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Militares do Exército são flagrados em vídeo ao desviar toneladas de alimentos no Pará

Integrantes das Forças Armadas que foram designados para buscar os produtos desviaram do caminho e descarregaram parte da carga. Eles eram encarregados do transporte dos alimentos, mas no meio do caminho pararam em uma residência e desviaram parte da carga.

Quatro militares do Exército Brasileiro foram flagrados desviando alimentos que seriam destinados a um batalhão localizado em Santarém, no Pará. De acordo com informações obtidas com exclusividade pelo Correio, cabos do 8ª Grupamento de Engenharia de Construção (8º BEC) foram instruídos a buscar uma carga de alimentos com uso de uma balsa. No entanto, no meio do caminho pararam em uma residência e descarregaram parte do carregamento. A quantidade descarregada chegou a duas toneladas. O alimento desviado era composto principalmente por carnes que serviriam para alimentar os demais militares.

Moradores estranharam a movimentação e fizeram vídeos do ato. O material chegou até os responsáveis pelo quartel, e os quatro receberam voz de prisão. O caso ocorreu no começo da semana. O Exército atua no combate a pandemia de covid-19 na região, que é uma das mais atingidas no país pela doença.

Procurado pelo Correio Braziliense, o Exército informou, por meio do 2º Grupamento de Engenharia, que “repudia qualquer ato criminoso praticado por militares” e destacou que “autuou os envolvidos em flagrante delito, enviando os autos para a 8ª Circunscrição Judiciária Militar (8ª CJM)”.

*Com informações do Correio Braziliense

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De quem é a voz?

Bolsonaro agora muda a versão e diz:

“O que eu fiz foi filmar a secretária eletrônica com a respectiva voz de quem atendeu o telefone”.

O que aumenta ainda mais as tensões contra o próprio Bolsonaro, porque parte da resposta sobre a voz foi dada por ele no sábado (2) e confirmada no domingo (3). Alguém atendeu o telefone na casa 58 do condomínio Vivendas da Barra.

Bolsonaro afirma que a voz não é a dele, confrontando a versão do porteiro nesse ponto, apenas nesse ponto.

Então, se não é a voz dele, de quem é?

Bolsonaro, concretamente, afirma que tinha gente na casa dele e que atendeu à chamada do porteiro, o que envolve alguém do clã na trama. Ou seja, não é ficção armada por ninguém, é fato concreto e nos obriga, a partir dessa declaração, a concordar com o porteiro de que a voz vinda da casa de Bolsonaro, que ele também afirma ter ouvido, foi a que autorizou a entrada dos milicianos que, junto com Ronnie Lessa, assassinaram Marielle e Anderson.

Bolsonaro tenta, inutilmente, refugar que tenha feito backup da memória da secretária eletrônica da portaria, mas o ponto chave ele mantém, que é o da voz vinda de sua casa.

Ele mesmo confessa que apurou o fato e concluiu que aquela voz que ouviu, não era a dele. Não tem fuga ou escapismo possível. Ele, praticamente, implica alguém de sua família.

Quem é esse alguém que abriu a portaria para os milicianos?

Bolsonaro não diz, pois não afirma de quem é a voz.

Então, independente desse seu rodopio de mudança de versão, o material probatório de que saiu da casa 58 a ordem para liberar a entrada dos assassinos de Marielle, segue intacta, com um agravante, Bolsonaro teve uma conduta criminosa ao tentar, com essa manobra, obstruir a justiça.

O que temos que aguardar são as consequências desse ato criminoso que não é mais justificativa, já que a autorização para que o porteiro liberasse a entrada dos assassinos veio da casa 58, como reafirmou Bolsonaro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas