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Juros do BC de Campos Neto: bolsonaristas bebem veneno com gosto tentando inutilmente matar o governo Lula.

Qualquer pessoa minimamente sã, conclui, sem qualquer raciocínio financeiro, que está sendo extorquida pelos juros impostos pelo bolsonarista Campos Neto. Não o gado.

Os patriotas do fim do mundo concluem que, se os juros seguirem nessa agiotagem de milícia, o BC de Campos Neto mata o governo Lula.

Aí nessa vibe, pouco importa que os próprios bolsonaristas paguem a fatura junto com todos os brasileiros.

O negócio do gado uniformizado é matar tudo e todos, inclusive a si próprios. Não querem nem pensar que o Brasil melhorou e muito, mesmo com a sabotagem que sofre do BC “independente”

Bolsonarista age por aplicativo personalizado por Bolsonaro. Não pensa. Segue o termo de serviço. Ponto

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Política

BC é um banco do estado brasileiro e não pode estar a serviço do mercado, diz Lula

Presidente disse que Campos Neto comanda banco “com viés político” e declarou que o órgão precisa funcionar “de maneira correta, com autonomia”

“O Banco Central é um banco do Estado brasileiro, para cuidar da política monetária. Ele não pode estar a serviço do sistema financeiro. Ele não pode estar a serviço do mercado”, disse Lula em entrevista à rádio Sociedade, em Salvador, onde cumpre agenda.

Questionado, Lula afirmou ser preciso manter o BC funcionando “de forma correta, com autonomia, para que o presidente do banco não fique vulnerável às pressões políticas”.

“Se você é um presidente democrata, você permite que isso aconteça sem nenhum problema. Agora, quando você é um autoritário, você resolve que o mercado se apodere de uma instituição que deveria ser do Estado”, acrescentou Lula.

Além disso, o chefe do Executivo voltou a fazer críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, e declarou que o economista dirige o órgão “com viés político”.

Presidente disse que Campos Neto comanda banco “com viés político” e declarou que o órgão precisa funcionar “de maneira correta, com autonomia”

“Definitivamente, eu acho que ele tem um viés político, mas eu não posso fazer nada, porque ele é o presidente do BC, tem mandato. Eu tenho que esperar terminar o mandato e indicar alguém”, concluiu o petista.

O mandato de Campos Neto à frente da Presidência do BC se encerra no dia 31 de dezembro deste ano. Caberá a Lula escolher o nome que ocupará a função a partir de 2025. Segundo a Lei de Autonomia do Banco Central, a indicação do presidente deve ser aprovada pelo Senado.

Também na entrevista, Lula falou mais sobre a economia brasileira e argumentou que há “um jogo de interesse especulativo contra o real”.

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Política

BC envia à CPMI dos Atos Golpistas dados de possíveis empresas da família de Mauro Cid no exterior

O Banco Central enviou para a CPMI do 8 de Janeiro, na terça-feira (18/7), dados de possíveis empresas no exterior em nome de familiares do tentente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A informações são do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

Os documentos, que são sigilosos, contêm informações pedidas pela relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), de empresas no exterior no nome parentes próximos do militar.

A CPMI pediu que o BC informasse possíveis empresas no nome da esposa de Cid, Gabriela Cid, e dos pais do militar, Agnes e Mauro Cesar Cid, que é general da reserva do Exército.

Além deles, também constam no pedido feito pela CPMI ao Banco Central os nomes dos irmãos de Cid, Karen e Daniel Cid, e de sua cunhada, Mauricea Santiago de Melo.

“É necessário saber os negócios que a família tem no exterior para, posteriormente, investigar o caminho do dinheiro que pode levar aos financiadores do golpe tramado”, justificou a relatora.

Em maio, o portal Metrópoles revelou que um dos irmão de Mauro Cid comprou uma mansão de R$ 8,5 milhões nos Estados Unidos e tem negócios registrados em nome de um trust familiar, o “Cid Family Trust”.

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Opinião

É a velha história, ou o Brasil acaba com os cupins ou os cupins acabam com o Brasil

Campos Neto, com sua sabotagem no Banco Central, quer parar o país e o governo Lula.

Se existe alguma questão técnica para Campos Neto manter os juros mais altos do planeta, essa técnica não é econômica, mas de sabotagem.

Vamos falar em bom português: Não é delírio, o bolsonarista Campos Neto opera para prejudicar, frustrar, atrapalhar, boicotar, danificar o país e destruir Lula.

