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Brasil compõe seleto grupo de 5 países que pode sair vencedor do “tarifaço”

O Brasil, como importador líquido de mercadorias dos Estados Unidos, exemplifica a maneira como alguns países podem tirar proveito da guerra tarifária

Reuters – Dias após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifas que chocaram vários parceiros comerciais e os mercados globais, alguns países estão surgindo como possíveis vencedores, embora o risco de uma recessão induzida limite os ganhos.

Com aliados de longa data e parceiros comerciais próximos dos EUA, incluindo a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul, entre os mais atingidos – com tarifas de 20% ou mais – rivais que vão do Brasil à Índia e da Turquia ao Quênia veem uma luz no fim do túnel.

O Brasil está entre as economias que escaparam com a menor tarifa “recíproca” dos EUA, de 10%. Além disso, o país pode se beneficiar das tarifas retaliatórias da China, que provavelmente atingirão os exportadores agrícolas dos EUA.

As mais recentes tarifas dos EUA entrarão em vigor em 9 de abril.

O Brasil, como importador líquido de mercadorias dos Estados Unidos, exemplifica a maneira como alguns países podem tirar proveito da guerra comercial que Trump está travando principalmente contra a China e outros grandes exportadores que têm superávits comerciais com os EUA.

Dias após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifas que chocaram vários parceiros comerciais e os mercados globais, alguns países estão surgindo como possíveis vencedores, embora o risco de uma recessão induzida limite os ganhos.

Com aliados de longa data e parceiros comerciais próximos dos EUA, incluindo a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul, entre os mais atingidos – com tarifas de 20% ou mais – rivais que vão do Brasil à Índia e da Turquia ao Quênia veem uma luz no fim do túnel.

Marrocos, Egito, Turquia e Singapura, todos com déficits comerciais com os EUA, podem encontrar uma oportunidade nas dificuldades de países como Bangladesh e Vietnã, que têm grandes superávits e foram duramente atingidos por Trump.

Enquanto os dois últimos estão enfrentando tarifas esperadas de 37% e 46%, respectivamente, os outros, como o Brasil e a maioria de seus vizinhos, terão tarifas de 10% cada – mais como um tapinha na mão na nova ordem mundial de Trump.

“Os EUA não impuseram tarifas apenas ao Egito”, disse Magdy Tolba, presidente da joint venture egípcio-turca T&C Garments. “Eles impuseram tarifas muito mais altas a outros países. Isso dá ao Egito uma excelente oportunidade de crescimento.”

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Trump impõe tarifa de 104% contra China após expirar prazo dado a Pequim para recuar de medidas retaliatórias

Pequim manteve a retaliação e não fez contato com Washington até o limite imposto pelo presidente dos EUA. Tarifas entram em vigor nesta quarta-feira.

As tarifas de 104% dos Estados Unidos sobre produtos chineses passarão a valer nesta quarta-feira (9), conforme confirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em entrevista à Fox Business na tarde desta terça-feira (8). A decisão entra em vigor após a China se recusar a desistir da retaliação econômica dentro do prazo estabelecido por Donald Trump. As informações são do g1.

Segundo Leavitt, Pequim ignorou o limite fixado por Trump, que expirou às 13h desta terça, para encerrar as represálias comerciais iniciadas após o anúncio de tarifas pelos EUA no início do mês.

Mais cedo, o presidente norte-americano afirmou em sua rede social Truth Social que aguardava uma ligação da China para tratar das medidas, o que acabou não acontecendo. A resposta de Pequim veio ainda na madrugada: o governo chinês declarou que não recuaria e que estava “pronto para continuar respondendo aos aumentos tarifários”, embora tenha alertado que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.

O novo embate entre as duas maiores potências econômicas começou no último dia 2 de abril, quando Trump anunciou um pacote de tarifas de importação sobre 180 países. O continente asiático foi o mais atingido, e a China teve uma alíquota inicial de 34% anunciada naquele momento, elevando os tributos totais sobre produtos chineses nos EUA para 54%.

Em resposta, a China informou na sexta-feira (4) que também imporia uma tarifa de 34% sobre itens norte-americanos. Diante do gesto, Trump ameaçou aumentar ainda mais os encargos caso os chineses não recuassem até esta terça-feira. Como a posição de Pequim foi mantida, as tarifas norte-americanas foram aumentadas para 104%. 247.

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Mundo

Guerra comercial: Trump ameaça impor tarifa adicional de 50% contra China

Afirmação foi feita em rede social que pertence ao presidente dos EUA

O presidente Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (7) impor tarifa adicional de

50% contra a China a partir de quarta-feira (9). A medida entra em vigor caso Pequim não revogue a tarifa de 34% estabelecida em retaliação aos Estados Unidos.

O que disse Trump?
A publicação foi feita no Truth Social, que pertence ao presidente estadunidense, em meio aos derretimentos das bolsas de valores e variações do câmbio pelo mundo devido a nova política alfandegária.

O republicano afirmou que não haverá mais negociações entre os EUA e a China. Entretanto, “as negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente”.

No post, ele reafirmou que qualquer medida de retaliação aos EUA será igualmente confrontado com novos impostos adicionais. Ou seja, países que taxarem os EUA acima das novas taxas alfandegárias anunciadas por Trump na quarta-feira (2), serão punidos com mais taxas.

A China havia anunciado tarifa de 34% em retaliação a nova política alfandegária anunciada pelo presidente estadunidense.

A retaliação da China
A China anunciou nesta sexta-feira (4) que vai impor tarifas de 34% sobre os produtos dos Estados Unidos (EUA) a partir do dia 10 abril, mesmo patamar das taxas impostas nesta semana pelo presidente Donald Trump às importações chinesas.

O governo chinês anunciou restrições para exportação de minerais raros, conhecidos como terras raras, e proibiu a exportação de itens de “dupla utilização”, civil e militar, para 16 empresas estadunidenses, medidas vistas também como retaliação ao tarifaço de Trump.

O anúncio chinês ocorreu dois dias após os Estados Unidos imporem tarifas de 34% sobre todas as importações chinesas, agravando a guerra comercial iniciada pelo país norte-americano.

Após anunciar a taxação de 34%, a Comissão Tarifária do Conselho de Estado da China pediu ainda que os EUA “cancelassem imediatamente suas medidas tarifárias unilaterais e resolvessem as diferenças comerciais por meio de consultas de maneira igualitária, respeitosa e mutuamente benéfica”.

O governo chinês argumentou que a prática dos EUA não estava de acordo com as regras do comércio internacional e prejudicou os interesses da China.

“Foi uma prática típica de intimidação unilateral que não apenas prejudicou os próprios interesses dos EUA, mas também colocou em risco o desenvolvimento econômico global e a estabilidade da cadeia de produção e fornecimento”, acrescentou.

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China sobre as tarifas de Trump: ‘Não provocamos problemas, mas também não temos medo’

Governo chinês reage duramente às novas sanções comerciais de Donald Trump e acusa Washington de violar regras da OMC e prejudicar a economia global.

A China voltou a criticar com veemência as novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Em comunicado divulgado neste sábado (5), e repercutido pela agência Sputnik Brasil, o governo chinês afirmou que “não provocamos problemas, mas também não temos medo deles” e alertou que continuará a tomar “medidas decisivas” para proteger seus interesses soberanos e econômicos.

A reação ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar na última quarta-feira (2) a aplicação de novas tarifas sobre importações de uma ampla lista de países, incluindo a China. As alíquotas mínimas são de 10%, mas os percentuais variam conforme o déficit comercial dos EUA com cada país. Para a China, o novo pacote estabelece tarifas de 34%, que somadas aos 20% impostos em março por suposta negligência de Pequim no controle do tráfico de fentanil, elevam a carga total a 54%.

