O médico e o monstro; quem é quem?

Não há inocentes ou éticos num governo como o de Bolsonaro, envolvido com a alta bandidagem carioca. Mandetta não seria, como não é, uma exceção.

Mandetta é médico e político, mais político do que médico e, por isso se mantém num governo de assassinos explícitos ou já teria saído do ninho dos ratos.

Dito isso, fica claro quem Mandetta quis atingir com sua frase em que acusa o presidente de fazer declarações opostas às do ministro da Saúde.

Mandetta deu uma sapatada no próprio monstro que governa o pardieiro em que se transformou o país nas mãos da milícia.

Lógico que Mandetta, como ministro da Saúde e médico, além de político, representa os profissionais da saúde, os mesmos que estão sendo as principais vítimas do instinto assassino de Bolsonaro, pois estão na linha de frente do combate à pandemia do coronavírus. Lógico, a população reconhece isso, assim como também o papel nefasto que Bolsonaro e filhos vêm fazendo.

Mandetta, como político que é, foi ao fantástico, um programa político da Globo, fazer política contra o clã.

É bom lembrar que nem Mandetta e muito menos a Globo se manifestaram contra Bolsonaro quando o imbecil atacou os médicos cubanos do programa Mais Médicos criado no governo Dilma, acabando com o programa. Ao contrário, ambos comemoraram. Sem falar que os três eram a favor da privatização da saúde e, consequentemente do SUS.

É bom lembrar também que Bolsonaro, Globo e Mandetta apoiaram o corte de investimentos feito pela PEC do fim do mundo no governo do vampiro corrupto e golpista Michel Temer.

Os três, Bolsonaro, Globo e Mandetta trabalharam como monstros juntos e misturados, porque milhões de brasileiros pobres ficaram sem assistência médica nenhuma, como estão agora sem qualquer proteção, expostos à pandemia de coronavírus.

Aliás, os três também estiveram irmanados no golpe contra Dilma, assim como na condenação e prisão política de Lula, pelo juiz corrupto e ladrão Sergio Moro, que é parte desse governo e que conta com o apoio de Mandetta e da Globo.

Trocando em miúdos, no atual quadro de calamidade, não se sabe quem entre Bolsonaro, Mandetta e Globo, é pelos médicos e todos os profissionais da saúde, pelo povo, ou pelo monstro.

Xico Sá, em seu twitter, fez ótimas observações sobre este assunto:

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Não tem como ser pessimista diante do que se assiste no Brasil

O que a direita chama de “guerra cultural” é, na verdade, uma guerra da comunicação entre sociedades e corporações em que as sociedades estão vencendo.

No Brasil, está cada dia mais evidente a derrota fragorosa dos meios de comunicação de massa tradicionais diante de uma sociedade cada dia mais participativa na esfera digital.

Se parar para pensar em quantas imagens feitas pela sociedade, principalmente de PMs agindo com sua secular brutalidade contra as camadas mais pobres da população, que pautaram o noticiário das grandes corporações da mídia industrial nos últimos 30 dias, não há outro sentimento que não seja de revolta, mas de esperança e otimismo pela revolução digital, que é uma realidade e um tsunami a favor da sociedade contra quem, antes, controlava e manipulava a informação, como é o caso da Globo e congêneres.

O ato covarde da PM de Dória, agredindo um aluno de uma escola pública por filmar a agressão dessa mesma PM contra outro aluno, não impediu que outros celulares filmassem mais uma agressão da PM, desta vez ao menino que filmava a ação fascista sofrida pelo colega. E aí não tem papo de direita contra esquerda, ou de capitalistas contra comunistas, é a sociedade reagindo contra corporações do Estado que ela própria mantém, através dos impostos que paga, para serem usados contra a sociedade em favor dos interesses escusos das classes economicamente dominantes.

No caso de Bolsonaro, a coisa é ainda mais bizarra.

Moro, cada dia mais desmoralizado, Bolsonaro, nem se fala. Só nos últimos 10 dias assistiu-se a Moro, em vídeo nas redes sociais, sendo espinafrado por Glauber Braga chamando o ex-juiz corrupto e ladrão de Capanga da Milícia. A Globo não mostrou isso em nenhum de seus jornais.

