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Política

No Pará, Bolsonaro diz que ‘CPI da Mentira’ não derrubará o governo

O presidente Jair Bolsonaro voltou desafiou os membros da CPI da Covid, que acontece no Senado, e afirmou que a “comissão da mentira” não “vai derrubar o governo federal”.

“Não vai ser uma CPI da mentira, uma CPI onde não se busca a verdade, que se ilude achando que vai derrubar o governo federal”, disse, durante um evento no Pará, onde participou da cerimônia de entrega de 102 km de pavimentação da BR-230, a Rodovia Transamazônica.

Nesta sexta, após divulgar a lista de pessoas que se tornaram investigadas pela CPI – incluindo assessores presidenciais, ex-ministros, secretários do governo e o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga – o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), não afastou a possibilidade de o próprio presidente ser investigado. Segundo Renan, não há clareza legal se a CPI pode ou não investigar Bolsonaro, mas se houver essa possibilidade ele será investigado.

Segundo Renan, não há clareza legal se a CPI pode ou não investigar Bolsonaro, mas se houver essa possibilidade ele será investigado.

Durante a fala do presidente, os governadores que decretaram lockdown e medidas de distanciamento também foram atacados.

“Graças a garra, determinação e coragem do trabalhador brasileiro, estamos resistindo. O agronegócio não parou. Os homens e mulheres do DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] não pararam, assim como nossos caminhoneiros e tantos outros profissionais, em especial os de saúde. Aqueles governadores que fecharam o comércio, que decretaram toque de recolher, que impediram você de trabalhar, a história reserva um local no ostracismo para esses políticos”, disse.

“Desde o começo eu disse que tínhamos dois problemas, o vírus e o desemprego. O governo federal – eu, Jair Bolsonaro -, não fechei um botequim sequer, porque sei da necessidade de levar o sustento para dentro de casa. Mas somente neste ano, o Governo Federal dispensou mais de R$ 300 bilhões para o auxílio emergencial, o que equivale a mais de 10 anos do benefício Bolsa Família”.

Bolsonaro também defendeu novamente o chamado ‘tratamento precoce’, feito com medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, e disse que apesar das recomendações, o governo “não é conivente com a indústria farmacêutica”.

Mais cedo, em Marabá, durante a entrega de 50 mil títulos de terra a pequenos produtores do Pará, o presidente já havia criticado as medidas de isolamento.

*Reuters/Uol

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Militares do Exército são flagrados em vídeo ao desviar toneladas de alimentos no Pará

Integrantes das Forças Armadas que foram designados para buscar os produtos desviaram do caminho e descarregaram parte da carga. Eles eram encarregados do transporte dos alimentos, mas no meio do caminho pararam em uma residência e desviaram parte da carga.

Quatro militares do Exército Brasileiro foram flagrados desviando alimentos que seriam destinados a um batalhão localizado em Santarém, no Pará. De acordo com informações obtidas com exclusividade pelo Correio, cabos do 8ª Grupamento de Engenharia de Construção (8º BEC) foram instruídos a buscar uma carga de alimentos com uso de uma balsa. No entanto, no meio do caminho pararam em uma residência e descarregaram parte do carregamento. A quantidade descarregada chegou a duas toneladas. O alimento desviado era composto principalmente por carnes que serviriam para alimentar os demais militares.

Moradores estranharam a movimentação e fizeram vídeos do ato. O material chegou até os responsáveis pelo quartel, e os quatro receberam voz de prisão. O caso ocorreu no começo da semana. O Exército atua no combate a pandemia de covid-19 na região, que é uma das mais atingidas no país pela doença.

Procurado pelo Correio Braziliense, o Exército informou, por meio do 2º Grupamento de Engenharia, que “repudia qualquer ato criminoso praticado por militares” e destacou que “autuou os envolvidos em flagrante delito, enviando os autos para a 8ª Circunscrição Judiciária Militar (8ª CJM)”.

*Com informações do Correio Braziliense

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Vídeo: Loja da Havan é fechada e multada após inauguração com aglomeração

A loja optou por não realizar um grande evento de inauguração, mas a aglomeração aconteceu mesmo assim. O Pará registra 237.478 casos de coronavírus e 6.636 mortos.

