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Direto do Equador: Capital Quito vive clima de tensão após explosões

Enviada especial da CNN relata ataque a Unidade de Polícia Comunitária; comerciante contou sobre medo e danos.

Moradores do bairro de Los Condes, no sul de Quito, capital do Equador, vivem clima de tensão após uma explosão em uma Unidade de Polícia Comunitária na noite de quarta-feira (10).

O caso aconteceu após um homem em uma moto acender um dispositivo explosivo diante do local. Uma parede foi reduzida a escombros, e os vidros das janelas ficaram estilhaçados.

Com medo de futuros ataques, uma comerciante das proximidades da unidade pediu que a CNN não fizesse imagens nem dela nem de sua loja. Seu comércio teve duas janelas quebradas pela explosão.

Ela contou à reportagem que mora a cerca de três quarteirões do local do ataque e que escutou uma forte explosão por volta das 21h30, no horário local.

Segundo a comerciante, ela viu uma luz forte, o chão de sua casa tremeu e os alarmes dos carros começaram a tocar. Mas, assustada, ela só foi conferir os destroços que atingiram sua loja no dia seguinte.

Também na quarta, uma explosão foi registrada em uma passarela para pedestres da capital. A polícia local divulgou imagens da área e afirmou que houve danos materiais.

Na manhã desta quinta-feira (11), um explosivo foi deixado perto de uma ponte em Quito, a cerca de seis quilômetros da unidade de polícia atacada. Após averiguação, a polícia metropolitana detonou o artefato de forma controlada.

Além disso, na terça-feira (9), um carro explodiu no estacionamento de um posto de gasolina. Perguntados pela CNN pelo episódio, trabalhadores se negaram a comentar como foi o ocorrido.

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Equador pede “respaldo político” a países sul-americanos no enfrentamento à crise de segurança

O governo equatoriano pediu aos países sul-americanos apenas “respaldo político” para o enfrentamento da crise de segurança.

Fontes da diplomacia brasileira relataram que é preciso ter cautela porque a ameaça, neste momento, é “estritamente interna” e tem que ser resolvida pelo próprio governo do país em crise.

Por isso, apesar da preocupação com o reestabelecimento da ordem pública no Equador, o envio das Forças Armadas não está sendo discutida neste momento.

Apoio da PF
Mais cedo, a Polícia Federal informou à CNN que colocou agentes à disposição do país vizinho para auxiliar no combate às ações de grupos criminosos e que mantém um policial do Equador no Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) para manter ligação direta entre os dois países.

O presidente Daniel Noboa disse em entrevista à Rádio Canela que o Equador se encontra num “conflito armado não internacional” e que luta pela paz e contra “grupos terroristas” compostos por mais de 20 mil pessoas. Noboa disse que os terroristas são alvos militares.

“Não vamos ceder, não vamos deixar a sociedade morrer lentamente, hoje vamos combatê-los, vamos dar soluções e em breve vamos dar paz às famílias equatorianas […] Este governo está tomando as medidas necessárias que nos últimos anos ninguém queria tomar”, disse o presidente.

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Vídeo: Assassinado candidato à presidência do Equador a 11 dias da eleição

A notícia foi confirmada pelos assessores do candidato à presidência

O candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, foi assassinato na noite desta quarta-feira, 9, com três tiros na cabeça. Ele saía de um encontro político na cidade de Quito quando foi baleado, de acordo com as agências de notícia do país.

Segundo o g1 e CNN, a notícia foi confirmada pelos assessores do candidato à presidência. O primeiro turno das eleições no Equador acontecem no dia 20 de agosto, para troca de presidente, vice-presidente e 137 parlamentares.

Villavicencio era um dos principais candidatos à presidência do Equador. Nas pesquisas de opinião, ele oscilava entre a segunda e a quinta colocação. As avaliações de tendências eleitorais do país é deficiente em comparação a outros países sul-americanos como Argentina, Uruguai e Brasil, que possuem institutos com maior índices de acerto.

Em junho, segundo o Centro de Estratégico Latinoamericano de Geopolítica (Celag), Villavicencio estava em quarto lugar, com 8% das intenções de voto, atrás de Luisa González, do partido Revolução Cidadã (30%), Otto Sonnenholzner, da aliança Atuamos (13%) e Yaku Pérez, da coligação “Claro que é possível” (11%).

Em 20 de julho, a Cedatos, empresa de pesquisa aprovada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador, apontou que Villavicencio estava em segundo, com 13,2%, atrás apenas de Gonzáles (26,6%) e à frente de Pérez (12,5%) e Sonnenholzner (7,5%).

O pleito acontece no próximo dia 20, de forma antecipada, depois que o presidente Lasso decretou a chamada “morte cruzada”, que decretou a dissolução da Assembleia Nacional e reduziu o tempo de seu próprio mandato.

Vídeo nas redes sociais mostram o momento do atentado.