Comemoração descarada: A desaceleração da economia foi brindada por Campos Neto. Não existe argumento técnico para um troço desses.

Sejamos realistas e objetivos, Campos Neto é um personagem real e estratégico do bolsonarismo. Hoje opera no BC para pisar em Lula de olho nas eleições municipais de 2024.

Sem método: Sim, Campos Neto está sendo guiado por estrategistas de Bolsonaro para guiar a economia para o abismo e der sobrevida ao bolsonarismo em 2024 nas eleições para prefeitos e vereadores fascistas.

Pedra cantada: A sinopse do enredo de Campos Neto é clara. Quer reembalar o finado bolsonarismo, com uma sabotagem contra o Brasil para atingir Lula politicamente.

É preciso deixar claro que: Campos Neto é descendente direto do bolsonarismo palaciano. E, via BC, opera nas entranhas da economia para quebrar o país. Ele age como um imperador financeiro que joga estrategicamente o país numa encruzilhada e junto o governo Lula.

A fantasia de liberdade econômica de Campos Neto, defende a estagnação do país em nome dos barões do dinheiro grosso que se alimentam das vísceras da população.

É urgente e imperativo entender: Se nada for feito pra tirar Campos Neto do BC, o país ficará refém de um sabotador sem qualquer escrúpulo.

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O Pix das galáxias de Campos Neto, do BC

Certamente, o principal produto político do Roda Viva com Campos Neto não era o Pix, mas acabou servindo de borracha para o próprio presidente do BC quando citou, de forma demagógica que, uma criança vendendo balas, disse a ele que o Pix mudou a vida dela.

Pior, o sujeito conta uma mentira vergonhosa como essa, de uma maneira totalmente fora de contexto e ainda diz, sem corar, que ficou emocionado.

Ora, o presidente do Banco Central, supostamente independente, tem como agenda central a regulação, mas com responsabilidade social, da taxa de juros que será base para direcionar o próprio sistema financeiro diante da inflação.

Então, o sujeito diz que crianças, com o Pix, poderiam vender com mais facilidade seus doces, suas balas na rua, é algo inacreditável.

O notório sabujo do sistema financeiro se entregou aí, apelou para transformar o Roda Viva numa espécie de programa do Ratinho, com direito à fábula e emoções funestas. Tudo para ver se conseguia desaparecer com o princípio daquela entrevista, que era o critério técnico o qual o presidente do BC tinha se ancorado para manter a taxa de juros impraticável que está amordaçando a economia brasileira, produzindo um desequilíbrio em todos os setores produtivos e panfletando, da tribuna da grande mídia, que o país está condenado a pagar essa taxa de juros por tempo indeterminado.

Isso colocou a sociedade em pronta sentinela com tal declaração de guerra sem justificativa que é absolutamente desfavorável ao povo.

Sim, porque um das questões que ficaram claras em sua entrevista, é que Campos Neto não fixa data para a queda da taxa de juros, ou seja, as jazidas financeiras seguirão enchendo as burras dos especuladores.

Qualquer um chega a essa conclusão depois de assistir ao Roda Viva da segunda-feira passada.

O sujeito não firmou qualquer compromisso, a não ser com a nova escravização no Brasil imposta pelo presidente do Banco Central que naturalizou a tragédia dos juros pornográficos e a tragédia individual de uma criança que tem que vender balas para sobreviver.