Repetindo o desrespeito às medidas sanitárias cometidas em outras cidades, a inauguração de uma loja Havan em Belém, capital do Pará, provocou aglomeração na manhã deste sábado (10). O local foi fechado pela Polícia e o representante foi conduzido à Seccional da Marambaia para prestar depoimentos.

Algumas pessoas usavam máscaras, mas diante de tamanha aglomeração, o item pode não funcionar na prevenção ao coronavírus.

A Havan não se pronunciou sobre o episódio. A prefeitura de Belém disse que é a Polícia Militar quem deve tratar do assunto e PM afirmou que irá apurar o caso.

O Pará registra 237.478 casos de coronavírus e 6.636 mortos.

Confira:

 

*Com informações do 247

 

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“Democracia na saúde” do governo Bolsonaro é fake; vai destruir o SUS e o direito à assistência

Paulo Capel – O dinheiro do SUS está sendo “disputado a bala” em muitos municípios. Não se trata de metáfora.

Os recursos do orçamento da União destinados ao financiamento das ações de saúde pública são transferidos do Fundo Nacional de Saúde para os fundos correspondentes nos Estados e Municípios.

Segundo regras definidas em leis e normas infralegais, esses recursos, somados às transferências estaduais e aos recursos próprios, devem ser aplicados no pagamento de salários, investimentos e demais despesas com materiais, medicamentos e equipamentos das unidades da rede de saúde.

Na maioria dos municípios, é isto o que ocorre, mas em vários têm sido constatados graves desvios de finalidade.

Em muitas situações, o dinheiro das transferências aos municípios representa um volume proporcionalmente elevado, por vezes equivalente ao conjunto da arrecadação do município.

Embora sejam recursos com destinação específica, os controles são frágeis e a fiscalização precária.

Em consequência, “mete-se a mão” no dinheiro público da saúde. Impunemente. Recursos que deveriam ser aplicados na prevenção de doenças, no alívio da dor, e para evitar mortes e promover a vida, acabam se destinando ao oposto disso.

Os casos de Santa Luzia, município da região metropolitana de Belo Horizonte, e de Igarapé-Açu, no nordeste do Pará, são exemplares.

Em Santa Luzia, um pistoleiro acusado de ser o matador de um jornalista foi pago com dinheiro da saúde [1].

Em Igarapé-Açu, Paulo Henrique Sousa, eleito presidente do Conselho Municipal de Saúde, interessado em examinar as contas do SUS local, não chegou a tomar posse: foi assassinado com quatro tiros na nuca [2].

Fora dos serviços de saúde, o dinheiro do SUS está, literalmente, matando. Quadrilhas que vêm se especializando em roubar dinheiro do SUS estão na ponta final da cadeia de interesses que produz assassinatos.

No meio da cadeia encontram-se funcionários e autoridades públicas venais, dos três poderes, criminosos que se especializaram em sair das cenas de mãos limpas e bolsos cheios. Os instrumentos são conhecidos e variados.

Vão de licitações fraudulentas às contratações ilegais de organizações ditas “sociais” e de “saúde”, as OSS.

Muitas OSS, de “sociais” não têm mais nada, se é que algum dia tiveram. São apenas empresas. Algumas, inclusive, são postas à venda por seus verdadeiros donos, como se fossem uma empresa qualquer [3].

Há, decerto, por toda parte, OSS éticas e que poderiam seguir prestando serviços ao SUS.

Mas um grande número de OSS está envolvido com o noticiário policial [4] [5]. Registram-se, não poucas vezes, casos em que dirigentes do SUS estão diretamente envolvidos com a direção de OSS [6].

A falta de transparência ao lidar com recursos públicos atiça a cobiça de bandidos.

Em certos municípios, o SUS parece uma “terra de ninguém”. É, portanto, urgente, dar um basta nessas situações específicas que, embora minoritárias, prejudicam as populações dos municípios afetados.

Há saídas democráticas para enfrentar essa “terra de ninguém” e mostrar que “esta terra tem dono”.

Uma dessas saídas foi apontada pela 16ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), um complexo processo de participação social em saúde que envolveu movimentos sociais, entidades e instituições públicas, em 4.612 municípios.

Nas etapas municipais e estaduais da conferência, 22.839 pessoas participaram das discussões e elaboração de propostas, aprovadas na etapa nacional, realizada em Brasília, de 4 a 7/8/2019.

O tema central da 16ª CNS foi “Democracia e Saúde”.