“O governo chinês condena e se opõe veementemente a isso”, diz o comunicado oficial de Pequim, que também acusa os Estados Unidos de violar seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), de prejudicar o sistema multilateral baseado em normas e de afetar a estabilidade econômica global. “Pressão e ameaças são a maneira errada de lidar com a China”, reforça a nota.

O governo chinês também exortou Washington a abandonar o uso de tarifas como “arma para derrubar a economia e o comércio da China” e a respeitar o “direito legítimo do povo chinês ao desenvolvimento”.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, também se manifestou sobre o tema em entrevista à Sputnik. Segundo ele, o aumento das tarifas americanas “não tem fundamento” e não ajudará a Casa Branca a solucionar seus desafios econômicos internos. “Isso causará sérios danos não apenas ao mercado global e à ordem comercial, mas também à reputação dos próprios Estados Unidos”, advertiu Wang.

As crescentes tensões comerciais entre Washington e Pequim reacendem os temores de uma nova escalada protecionista com impacto direto sobre o comércio internacional e a economia global. Economistas alertam que as medidas podem agravar desequilíbrios financeiros e aumentar os riscos de recessão em várias regiões do mundo.

A resposta firme da China sugere que o segundo mandato de Donald Trump à frente da Casa Branca, iniciado em 2025, manterá o tom confrontacional com a potência asiática, especialmente em questões comerciais e geopolíticas. A disputa tarifária tende, assim, a se tornar um dos principais focos de instabilidade econômica nos próximos meses, diz o 247.

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Muito engraçado o comentário de Trump sobre a reação da China ao seu tarifaço. Ele acusa a China de ter entrado em “pânico”

Ora, a China, ao contrário dele, estudou por anos o que deveria fazer.

Vai acelerar o decoupling e explorar suas oportunidades pelo mundo. Quem entrou em pânico foi o mercado estadunidense. Até o FED está com muito medo.

Trump e sua Armada de Brancaleone de parvos fazem tudo de forma improvisada. Taxaram até pinguins. A fórmula para fazer as taxações é uma piada matemática.

Trump inventou a fake news aritmética. Quis dar uma aparência de cientificidade a algo tosco e primário. Não há uma estratégia bem-estudada em nada do que eles fazem.

Querem reverter décadas de globalização da noite para o dia. Querem reverter até mesmo o nearshoring. E na marra.

Trump vai se liquefazer em pouco tempo. Tudo que é sólido.

*Emir Sader

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China dá o troco, impõe tarifas de 34% a todos os produtos dos EUA e abre espaço para mais exportações do Brasil

Exportações brasileiras do agro concorrem diretamente com o agronegócio dos Estados Unidos.

Em mais um movimento de escalada nas tensões comerciais com os Estados Unidos, o governo da China anunciou nesta quinta-feira (4) que aplicará uma tarifa adicional de 34% sobre todos os produtos norte-americanos a partir de 10 de abril.

De acordo com a nota oficial, a nova alíquota será acrescida às tarifas atualmente em vigor, ampliando significativamente o custo de entrada de mercadorias dos EUA no território chinês. A medida vem acompanhada de uma série de outras sanções comerciais, incluindo o endurecimento de controles sobre exportações de itens considerados estratégicos.

Exportações de terras raras na mira – O Ministério do Comércio da China também informou que, a partir de 4 de abril, passará a restringir a exportação de elementos de terras raras do tipo médio e pesado para os Estados Unidos. Entre os elementos listados estão o samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio — todos fundamentais para setores de alta tecnologia, como a indústria de semicondutores, armamentos e carros elétricos.

A decisão, segundo o ministério, está ancorada na legislação nacional de segurança e visa proteger os interesses estratégicos do país, além de “cumprir obrigações internacionais, como as relacionadas à não proliferação”, conforme destaca o comunicado: “o objetivo da implementação dos controles de exportação pelo governo chinês sobre os itens relevantes, de acordo com a lei, é melhor salvaguardar a segurança nacional e os interesses do país, bem como cumprir obrigações internacionais como a não proliferação”.

