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“A verdade vai aparecer”, disse Brazão três dias antes de ser preso

Apontado como mandante da morte de Marielle, conselheiro do TCE se disse vítima de “linchamento”

unal de Contas do Estado (TCE-RJ) Domingos Brazão — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Três dias antes de ser preso pela Polícia Federal, Domingos Brazão negou ter sido o mandante do assassinato de Marielle Franco e se disse vítima de um “linchamento”.

— Isso é um absurdo, essa tentativa de envolvimento nosso, tanto meu quanto do meu irmão. Tenho certeza de que a verdade vai aparecer — afirmou.

Em áudio enviado à rádio CBN após meu comentário sobre as investigações, Brazão chamou o ex-policial Ronnie Lessa de “marginal” e sugeriu que ele teria recebido para incriminá-lo.

— O que motiva a delação certamente é o livramento que esse marginal quer, e esconder aqueles que verdadeiramente estão envolvidos. A grande pergunta é quem ele quer proteger — disse.

O ex-deputado ainda afirmou ter “a consciência muito tranquila” em relação ao crime.

— Minha família está sofrendo muito. Depois da família de Marielle e Anderson, a família Brazão é a que mais sofre com isso, com esse linchamento público.

*Bernardo Mello Franco/O Globo

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Política

Caso Marielle: delação de Lessa tem semelhanças com fala de falsa testemunha em 2018: ‘A mulher está me atrapalhando’

Delator diz que o mandante reclamou de parlamentar e que ela estaria lhe causando problemas, conversa parecida com a versão da farsa desmontada pela PF sobre a ‘investigação da investigação’.

A delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, traz “coincidências” com o relato de outro ex-PM, que surgiu logo no início das investigações do caso, em maio de 2018, numa farsa desvendada pela Polícia Federal, conhecida como “investigação da investigação”. A história contada pelo então cabo da PM Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, era praticamente a mesma, só que com personagens diferentes.

Na época, Rodrigo procurou, espontaneamente, um delegado da Polícia Federal para contar que viu o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, com o então vereador Marcello Siciliano, numa mesa de um bar e restaurante, no Recreio dos Bandeirantes, planejando a execução de Marielle. Em tom teatral, a suposta testemunha disse ter visto Siciliano bater na mesa e falar alto: “Tem que ver a situação de Marielle. A mulher está me atrapalhando”. Rodrigo ainda descreveu que, o então vereador olhou para o miliciano e disse: “Precisamos resolver isso logo”.

Como a apuração do duplo homicídio estava a cargo da Polícia Civil, o delegado da PF se juntou a mais dois colegas e levou a então “testemunha-bomba” Rodrigo para depor diante do titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Giniton Lages, encarregado do caso. A corporação estadual aceitou a versão e passou a se dedicar a extrair do então policial militar, que havia sido da organização criminosa de Curicica, provas que o incriminassem inclusive em outros homicídios, diz O Globo.

A história foi desmontada em inquérito da Polícia Federal, que investigou o trabalho da Polícia Civil, conduzido pelo delegado federal Leandro Almada — atual superintendente da PF no Rio. Ele constatou a farsa de Rodrigo num relatório de 600 páginas, apelidado de “investigação da investigação”. Almada percebeu que a “testemunha-bomba” montou uma farsa apontando Curicica, que o havia jurado de morte. Além disso, o plano de Rodrigo era o de se apropriar das áreas de domínio do rival.

Na delação de Lessa, cuja negociação começou em agosto do ano passado, o atirador de Marielle conta que se encontrou com um dos dois mandantes, como o blog Segredos do Crime informou com exclusividade. A semelhança nas duas versões, de personagens diversos, é que a pessoa que deu ordem para executar a vereadora também disse à Lessa sobre a necessidade de fazer o serviço, ou seja, matá-la logo, porque Marielle o atrapalhava.

Chama atenção ainda que, na “investigação da investigação” da Polícia Federal, Almada chegou a apurar a participação do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão na farsa, uma vez que o seu chefe de gabinete era um agente federal aposentado. No entanto, nas páginas finais de seu relatório, o delegado da PF observa não fazer sentido ele se envolver no caso, porque até o final de abril de 2018, portanto, um mês após o crime, o político “não foi incomodado pela investigação desenvolvida pela delegacia de homicídios”. Almada escreve ainda que “plantar” uma testemunha seria “temerário e injustificável”.