Seu relatório final é um alentado documento de 254 páginas que detalha as 31 diretrizes e 328 propostas aprovadas em Brasília.

As conferências de saúde, nos municípios, estados e no âmbito nacional, vêm se constituindo, desde a histórica 8ª CNS, realizada em 1986, em exemplo de democracia participativa.

A 16ª CNS dedicou cinco diretrizes e 88 propostas ao tema do “financiamento adequado e suficiente para o SUS”.

Constatou o subfinanciamento crônico do SUS e o risco de desfinanciamento e indicou, dentre outros aspectos,

“a revogação da Emenda Constitucional nº 95/2016, que congelou os investimentos públicos em saúde por 20 anos”, a criação de uma “Lei de Responsabilidade Sanitária”, desvinculando a saúde dos estrangulamentos da Lei de Responsabilidade Fiscal [7],

“o aumento do percentual mínimo do município destinado à saúde, de 15% para 20%, com aumento no investimento para a atenção básica”,

e “construir e implantar para todas as categorias (…) um plano de cargos, carreiras e salários”, a Carreira-SUS, “garantindo o piso nas três esferas de governo, conforme as diretrizes nacionais para a gestão do trabalho no SUS”.

Porém, outro caminho para enfrentar e superar o banditismo que avança sobre o dinheiro do SUS, está sendo imposto pelo Ministério da Saúde (MS), como se todo o SUS fosse mesmo uma “terra de ninguém”.

O MS alega preocupação com a otimização dos recursos públicos e com o melhor desempenho do sistema, na atenção básica, aspectos dos quais, registre-se, ninguém discorda.

Para isto encaminhou e se empenhou para aprovar na reunião de 31 de outubro de 2019 da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), composta por representantes da União, Estados, DF e Municípios, uma “nova política de financiamento” da Atenção Básica, da qual muita gente discorda.

Trata-se de uma mudança radical que estabelece que, após uma transição em 2020, e definitivamente a partir de janeiro de 2021, os mecanismos atuais de transferência de recursos serão substituídos por quatro modalidades de financiamento federal.

Basicamente, extingue-se o ‘Piso de Atenção Básica Fixo’, como mecanismo de transferência contínuo, baseado em critérios demográficos, e se introduz um valor per capita fixo, cujo montante a ser transferido ficará desvinculado de critérios populacionais, mas será definido a partir de critérios gerenciais, notadamente a produtividade e o desempenho.

A nova política de financiamento colide, frontalmente, com todas as diretrizes e propostas aprovadas na 16ª CNS.

Com ela, o MS regride aos anos 1990 e, arvorando-se competente para tutelar e decidir o que Estados e Municípios podem ou não podem fazer em saúde, nos seus âmbitos, passa a considerá-los não mais como entes federativos autônomos e partícipes da gestão e desenvolvimento institucional do SUS, mas como meros “prestadores de serviços” ao governo federal, segundo a lógica contratual que rege as relações entre empresas privadas.

A medida, essencialmente autoritária, foi objeto da Portaria nº 2.979, de 12/11/2019, que institui um programa federal denominado “Previne Brasil” [8].

Por recusar as indicações da 16ª CNS, o programa de Bolsonaro foi recebido como uma verdadeira “contra-reforma” sanitária, pois contraria dispositivos legais e nega toda uma tradição de democracia participativa que marca a trajetória de construção do SUS, desde sua criação em 1988.

O anúncio da decisão da CIT, para atender pressões do governo federal, gerou um número expressivo de críticas e denúncias do campo democrático, reunido no movimento da Reforma Sanitária Brasileira (RSB) [9].

“Será a pá de cal no SUS, sepultando definitivamente nosso sistema universal de saúde” é a frase-síntese do tom geral dessas manifestações, pois o novo modelo se assenta em “cadastro de pessoas”, restringindo a esse público as ações do SUS, violando a Constituição e as leis orgânicas do SUS, ratificadas pela Lei Federal nº 141/2012, que se referem à universalidade da atenção à saúde, como um “direito de todos”.

O mecanismo criado pelo governo Bolsonaro, recomendado pelo Banco Mundial, impõe perdas importantes, que podem chegar a mais da metade dos recursos que recebem até agora, a centenas de municípios, notadamente os de menor porte demográfico, ainda que esteja previsto um aumento de cerca de R$ 2 bilhões para a transição de 2020, ano de eleições municipais.

