Um depoente como Mauro Cid, não é pouca coisa, não para Bolsonaro, tanto que, num do total de 27 horas de depoimento, o cipó deve ter comido no lombo de Bolsonaro.
Certamente, Cid não falou sobre a tragédia inteira, até porque a pior delas foram os malefícios pendurados no pescoço de Bolsonaro, das mais de 700 mil vidas que ele ceifou.
Mas se somar todas as horas de depoimento de Mauro Cid, é um tempo de varar um dia e uma noite inteira e um tanto mais do dia seguinte.
Hoje, no Brasil, não há um ser vivo, mesmo em silêncio, que não faça contagem regressiva para a prisão do derrotado nas urnas da última eleição, tanto que alguns bolsonaristas andam até inflamados na insistência de jurar que Bolsonaro, assim como Elvis, não morreu politicamente. O resto são latidos e mugidos desses pobres diabos, que produzem apenas sons sem qualquer lógica, incapaz de um raciocínio qualquer.
Na verdade, todos sabem que não há mais margem de manobra para Bolsonaro justificar seus crimes. A esplendorosa ficha corrida do sujeito é de um portento no mundo do crime.
Os subterrâneos do clã são um esgoto só, abundante, dos piores dejetos, que fazem qualquer pedra ficar limosa.
Muitos bolsonaristas andam murchos, vazios, de cabeças pendidas, uns chegam a suar frio.
O fato é que o déspota ex-presidente não tem mais oxigênio para sonhar com sua liberdade, nem o seu clã acredita nessa hipótese.
Essa guerra nasceu com Bolsonaro e, com ele, morrerá.
Bolsonaro foi a maçã e a serpente de si mesmo, a própria alma do seu governo, a pata bruta que comandou todos os crimes que todos sabem, e outros que ninguém sabe.