O inquérito da PF foi concluído no primeiro semestre de 2019 e entregue ao Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio e à Procuradoria-geral da República (PGR).

O conselheiro só passou a ser investigado no papel de mando meses depois do duplo homicídio. Brazão, em entrevista ao GLOBO em janeiro deste ano, negou qualquer participação no crime.

Rodrigo responde pelos crimes de obstrução de Justiça e de homicídio. Ele ingressou no sistema prisional em 31 de maio de 2019 e, atualmente, encontra-se preso no Presídio Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio.

Ao retomar as investigações das mortes de Marielle e Anderson, em fevereiro do ano passado, a PF revisitou o caso para puxar um fio da meada para descobrir quem mandou matar a parlamentar e o motorista, além da motivação do crime. Com a delação de Lessa, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ao anunciar na última terça-feira que o acordo foi homologado, informou ainda que: “brevemente teremos a solução”.

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Política

Ronnie Lessa aponta exploração imobiliária das milícias como “pano de fundo” para o assassinato de Marielle

Vereadora entrou em choque com pessoas que defendiam a expansão de terrenos que abastecem milícia do Rio.

A expansão e exploração imobiliária conduzida por milícias no Rio de Janeiro, em especial, na região oeste da cidade, é o pano de fundo da delação do assassino confesso de Marielle Franco, o ex-policial militar Ronnie Lessa.

Segundo informa a colunista Bela Megale, do jornal O GLOBO, o ex-policial detalhou em seu relato à Polícia Federal como a vereadora entrou em choque com pessoas que defendiam a expansão de terrenos que abastecem um grupo ligado a milícia do Rio. O fato teria culminado na contratação de Ronnie Lessa para executar a parlamentar, em 2018.

A delação do ex-PM foi assinada com a Polícia Federal e homologada nesta semana pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A expansão e exploração imobiliária é hoje um importante braço financeiro do crime organizado na cidade. Dados da prefeitura do Rio mostram que, entre 2021 e 2022, mais de 1.300 construções irregulares ligadas a milícias foram demolidas, o que gerou um rombo financeiro estimado em R$ 646 milhões para os criminosos.

Em janeiro, a repórter Vera Araújo revelou que a Polícia Federal investigava a disputa por um terreno em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, como possível motivo do assassinato de Marielle Franco. Conforme a reportagem, Lessa contou aos investigadores que o mandante do assassinato da vereadora defendia a regularização de uma área sem obedecer o critério de interesse social, para usá-la como especulação imobiliária. Já Marielle atuava para que a ocupação do terreno se desse por pessoas de baixa renda.

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Irregularidade

Caso Marielle: Brazão afirma ser inocente: ‘Lessa deve estar querendo proteger alguém’

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão desafiou as polícias a provarem que ele tenha alguma ligação com o assassinato da vereadora Marielle Franco. Acusado de matar a parlamentar, o ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa fez uma delação premiada apontando o mandante do crime. Como a colaboração tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), isso indica que quem mandou matá-la tem foro por prerrogativa de função. Entre os nomes investigados pela polícia e pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) conhecidos até agora, Brazão é o único com tal privilégio, conforme O GLOBO publicou nesta terça-feira.

Em entrevista na tarde desta terça-feira, em seu gabinete no TCE, Brazão afirmou que dormiu tranquilamente em sua casa na Barra da Tijuca, desde que tomou conhecimento da delação de Lessa, por meio do blog do colunista Lauro Jardim:

— Não tem nada mais forte que a verdade. Esse golpe foi abaixo da linha de cintura. É algo que desgasta. Fui investigado pela Polícia Civil, pela PF e pelo Ministério Público. Não acharam nada. Por que protegeriam o Domingos Brazão? Que servidor público colocaria em risco sua carreira para me proteger? Eu desafio acharem algo contra mim — afirmou Brazão.

