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Aliados avaliam que atos terroristas aumentam riscos de prisão de Bolsonaro

Os atos terroristas que culminaram com a invasão e a depredação das sedes dos três poderes da República elevaram os temores entre aliados de Jair Bolsonaro de que o ex-presidente vai acabar preso em algum momento ao longo dos próximos meses.

De acordo com Malu Gaspar, O Globo, antes de centenas de extremistas bolsonaristas invadirem e depredarem as instalações do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso, interlocutores de Bolsonaro avaliavam que havia um risco médio de prisão.

Agora, a leitura compartilhada por aliados do ex-presidente e por ministros de tribunais superiores ouvidos pela equipe da coluna é de que a situação de Bolsonaro ficou delicadíssima.

“Eu acho que, a médio prazo, ele não escapa”, avalia um magistrado que acompanhou perplexo os desdobramentos em Brasília.

Esses aliados de Bolsonaro e magistrados avaliam que os protestos golpistas farão desmoronar o capital político do ex-chefe do Executivo, já desgastado pela viagem dele aos Estados Unidos enquanto centenas de extremistas ficaram acampados debaixo de chuva na frente de quartéis contra o resultado das urnas.

No cálculo político de fiéis aliados, quanto mais vulnerável Bolsonaro estiver e menos apoio popular reunir, maiores as chances de ele se tornar uma “presa fácil” para o Judiciário e acabar na cadeia.

O maior temor no círculo bolsonarista é com duas investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), ambos nas mãos de Alexandre de Moraes: o inquérito das fake news e o das milícias digitais.

Foi no âmbito desses dois inquéritos que a Advocacia-Geral da União (AGU), comandada por Jorge Messias, pediu a Moraes a prisão de todos os envolvidos na invasão de prédios públicos federais, inclusive a do ex-secretário de segurança pública do DF Anderson Torres.

“Depois de hoje, Alexandre vai ter todo o respaldo de que precisar”, afirma um colega de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O sinal de alerta soou mais forte entre bolsonaristas nos últimos dias, depois que Moraes determinou a quebra de sigilo telefônico e de dados de apoiadores de atos antidemocráticos e permitiu a extensão da medida a todos os que tiveram contato com eles, conforme revelou o site Metrópoles.

Só na noite de domingo, depois de horas de quebra-quebra e tumulto em Brasília, Bolsonaro rompeu o silêncio e escreveu no Twitter que “depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”.

Antes disso, ainda, os canais e redes sociais do ex-presidente seguiam fazendo publicações sobre sua gestão, como se nada de anormal estivesse acontecendo.

Ao comparar os protestos de agora com os do passado, Bolsonaro buscou uma falsa equivalência. Nos atos do passado, ao contrário dos deste domingo, a polícia estava presente para conter os invasores, o que não se viu desta vez.

“Multidão sem líder vira turba, vão surgir ‘lideranças’ mais malucas. Este sempre foi o meu medo”, avalia um influente interlocutor de Bolsonaro, temeroso sobre o futuro do ex-chefe. “Se Bolsonaro virar um avestruz e fingir que nada disso que está acontecendo é com ele, vai ter problemas.”

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Consultoria Eurasia diz que Lula tem 65% de chance de vencer a eleição presidencial

Lula precisa conquistar menos votos do que Jair Bolsonaro.

De acordo com o Valor Econômico, diante do retrato apresentado pelas urnas no domingo (2), o Eurasia Group reduziu as apostas na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República, de 70% para 65%. É que a distância entre o petista e o segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, foi menor que o esperado na disputa do primeiro turno das eleições.

Lula teve 48,4% dos votos e Bolsonaro, 43,2%, uma distância de cinco pontos em comparação à média dos levantamentos de intenção de votos, que mostravam o petista com média de 8 a 10 pontos à frente. Apesar disso, a consultoria reafirma Lula como favorito numa corrida eleitoral mais “apertada” no segundo turno.

Ademais, em caso de vitória, o petista terá menos “margem de manobra” no Congresso Nacional após os resultados das urnas para senadores e deputados.

“[Lula é favorito] Não apenas porque ele superou Bolsonaro em cinco pontos e estava perto da maioria absoluta, mas porque sua liderança no segundo turno provavelmente crescerá em 1 a 2 pontos, dada a divisão dos candidatos restantes”, diz a análise assinada por Christopher Garman, diretor para as Américas do Eurasia Group, e outros executivos da empresa.

Lula continua como favorito na avaliação da Eurasia, porque, embora as pesquisas subestimassem o apoio a Bolsonaro, elas não estavam tão erradas quanto à parcela de votos do candidato da esquerda. O percentual obtido pelo PT dos votos válidos está próximo do que a maioria das pesquisas previam (a média foi de 47% – 48%).

Segundo a análise, a campanha de Lula terá de buscar apenas 1,6% dos 8% de eleitores que apoiam candidatos da chamada terceira via para empurrá-lo para mais de 50%. Na leitura do Eurasia Group, 8% do eleitorado que votou em outros candidatos vão “rachar” um pouco a favor de Lula.

Herança de votos

“Simone Tebet, que recebeu pouco mais de 4% dos votos, por exemplo, deve ser favorável a Lula”, diz o texto, sobre a candidata do MDB. Já os apoiadores de Ciro Gomes (PDT), que encerrou a noite com 3% dos votos, podem se dividir uniformemente, e os 1% restantes de Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe D’Avila (Novo) tendem a migrar para Bolsonaro, avaliam os especialistas.

Assumindo uma divisão de 60/40 desta votação a favor de Lula, reitera a análise, o quadro pode indicar que as pesquisas de segundo turno publicadas no início desta semana mostrem Lula com 53% dos votos contra 47% para Bolsonaro, projeta o Eurasia. “Mesmo que Bolsonaro consiga 70% dos votos restantes dos outros candidatos — uma suposição otimista — ele ainda ficaria aquém de uma vitória no segundo turno, pois chegaria a 49%”.

O cenário sugere, dizem os analistas, que, para vencer, Bolsonaro terá que convencer os eleitores que apoiaram Lula no primeiro turno a mudar seus votos. “Lula parece mais forte na questão principal desta eleição, uma mistura de preocupações sociais e econômicas”, diz ainda a análise.

Uma das razões pelas quais o Eurasia Group nunca reduziu as chances de Bolsonaro vencer para muito abaixo de 30% vem da aprovação do governo. De acordo com dados de mais de 300 eleições coletadas pela Ipsos Public Affairs, governantes com 40% de aprovação antes da campanha — foi caso de Bolsonaro — tendem a ganhar pouco mais da metade das eleições.

Ademais, é positivo para o atual presidente que a economia esteja melhorando, e ele terá mais quatro semanas para tornar mais eficaz sua mensagem na campanha, apresentando um conjunto mais robusto de propostas para combater a desigualdade social e o alto custo de vida. Lula também teria que cometer alguns erros, o que é “improvável, mas possível”, diz a análise.

Um desempenho melhor do que era esperado dos partidos de direita que apoiam Bolsonaro nos Estados e no Congresso terá repercussões políticas a um eventual governo Lula. Segundo a consultoria, é fator que trará mais dificuldades para a aprovação de medidas que aumentem impostos — o que já seria difícil —, o que, por sua vez, acaba por moderar algumas das ambições políticas de eventual governo petista.

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