Mas isso impediu que uma parcela enorme da sociedade ficasse órfã dessa informação? Não. Ao contrário, a coisa ganhou corpo e vida própria no seio da sociedade e Moro, fabricado pelos estúdios da Globo, sente sua imagem se esfarelando ainda mais, mesmo que, segundo pesquisa, seja o ministro “mais bem avaliado” num governo que está em estado de putrefação pelos mesmos motivos que a revolução digital tem detonado tantos outros comportamentos fascistas.

Acabou a era do pensamento e da verdade única, das meias verdades, das manipulações grosseiras. Agora, todos podem filmar e expor ao mundo as mazelas brasileiras.

A CPMI das Fake News, que vem cumprindo um papel fundamental, mostra que os pilantras digitais não vão se criar como imaginavam. A campanha de fake news promovida pela candidatura de Bolsonaro, está sendo devidamente desossada a cada sessão da CPMI na Câmara dos Deputados.

O caso Queiroz e Adriano da Nóbrega revelam que Bolsonaro fez sua pior viagem quando aceitou ser o rato da vez para cumprir o serviço imundo dos “donos da terra”. Repetiu o mesmo erro de Cunha que dominava o esgoto da política, mas quando veio à luz, foi bombardeado pela sociedade e acabou, mesmo a contra gosto de Moro, na cadeia.

Adiantou alguma coisa a Globo não mostrar os vazamentos do Intercept? Nada, a não ser contra ela, a não ser revelar que ela tem lado e é o lado podre da história.

A Lava Jato, hoje, nem é mais citada pelos trogloditas do bolsonarismo fundamentalista, assim como estão totalmente desancados os “movimentos” bancados por golpistas como MBL, Vem pra Rua e outras porcarias inventadas para promover um golpe que mostra o quanto está saindo caro para os partidos de direita como o PSDB, que se tornou apenas uma sigla ligada à imagem de um corrupto como Aécio, que não vale tostão furado nas bolsas de apostas políticas.

Bolsonaro achou que ia fazer o que quisesse na Amazônia, mas, ao contrário, viu o mundo se agigantar contra o idiota falastrão que teve que miar miúdo para o Brasil não ficar totalmente isolado e boicotado pela comunidade internacional.

Hoje, o Brasil, além de sofrer as consequências da total falta de investimentos internacionais, ainda vê uma das maiores fugas de capital do país levando o preço do dólar a bater recordes diários e a Globo tendo que confessar que, se não fosse Lula ter pago a dívida com o FMI e o país ter uma reserva de 380 bilhões de dólares deixados pelos governos Lula e Dilma, o Brasil já teria ido pelos ares.

Mas aonde começa essa desmoralização internacional de Bolsonaro? Nos celulares que filmaram as queimadas promovidas pelo fascista do Palácio do Planalto com o “Dia do Fogo” provocado por grileiros, madeireiros, pecuaristas, garimpeiros e outros troços da milícia rural.

Não há como negar que o carnaval está cada dia mais forte e politizado no Brasil, principalmente, depois da revolução digital. Alguma dúvida de que Bolsonaro e a milícia serão os temas dominantes nas ruas do Brasil durante o carnaval? Todas essas manifestações serão devidamente filmadas por milhares de celulares e disseminadas pelo mundo.

Por isso e por outros motivos que aqui não são citados para não alongar ainda mais que não há como ser pessimista com o que se assiste com a revolução digital.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Folha quer “derrubar” Bolsonaro atacando Lula

Poderia se dizer que a briga entre a Folha e Bolsonaro é como uma briga dessas comuns entre o panfleteiro, contratado em campanha por um candidato a vereador, mas que ambos continuam pensando exatamente da mesma forma, tendo apenas uma desavença sobre o preço a ser pago por sua nova função.

É exatamente isso que ocorre com Bolsonaro e a Folha. Os dois estão rigorosamente do mesmo lado em tudo. Apoiam a mesma agenda econômica, a mesma agenda fascista que coloca o Estado para dizimar negros e pobres nas favelas, calam-se do mesmo modo no envolvimento direto da milícia no governo e se enamoram com paixões ardentes no antilulismo.