Estima-se que tais perdas atingirão quase um quarto dos municípios, em todo o país.

Mas o anúncio é de que haverá mais recursos e que a decisão teria sido tomada democraticamente, pois teve o apoio do Conasems, o conselho que reúne os representantes dos municípios, com o objetivo de atender os “mais necessitados”.

Mas os conselhos equivalentes ao Conasems dos estados de SP e RJ, dentre outros, divulgaram notas técnicas expondo divergências relevantes.

O que o governo Bolsonaro, quer, efetivamente, é negar na prática o direito constitucional à saúde, necessariamente universal, e substituí-lo pela denominada cobertura universal.

Não são simples palavras, nem expressões sinônimas: sistemas universais de saúde operam para que o conjunto das políticas públicas produzam socialmente a saúde, com o setor saúde integrado a esse conjunto.

Assegurar a saúde de todos é, para os sistemas universais, atribuição do Estado, que deve ser democrático e desenvolver ações referenciadas no interesse público.

Na cobertura universal, ao contrário, o que se busca é ampliar a cobertura da assistência médica às pessoas, reduzindo, portanto, toda a complexidade da saúde aos serviços médico-hospitalares, que podem ser públicos ou privados.

Nessa vertente, a saúde é considerada uma responsabilidade individual, passível de ser “comprada” como se fosse uma mercadoria. São bastante conhecidas as deformações impostas às ações e serviços de saúde quando relações comerciais são adotadas em substituição à concepção de direitos sociais, para mediar o acesso a cuidados de saúde: de modo geral a cobertura cai e, com ela, a qualidade dos programas.

Em reunião na primeira semana de dezembro de 2019, o Conselho Nacional de Saúde anunciou uma agenda de debates sobre a Portaria nº 2.979 e o programa ‘Previne Brasil’.

Mas esta agenda não tem efeito suspensivo e a Portaria do novo financiamento passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2020.

Os representantes do governo Bolsonaro rebatem as críticas argumentando que suas decisões são democráticas, que foram discutidas durante vários meses e têm apoio dos municípios.

Mas, é bem estranha essa “democracia na saúde” que, ao invés de aprofundar o grau de democracia participativa, combatendo o clientelismo político-partidário e o nepotismo de alguns conselhos, embaralha palavras e deforma significados.

Nesse contexto, não faz sentido falar em democracia na saúde se o governo Bolsonaro é essencialmente autoritário e não faz questão, sequer, de parecer ter algum compromisso com a democracia, conforme demonstrações diárias de seus dirigentes, desde os terraplanistas até os abertamente fascistas e seu notório desprezo pelos valores e a convivência democrática.

Na saúde, porém, o governo finge ser o que não é, embora imponha, de modo igualmente autoritário, medidas radicais que afetam milhões de brasileiros, desconsiderando qualquer posição divergente e lidando com a complexidade institucional do SUS como se este fosse ‘terra de ninguém’, à espera de medidas ordenadoras e racionais.

Ignora os mais de 4 milhões de profissionais de saúde vinculados ao nosso sistema universal e as entidades que os representam e despreza conselhos e conferências de saúde ao tomar decisões sobre o SUS.

Mas essa “democracia” na saúde não deve iludir ninguém, pois se trata de democracia fake, uma falsificação grosseira.

As consequências, contudo, não são de placebos. Têm, ao contrário, efeitos colaterais destrutivos, nocivos para o SUS e o direito à saúde.

Ao seu modo, essa democracia fake também mata.

 

 

*Viomundo/ Paulo Capel Narvai é professor titular de Saúde Pública na USP

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Papa reage a Bolsonaro e ao avanço evangélico; Sínodo da Amazônia terá encontro com governadores

Durante a realização da cúpula, boa parte dos governadores deve criticar a desastrosa política ambiental imposta pelo governo.

Em reação à postura do governo de Jair Bolsonaro em relação ao 11º Sínodo da Amazônia, o Vaticano marcou para o dia 28 de outubro a 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan Amazônia.

O encontro, com a presença do Papa Francisco, foi marcado depois de um pedido conjunto dos governadores de estados brasileiros, que formam a chamada Amazônia Legal. A cúpula será realizada um dia após o encerramento do Sínodo, na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano.