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Opinião

Lula conseguiu o que queria, mostrou ao Brasil que o BC está nu

Chico Alves*

Um dos mais conhecidos contos do autor dinamarquês Hans Christian Andersen foi escrito na primeira metade do século 19. Descreve como um trapaceiro espertalhão enganou um rei e sua corte vendendo ao monarca uma roupa que não existia.
Para faturar alto, o malandro explorou a vaidade do rei e de seus seguidores. Recebeu o pagamento e não fez nada. Aos que perguntavam onde estavam as roupas, ele respondia que só podia enxergá-las quem tivesse grande inteligência e capacidade. A partir daí, todos, inclusive o monarca, passaram a dizer que conseguiam ver as novas vestimentas reais — que, na verdade, não existiam.
Querendo ser reconhecido como o mais inteligente de todos, o rei marcou um desfile em que apresentaria as novas roupas a seus súditos. Assim fez: foi para o alto de um carro para exibir o novo figurino. Recebeu o aplauso de todos.
Até que um menino pequeno que assistia ao desfile gritou para a mãe: “Coitado do rei! O rei está nu!”.
A partir daí, todos passaram a acreditar nos próprios olhos e concordaram com a criança. Não havia roupa nenhuma, o rei realmente estava nu.
O desprendimento do menino fez com que os súditos e os conselheiros do rei entendessem que estavam fazendo papel de idiotas.
Se Andersen vivesse no Brasil de hoje, poderia fazer um conto semelhante com a taxa de juros fixada pelo Banco Central. Há muito tempo, a equipe do BC faz as maiores barbeiragens, com a empáfia de quem se acredita dona da razão. E sob a condescendência da imprensa.
Essa certeza sofreu agora um sério abalo. Como o menino que apontou que o rei está nu, o presidente Lula usou o peso do cargo para chamar atenção para a aberração: o país tem a maior taxa de juros do planeta e não há nenhum motivo para isso.
Os críticos de sempre continuam tentando desqualificar o alerta do presidente da República, invocam uma propalada superioridade técnica do BC para tratar do assunto, mas Lula não voltou atrás.
Trouxe Roberto Campos Neto, o chefão do Banco Central, para o centro das atenções. Desde que esse debate começou, há algumas semanas, espera-se que ele dê explicações convincentes para a manutenção dos juros nas alturas. Até agora, nada.
Na noite de segunda-feira, Campos Neto teve uma ótima oportunidade para provar que tem razão. Por quase duas horas foi entrevistado no programa Roda Viva. Ao fim da entrevista, porém, os brasileiros continuaram sem saber por quais motivos somos os recordistas mundiais de juros.
Lula não está mais sozinho nessa cruzada, alguns economistas importantes se juntaram a ele e a discussão está quente.
O presidente conseguiu o que queria. Quebrou o silêncio em torno do assunto. Alerta que as decisões do BC podem levar o país à recessão e causar desemprego, justamente os males que deveria evitar.
Esse é um raro momento em que o pensamento único dos banqueiros e operadores financeiros, que geralmente norteiam a imprensa, está sendo contraditado.
Não se sabe quando e se as taxas de juros vão efetivamente baixar.
Mas uma coisa é certa, Lula está conseguindo mostrar ao país que o Banco Central está pelado. É o primeiro passo para a mudança.

*Uol

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Fã de carteirinha dos juros altos do BC, Vera Magalhães convida Campos Neto para o Roda Viva

Vera Magalhães, aquela que, em 2021, disse que Lula não era player para ser entrevistado no Roda Viva por se tratar de um espantalho político.

Pois bem, a moça, que defende com unhas e dentes, a manutenção da maior taxa de juros no planeta, via BC, quer saber mais sobre essa especiaria de Roberto Campos Neto, neto do inventor da jabuticaba “correção monetária”, que, na era da ditadura, mergulhou o país na hiperinflação que, por sua vez, demorou quase uma década para ser extirpada da vida dos brasileiros.

Ou seja, solução inteligente está no sangue dos Campos.

Roberto Campos Neto tem apenas uma grande deficiência, a falta de originalidade e, como todo e qualquer tecnocrata, cria circunstâncias que arrebenta com a vida dos mais pobres, o que significa a maioria do povo brasileiro, justificando que o remédio é amargo, mas é para o bem dos pobres.

Está aí a questão central da queda de braço de Campos com Lula. Se o nome de Lula ganhou o mundo por ter tirado aproximadamente 40 milhões de brasileiros da miséria, a política econômica do governo Bolsonaro, tocada pela dupla de ataque, Guedes e Campos, devolveu 33 milhões de brasileiros ao mesmo mapa da fome, deixando mais da metade da população em estado de insegurança alimentar.

Mas Vera Magalhães, a mesma apaixonada pelo “enxadrista Sergio Moro”, parece que também reserva o mesmo carinho com o netinho de Roberto Campos e, por isso, usará o Roda Viva como advogado do presidente do BC, que insiste em manter as taxas de juros mais pornográficas do planeta, naturalmente sabotando a política econômica do governo Lula.

Detalhe, a entusiasmadíssima com os juros lá na casa do Guedes, Dora Kramer já avisou no twitter que não perderá o Roda Viva de segunda-feira de forma nenhuma. Ou seja, tiete de banqueiro é tiete de banqueiro.