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Bolsonaro veta nota do Exército sobre Pazuello

Estadão Conteúdo – O Comando do Exército abriu nesta segunda-feira, 24, apuração disciplinar sobre a participação do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, em um ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro, realizado domingo, no Rio. Pazuello subiu no palanque sem máscara, como Bolsonaro, durante manifestação que provocou aglomeração em um momento de pandemia de covid-19 e será alvo de processo interno. Comandante em chefe das Forças Armadas, o presidente proibiu, porém, a divulgação de qualquer nota do Exército sobre o procedimento aberto para investigar a conduta do ex-ministro.

Bolsonaro estava em Quito – onde acompanhou a posse do presidente do Equador, Guillermo Lasso – quando soube pela imprensa que o Ministério da Defesa e o Comando do Exército divulgariam nota para explicar que Pazuello responderia a uma apuração disciplinar. A decisão de abrir o processo foi tomada pelo comandante-geral do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, após ouvir todos os integrante do Alto Comando.

Contrariado, o presidente telefonou, então, para o ministro da Defesa, general Braga Netto, e deu a ordem de silêncio. O fato causou constrangimento entre os membros do Alto Comando do Exército, que resolveu tomar medidas contra Pazuello, um general da ativa, sem dar nenhuma explicação à opinião pública.

O Estadão apurou que Bolsonaro também ficou irritado com o vice-presidente Hamilton Mourão. Em entrevista, nesta segunda-feira, Mourão criticou Pazuello por ter comparecido à manifestação e lembrou que tanto o Estatuto Militar como o Regulamento Disciplinar do Exército proíbem a participação de oficiais da ativa em atos políticos.

Para o vice-presidente, o ex-ministro da Saúde “entendeu que cometeu um erro” após conversar com seus superiores. “Acho que o episódio será conduzido à luz do regulamento, o qual prevê que se avalie o tipo de transgressão eventualmente cometido e se aplique a punição prevista para o caso”, disse Mourão, que nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer já recebeu sanções por ter feito manifestações políticas (mais informações nesta página). “Isso tem sido muito claro em todos os pronunciamentos dos comandantes militares e do próprio ministro da Defesa. Eu sei que o Pazuello já entrou em contato com o comandante informando ali, colocando a cabeça dele no cutelo, entendendo que cometeu um erro.”

A situação é delicada porque envolve o próprio Bolsonaro, que passou o microfone para Pazuello falar durante o ato político. Agora, o general está sujeito a punições que vão de advertência verbal a suspensão, podendo até mesmo, em tese, chegar à prisão de 30 dias. Além disso, há forte pressão para que Pazuello – general intendente, que atingiu o máximo posto nessa arma, ou seja, três estrelas – passe para a reserva. Até hoje, no entanto, o general sempre resistiu a essa ideia, mesmo quando, no cargo de ministro, era pressionado a se afastar da ativa.

De qualquer forma, apesar da ordem de Bolsonaro para que o Exército não prolongue o assunto, o processo para investigar a transgressão disciplinar de Pazuello – dando a ele amplo direito de defesa nos próximos três dias úteis, a contar de ontem – já foi aberto pelo Exército.

Na arena política, o episódio desgastou ainda mais a imagem do governo, e a cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid quer convocar novamente Pazuello para prestar depoimento.

“A procissão no Rio em louvor ao vírus é declaração de guerra ao SUS”, escreveu o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), em postagem nas redes sociais. “Pazuello pisoteia disciplina e hieraquia e ri a céu aberto. A CPI terá muito assunto”, afirmou Renan (mais informações na pág. A8). Na semana passada, após o ex-ministro da Saúde depor à CPI, o relator apresentou uma lista do que chamou de “15 mentiras” contadas por ele à comissão parlamentar do Senado.

Desgaste

A atuação de Pazuello divide as Forças Armadas desde sua passagem pelo Ministério da Saúde, considerada desastrosa. Em março, quando ele deixou o cargo, dizendo ter sido vítima de perseguição porque políticos ficaram insatisfeitos com a falta de “pixulé”, generais do Planalto o chamaram para uma conversa e houve ali uma discussão.

Os comentários de Pazuello repercutiram tão mal que, em depoimento à CPI, ele negou que “pixulé” significasse propina – disse que eram recursos não aplicados em programas.

Na avaliação do general da reserva Francisco Mamede de Brito Filho, o ato de indisciplina cometido por Pazuello é “grave” e a Força poderá sofrer desgaste ainda maior, dependendo do desdobramento do caso. “A coisa foi escancarada. Vai ser difícil dizer que não houve transgressão. O que vai se discutir é se o comandante (do Exército) foi brando ou pesado. Ninguém sabe qual vai ser o peso da mão do comandante. O que está em jogo, em última análise, é a imagem da instituição e a disciplina, que tem de ser preservada nesse momento que estamos vivendo”, afirmou Brito Filho.