O Sínodo vem recebendo diversas críticas do governo e da comunidade evangélica. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, comandado pelo ministro general Augusto Heleno, revelou preocupação com “alguns pontos da pauta”, incluindo questões de “soberania nacional”. Em tom de acusação, o governo diz que o evento representa a “esquerdização” da Igreja.

Os países da Pan Amazônia são Brasil, Colômbia, Equador, Bolívia, Peru, Venezuela, Guianas e Suriname. Nove estados brasileiros integram a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte de Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.

Quase todos os representantes brasileiros já confirmaram presença ao evento.

Boa parte dos governadores deve criticar a desastrosa política ambiental imposta pelo governo Bolsonaro.

Oficialmente, o tema para inaugurar a agenda do encontro dos governadores será “Caminhos e Compromissos para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia”.

 

 

*Com informações da Forum/G1

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New York Times: Amazônia ainda está em chamas e a culpa é de Bolsonaro

O jornal americano The New York Times publicou hoje um documentário sobre as queimadas na Amazônia. A reportagem esteve em setembro na cidade de Novo Progresso, no Pará, e conversou com proprietários de terra e pecuaristas locais. Segundo o jornal, eles se sentem encorajados pelo presidente Jair Bolsonaro e pela chance de reverter uma queixa de décadas contra a criação de unidades de conservação federais.

“A Amazônia é nossa”, disse Agamenon da Silva Menezes, líder do Sindicato dos Produtores Rurais de Novo Progresso ao jornal. “Vamos preservar a Amazônia, mas preservaremos a Amazônia de acordo com nossas necessidades, não as necessidades do mundo.”.

O New York Times também participou de um churrasco na região, com tom de manifestação política. No evento, produtores rurais criticaram agências de proteção ambiental e ONGs que trabalham pela preservação da Amazônia.

Eles tiveram suas reivindicações ouvidas por Nabhan Garcia, secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura. Garcia prometeu que todos terão seus títulos e que o governo está analisando as “vergonhas unidades de conservação e extensões de terras indígenas”.

A reportagem fala ainda sobre o “Dia do Fogo”, em 10 de agosto, classificado por Garcia como “uma insanidade”.

Adecio Piran, jornalista local que falou sobre um suposto esforço coordenado entre proprietários de terra e pecuaristas para queimar a floresta, relata que sofreu ameaças de morte e recebeu ordens para tirar a notícia de circulação.

 

 

*Com informações do Uol

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Milícia bolsonarista ataca: Polícia Federal da equipe do Ibama é alvo de tiros de garimpeiros no Pará

Como mostra a reportagem, das duas, uma. Ou Bolsonaro perdeu o controle da milícia rural ou a matilha segue as ordens do próprio cão raivoso. O fato é que a coisa tomou um rumo de atenção máxima, a luz vermelha está acesa. O que, antes, estava nas sombras, agora está escancarado, sacando e atirando para matar.

Uma equipe de fiscalização do Ibama foi alvo de tiros por parte de garimpeiros durante operação de fiscalização na sexta-feira, perto da Terra Indígena Ituna/Itatá, em Altamira, no Pará, e homens da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública, que davam apoio à operação, revidaram.

Ninguém ficou ferido na troca de tiros, e os garimpeiros, que se esconderam na mata com a chegada dos fiscais, não foram presos. Os agentes do Ibama destruíram duas retroescavadeiras e três motores usados no garimpo, de acordo com Hugo Loss, coordenador do Ibama responsável pela operação, acompanhada por uma equipe da Reuters.

“Eles (garimpeiros) se esconderam no mato e dispararam contra a equipe”, disse Loss à Reuters por telefone, acrescentando que o desmatamento tem aumentado significativamente na região, especialmente nessa reserva indígena que, de acordo com o coordenador, teve 10% de sua área desmatada somente neste ano.

Loss afirmou que um aumento expressivo da grilagem de terras na área indígena impulsionou a alta de desmatamento na reserva Ituna/Itatá que, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), é destinada a índios isolados, engloba os municípios de Altamira, Anapu e Senador José Porfírio e ocupa uma área de 142.402 hectares.

De acordo com Loss, a demarcação dessa área foi uma das condicionantes para permitir a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. A reserva é de restrição de uso, o que significa que nenhuma atividade pode ser desenvolvida na região, e a demarcação visa proteger índios isolados, cujos sinais de presença foram detectados durante a construção da usina.