É certo que Bolsonaro não tem aquele perfume retórico de um garganta como FHC, o neoliberal dos neoliberais, do qual a Folha sempre foi tiete. Mas a agenda de Paulo Guedes, que tem produzido um desastre social e econômico no país, ganha na Folha editoriais curtos e grossos, como “No caminho certo”.

E o que seria esse caminho certo pelo qual Bolsonaro está conduzindo o país através do seu posto Ipiranga? Caminho este que está colocando o dólar na cotação de R$ 4,27 e afugentando por completo os investidores internacionais. Lucro recorde dos patrões dos dois.

Alguém viu a Folha ao invés de atacar Lula diuturnamente, mesmo ele estando fora da Presidência há quase uma década, criticar as taxas cobradas de cheque especial, até para quem não faz uso do crédito oferecido pelo banco? Não. A Folha não vai falar nada da agiotagem que de fato banca o jornal e, muito menos, Bolsonaro vai exigir de seu gado que retire sua conta de banco A, B ou C nesse picadeiro armado por Bolsonaro e Folha que se transformou num palanque para tucano golpista defender democracia.

Só mesmo sendo muito trouxa para acreditar que um jornal que mantém uma devoção inabalável a um juiz corrupto e ladrão como Moro, atual Ministro da Justiça de Bolsonaro, está contra alguma coisa séria do governo fascista.

Nem poderia. Nesse caso até defendo a coerência da Folha. Por que ela trombaria de frente com Bolsonaro se os dois, na verdade, defendem a mesma tese de que no Brasil não teve ditadura, mas a dita branda?

Durante a eleição de 2010, chamaram igualmente Dilma de guerrilheira terrorista, resgatando sua ficha no exército para tentar impedir a sua candidatura.

Ora, a Folha não está interessada em saber o que Bolsonaro faz com o povo debaixo do seu próprio nariz, como apontou Marcio Pochmann em seu twitter que, a partir do governo Bolsonaro, que é uma continuação neoliberal do golpista Temer, São Paulo vive um drama em que se amplia, a olhos vistos, o bolsão de miséria produzido por Guedes, a quem a Folha rasga seda através de editoriais.

“Com o neoliberalismo (de Guedes) cresceu a miséria, alterando a sua composição, como no caso dos usuários do programa de refeições para pobres em SP, originalmente para pessoas em situação de rua, agora frequentado por aposentados, subocupados e desempregados em longas filas de espera.”

“Em conformidade com dados do governo paulista, a quantidade de usuários que frequentam restaurantes de baixa renda em 2019 cresceu 250% no segmento social de renda zero, 224% para aqueles que recebem até meio salário mínimo mensal e 221% para pessoas com rendimento variável.”

“Tamanho do fosso que separa ricos e pobres no Brasil pode ser contabilizado pelo extremo pobre de 15 milhões de pessoas (7,2% da população) disporem de R$6,60 por dia e pelo extremo rico de 1,2 milhão de pessoas (1% da população) deterem R$1.824,00 diários (276 vezes mais).”

E o que diz a Folha sobre isso? Nada.

O faniquito da Folha contra Bolsonaro é normal na convivência entre pares, é igual a lei Rouanet que Bolsonaro disse que exterminaria, mas que mantém esse excremento neoliberal criado por Collor, do mesmo jeito e nas mesmas condições, utilizando recursos públicos para repassá-los a grandes corporações e elas decidirem, depois de serem usados em suas respectivas lavanderias, aonde alocar o resíduo da bolada.

O que se tem agora como resultado desse teatro armado de Bolsonaro versus Folha é a tentativa de dar vida às múmias tucanas que estão de seus sarcófagos fazendo discursos neoliberais, mas respeitando os direitos individuais, porque este tem sido o grande causador de conflitos a partir do discurso oficial do Planalto e bla, bla, bla.

Na verdade, o que se quer como pano de fundo é a manutenção da velha ordem global do neoliberalismo, tanto que a Folha nem toca nas questões que envolvem o golpe na Bolívia, a insurreição do povo chileno contra o neoliberalismo de Sebastián Piñera do qual Guedes segue cegamente a cartilha, assim como ocorre no Equador e Colômbia, aonde a central da democracia é o mercado. Porque, na realidade, a democracia que a Folha sempre apoiou é a mesma de Bolsonaro, a democracia de mercado.