Perguntado sobre a possibilidade de Lessa tê-lo apontado como mandante da morte de Marielle, Brazão respondeu:

— Lessa deve estar querendo proteger alguém. A polícia tem que descobrir quem. Nunca fui apresentado à Marielle, ao Anderson (Anderson Gomes, motorista da vereadora, que também foi morto no ataque), nem tampouco à Lessa e ao Élcio de Queiroz (que participou da emboscada). Jamais estive com eles. Não tenho meu nome envolvido com milicianos. A PF não irá participar de uma armação dessas, porque tudo que se fala numa delação tem que ser confirmado — disse o conselheiro.

Brazão reclamou o fato de não ter tido acesso à segunda parte das investigações do caso Marielle. Segundo ele, por diversas vezes, seus advogados procuraram o STJ para tomar ciência se há algo contra ele.

— Sempre estive à disposição. Minha família vem sofrendo muito com isso. Fiquei feliz em saber que ele (Lessa) fez a delação, mas ele tem que dizer a verdade. A morte de Marielle revelou muita sujeira embaixo do tapete. Agora querem me empurrar para isso. Se tem alguém que foi sabatinado, investigado, esse alguém foi Domingos Brazão. É um desgaste grande. Estou sangrando, mas não tenho medo de investigação — garantiu o conselheiro.

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Investigação

Por causa da delação à PF, advogado de Ronnie Lessa deve deixar o caso

Diretor-geral da PF prometeu elucidar assassinato de Marielle até março.

A coluna apurou que o escritório que atua na defesa do ex-PM Ronnie Lessa, autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, deve deixar o caso após o acordo de delação de Lessa com a Polícia Federal (PF).

O ex-PM é representado pelos advogados Bruno Castro e Fernando Santana. O escritório não faz acordos de delação premiada. A existência do acerto em que Lessa se torna delator foi publicada no domingo (21) pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, e foi confirmada pelo portal ICL Notícias.

Após a revelação, a defesa emitiu uma nota informando que foi “pega de surpresa com a notícia divulgada de uma possível delação feita por ele”. Os defensores afirmaram ainda que após contato com membros da família do cliente, foram informados que eles também não sabiam da negociação de um acordo. Até o momento, Lessa alegava inocência nos processos.

Pessoas próximas ao caso veem coincidências no modo como o acordo está tramitando. Quando a delação de Écio de Queiroz, outro réu confesso do crime, veio à tona, a defesa dele, à época, também não tinha acompanhado o acordo.

O acordo do ex-policial militar depende, no entanto, de homologação no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Sob anonimato, uma fonte da PF informou ao ICL Notícias que “a delação de Ronnie Lessa será uma peça importante na investigação, mas há muitas outras”.

No início do mês, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que até março iria solucionar o crime, ou seja, apontar os mandantes. Justamente nesse mês completam-se seis anos do assassinato da vereadora e de seu motorista, ocorrido em 14 de março de 2018.

*Juliana Dal Piva/Uol

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Opinião

Num condomínio com milicianos, estelionatários, traficantes de armas e assassinos, Moro manda investigar o porteiro

Moro, atual Ministro da Justiça, (pode rir), que anda zanzando pelos corredores do Congresso para ver se consegue prender Lula novamente com a volta da prisão após condenação em 2ª instância, não para de ser esculachado pelos fatos.

Ultimamente, tem sido difícil até destacar um fato que seja mais grave que o outro.

Agora mesmo, a revista Época relata que Moro foi ao TSE tentar salvar a senadora Selma Arruda, a Moro de Saias, cassada por corrupção. O interessante é que a Época é das Organizações Globo e, no entanto, talvez porque Bonner não leia a revista da própria casa, essa notícia não tenha chegado ao Jornal Nacional, o que mostra a gravidade do fato.

A mesma revista, hoje, mostra Moro em uma posição completamente invertida, dizendo que vai dar de ombros ao assassinato de Marielle porque a família da mesma não quis federalizar o caso.

Caso porque Moro só se interessou depois que o nome de Bolsonaro foi citado no depoimento do porteiro, para pressionar o mesmo a mudar de versão, mas acabou mudando também de condição, a de testemunha para investigado.

