“Quando se trata de política, poder, interesse, tudo tem de ser analisado. Crimes políticos não são raridade no Brasil. Quando há divergências emblemáticas, como no caso dele, é natural que terceiros queiram aprofundar as circunstâncias da morte”, completou o deputado, porta-voz do grupo do presidente do PSL, Luciano Bivar, que faz oposição à ala bolsonarista.

Material guardado

Em dezembro do ano passado, Gustavo Bebianno afirmou em entrevista à Jovem Pan que havia deixado material sobre Bolsonaro no exterior caso acontecesse alguma coisa com ele. “Se o presidente acha que eu tenho medo dele, ele está enganado. Eu sou tão ou mais homem que ele. Tenho um material, sim, e fora do Brasil. Tenho muita coisa e não tenho medo. Uma vez o presidente disse que eu voltaria para minhas origens, mas minha origem é muito boa”, afirmou.

Também disse à revista Veja que havia mandado material para que amigos só revelassem após sua morte.

No minuto 31 da entrevista à Jovem Pan, Bebianno diz ter material guardado sobre o presidente.

Nos bastidores do programa de televisão Roda Viva, do qual participou no último dia 2, Bebianno relatou ter medo de falar tudo o que sabia sobre os atos que envolvem Bolsonaro. Pressionado por jornalistas, fora do ar, respondeu: “Está vendo aquele ali [apontando para o seu filho]? É o meu único segurança”, afirmou. O jovem era o único na plateia de convidados de Bebianno.

No programa, o ex-ministro contou ter estreitado o relacionamento com Bolsonaro em meados de 2017 e apontou a facada sofrida pelo presidente durante a campanha como um divisor de águas no “grau de loucura” e no aumento de teorias de conspiração dentro do Planalto. Segundo ele, a família do presidente trata como traidores todos aqueles que fazem crítica à sua atuação.

 

 

*Edson Sardinha – Congresso em foco