Empresas norte-americanas sob sanção – Além disso, a China incluiu 16 entidades dos Estados Unidos em sua lista de controle de exportações e adicionou outras 11 à chamada “lista de entidades não confiáveis”. A inclusão nesta última permite que Pequim tome ações punitivas diretas contra empresas estrangeiras, incluindo a proibição de atividades comerciais no país, congelamento de ativos e outras sanções administrativas. Com 247.

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China diz que tarifaço de Trump ‘coloca em perigo’ economia mundial e terá resposta

Gigante asiático já havia respondido com taxas sobre uma série de produtos agrícolas estadunidenses.

A China disse nesta quinta-feira (3) que “se opõe firmemente” às novas e abrangentes tarifas dos EUA sobre suas exportações, prometendo “contramedidas” para proteger seus direitos e interesses. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desencadeou uma guerra comercial global, depois de impor taxas sobre as importações de todo o mundo e tarifas extras severas sobre seus principais parceiros comerciais.

O republicano anunciou tarifas de 34% sobre as importações da China, um de seus maiores parceiros comerciais. O Ministério do Comércio da China pediu a Washington que “cancele imediatamente” as novas medidas, que “colocam em perigo o desenvolvimento econômico mundial”. A China já havia respondido às tarifas dos EUA com taxas de até 15% sobre uma série de produtos agrícolas estadunidenses, incluindo soja, carne suína e frango.

Um porta-voz diplomático criticou “o protecionismo e o assédio” dos Estados Unidos e pediu uma solução das divergências econômicas e comerciais “por meio de consultas justas, respeitosas e recíprocas”. O Ministério do Comércio de Pequim afirmou em um comunicado que essas tarifas “não estão em conformidade com as regras do comércio internacional e prejudicam seriamente os direitos e interesses legítimos das partes relevantes” e acusou os Estados Unidos de uma “típica prática unilateral de intimidação”.

As tarifas se somam a uma taxa de 20% imposta no mês passado. Em uma reunião semanal na quinta-feira, o Ministério do Comércio criticou o “protecionismo e a intimidação” de Washington, mas também disse que os dois lados estavam “mantendo a comunicação” sobre as fontes de discórdia em questões comerciais e econômicas. Na prática, as taxas sobre importações chinesas passam a ser de 54%.

Proibições para empresas estadunidenses
Em um primeiro documento publicado pelo ministério chinês, a China incluiu dez empresas estadunidenses no sistema de Listas de Entidades Não Confiáveis, o que significa que as empresas não poderão comercializar com a China e nem investir no país.

O sistema é utilizado, de acordo com o governo chinês, para garantir “as regras econômicas e comerciais internacionais e o sistema de comércio multilateral, se opor ao unilateralismo e ao protecionismo comercial e salvaguardar a segurança nacional da China, os interesses públicos sociais e os direitos e interesses legítimos das empresas”.

Em comunicado à parte, a corporação Illumina Inc. também foi incluída nesse mesmo mecanismo, mas com a medida específica de proibição de exportação de sequenciadores genéticas (máquinas que identificam a sequência de informações genéticas de organismos) para a China. A terceira medida colocou outras 15 empresas na Lista de Controle de Exportação.

Quais são as companhias
As primeiras dez vendem armamento ou fornecem serviços de vigilância e análise de dados para Taiwan. Segundo o Ministério do Comércio chinês, a decisão tem base em diversas leis, como a de Segurança Nacional, a de Sanções Antiestrangeiras. As ações, ainda segundo o ministério, prejudicam “seriamente a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China”.

As companhias são da indústria armamentista e/ou aeroespacial (Cubic Corporation, TCOM, L.P, Teledyne Brown Engineering,Inc., S3 AeroDefense e ACT1 Federal); aviação (Stick Rudder Enterprises LLC ); da construção naval e defesa (Huntington Ingalls Industries Inc; de análise de dados (Exovera e TextOre), e de engenharia (Planate Management Group)

Algumas destas empresas já tinham sido objeto das chamadas contramedidas em setembro de 2024. Elas foram implementadas em resposta ao anúncio do Departamento de Estado dos EUA de uma aprovação de venda de armamento militar a Taiwan em um valor de US$ 228 milhões (R$ 1,3 bi), que acabou se confirmando em outubro por um valor muito maior, US$ 2 bilhões (R$ 11,2 bi).