Esse rapaz é uma sumidade. Imagina alguém do PT, na época da Lava Jato, fazendo lobby no TRF-4 pela absolvição de Lula. Aliás, confirmada a denúncia da ida de Moro ao TSE, Ivan Valente, do Psol, já cobrou explicações da justiça pela nítida tentativa de obstrução da justiça do, veja só, Ministro da Justiça, cometendo crime de responsabilidade por lobby dentro do próprio TSE.

O que, convenhamos, abre imediatamente um enorme caminho para que se indague se ele não fez o mesmo com os desembargadores do TRF-4 pela condenação de Lula, inclusive pela inexplicável sentença unânime nos dois julgamentos, parecendo o que realmente é, missa encomendada pelo ex-juiz da Lava Jato.

é intrigante como, com vários agentes da Polícia Federal dentro do condomínio de Bolsonaro para dar segurança ao Presidente e à sua família, esses agentes da PF, comandados por Moro, não perceberam o perigo que corria Bolsonaro morando a 50 metros da casa de Ronnie Lessa, miliciano assassino de Marielle e traficante internacional de armas pesadas que detinha, no momento de sua prisão, a posse 117 fuzis, explosivos e uma quantidade de munição que dava para fazer uns cem quadros como os que Moro e Bolsonaro foram agraciados por um artista que usou uma espécie de bico de pena para desenhar com cartuchos de balas de alto calibre os rostos dos dois, numa das obras mais macabras de que se tem notícia.

Mas o enredo macabro envolvendo Moro e a família Bolsonaro não se esgota aí. Agora se descobre que um outro morador do condomínio Vivendas da Barra é estelionatário e passou batido pela mesma segurança do Presidente da República.

Lembre-se, estamos falando de um presidente que, segundo consta no folclore político brasileiro, quase morreu no episódio em que Adélio Bispo furou a segurança de uns cinquenta agentes para, sozinho e com um físico minguado, elevar a mão por cima da barreira de segurança que cercava Bolsonaro e desferir uma facada sem sangue.

É muita comilança de mosca dessa gente que zela pela segurança do “mito”. Moro, diante de tantos fatos macabros do condomínio Vivendas da Barra, de onde saíram os assassinos de Marielle para executá-la, desconfiou de quem? Do Carluxo que correu para adulterar o registro da secretária eletrônica? Do seu Jair da casa 58 que atendeu por duas vezes o telefonema do porteiro a pedido do miliciano Élcio de Queiroz? Do estelionatário que comprou sua mansão com o dinheiro roubado de um ganhador da mega-sena? Do traficante internacional de armas que também é o assassino de Marielle? Não. Para Moro, o culpado por todos os fatos macabros, é o porteiro.

E o que fez Moro, além de ter transformado o porteiro em investigado? Sumiu com ele para que ninguém mais da imprensa se aproximasse dele.

Isso explica porque Moro segue sendo o herói dos bolsominions mais aferrados. Tudo isso sem falar das falcatruas de Moro na Lava Jato reveladas pelo Intercept.

Alguém ainda duvida do fim trágico da carreira política de Moro?

Matéria publicada pelo Antropofagista em 15 de dezembro de 2019, que segue atual.

 

 

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Justiça

Amizade de 30 anos, ‘padrinho’ de filho e traição: entenda o fim do pacto de silêncio entre Élcio e Lessa

Relacionamento teria sido interrompido depois que acusado de atirar contra Marielle Franco e Anderson Gomes teria parado de pagar advogado e de ajudar nas despesas da família do delator, segundo O Globo.

Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa se conhecem há pelo menos 30 anos. A amizade surgiu depois que Lessa começou a namorar uma amiga de infância de Élcio, quando eram adolescentes. Anos depois, ambos passaram a integrar o Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro, mas não chegaram a trabalhar na mesma equipe. O relacionamento dos dois foi se solidificando até desmoronar há duas semanas, em 14 de junho, quando Élcio delatou a participação do amigo nos assassinatos de Marielle Franco e de Anderson Gomes.

À Polícia Federal, Élcio descreveu sua relação com Lessa como sendo de “irmãos”, enfatizando que recebia ajuda financeira, principalmente após 2011, quando o delator foi expulso da Polícia Militar após virar réu na Operação Guilhotina, que investigou diversos agentes por formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva, comércio ilegal de arma de fogo, extorsão qualificada, entre outros delitos.

“Eu tive dificuldade financeira, perdi minha renda que era certa, fiquei somente com esses bicos que eu fazia, e na época o Ronnie que me ajudou muito. Vira e mexe ele me ajudava com dinheiro pra fazer uma compra. […] Às vezes, ele me emprestava e eu pagava parceladamente, conforme ia fazendo os serviços, muitas vezes também ele abria mão de alguma coisa ou outra. Nossa amizade foi baseada nisso daí, independente do dinheiro, mas a gente tinha uma relação de como se fosse irmão”, revelou o delator.

A amizade de Élcio e Ronnie também se estendia às famílias de ambos. Na deleção, ele compartilhou que Lessa é padrinho de consideração de seu filho, sendo os dois tão próximos que até viajaram juntos para os Estados Unidos.

“Meu filho gosta muito dele, ele faz as vontades dele, então a nossa relação é nesse sentido, de família. Eu sou amigo da família dele, ele é amigo da minha família”, disse Élcio.

A relação dos dois começou a mudar depois que Ronnie deixou de repassar o dinheiro para o pagamento do advogado de defesa de Élcio, além da quantia destinada para as despesas da família do delator. A mensalidade acontecia desde a prisão dele, em 2019, quando R$ 5 mil eram depositados regularmente. Na delação, Élcio explicou que o valor foi minguando e que há mais de um ano ele não recebe nenhum auxílio.

A quantia repassada por Ronnie era fruto de um acordo com o ex-bombeiro Suel, preso na segunda-feira suspeito de participar da morte da vereadora e do motorista. Os dois eram responsáveis por um esquema de gatonet na comunidade de Jorge Turco, localizada entre os bairros de Coelho Neto, Colégio e Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio.

Élcio conta na delação que Suel transferia R$ 10 mil por mês a Ronnie Lessa: R$ 5 mil para pagar o advogado de defesa e R$ 5 mil para ajudar nas despesas do delator, que estava “passando necessidade”.

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Justiça

‘Vai ter operação Marielle’: Ronnie Lessa, Élcio e Suel foram avisados na véspera sobre ação policial em 2019

Alerta sobre operação foi vazado por PM, segundo investigação da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro. Mesmo assim, Ronnie e Élcio foram presos naquele março de 2019.

Conversa na qual Maxwell é alertado de operação do caso Marielle no dia seguinte — Foto: Reprodução

Os envolvidos no atentado contra a vereadora Marielle Franco foram avisados por um policial militar sobre a operação que, em 2019, prendeu os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, conforme investigação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Ronnie foi apontado como autor dos disparos que vitimaram Marielle e o motorista Anderson Gomes. Já Élcio foi quem dirigiu o carro usado no ataque. Ambos foram presos em ação da Polícia Civil e do MPRJ em 12 de março de 2019 — praticamente um ano após o crime.

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No dia 11 de março de 2019, uma pessoa identificada como Jomar Duarte, o Jomarzinho, avisou ao PM Maurício Conceição, o Mauricinho, de que no dia seguinte haveria uma “operação Marielle” e que pessoas seriam presas.

Mauricinho, por sua vez, repassou a inform

ação a Maxwell Simões Corrêa, o Suel, ex-bombeiro também envolvido no caso. Mauricinho também procurou contato com Ronnie Lessa para avisá-lo da operação por meio do aplicativo de conversas secretas Confide.

Naquele mesmo dia, Suel avisou a Ronnie Lessa sobre a operação, que, por sua vez, alertou Élcio.

Na delação, Élcio disse ainda que o ex-bombeiro Suel fez campanas para vigiar a vereadora e participaria da emboscada, mas acabou trocado por ele. Na época, no entanto, o envolvimento de Suel ainda não era conhecido e ele não foi alvo da operação.

Já Ronnie, que era alvo, também tentou fugir. Élcio, mesmo avisado pelo colega, não considerava que seria visado na operação, conforme as investigações. Ambos foram presos em 12 de março de 2019. Eles serão julgados pelo Tribunal do Júri, mas a sessão ainda não foi marcada.