O garimpo, alvo da operação com troca de tiros nesta sexta, fica a cerca de 50 quilômetros da área indígena, disse o coordenador do Ibama.

“Essa demarcação da terra (Ituna/Itatá) é feita com base em um decreto presidencial. Com a alteração toda que houve na orientação da política ambiental, criou-se uma expectativa de regularização, de desregulamentação dessa terra, de desfazimento desse decreto”, disse Loss.

“Então a grilagem aumentou muito forte lá dentro dessa expectativa. Isso causou o aumento drástico do desmatamento naquela área.”

O presidente Jair Bolsonaro, que vem sofrendo pressão internacional por causa do aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia, é crítico ferrenho da demarcação de terras indígenas. Segundo ele, as demarcações visam “inviabilizar” o Brasil.

Bolsonaro, que já disse várias vezes que não assinará a demarcação de nenhuma nova área indígena em seu governo, defendeu na manhã de sexta-feira a revisão das demarcações já feitas, apontando suspeitas de fraudes, sem dar detalhes.

APOIO POLICIAL

Com a pressão internacional sobre o governo brasileiro por causa da Amazônia, Bolsonaro editou um decreto de garantia da lei e da ordem para que militares das Forças Armadas ajudem no combate às queimadas na floresta. O governo também enviou a Força Nacional de Segurança Pública para auxiliar no combate ao desmatamento.

Loss disse que, com essas duas medidas, as equipes de fiscalização do Ibama voltaram a ter condições de realizar operações no Pará. De acordo com o coordenador do Ibama, a Polícia Militar do Estado não vinha oferecendo apoio às equipes.

“Desde maio, a gente não tem apoio da Polícia Militar do Estado do Pará”, disse Loss.

“Somente agora que o desmatamento e o fogo foram realmente reconhecidos como alarmantes, é que houve o decreto da GLO, e com isso a gente conseguiu condições para poder operar aqui nesta área”, afirmou. “Nesta área a gente tinha operações programadas em junho e julho, mas a gente não conseguiu executar as operações nesta área em que a gente está hoje por falta de apoio.”

 

*Com informações do Terra

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Depois de ter criado o Dia do Fogo, Bolsonaro culpa os índios pela tragédia na Amazônia

Presidente se reuniu com governadores da Amazônia Legal para discutir estratégias para queimadas, mas mudou o foco do discurso.

Em reunião com governadores da Amazônia Legal nesta terça-feira 27, o presidente Jair Bolsonaro atacou a demarcação de terras indígenas, enfatizou as críticas ao presidente francês Emmanuel Macron e afirmou que os incêndios “não eram tudo isso”, mas que o momento estaria unindo o País em um “sentimento patriótico”. Alguns governadores, por sua vez, insistiram em proposições práticas e reafirmaram a importância do Fundo Amazônia e de uma comunicação mais adequada para a resolução da crise.

A reunião com os chefes dos estados foi convocada para debater sobre as queimadas crescentes na Floresta Amazônica, assunto que está sob pressão internacional principalmente após a reunião do G7, que determinou a doação de 20 milhões de dólares para o combate aos incêndios. A maioria dos governadores mostrou-se a favor de fundos internacionais de emergência e ajuda permanente na conversa, que contou também com presença de ministros do governo – como Ricardo Salles, da pasta de Meio Ambiente.

No final da reunião, o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), entregou ao presidente o texto de um projeto nomeado de Consórcio Interestadual da Amazônia para discutir, em parceria com o governo federal, pautas comuns aos estados da região que tratam da proteção da Amazônia. Bolsonaro afirmou que até a próxima quinta-feira 5, ele iria encaminhar um pacote de medidas ao Congresso, sem especificar exatamente sobre o quê elas se tratam.

Todos os nove estados da Amazônia Legal – Acre, Rondônia, Roraima, Amazonas, Mato Grosso, Amapá, Pará, Maranhão e Tocantins – solicitaram adesão ao decreto da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e a ajuda das Forças Armadas para o combate ao fogo. A Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal apuram se houve ação criminosa nos incêndios, que se intensificaram no início deste mês.
Bolsonaro critica a “selvageria” de antigos governos

O presidente afirmou no encontro que a questão ambiental deveria ser conduzida com “racionalidade” e não com a “selvageria” de antigos governos. Apesar da pauta principal ser a combate às queimadas, Bolsonaro foi endossado pelos governadores nortistas de seu partido, Antônio Denarium, de Roraima, e Coronel Marcos Rocha, de Rondônia, que defenderam a perspectiva de uma demarcação ‘excessiva’ de terras indígenas e reservas ambientais.