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Opinião

Crítica de Lula ao BC é cálculo, não chilique. E isso não é chutar a santa

Reinaldo Azevedo*

Será mesmo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está batendo no Banco Central na base de rompantes, vale dizer: tem lá seus chiliques e resolve atacar a tal independência do BC? Acho que não. “Chilique” por três dias seguidos é cálculo. Eu fico muito à vontade nesse debate porque acho impossível levar a sério esse negócio se você tem um mínimo de seriedade intelectual.

Sempre se é dependente ou independente em relação a alguma coisa, não é mesmo? O Banco Central é independente de quem ou do quê? Alguém poderia responder: “Dos políticos e da política”. É mesmo? Se fosse verdade, não seria assim tão bom porque acho um erro demonizar a política.

Eu, cá do meu lado, também não quero satanizar ninguém, mas noto que a arbitragem da taxa de juros, por exemplo, se dá depois de o BC ouvir os mercados, não é? O tal Boletim Focus existe para colher as opiniões da turma, nem sempre tão iluminadas. E esse erra muito também.

Estou entre aqueles que pensam que já havia espaço para baixar a taxa de juros na reunião passada do Copom. Não aconteceu. Até aí, vá lá, os que dizem que isso seria um erro podem até estar certos. Mas e aquele recadinho enviado ao governo, como se oriundo do mundo empíreo, advertindo para a questão fiscal? Convenham: o sempre educado Roberto Campos Neto é presidente do Banco Central, não é presidente do Brasil.

Estão tentando jogar água na fervura e ameaçando Lula com o Armagedom caso ele não cesse suas críticas ao BC. A resposta que ele deu? Esta: se o presidente da República não pode se manifestar, quem vai protestar? O catador de reciclável? Aí os independentistas respondem: “Ora, ninguém fala nada!” Mas, então, já não estamos mais lidando com o BC, o Copom e com a política monetária. Voltamos à infalibilidade papal.

A ata, disse Fernando Haddad, ministro da Fazenda — e é bom que tente baixar a temperatura — é um pouco mais, digamos, suave, do que aquele recado institucionalmente meio malcriado. É verdade. Há ali algum aceno. Mas a questão está longe do fim.

ERRO DE PRINCÍPIO

Lula não desistiu, não. Depois das críticas que disparou ao BC na posse da nova diretoria do BNDES, voltou à carga nesta terça em café da manhã com jornalistas da chamada “mídia independente e alternativa”. Numa referência ao Conselho Monetário Nacional, afirmou: “Eu espero que o [Fernando] Haddad esteja acompanhando, a Simone [Tebet] esteja acompanhando e que ele próprio [Roberto Campos Neto] esteja acompanhando a situação do Brasil”. É dali que partem, em princípio, as diretrizes a serem seguidas pelo BC.

Onde está o erro de princípio? A tal independência do Banco Central, tese pela qual jamais me bati — não encontrarão texto meu exaltando-a — é, em tese, uma prática que tornaria a política monetária imune à politização. Pergunta óbvia de resposta não menos: quando foi aprovada, deu-se ou não num determinado ambiente político? Os que a defendem, por acaso, não fazem também suas escolhas?

O pedido de demissão do presidente do BC pode ser encaminhado ao Senado por ineficiência. Vistos os números, sem contexto, pode-se dizer que o órgão não cumpriu seu desiderato. Em um ano e cinco meses, a taxa de juros saltou de 2% para 13,75%, e a inflação está bem acima do teto da meta. Há boas pessoas e gente graúda — que ganhou bastante dinheiro nesse tempo — que dizem que os 2% eram tão irrealistas como destrambelhados são os 13,75%.

Quando o BC mantém a taxa de juros nas alturas sem que fique claro — ou me digam onde está essa clareza — como essa taxa poderá devolver a inflação à meta; quando tal manutenção cria óbvios entraves ao crescimento e quando se aponta que a única saída é resolver a questão fiscal, com a a evidente sugestão de que ou se corta gastos ou nada feito… Bem, quando tudo isso acontece, é forçoso lembrar que essa é uma opção, sim, que goza de grande prestígio entre certos formadores de opinião, mas que não é a única.

E pronto! Sabe o que surge no horizonte? O fantasma da “politização” do Banco Central, sendo que o objetivo declarado da independência, pelo menos no papel, era justamente “.

QUER MUDAR?

“Está querendo o fim da independência, Reinaldo?” Até poderia porque, afinal, nunca a defendi. Acho a tese intelectualmente desonesta porque “independente” o banco jamais será. Mas não. Não creio que seria uma boa ideia fazer agora essa cruzada. Mas entendo também — e o senador Jaques Wagner está certo na entrevista que deu à Folha — que não se pode tentar impedir o presidente de emitir uma opinião.

Faltou habilidade ao Banco Central. Pareceu-me que houve uma tentativa de “dar uma sambadinha” no salão do novo poder, que já fora desafiado por golpistas, para evidenciar quem manda. E esse também não me parece ser o comportamento exemplar de um independente.

O Brasil chegou a “grau de investimento” com um BC “dependente”. “Ah, mas esse era o governo Lula 1; o governo Lula 3 está sendo muito diferente”. Está? São 39 dias de gestão hoje. A verdade é que o mau humor começou com a PEC da Transição. Alheios à peça orçamentária de ficção enviada por Bolsonaro, os tais “mercados” e seus porta-vozes na imprensa passaram a ver no texto um exemplo gritante de falta de compromisso com o rigor fiscal.

Concluída a primeira reunião do Copom do governo Lula, veio aquele recadinho. Pior: começou a circular a história de que, antes de novembro, não haverá redução dos juros. E ponto. Ora, Campos não era do tipo hostil à política no governo Bolsonaro, certo?

Ao pé deste artigo, republico o que escrevi aqui no dia 11 de fevereiro de 2021, há dois anos, quando a Câmara aprovou o texto-base da tal independência. Vejam ali. Minha crítica a essa tolice não é de agora. A tal independência é um fetiche. Talvez um BC “dependente” não tivesse baixado a taxa a 2% nem elevado a 13,75%, sei lá. Isso deveria ser um não assunto. Mas, se é e se o banco é independente, que não ouse se comportar como governo.

Não creio que Lula vá encaminhar a queda de Campos Neto. Mas também não acho que vá parar de pressionar. O BC é independente, certo?, e o petista é o presidente de todos os brasileiros. Representa-os, particularmente a seus eleitores. Pode, pois encaminhar suas demandas. Mas qual o “cálculo” de Lula? Se o BC resolve fazer um comunicado e uma ata de alcance político — e os documentos têm esse aspecto —, estão que seja exposto também ao embate… político. E técnico. O que há de errado nisso?

*Uol

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Política

Lula vê traição de presidente do BC e tentativa de levar Brasil à recessão

Diálogo da autoridade monetária com o governo está estremecido depois de comunicado que sinaliza manutenção de juros altos.

De acordo com a Folha, o presidente Lula e ministros de seu governo consideram que o presidente do Banco Central, Roberto Campos, traiu a confiança que o governo depositava nele para dialogar e participar de um esforço conjunto para que o Brasil supere os problemas econômicos que hoje enfrenta sem passar por uma recessão.

No entendimento do mandatário e de sua equipe, o governo atual, com pouco mais de um mês no poder, não tem responsabilidade sobre o déficit fiscal e a inflação, que impulsionam as taxas de juros. E mereceria um voto de confiança em seu compromisso de levar o rombo para 1% neste ano, e de zerá-lo em 2024.

Mesmo diante das metas claras, dizem interlocutores diretos de Lula, o Banco Central não apenas manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano pela quarta reunião consecutiva —a primeira desde que Lula tomou posse—, como endureceu o discurso e disse que deve deixar as taxas em patamares altos por mais tempo.

Com essa mensagem, o BC estaria dificultando a recuperação do crédito e a atividade econômica no país, e colocando o Brasil na rota da recessão.

Lula e o governo acreditam que os alertas feitos pelo Copom foram muito além do que seria necessário. E passaram a desconfiar da atuação de Roberto Campos, indicado ao cargo por Jair Bolsonaro para um mandato de quatro anos.

Ministros de primeiro escalão começaram a evitá-lo. E o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que o elogiava, já mostrou contrariedade com sua atuação.

Lula tem afirmado, segundo os mesmos interlocutores, que Campos foi tratado com respeito e consideração, e que não houve reciprocidade por parte dele.

O presidente do Banco Central sempre foi alinhado com o bolsonarismo.

Apesar da autonomia da instituição, aprovada no governo passado, Campos chegou a ir a jantares de Bolsonaro com empresários organizados para apoiar as medidas econômicas adotadas pelo presidente e pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes.

Campos até discursava nos encontros, e admitiu em um deles que recebia conselhos de não ir a eventos com políticos que integravam o governo.

Mas justificava: como os ministros de Bolsonaro eram ‘técnicos’, não haveria problema em se misturar com eles. A proximidade não macularia sua autonomia e independência.