A delação de Élcio
Élcio Queiroz firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal e com o MPRJ. No depoimento, já homologado pela Justiça, ele confessou que dirigiu o carro Cobalt prata usado na noite do atentado contra Marielle. Élcio também afirmou que foi Ronnie quem fez os disparos com uma submetralhadora.

Na delação, Élcio apontou o envolvimento do ex-bombeiro Suel, preso nesta segunda-feira (24) na primeira fase da Operação Élpis, a primeira desde o início de 2023, quando a PF assumiu a investigação dos homicídios.

 

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Justiça

Macalé, o novo personagem que teria intermediado contratação de Ronnie Lessa para matar Marielle Franco

Homem, que seria do bairro de Oswaldo Cruz, na Zona Norte do rio, também participou das operações de monitoramento dos passos da vereadora Marielle Franco antes do crime.

De acordo com a delação de Élcio Queiroz, a contratação de Ronnie Lessa para matar a vereadora Marielle Franco teria sido intermediada por Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé. Ele era sargento da Polícia Militar e foi executado em novembro de 2021.

À época, testemunhas contaram que ele caminhava pela Avenida Santa Cruz, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, em direção ao seu carro, uma BMW, quando foi abordado por homens em um veículo branco. O policial foi atingido por vários disparos e morreu no local. O delator disse ainda que Macalé teria participado das “campanas” feitas para vigiar os passos de Marielle na preparação para o crime. “Inclusive foi através do Edimilson que trouxe… vamos dizer, esse trabalho pra eles; essa missão pra eles foi através do Macalé que chegou até o Ronnie”, disse Queiroz aos investigadores.

Durante as investigações foram identificadas ligações entre Ronnie e Macalé que coincidem com ligações entre Macalé e Maxwell Simões, o ex-bombeiro preso na operação realizada nesta segunda-feira. Essas ligações teriam se intensificado nos dias imediatamente após o crime.

Preso nesta segunda-feira durante a Operação Élpis, do Ministério Público do Rio e da Polícia Federal, o ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Correa, o Suel, já havia sido detido anteriormente, em 2020. Ele é apontado como cúmplice do ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes. Suel, de acordo com as investigações, ajudou no descarte de armas escondidas por Lessa.

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Política

Pra Bolsonaro que ajudou Ronnie Lessa e condecorou Adriano da Nóbrega o indulto de Daniel Silveira é fichinha.

Bolsonaro, não só condecorou, na cadeia, o miliciano Adriano da Nóbrega, chefe da milícia de Rio das Pedras com a maior honraria do Estado do Rio, a medalha Tiradentes, assim como o colocou a sua mãe e irmã na folha de pagamento do gabinete de Flávio gerenciado pelo comparsa de Adriano, o icônico Queiroz, que fazia a gestão da “rachadinha”, esquema de peculato e formação de quadrilha.

Adriano, que também comandava o Escritório do Crime, era considerado um herói por Bolsonaro.

Como bem pontuou Guilherme Boulos em seu twitter: “Irmã de miliciano ligado a Bolsonaro fala que o governo ofereceu cargos em troca de seu assassinato! “Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele”. O Presidente da República é acusado de ser mandante de homicídio!”

Detalhe: Eduardo Bolsonaro estava na Bahia no dia da execução de Adriano da Nóbrega. Até hoje sua agenda daquele dia não foi divulgada.

É bom lembrar que Bolsonaro concedeu indulto ao deputado que quebrou a placa de Marielle Franco, segundo a Polícia do Rio, assassinada por Ronnie Lessa e Elcio Queiroz.

Ronnie Lessa, como todos sabem, morava no mesmo condomínio do seu Jair, na Barra da Tijuca, a cinquenta passos da casa de Bolsonaro.

Ronnie Lessa também confirmou à Veja ter sido ajudado por Bolsonaro em 2009.

Com esses pequenos fatos, tem alguém que ainda se surpreende com o indulto de Bolsonaro a Daniel Silveira?

Por isso também a pergunta que está sendo feita nas redes sociais é: O próximo a ganhar indulto de Bolsonaro, será Ronnie Lessa?

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