Então, será sempre assim, Folha, tucanos e Bolsonaro, irmanados em ataques a Lula, que é, na verdade, a especialidade deles.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

Eu apoio um pacote anticrime que puna os crimes de Moro

Ainda não entendi porque a esquerda não listou até agora os crimes cometidos por Moro tanto como juiz quanto como Ministro da Justiça.

Certamente, dará um pacote sortido, porque o que não falta é material resumindo o que disse o deputado Glauber Braga quando, na cara de Moro, em sessão na Câmara dos Deputados, sentenciou o vigarista: “você é um juiz corrupto e ladrão”.

A cada vazamento do Intercept uma nova denúncia sobre o comportamento corrupto de Moro, criando suas próprias leis, assim como o tribunal do crime para subjugar ou penalizar adversários políticos para que o próprio, como se viu, galgasse seus degraus dentro da esfera política.

Fica incompreensível porque a esquerda não cria um projeto que puna juízes como Moro que pratiquem crimes semelhantes aos que ele praticou nos cinco anos de operação Lava Jato e quase um ano do governo Bolsonaro, a começar pelo porteiro do condomínio Vivendas da Barra que, coagido pelo capanga do presidente, foi transformado de testemunha a réu para salvar o pescoço do clã.

Bastaria essa última revelação da Vaza Jato e a conversa entre os procuradores da Força-tarefa para mostrar que Moro cometeu mais um crime contra Lula, contra Dilma e contra a democracia, entre tantos revelados pelo Intercept.

Mas, ao contrário, é Moro que criou um pacote anticrime, imagina isso! Não demora, Fernandinho Beira-Mar e Marcola farão o mesmo, já que nesse país as autoridades estão de cabeça para baixo trocando figurinhas com morcegos.

Moro lá tem envergadura moral para apresentar projeto anticrime sendo ele o próprio criminoso togado? Se isso não é um sacrilégio com o judiciário ou com os cidadãos brasileiros, é um bundalelê na cara de todos. Mas ele está aí em seu twitter já em campanha para 2022, mostrando outdoor’s que, segundo ele, são manifestações espontâneas a favor de seu projeto anticrime.

Temos no Brasil um juiz criminoso que, além de não sofrer nenhuma punição, ainda cria um pacote que, supostamente, puniria crimes. Isso é um tapa na cara de qualquer brasileiro, até mesmo dos idiotas que apoiam o juiz vigarista.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Moro, de “herói nacional” a Recruta Zero de Bolsonaro

Que cena patética! Que quadro cômico!

Sergio Moro, em posição de sentido para o burlesco Bolsonaro.
O Brasil se transformou nisso minha gente. Um sinônimo de país caricato, onde a vulgaridade é padrão e a civilidade, bárbara.

Ver um ex-juiz tolo como o pateta da corte, não tem preço.
Moro, agora, além de corrupto e ladrão virou um recruta zero de Bolsonaro.

Esse papel de otário de Bolsonaro, diga-se de passagem, caiu bem pra Moro. O trouxa achou que, com o pacote que foi premiado pela cabeça de Lula, teria campo aberto para tentar a Presidência da República em 2022.

Bolsonaro frita Moro em público para humilhar o ex-juiz patife. Ele
Sabe que, com os vazamentos do Intercept, Moro, em pouco tempo, valerá tanto quanto um trapo velho que um dia lhe serviu como pano de chão.

Se ficamos felizes em ver Lula carregado de brilho pronto para outras batalhas, ficamos mais ainda em ver uma cena dessas que mostra como esse sujeito, que comandou o desmonte da economia nacional com sua Lava Jato, em parceria com a Globo, está mais rebaixado que miliciano raso.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

Com medo de ser chamado de corrupto e ladrão, Dallagnol corre da Câmara como o diabo da cruz

Deltan Dallagnol era esperado nesta terça-feira (9) na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Diante da recusa parlamentares articulam novo pedido de informações ao procurador.

Depois do episódio do Deputado Glauber Braga com Moro na Câmara, Dallagnol mascou. Como diz o ditado popular, “divindades e demônios têm origem comum nas trevas, quando o sol raia, desdemoniza-se o coisa ruim”.