*Com informações do Estadão

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Bolsonaro quer transformar o Brasil no Equador de Lenin Moreno

Bolsonaro é cínico, pois sabe mais do que ninguém, que o problema não são simplesmente as vítimas do coronavírus que, na maioria dos casos, são pessoas idosas e com outras comorbidades. Ele sabe que a questão é infinitamente maior e que pode atingir qualquer brasileiro que precisar de um atendimento médico para qualquer tipo de enfermidade se a propagação da doença chegar rapidamente a um pico que leve o sistema de saúde ao colapso, coisa que não está longe de acontecer no Brasil por uma série de razões, mas principalmente por Bolsonaro ter colocado o mercado no centro das suas soluções e não as pessoas, sobretudo das camadas mais pobres da população.

Bolsonaro usa todo o tipo de covardia sórdida para pressionar os pobres a voltarem às ruas para sustentar os lucros de quem ainda segura o seu mandato que, sem dúvida, está por um fio, pois a qualquer momento ele pode ser arrancado da cadeira da presidência da República e ir direto para a cadeia junto com seus três filhos delinquentes.

O fato é que o Brasil corre o risco de assistir coisa muito pior do que vem acontecendo no Equador em função da pandemia da coronavírus, onde corpos estão sendo abandonados nas ruas por não ter condição de fazer um enterro digno. O Brasil, por ter uma extensão territorial continental e pelo número de sua população que é onze vezes maior que a do Equador, pode sofrer uma hecatombe, caso Bolsonaro continue no governo.

Mais estúpido ainda é Bolsonaro imaginar que, num quadro de colapso no sistema de saúde como o que assistimos no Equador, repetindo-se no Brasil, resultando numa catástrofe de proporções infinitamente maiores que no Equador, o exército nas ruas não vai controlar o estouro da boiada, como se as pessoas ficassem todas passivas diante do genocídio incalculável que o coronavírus pode promover no país.

É visível o isolamento de Bolsonaro e sua iminente queda. O general Villas Bôas reclamou que estão todos contra Bolsonaro, não mencionando, no entanto, que hoje o maior aliado do coronavírus no Brasil é justamente o presidente da República.

Assim, não há inimigo maior do povo brasileiro do que o próprio presidente que se revela a cada momento a figura mais abjeta que a direita brasileira, a mídia que vive a serviço do mercado, além de empresários e banqueiros sem vírgula de escrúpulo colocaram no poder.

Somente nas últimas 24 horas, Bolsonaro trabalhou com quatro frentes, dois vídeos fake, o do Ceasa e o da professora do chiqueirinho e de uma enquete produzida pelo gabinete do ódio, pedindo para a população votar se quer ou não a intervenção militar e, vendo que o resultado foi pífio, ridículo para as suas pretensões, Bolsonaro resolveu usar Eduardo e seu capanga Allan dos Santos para convocar uma manifestação de apoio para o dia 5 de abril, próximo domingo, o que pode lhe custar a cabeça, ao contrário do que diz o jornal inglês, The Economist, que o impeachment de Bolsonaro dependerá do número de mortos que ele produzirá com o coronavírus no Brasil.

 

*Charge em destaque: The Economist

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Balas que cegaram jovens e trabalhadores chilenos foram fabricadas no Brasil

O arsenal empregado contra as populações nos protestos que ocorreram recentemente no Equador, na Bolívia e no Chile foi fabricado no seguinte endereço: Rua Armando Dias Pereira, 160 – Adrianópolis, Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Ali, a fábrica que exporta “artefatos não letais” para o mundo, atende pelo sugestivo nome de “Condor Tecnologias Não-Letais”. Seria uma referência/homenagem à Operação Condor, de triste lembranças, que operou nos países da América do Sul, sequestrando brasileiros resistentes à ditadura e desaparecendo com os seus corpos? – Vai saber.

A jornalista Denise Assis traz à tona a denúncia de que o arsenal empregado contra as populações nos protestos que ocorreram recentemente no Equador, na Bolívia e no Chile foi fabricado em um endereço de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. “Foram contabilizadas mais de 200 pessoas atingidas pelas ‘balas de borracha’ que perderam a visão de um dos olhos ou dos dois em conflitos recentes no Chile”, lembra a colunista.

Fato é que em matéria-denúncia do repórter do Jornal “La Tercera” Victor Rivero, publicada no Chile há poucos dias, é descrito que todo um estoque de gás lacrimogêneo, gás de pimenta e “balas de borracha” saíram de Nova Iguaçu, para cegar e ferir duas centenas de chilenos, bem como causar danos semelhantes nos demais países citados acima.

Rivero descreve que “segundo dados que a Direção Nacional da Ordem e Segurança dos Carabineros, enviou ao Ministério do Interior até 24 de novembro, em 6.100 eventos violentos – no Chile – se haviam utilizado 161.849 cartuchos de escopeta, 18.032 granadas de mão e 98.223 bombas lacrimogêneas. Depois de 40 dias de manifestações corria um segredo pelos quartéis. Estava se acabando o estoque de gás lacrimogêneo e seria necessário encomendar às pressas uma partida do produto ao Brasil”.

De acordo com Vitor Rivero, “foram adquiridos à Condor S.A. único e CS GL – 203 – T projétil triplo, Brasil, cartuchos CS GL – 203 T de 95mm de comprimento e de 130 a 165m de alcance. E, ainda, cartuchos de 28mm de comprimento e 3cm de largura”.

Na definição da OTAN, “armas não letais são as especificamente projetadas e empregadas para incapacitar temporariamente pessoal ou material, ao mesmo tempo em que minimizam mortes e ferimentos permanentes, danos indesejáveis à propriedade e comprometimento do meio-ambiente”.

Há controvérsias. Foram contabilizadas mais de duzentas pessoas atingidas pelas “balas de borracha” que perderam a visão de um dos olhos ou dos dois em conflitos recentes no Chile, onde essas armas foram fartamente utilizadas pelos carabineros, nos enfrentamentos de rua, conforme a reportagem do jornalista chileno.

A esta altura, talvez fosse interessante destacar que a prática de atirar nos olhos com balas de borracha, destinadas às pernas – apenas para imobilizar e assustar os manifestantes – é atribuída à Polícia de Israel, que poucos meses antes dos conflitos na região, instalou um posto avançado dentro do Consulado de Israel, em São Paulo.

Armas nem tão não-letais assim

O uso do termo “não letal” foi examinado pela mídia local depois que estudos feitos pela Universidad de Valparaíso analisou a composição das bombas de gás atiradas contra a população, bem como a Universidad de Chile fez o mesmo com os cartuchos classificados como “balas de borracha”, disparadas contra os manifestantes.

A equipe que estudou as bombas de gás concluiu que é impossível determinar quais os tipos de componentes químicos são utilizados nelas, tornando difícil a classificação “não letal”.

Sob a orientação do Dr. Aníbal Vivaceta, do quadro da universidade, 12 acadêmicos de Medicina publicaram o resultado de suas pesquisas sob o título: “Informe acerca del uso de gases lacrimógenos por agentes del Estado”, no final de novembro. O objetivo de tal estudo, de acordo com a descrição no documento entregue à imprensa, foi “apresentar um material de revisão geral sobre o assunto, que permita uma melhor abordagem por parte das organizações dos direitos humanos e uma melhor compreensão das implicações no campo judicial”.No laudo fazem a ressalva: “Note-se que encontramos dificuldades significativas na determinação de quais produtos, em quais apresentações, com que dosagem eles estão sendo usados ??no Chile, dadas as dificuldades já mencionadas por aqueles que tentaram acessar os dados de aquisição e distribuição por Carabineros (45). Portanto, assumimos a necessidade de revisar o efeito declarado pela Polícia (CS), sem descartar os de outros agentes. Recentemente, o uso de gás pimenta foi mencionado com frequência, portanto esse tópico foi incluído na análise”.O estudo destacou, ainda, as regras internacionais que normatizam o uso desses artefatos. “A Convenção sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenamento e Uso de Armas Químicas e sua Destruição é um tratado internacional assinado por 193 estados, incluindo o Chile20 (38). Neste tratado, o uso de gás lacrimogêneo contra as tropas inimigas durante a guerra é proibido, no entanto, seu uso é permitido contra civis em tempos de paz.”Outro ponto destacado foi a proibição de uso em alguns países, por seu risco à saúde humana. “Esses países correspondem à Bélgica, Países Baixos e República Eslovaca, de acordo com o Manual de Operações Transfronteiriças preparado pela Comissão Europeia (39)”.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) registra em seu relatório de 2015:

“Devido às consequências que podem resultar do uso inadequado e abusivo de armas menos letais, é enfatizada a necessidade de elaborar disposições normativas, protocolos e manuais que incluam restrições e proibições (…) em contextos ou na frente de pessoas que possam envolver riscos maiores. Por exemplo, o gás lacrimogêneo não deve ser usado em ambientes fechados ou na frente de pessoas que não possuem uma rota de desconcentração ou evacuação. (Foi o que ocorreu, conforme relatos dos moradores, na comunidade de Paraisópolis, onde nove jovens morreram pisoteados por terem ficado encurralados num beco).Uma das medidas ignoradas onde quer que esses gases e artefatos têm sido utilizados, é a que recomenda: “O uso de armamento menos letal deve ser precedido por avisos formais, que dão às pessoas a oportunidade de evacuar a área sem causar situações de pânico ou debandada, e padrões de atribuição de responsabilidade devem ser construídos para seu uso incorreto ”(40). Um outro estudo foi feito a pedido da Unidade de Trauma Ocular do Hospital El Salvador, do Chile, desta vez desenvolvido na Universidad de Chile, intitulado: “Estúdio de Perdigón Informe Final (UTO)”, e elaborado pelos doutores em engenharia: Patricio Jorquera, e Rodrigo Palma H., do Departamento de Engenharia Mecânica da FCFM.

A análise tinha por objetivo determinar a composição das “balas de borracha” usadas pela Polícia e que vinham provocando traumas severos e um elevado número de casos de cegueira em alarmante proporção. Publicado no dia 15/11/2019, o estudo apresentou os seguintes resultados:

“Ao calcinar uma amostra, a borracha é perdida e apenas os compostos estranhos permanecem, principalmente metais ou cerâmica. Uma amostra é colhida, pesada e calcinada a 600 ° C e as cinzas deixadas no cadinho é pesado e a porcentagem de material que não corresponde à borracha é obtida. O material restante após a calcinação pode ser visto na foto abaixo:

Uma das líderes mundiais de exportação de “artefatos não-letais”, como o seu produto é denominado, a Condor S.A. atua no ramo há 25 anos, exporta para mais de 60 países e tem no seu portal institucional informações tais como: “Situada no Rio de Janeiro, no município de Nova Iguaçu, a Condor Tecnologias Não-Letais está instalada em uma área de aproximadamente um milhão de metros quadrados nas vizinhanças da reserva biológica do Tinguá, maior reserva de Mata Atlântica do Estado do Rio de Janeiro”. (Ela alardeia no seu texto institucional o caráter preservacionista, destinando 70% da área total para a preservação da mata nativa. A conferir).

Entre os produtos fabricados pela Condor, estão as armas elétricas (usadas pela Guarda Municipal do Rio), granadas de efeito moral, luz e som, bombas de gás lacrimogêneo, lançadores e munições de borracha patenteada nos Estados Unidos e considerada a bala mais precisa do mundo.

O proprietário

O proprietário da Condor S.A é Carlos Erane de Aguiar, o diretor do setor de Defesa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). No início deste ano, (abril), Erane lançou um livro com o pomposo título: “Uma experiência em tecnologia não letais no Brasil – O Valor da Vida”.

Em uma das matérias anunciando o lançamento, ele conta os esforços que empreendeu para divulgar a Doutrina do Uso Proporcional da Força. “As pessoas sempre estranharam porque, em vez de oferecer armas, eu sempre apostei nos livros, na inteligência. A repercussão de episódios como o Massacre do Carandiru, em 1992, e Eldorado dos Carajás, em 1996, foram decisivos para convencer autoridades brasileiras para a necessidade de conter situações de conflito sem a perda de vidas humanas”.

O mesmo texto ressalta também que “o Valor da Vida fala ainda do emprego de armas não letais pelo Exército brasileiro na Missão de Paz do Haiti e narra, de maneira divertida, a aventura da primeira grande exportação da Condor para a Argélia, em 2001” (o que pode haver de divertido em exportar armas para reprimir povos? É forçoso perguntar).

Em 2018, Carlos Erane de Aguiar homenageou o general Walter Souza Braga Neto, chefe do Estado-Maior do Exército, na Firjan, com a maior medalha concedida pelo Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa, como personalidade do ano, por seu trabalho na intervenção do Rio.

Nunca é demais lembrar que a intervenção rendeu algumas manifestações, onde os produtos da fábrica de Carlos Erane rasgaram o céu carioca e foram parar no meio dos grupos que protestavam contra a presença das tropas do general. Não faltou gás lacrimogêneo, balas de borracha e gás de pimenta na intervenção comandada pelo homenageado. Um negócio e tanto.

 

 

*Por Denise Asis, para o Jornalistas pela Democracia/Desacato

*Foto destaque: O Globo

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Folha quer “derrubar” Bolsonaro atacando Lula

Poderia se dizer que a briga entre a Folha e Bolsonaro é como uma briga dessas comuns entre o panfleteiro, contratado em campanha por um candidato a vereador, mas que ambos continuam pensando exatamente da mesma forma, tendo apenas uma desavença sobre o preço a ser pago por sua nova função.

É exatamente isso que ocorre com Bolsonaro e a Folha. Os dois estão rigorosamente do mesmo lado em tudo. Apoiam a mesma agenda econômica, a mesma agenda fascista que coloca o Estado para dizimar negros e pobres nas favelas, calam-se do mesmo modo no envolvimento direto da milícia no governo e se enamoram com paixões ardentes no antilulismo.

É certo que Bolsonaro não tem aquele perfume retórico de um garganta como FHC, o neoliberal dos neoliberais, do qual a Folha sempre foi tiete. Mas a agenda de Paulo Guedes, que tem produzido um desastre social e econômico no país, ganha na Folha editoriais curtos e grossos, como “No caminho certo”.

E o que seria esse caminho certo pelo qual Bolsonaro está conduzindo o país através do seu posto Ipiranga? Caminho este que está colocando o dólar na cotação de R$ 4,27 e afugentando por completo os investidores internacionais. Lucro recorde dos patrões dos dois.

Alguém viu a Folha ao invés de atacar Lula diuturnamente, mesmo ele estando fora da Presidência há quase uma década, criticar as taxas cobradas de cheque especial, até para quem não faz uso do crédito oferecido pelo banco? Não. A Folha não vai falar nada da agiotagem que de fato banca o jornal e, muito menos, Bolsonaro vai exigir de seu gado que retire sua conta de banco A, B ou C nesse picadeiro armado por Bolsonaro e Folha que se transformou num palanque para tucano golpista defender democracia.

Só mesmo sendo muito trouxa para acreditar que um jornal que mantém uma devoção inabalável a um juiz corrupto e ladrão como Moro, atual Ministro da Justiça de Bolsonaro, está contra alguma coisa séria do governo fascista.