Entre as falas dos governadores, Bolsonaro nomeava pedidos de parques nacionais, reservas ou mais demarcações que, segundo ele, estavam congeladas em seu governo – uma “verdadeira psicose de demarcações”, afirmou, fugindo do tópico principal da reunião mais de três vezes ao longo de suas observações. “Para nós, a região mais rica não é o Sudeste, é o Norte. Temos como sair dessa situação que nos encontramos: viver como pobres vivendo em terras riquíssimas”, afirmou.

Mauro Mendes (DEM), governador do Mato Grosso, disse que a “guerra de comunicação que se estabeleceu foi muito ruim” para o Brasil. “Essa guerra está sendo patrocinada pelos nossos principais concorrentes internacionais”, acrescentou em uma crítica adicional a Emmanuel Macron. Depois, reconheceu a importância do debate ambiental para o setor prevalente em seu estado, o maior agroexportador do País, ao dizer que este era o “abre alas para o agronegócio brasileiro”.

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), defendeu o que chamou de “meritocracia para quem preservar” após apresentar dados sobre o desmatamento em seu estado, entre eles a denúncia de uma fronteira agrícola na área de Triunfo do Xingu. “Nós temos que chamar esse pessoal: você vai expandir essa pecuária ou topa construir um plano pra deixar a floresta em pé e isso ser remunerado?”, disse.

Com as insistências de Bolsonaro em retomar à temática de Macron, o governador opinou que o grupo estava perdendo tempo com o assunto. “Temos que cuidar do nosso país e tocar a vida. Damos muita importância pra esse tipo de comentário, e temos que cuidar dos nossos problemas e sinalizar para o mundo a diplomacia ambiental, que é fundamental para o agronegócio”, falou, além de ter destacado a necessidade de um plano de regulamentação fundiária, também defendido por Salles.

Outro crítico aos pontos constantemente levantados por Bolsonaro foi o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que destacou que “o meio termo é a melhor receita” em relação a diálogos e decisões. “Extremismos não são adequados numa temática complexa como essa. Acho fundamental que se faça um discurso ponderado”, falou, e acrescentou que movimentos arredios dos altos cargos da República eram ‘faíscas’ que poderiam se transformar em incêndios.

 

*Com informações da Carta Capital

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Moro, que colocou na rua a Força Nacional contra estudantes, ignorou pedido do Ibama para combater o Dia do Fogo

“Saliento que já foram expedidos ofícios solicitando apoio da Força nacional de Segurança, entretanto até o momento não houve resposta”, afirmou o coordenador-geral de Fiscalização Ambiental do Ibama, Renê Luiz de Oliveira em despacho assinado dia 12 de agosto.

De acordo com o Ministério Público Federal do Pará, as Forças de Segurança Nacional foram alertadas sobre os planos de ação criminosa de queimadas na região Amazônica e o Ibama também solicitou ajuda, não foram ignorados pelo Ministério da Justiça, comandado por Sergio Moro.

Segundo documentos do MPF, foi enviado um ofício em 7 de agosto ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis) que alertava sobre planos de produtores rurais para realizarem uma queimada na região do Município de Novo Progresso, que aconteceria dia 10 de agosto de 2019 como forma de manifestação.

O ofício afirma que “a manifestação dos produtores rurais, caso levada a cabo, ensejará sérias infrações ambientais que poderá [sic], até mesmo, fugir ao controle e impedir a identificação da autoria individual, haja vista a perpetração coletiva”.

Em 8 de agosto, o analista ambiental do Ibama Luciano Souza da Silva assinou despacho com a recomendação de que fosse feita uma fiscalização “in loco” e articulação com autoridades competentes para apuração em conjunto.

Em 12 de agosto, o Ibama respondeu o ofício do MPF e informou que as ações de fiscalização encontravam-se prejudicadas pela ausência de apoio da Polícia Militar, o que colocava em risco a segurança das equipes em campo.

 

*Com informações do 247