O presidente do Banco Central se mantém próximo dos bolsonaristas. Foi à posse de Tarcísio de Freitas no governo de São Paulo e, até meados do mês, seguia em um grupo de WhatsApp que reúne ex-ministros de Bolsonaro.

Em entrevista à Rede TV! nesta semana, Lula deixou claro que está contrariado com Roberto Campos, a quem se referiu como “esse cidadão”.

“Quero saber do que serviu a independência do Banco Central. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para fazermos uma avaliação do que significou o banco central independente”, disse Lula.

O BC divulgou o comunicado em que subiu o tom e contrariou o governo Lula na quarta (1º), depois de manter a Selic em 13,75%.

O texto fazia alertas sobre as incertezas fiscais e a piora nas expectativas de inflação, que estão se distanciando da meta em prazos mais longos.

Sinalizava ainda que o BC deve deixar os juros no patamar atual por mais tempo —hoje o mercado prevê o início do afrouxamento monetário em setembro.

“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que têm mostrado deterioração em prazos mais longos desde a última reunião”, afirmava o comunicado.

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Economia

Mercado já prevê decréscimo do PIB em 2022; BC diz que levará Selic ‘aonde precisar’

Com crise política, inflação em alta e crise hídrica, economistas de instituições financeiras revisam para baixo a estimativa de crescimento da economia neste ano e no ano que vem; Itaú vê aumento de apenas 0,5% em 2022.

Derreteram rapidamente as projeções de bancos e consultorias para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e já há apostas de alta de apenas 0,4% em 2022. Não está descartada a possibilidade de uma pequena recessão no rastro do aperto maior de juros que o Banco Central está tendo que fazer para debelar a inflação.

O cenário de esfriamento da atividade econômica é uma ducha de água fria para o presidente Jair Bolsonaro, que já esperava chegar no ano eleitoral com a retomada do crescimento do PIB em franca recuperação.

Essa segunda onda forte de revisão das previsões de PIB foi puxada pelo Itaú Unibanco que cortou numa tacada um ponto porcentual da sua estimativa de crescimento para 2022, de 1,5% para 0,5%.

A consultoria MB Associados, com larga experiência no acompanhamento do “Brasil real”, foi ainda mais agressiva no corte da previsão do PIB, que passou de 1,4% para 0,4%. A XP Investimentos reduziu de 1,7% para 1,3% o crescimento, e o Banco BV de 1,8% para 1,5%.

Na última segunda, o BTG já tinha reduzido a previsão para o próximo ano de 2,2% para 1,5% porque espera juros mais altos, por volta de 8,5%, para reduzir a inflação. Se a taxa Selic subir além de 8,5%, o BTG avalia que terá que reduzir mais uma vez o crescimento de 2022.

O Santander também está em processo de revisão do PIB, com projeção nova marcada para sair na quinta-feira. O banco está com uma estimativa atual de alta de 2%, que deve cair. Na segunda-feira, a pesquisa Focus do BC (feita com os analistas do mercado financeiro), apontava uma alta do PIB mais próxima de 2%, em 1,72%.

Pressionado pelo mercado e pelo governo com a disseminação e persistência da inflação, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que vai levar a Selic aonde for preciso para controlar a alta de preços, mas que não vai mudar o “plano de voo de política monetária” a cada número novo de alta frequência de inflação que for divulgado.

“Não tem puxador de PIB. Não é fora de propósito uma pequena recessão no ano que vem. Não dá mais tempo para mudar”, disse ao Estadão o economista José Roberto Mendonça de Barros, da consultoria MB Associados. O diagnóstico é ruim: as exportações não vão aumentar mais, o crédito está pressionado pelos juros em alta, o consumo esfriando e os investimentos continuarão baixos.

A agricultura, que teve crescimento no primeiro trimestre porque a safra de verão da soja foi muito boa, já não responde da mesma forma. Para complicar, a seca e três geadas num único mês piorou o quadro, que se juntam aos efeitos da crise hídrica e uma difusão da inflação acima de 70%. A previsão da MB para a Selic – que estava um pouco acima de 6% – agora é de 8,3%.

Com a entrada da nova bandeira de energia em setembro, prevê Mendonça de Barros, o IPCA deve fechar em 1% no mês e no acumulado em 12 meses passar de 10%. ara Mendonça, o BC vem correndo “atrás da curva” (termo usado no jargão do mercado para dizer que está atrasado no processo de alta) desde o ano passado e vai agora puxar os juros para cima.

*Com informações do Terra

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