Nem poderia. Nesse caso até defendo a coerência da Folha. Por que ela trombaria de frente com Bolsonaro se os dois, na verdade, defendem a mesma tese de que no Brasil não teve ditadura, mas a dita branda?

Durante a eleição de 2010, chamaram igualmente Dilma de guerrilheira terrorista, resgatando sua ficha no exército para tentar impedir a sua candidatura.

Ora, a Folha não está interessada em saber o que Bolsonaro faz com o povo debaixo do seu próprio nariz, como apontou Marcio Pochmann em seu twitter que, a partir do governo Bolsonaro, que é uma continuação neoliberal do golpista Temer, São Paulo vive um drama em que se amplia, a olhos vistos, o bolsão de miséria produzido por Guedes, a quem a Folha rasga seda através de editoriais.

“Com o neoliberalismo (de Guedes) cresceu a miséria, alterando a sua composição, como no caso dos usuários do programa de refeições para pobres em SP, originalmente para pessoas em situação de rua, agora frequentado por aposentados, subocupados e desempregados em longas filas de espera.”

“Em conformidade com dados do governo paulista, a quantidade de usuários que frequentam restaurantes de baixa renda em 2019 cresceu 250% no segmento social de renda zero, 224% para aqueles que recebem até meio salário mínimo mensal e 221% para pessoas com rendimento variável.”

“Tamanho do fosso que separa ricos e pobres no Brasil pode ser contabilizado pelo extremo pobre de 15 milhões de pessoas (7,2% da população) disporem de R$6,60 por dia e pelo extremo rico de 1,2 milhão de pessoas (1% da população) deterem R$1.824,00 diários (276 vezes mais).”

E o que diz a Folha sobre isso? Nada.

O faniquito da Folha contra Bolsonaro é normal na convivência entre pares, é igual a lei Rouanet que Bolsonaro disse que exterminaria, mas que mantém esse excremento neoliberal criado por Collor, do mesmo jeito e nas mesmas condições, utilizando recursos públicos para repassá-los a grandes corporações e elas decidirem, depois de serem usados em suas respectivas lavanderias, aonde alocar o resíduo da bolada.

O que se tem agora como resultado desse teatro armado de Bolsonaro versus Folha é a tentativa de dar vida às múmias tucanas que estão de seus sarcófagos fazendo discursos neoliberais, mas respeitando os direitos individuais, porque este tem sido o grande causador de conflitos a partir do discurso oficial do Planalto e bla, bla, bla.

Na verdade, o que se quer como pano de fundo é a manutenção da velha ordem global do neoliberalismo, tanto que a Folha nem toca nas questões que envolvem o golpe na Bolívia, a insurreição do povo chileno contra o neoliberalismo de Sebastián Piñera do qual Guedes segue cegamente a cartilha, assim como ocorre no Equador e Colômbia, aonde a central da democracia é o mercado. Porque, na realidade, a democracia que a Folha sempre apoiou é a mesma de Bolsonaro, a democracia de mercado.

Então, será sempre assim, Folha, tucanos e Bolsonaro, irmanados em ataques a Lula, que é, na verdade, a especialidade deles.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

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Bolsonaro chama de atos terroristas as manifestações do Chile, Equador e Colômbia e teme que elas aconteçam no Brasil

As declarações do presidente refletem um importante grau de temor a que o Brasil seja o próximo país a viver uma explosão social semelhante. “Nós temos que nos preparar sempre para não sermos surpreendidos pelos fatos”, disse.

Em entrevista concedida neste sábado (23), o presidente Jair Bolsonaro mostrou seu temor a respeito das manifestações que acontecem em vários países da América do Sul.

“O que estou vendo em alguns países é um excesso, como no Chile. Aquilo não são manifestações, são atos terroristas”, comentou o presidente aos jornalistas, após participar de evento na Vila Militar, na zona oeste do Rio.

Bolsonaro também falou sobre “se preparar” para o caso da mesma tendência se verificar no Brasil. “Nós temos que nos preparar sempre para não sermos surpreendidos pelos fatos. Até o momento não tem motivo nenhum, nós entendemos dessa forma, daquele movimento vir para cá. Nunca o Brasil viveu uma normalidade democrática como vivemos no momento”, disse.

A onda de protestos contra modelos econômicos neoliberais – como o que defende o seu governo – começou em outubro, no Equador de Lenín Moreno, devido a um pacote exigido ao país pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Logo se reproduziu no Chile, que já leva 37 dias seguidos de manifestações contra o governo de direita de Sebastián Piñera. Nesta semana, a onda de protestos começou também contra o governo de ultradireita de Iván Duque.

As declarações do presidente refletem um importante grau de temor a que o Brasil seja o próximo país a viver uma explosão social semelhante. “É lógico que a América do Sul é uma preocupação de todos nós. Nós não queremos ou gostaríamos que outros países voltassem para o colo do Foro de São Paulo. Nós sabemos qual o destino disso, olha a situação em que se encontra a Venezuela. Eu acho que ninguém no Brasil quer que nós caminhemos nessa direção”, concluiu.

 

 

*Com informações da Forum

 

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O fracassado governo Bolsonaro ainda não caiu porque o Brasil vive uma democracia de mercado

Ao contrário do que tenta fazer parecer, com seu partido três oitão, Bolsonaro está tão debilitado politicamente que perdeu a queda de braço com Bivar na guerra do PSL pelo controle do milionário fundo eleitoral. Por isso está criando essa espécie de puxadinho que já nasce pela metade como resíduo de um lixo tóxico que é o PSL.

Isso, por si só bastaria para afirmar que Bolsonaro nunca esteve tão fragilizado como agora, mantendo-se vivo por aparelhos ligados ao mercado. Se desligar a tomada, ele não dura meio dia.

Suas vitórias no congresso em reformas que detonaram os direitos dos trabalhadores e aposentadoria dos mais pobres, não foram suas, mas de quem foi diretamente beneficiado, o mercado, o sistema financeiro, os rentistas, os banqueiros que nunca viram seus lucros crescerem tanto ao menos nos últimos 25 anos, enquanto o povo empobreceu na mesma medida.

A coisa só não foi pior para os trabalhadores em termos de poder de compra em quase um ano de governo Bolsonaro e dois anos do golpista corrupto Temer, porque, durante os 13 anos do PT, os trabalhadores tiveram ganho real acima da inflação, chegando a ter o maior salário mínimo e médio da história e com poder de compra jamais visto no país.

Se não fosse isso, a classe média elitista que apoia as insanidades do ogro, estaria no mesmo lugar em que FHC a colocou depois dos seus desastrosos oito anos de governo neoliberal em que quebrou o país três vezes.

E é esse sabor que traz um sentimento de fracasso, de crepúsculo representado no final do governo FHC, que Bolsonaro traz efetivamente em seu portfólio nesse um ano incompleto de governo.

Não há um único cálculo econômico que mostre algum benefício para o povo ou para o país nesse período. Tudo foi e continua sendo feito para que o mercado siga ganhando muito e o povo, junto com a economia brasileira, seja jogado no limbo.

É bem verdade que, nos 28% que ainda acham o governo Bolsonaro bom e ótimo, estão 40% de eleitores evangélicos que, por incentivo de pastores picaretas, ligados sobretudo aos interesses de Israel, sustentam uma base eleitoral absolutamente artificial que deve sim perder muita força com a desmoralização e queda de Netanyahu.

Lógico que, nessa conta, até levar de Trump um chute no rabo, ao vivo e a cores, a classe média patriótica, que é a mais americanófila do planeta, perdeu o discurso junto com o clã Bolsonaro, de que o Brasil deveria priorizar suas relações diplomáticas e comerciais com os EUA e, por consequência, os bolsonaristas tiveram que assistir caladinhos e humilhados a Bolsonaro, ajoelhado no milho, diante das câmeras, em pleno encontro dos BRICS no Brasil, suplicando a Xi Jinping que o Partido Comunista Chinês investisse no país e salvasse um pouco uma economia que hoje gera, entre desempregados e trabalhadores informais que vivem de bicos, um recorde absoluto de, aproximadamente, 50 milhões de brasileiros.

A mídia, totalmente rendida ao mercado, que poderia fazer todas as galhofas com essa subserviência do “anticomunista” Bolsonaro diante da China comunista, nada comenta, porque está tão nas mãos do sistema financeiro quanto o próprio Bolsonaro.

Por isso a situação estrutural e cumulativa do país chegou aonde chegou e deu no que deu porque as instituições do Brasil estão absolutamente capturadas, na sua quase totalidade, pelo mesmo mercado, pela mesma doutrina, pelo mesmo fundamentalismo neoliberal, o mesmo que derrubou Evo Morales e promove um banho de sangue inimaginável na Bolívia, mas que também enfrenta a fúria do povo boliviano, numa resistência heroica contra seu próprio exército, assim como acontece no Chile, no Equador e, agora, na Colômbia, porque o desastre social nesses países bateu no teto.

É esse desastre que Paulo Guedes, o posto Ipiranga de Bolsonaro, já produziu em muitas áreas da economia brasileira, tendo como principal vítima, os mais pobres. Tudo rigorosamente apoiado diuturnamente pela mídia que está cada dia mais servil aos interesses do mercado.

Bolsonaro não tem como estar mais enrolado, seja via Carlos Bolsonaro ou Flávio Bolsonaro, porque nos dois casos tanto do assassinato da Marielle quanto na relação íntima com o miliciano Queiroz, a central do que foi revelado até aqui, é o próprio Bolsonaro.

Por isso o país assistiu ao seu cãozinho de guarda, Sergio Moro, soltar seus gorilas da PF para pôr a faca na nuca de um porteiro que, de testemunha no inquérito tocado pela Polícia Civil no Rio, passou a ser, sob as ordens de Moro, considerado criminoso.

Essa aberração não é outra coisa senão um governo que não caminha hoje sequer sobre uma pinguela, mas por uma corda bamba, sem rede de proteção.

Bolsonaro é praticamente um modelo de Quincas Berro D’água do mercado para que os banqueiros e rentistas não parem a farra, porque o governo Bolsonaro já está completamente morto, mantendo-se de pé artificialmente apenas porque o Brasil vive como nunca uma “democracia” de mercado em que reduz-se cada vez mais as chances de sobrevivência do povo para que a prosperidade da plutocracia se mantenha ainda maior.

Os discursos de Bolsonaro são ornamentais porque, fora dos interesses diretos do mercado durante um ano de governo, Bolsonaro não ganhou uma, nem fora, nem dentro do congresso.

Para piorar, Bolsonaro ainda conseguiu tomar o posto de Trump como o presidente mais imbecil do mundo pela imprensa internacional e chefes de Estado.

 

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Esquerda da América Latina está em festa com Lula livre

“O abraço de todos os povos latino-americanos para você e todos aqueles que lutam ao seu lado”, disse o ex-presidente Fernando Lugo, do Paraguai, derrubado por um golpe em 2012.

Representantes de movimentos de esquerda de diversos países da América Latina usaram as redes sociais na noite desta sexta-feira (8) para celebrar a libertação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva após 580 dias preso na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. A soltura veio após juiz acatar recomendação do STF que proíbe prisão após condenação em segunda instância.

Entre os que se empolgaram com a libertação do ex-presidente está o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández. “Comente a fortaleza de Lula para enfrentar essa perseguição (apenas essa definição se encaixa no processo judicial arbitrário ao qual foi submetida). Sua força demonstra não apenas o compromisso, mas a imensidão daquele homem. Vida longa #LulaLivre”, publicou.

O “Lula Livre” esteve bastante presente durante a campanha eleitoral de Fernández. Ele visitou o ex-presidente em Curitiba e chegou a pedir liberdade de Lula logo em seu primeiro discurso após derrotar o atual presidente Maurício Macri.

Lawfare e Equador

Cristina Kirchner, ex-presidenta e agora eleita vice-presidenta da Argentina, também comemorou a decisão. “Hoje cessa uma das maiores aberrações do lawfare na América Latina: a privação ilegítima da liberdade do ex-presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. #LulaLivre”, publicou. Cristina também tem sido vítima de uma perseguição judicial.

Outro que é comumente referido como uma das vítimas do chamado lawfare é o ex-presidente do Equador, Rafael Correa, que também celebrou neste dia. “Um abraço, querido Lula. Você é um exemplo e inspiração para todos nós. Os dias dos traidores são numerados. ¡Hasta al victoria siempre!”, tuitou.

Gabriela Rivadaneira, deputada pelo Revolução Cidadã no Equador, considerou a decisão desta sexta como o início do fim da perseguição na região. “Muita alegria! #LulaLibre É o começo de um processo de compensação para prisioneiros e políticos perseguidos na região. O abuso de “prisão preventiva” a pessoas que não terminaram sua defesa no devido processo viola os direitos humanos e o mesmo estado de direito”, declarou a parlamentar que está refugiada na Embaixada do México por estar sendo ameaçada pelo presidente Lenín Moreno.

Golpeados, Zelaya e Lugo

O ex-presidentes Fernando Lugo, do Paraguai, e Manuel Zelaya, de Honduras, também celebraram. Ambos foram vítimas de golpes que os removeram do poder. “A voz do povo é a voz de Deus que leva, mas não esquece. LULA livre”, disse Zelaya. “Prezado companheiro Lula, um julgamento vergonhoso e 580 dias de prisão não poderiam dobrar um centímetro de sua coragem e sua dignidade para continuar ao lado de seu povo. O abraço de todos os povos latino-americanos para você e todos aqueles que lutam ao seu lado”, publicou Lugo.

Venezuela e Colômbia

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi outro que usou as redes para exaltar a luta de Lula. “A verdade triunfou no Brasil! Em nome do povo da Venezuela, expresso minha profunda alegria pela libertação de meu irmão e amigo Lula, que estará novamente nas ruas para liderar as justas causas de brasileiros e brasileiros. Vida longa #LulaLibre !”, postou.

Gustavo Petro, segundo colocado nas eleições presidenciais da Colômbia em 2018, classificou a libertação de Lula como uma vitória da humanidade. “A liberdade de Lula é um fato a favor da vida da humanidade”, disse.

México e outros países

O subsecretario para América Latina e Caribe do governo Mexicano, Maximiliano Reyes Zúñiga, também foi às redes celebrar. “Estamos felizes com a decisão da justiça brasileira que hoje determinou a liberdade do ex-presidente Lula, após a decisão adotada pelo Supremo Tribunal Federal. #Justicia #Derecho #VientosNuevos”, postou.

Diversos movimentos de outros países ainda celebraram desde o momento em que o STF declarou inconstitucional a execução provisória da pena. Entre eles, Felipe Parada, militante do Comunes, um dos partidos da Frente Ampla do Chile. “Que alegria terminar esta noite com as notícias da ordem de lançamento de Lula. Um abraço e muita força que o Brasil precisa de você #LulaLivre”, disse.

 

 

*Com informações da Forum