Já a Illumina, de acordo com o Ministério do Comércio, “violou os princípios normais de negociação do mercado, interrompeu transações normais com empresas chinesas, adotou medidas discriminatórias contra empresas chinesas e prejudicou seriamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”.

As outras 15 empresas possuem laços (em maior ou menor grau) com o Complexo Militar Industrial dos EUA. As medidas implementadas pela China, nesta terça, proibiram as empresas chinesas de exportar para essas empresas os chamados bens de dupla utilização (que podem ser utilizados tanto para fins pacíficos como militares). Veja a lista abaixo:

  • Leidos
  • Gibbs & Cox, Inc.
  • IP Video Market Info, Inc.
  • Sourcemap, Inc.
  • Skydio, Inc.
  • Rapid Flight LLC
  • Red Six Solutions
  • Shield AI, Inc.
  • HavocAI
  • Neros Technologies
  • Group W
  • Aerkomm Inc.
  • General Atomics Aeronautical Systems, Inc.
  • General Dynamics Land Systems
  • AeroVironment

*BdF

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Trump dá acesso a Musk a informações privilegiadas contra a China

Bilionário, que comanda empresas rivais da indústria chinesa, recebeu informações privilegiadas sobre planos militares dos EUA para conter avanço de Pequim.

O Pentágono agendou uma reunião secreta para brifar (apresentar um relatório a) Elon Musk, CEO da SpaceX e da Tesla, sobre os planos de guerra dos Estados Unidos em um eventual conflito com a China. A informação, revelada pelo The New York Times, gerou polêmica devido aos amplos interesses comerciais de Musk no país asiático e seu papel como conselheiro do presidente Donald Trump. Enquanto o Pentágono negou que o encontro trataria de questões estratégicas militares, o fato de Musk, CEO da SpaceX e Tesla, ter acesso a informações tão sensíveis levanta preocupações sobre possíveis conflitos de interesse e os riscos de vazamento de dados vitais, normalmente de acesso apenas à alta diplomacia.

Musk, um dos maiores fornecedores para o Pentágono e com fortes interesses financeiros na China, teria sido convidado para avaliar como os planos de guerra dos EUA poderiam impactar a produção e os recursos militares do país. A análise dos planos de guerra, altamente confidenciais, tem o objetivo de ajustar orçamentos e determinar quais sistemas militares seriam utilizados em um cenário de confronto. No entanto, com sua empresa SpaceX fornecendo lançamentos de satélites para a defesa dos EUA, além de suas relações comerciais com a China, sua participação em tais discussões poderia gerar vazamentos de informações cruciais que favorecessem não apenas os interesses de Musk, mas também os da China.

Faca de dois gumes

Se por um lado, Musk pode se aproveitar das informações para benefício próprio junto ao governo chinês, por outro, essa informação privilegiada também é uma enorme vantagem para um empresário que compete com empresas chinesas, especialmente na área dos automóveis elétricos inteligentes, satélites e telecomunicações. A perda competitiva de suas empresas em relação às similares chinesas, e portanto o risco de se aproveitar como concorrente do que virá a seguir é algo que deve preocupar o governo da China, e um ponto que não foi levantado pelos jornalistas norte-americanos.

Musk, cuja SpaceX compete diretamente com o programa espacial chinês e fornece serviços críticos ao Pentágono, teria acesso a detalhes de operações militares classificadas como “O-plans” — planos estratégicos para conflitos de grande escala. Em contrapartida, o governo chinês vê o SpaceX como uma extensão da máquina de guerra dos EUA, o que poderia tornar o acesso de Musk a planos de guerra uma ameaça direta à segurança nacional da China.

A decisão levanta questões éticas: como um empresário com negócios bilionários na China pode ter acesso a informações sensíveis sobre estratégias para conter seu desenvolvimento? Outra pergunta não feita é o risco que suas empresas passam a ser, com o papel de elite econômica que exercem na China. Pequim já reagiu contra corporações norte-americanas que considera como risco a sua segurança nacional (como Google, Intel ou Nvidia), limitando sua atuação no país.

Falso dilema

A Tesla, por exemplo, depende de uma fábrica em Xangai para mais da metade de suas entregas globais, e Musk já fez elogios públicos ao Partido Comunista Chinês. É inegável, no entanto, sua filiação ao ideário de ultradireita e sua identidade atual com o governo de Donald Trump e sua política irredutível de ataque aos interesses chineses.

Apesar dessa ambiguidade e evidente conflito de interesses, Musk teria mais a perder na disputa por espaço comercial para seus carros elétricos ou satélites na concorrência chinesa, do que traindo seu país vendendo informação estratégica para o governo de outro país, como quer sugerir o NYT. Em última instância, seu papel no governo é passageiro e sua vocação e fonte de poder é como industrial e homem de negócios.

Por que Musk precisa dessas informações?

Após a divulgação da notícia, Trump afirmou em redes sociais que “a China não será mencionada” no encontro. Já o secretário de Defesa, Pete Hegseth, classificou o briefing como uma discussão informal sobre “inovação e eficiência”. Contudo, fontes oficiais confirmaram que o tema central seria a guerra com a China, incluindo opções de alvos e cronogramas de ataque.

Analistas apontam que Musk, nomeado para cortar gastos no governo, pode querer entender quais sistemas de armas são essenciais para os planos militares antes de propor reduções orçamentárias. Por exemplo, a possível eliminação de porta-aviões — que custam bilhões — poderia comprometer estratégias já definidas.

Riscos para a segurança nacional

Especialistas em ética alertam que o acesso de Musk a detalhes sobre defesa espacial e cibernética — áreas em que a China investe pesadamente — pode beneficiar a SpaceX. A empresa já recebe US$ 1,6 bilhão anuais do Pentágono para lançar satélites e opera o Starlink, sistema de comunicação considerado vital para operações militares.

A China, por sua vez, vê a SpaceX como uma extensão do aparato militar dos EUA. Em 2023, um estudo da Universidade de Defesa Nacional da China destacou a “militarização do Starlink” como uma ameaça à estabilidade global.

Musk está sob investigação do Pentágono por possíveis violações de seu nível de segurança. Em 2023, funcionários da SpaceX denunciaram que ele não reportou contatos com líderes estrangeiros. Além disso, o governo Biden negou a Musk uma autorização de acesso a programas ultrassecretos, citando “riscos de segurança”, de acordo com o Vermelho.

Um jogo de riscos e recompensas

A aproximação entre Musk e o governo Trump expõe uma linha tênue entre inovação privada e segurança nacional. Enquanto o Pentágono busca modernizar suas estratégias, a relação controversa de Musk com a China e seus negócios governamentais colocam em xeque a integridade de informações que podem definir o futuro das relações EUA-China ou da própria relação entre os conglomerados empresarias de Musk e da própria China.

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Mina de ouro descoberta na China pode ser a maior do mundo e mudar economia global

China já é líder na produção mundial de ouro; Nova jazida é avaliada em R$ 483 bilhões.

Uma mina de ouro descoberta na China no final de 2024 pode ser considerada a maior do mundo após ser revelado que a jazida contém mil toneladas do metal, localizadas a profundidades de até três mil metros. Inicialmente, foi anunciado que foram encontradas 300 toneladas de ouro.

O ouro é um dos metais preciosos mais valorizados e atualmente, a China já é líder na produção mundial do metal. Somente em 2023, o país extraiu 370 toneladas de ouro . De acordo com o Conselho Mundial do Ouro, cerca de 10% da produção global desse ano foi de origem chinesa.

China

Um relatório da agência estatal Xinhua estima que as milhões de toneladas de ouro da mina supergigante estão avaliadas em aproximadamente US$ 83 bilhões , o equivalente a R$ 483 bilhões. A mina apresenta uma média de 138 gramas de ouro por tonelada de minério, segundo reportagem do ICL.

A descoberta pode aumentar a oferta de ouro no mercado internacional e impactar a economia do planeta. Especialistas aponta que o volume pode afetar as economias que dependem da exportação de metal, os países que possuem reservas de ouro como último recurso financeiro e investidores que aplicam seus recursos nesse ativo.

Impacto na China
Por outro lado, há expectativas de que a descoberta provoque impactos positivos na macroeconomia chinesa e também beneficie as comunidades vizinhas da província de Hunan, onde está localizada a mina.

Um estudo sobre os impactos da mineração na pobreza e na desigualdade, realizado por Loayza e Rigolini, apontou que províncias com atividade mineradora tendem a ter maior consumo per capita e redução da pobreza. A mineração, porém, pode provocar problemas sociais, como deslocamentos populacionais e desigualdade econômica, além dos impactos ambientais.

De acordo com a agência Reuters, embora a China já seja o maior produtor de ouro do mundo, responsável por cerca de 10% da produção global em 2023, sua demanda supera amplamente a produção interna. O país consome cerca de três vezes mais ouro do que é capaz de extrair, o que o obriga a depender significativamente de importações de nações como Austrália e África do Sul.

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China está furiosa com os ataques recebidos pelo G7

Comentando a declaração conjunta da Reunião de Ministros das Relações Exteriores do G7 e a Declaração sobre Segurança Marítima e Prosperidade, o porta-voz da Embaixada da China no Canadá rebateu que tais documentos estão repletos de arrogância, preconceito e intenções maliciosas de atacar e suprimir a China.

A China expressa profundo descontentamento e oposição a essas declarações e apresentou uma representação formal ao governo canadense, afirmou o porta-voz da embaixada em um comunicado publicado no site oficial na sexta-feira, horário local. Segundo a nota, “essas declarações repetem a mesma retórica ultrapassada, ignoram os fatos e a posição solene da China, interferem grosseiramente nos assuntos internos chineses e difamam abertamente o país”.

De acordo com o comunicado da Reunião de Ministros das Relações Exteriores do G7 em Charlevoix, Quebec, divulgado pelo Global Affairs Canada na sexta-feira, os membros do G7 fizeram várias acusações contra a China em temas que incluem a guerra na Ucrânia, a segurança e a resiliência da chamada região “Indo-Pacífico”.

Essas declarações conjuntas dos ministros do G7 claramente carregam a intenção de fortalecer a unidade interna do bloco por meio da amplificação das chamadas “ameaças da China”. Isso demonstra mais uma vez que o G7 não passa de um pequeno grupo que promove divisão, confronto e caos mundial, em vez de atuar como um agente de estabilidade global, como afirma, disseram analistas chineses.

Na declaração conjunta, o G7 também reiterou seu apoio à participação “significativa” de Taiwan em organizações internacionais apropriadas, ao mesmo tempo em que expressou “preocupação com as situações no Mar do Leste da China e no Mar do Sul da China” e afirmou que se opõe fortemente a “tentativas unilaterais de mudar o status quo, especialmente por meio da força e coerção”.

A China defende firmemente sua soberania territorial e seus direitos e interesses marítimos, e se opõe veementemente às ações do G7 que prejudicam sua soberania, afirmou o porta-voz da embaixada no comunicado.

Taiwan é parte inalienável do território chinês. A questão de Taiwan é um assunto puramente interno da China e não admite interferência externa. A chave para manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan está no respeito ao princípio de uma só China e na oposição firme ao separatismo da “independência de Taiwan”. A participação da região de Taiwan em atividades de organizações internacionais deve ser tratada exclusivamente de acordo com esse princípio, destacou o comunicado.

Atualmente, a situação no Mar do Leste da China e no Mar do Sul da China é amplamente estável. O Mar do Sul da China é uma das rotas marítimas mais seguras e livres do mundo. “Quero enfatizar que a região Ásia-Pacífico é uma terra promissora de paz e desenvolvimento, não um tabuleiro de xadrez para rivalidades geopolíticas. O G7 deve respeitar os esforços dos países regionais pela paz e estabilidade, abandonar a mentalidade da Guerra Fria e parar de criar confrontos de blocos e alimentar tensões na região”, instou o porta-voz.

Os membros do G7 também acusaram a China, sem provas, de fornecer armas e componentes de uso duplo à Rússia, chamando-a de um “facilitador decisivo da guerra da Rússia e da recomposição das Forças Armadas russas”.

“Quero reiterar que a China não é criadora nem parte da crise na Ucrânia e nunca forneceu armas a qualquer parte do conflito”, refutou o porta-voz da embaixada chinesa. “Pelo contrário, são os membros do G7 que continuam alimentando o fogo do conflito, portanto, não estão em posição de culpar a China.”

A China rejeita as acusações infundadas do G7. Enquanto o G7 abandonou os princípios básicos de manutenção da estabilidade estratégica global e minou o regime internacional de desarmamento e não proliferação nuclear, escolheu atacar e desacreditar as políticas nucleares de outros países. Essa postura apenas intensificará os confrontos e criará obstáculos para o progresso global no desarmamento nuclear, afirmou o porta-voz.

Criticando as alegações do G7 de que “a China não deveria conduzir ou apoiar atividades que comprometam a segurança de nossas comunidades e a integridade de nossas instituições democráticas”, o porta-voz enfatizou que a China nunca interferiu nos assuntos internos de outros países e não tem interesse em fazê-lo. “O rótulo de ‘interferência em assuntos internos’ jamais deve ser atribuído à China”, afirmou.

Atualmente, as discussões do G7 não estão mais restritas a questões econômicas. Originalmente criado para tratar de assuntos financeiros, o grupo agora direciona seu foco para crises internacionais e grandes questões políticas, como o Mar do Sul da China, Taiwan e o conflito Rússia-Ucrânia. Isso demonstra que o G7 se tornou um bloco que sustenta sua existência – e até fortalece seu papel – por meio da fabricação de ameaças externas. Tal abordagem é, sem dúvida, uma bomba-relógio para a segurança e prosperidade globais, ou, em outras palavras, um fator de desestabilização, afirmou Li Haidong, professor da Universidade de Relações Exteriores da China, ao Global Times no sábado.

Ao mesmo tempo, é importante notar que as acusações do G7 contra a China refletem a visão de certas elites ou facções dentro da política ocidental. No entanto, em alguns países ocidentais, como os EUA e a Itália, forças políticas anti-establishment vêm ganhando influência. Isso sugere que o G7 está enfrentando divisões internas profundas, apontou Li.

Essa fragmentação foi deliberadamente ocultada na recente reunião dos ministros das Relações Exteriores do G7 por meio da amplificação de ameaças externas, observou ele. “Não importa o quanto o G7 exagere ameaças externas para fortalecer sua própria existência e função, ele não pode esconder o aprofundamento de suas divisões internas nem a resistência global a sua tentativa de impedir a prosperidade mundial e gerar desordem internacional”, afirmou.

A China enfatiza ao G7 que uma mentira, mesmo repetida milhares de vezes, não se tornará um fato. O mundo não será enganado por tentativas de difamação contra a China. Suprimir e atacar a China não é uma “solução milagrosa” para resolver as divisões internas do G7. Instamos mais uma vez o G7 a abandonar a mentalidade da Guerra Fria e os preconceitos ideológicos, parar de ir contra a tendência mundial e os tempos atuais, cessar as declarações infundadas e arrogantes e a interferência grosseira nos assuntos de outros países, para evitar criar confrontos e divisões na comunidade internacional, concluiu o porta-voz da embaixada chinesa, segundo o Cafezinho.