Este é o caso de Dallagnol depois que a luz penetrou nas sombras da Lava Jato descortinou um grande espetáculo que até os morcegos, acostumados com noites escuras, assombraram-se.

Na verdade, com a rotacão da terra que produz a noite, e esta, as sombras, também produz a aurora e o esplandecer da luz. Diante disso e não tendo como refugiar para os antros onde dormem os ratos, Dallagnol, de astro da Lava Jato, vive certamente o seu pior pesadelo na vida, aprisionado pelas revelações do Intercept.

Na realidade, a grande traíra de Dallagnol foi a própria língua. Ali todos os malefícios produzidos pela Lava Jato foram e serão ainda revelados pelo Intercept na margem oposta em que se encontravam os heróis forjados pela mídia.

Imagino como está a relação de Dallagnol com o travesseiro. Sua fuga da Câmara revela o tamanho da tragédia que sua jornada enfrentará daqui por diante. Ele pode fugir hoje, amanhã, mas em algum momento o congresso o alcança e o religioso hipócrita será devidamente desmascarado diante da opinião pública, assim como Moro e os demais integrantes da força-tarefa.

Trecho do documento enviado por Dallagnol à Câmara dos Deputados

“Diante disso, muito embora tenha sincero respeito e profundo apreço pelo papel do Congresso Nacional nos debates de natureza política que realiza e agradeço o convite para neles participar, acredito ser importante concentrar na esfera técnica minhas manifestações sobre mensagens de origem criminosa, cuja veracidade e autenticidade não reconhecemos, e que vêm sendo usadas para atacar a Operação Lava Jato”,

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

Mais do que a derrota de Moro na CCJ, a fúria do ódio fascista sofreu um trágico naufrágio

Foram cinco anos de um vigoroso estudo feito pela força-tarefa da Lava Jato, comandada pelas mãos de ferro de Moro para usar todas as técnicas primitivas, incitando uma babilônia de ódio no Brasil, lugar onde o fascismo fez seu palco.

Moro, orquestrador dessa obra, com as variantes de cor e tom de cada palavra, de cada cena, de cada passo para mexer com o estado de alma de cada brasileiro contra o PT, mas, sobretudo contra Lula, sofreu um duro golpe e, junto, caiu também o fanatismo do ódio que ele incitou, pela ausência covarde de respostas, pelo comportamento fidedigno com o dos ratos que fogem pelas frestas, buracos, esgotos e latrinas. Moro pintou seu próprio precipício e, com ele, tirou muito da fúria do ódio reinante neste país.

De caçador a caçado, Moro não deu uma única resposta sincera, ao contrário, a cada pergunta, dava para sentir em sua expressão os pés de barro do herói forjado pela Globo, rachando e a sua soberba se esfarelando. Porque o crepúsculo da Lava Jato sofreu uma devassa e foi surrado por cada deputado comprometido com a democracia.

Moro limitou-se apenas a balbuciar o mesmo pigarro senil que começou a lhe matar no Senado.

A faca “abençoada” que a Globo lhe deu, via espetáculo, para colocar na nuca de Lula, ontem estava com a ponta virada para a sua garganta.

Qualquer palavra mal dita, gaguejada ou qualquer malabarismo retórico, a faca lhe atravessaria as cordas vocais.

Moro começou e terminou nas cordas, sem conseguir fugir do nocaute aplicado por um cruzado e um gancho mortal do deputado Glauber Braga, chamando-o  de corrupto e ladrão, assim, na seca, sem rodeios e biombos.

Na verdade, Moro só poderia dizer uma única mentira, a de que sofre de uma amnésia absoluta de tudo o que não lhe é benéfico.

Então, o que foi visto ontem em seu depoimento, foi uma bela falsificação, num esforço tolo de tentar manter acesa a aura do herói do ódio, ódio que irradiou de forma permanente durante os cinco anos de operação Lava Jato e que teve acento central na tática miserável de um fascista aureolado de juiz. Ou seja, as duas figuras máximas que protagonizaram esse estado de coisas em que vive o Brasil, criador e criatura, Moro e o ódio macartista foram ao chão.

Não afirmo que o ódio político se encerra nesse fato, mas foi como pingar uma gota de vinagre com limão para cortar definitivamente a baba de ódio surfada durante cinco anos pelos fascistas no Brasil.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas