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Conivência se estende ao Exército, que tem tropas estacionadas no subsolo do Palácio do Planalto

Se a Policia Militar falhou em não barrar os quase 170 ônibus que chegaram ao Distrito Federal, o Exército não poderia ter falhado em impedir que os invasores chegassem ao gabinete presidencial.

Segundo o Valor, a invasão dos Três Poderes neste domingo não teve a conivência apenas do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, mas também do Exército Brasileiro. A Força tem dois batalhões que se revezam no subsolo do Palácio do Planalto, o Regimento de Cavalaria de Guarda e o Batalhão da Guarda Presidencial.

As duas Forças respondem ao Comando Militar do Planalto e têm, como sua função primeira, a proteção do palácio presidencial. Se a Policia Militar falhou em não barrar os quase 170 ônibus que chegaram ao Distrito Federal, o Exército não poderia ter falhado em impedir que os invasores chegassem ao gabinete presidencial. Demonstra que faltou comando para movê-los no cumprimento de suas funções.

Se a omissão da Polícia Militar do Distrito Federal pode ser resolvida com uma intervenção do Distrito Federal, que é decretada pelo presidente da República e aprovada pelo Congresso Nacional, que pode ser convocado do recesso para este fim, a inação das forças do Exército depende da ação do comandante do Exército.

Se o governador do Distrito Federal e o secretário de segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, se ausentaram de Brasília e reagem pró-forma nas redes sociais condenando as invasões, ainda não há qualquer declaração das Forças Armadas a missão já vinha patente desde as manifestações em frente aos quartéis.

Se o ministro da Justiça, Flavio Dino, se precipitou em elogiar o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, pela segurança da posse, quando Anderson Torres já havia sido escolhido para a Segurança, o ministro José Múcio também errou na complacência com as manifestações em frente aos quartéis.

Ele chegou a dizer que estas manifestações são democráticas e têm a participação de seus familiares. Em seu discurso de posse, deu por debelada a crise e apostou na institucionalidade da atuação das Forças Armadas.

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Na CPI Queiroga mostra conivência com Bolsonaro e falta de domínio sobre contratos de vacinas

O ministro da Saúde se recusou a emitir uma opinião sobre a defesa da cloroquina e ivermectina por Bolsonaro, entre outras polêmicas.

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga depôs aos senadores da CPI da Covid desde às 10h desta quinta (6). Durante a primeira rodada de perguntas, feitas pelo relator Renan Calheiros (MDB), Queiroga usou o pouco tempo de casa para fugir de algumas perguntas e se negou a criticar a postura negacionista e as manobras diversionistas de Jair Bolsonaro na gestão da pandemia do novo coronavírus.

Queiroga repetiu inúmeras vezes que seu papel como ministro não é o de fazer “juízo de valor sobre as opiniões do presidente”. Além de poupar Bolsonaro, ele não quis avaliar a gestão dos antecessores no Ministério. Se negou a dizer se é contra ou a favor da cloroquina e da ivermectina, e demonstrou falta de domínio sobre contratos de aquisição de vacinas.

No começo da oitiva, Calheiros questionou Queiroga sobre o que faltou ao Brasil para evitar que o surto sanitário iniciado em março de 2020 tivesse se transformado numa verdade tragédia humanitária, levando a vida de mais de 410 mil brasileiro até aqui. Queiroga se disse incapaz de avaliar o que foi feito por seus antecessores no Ministério da Saúde. Pressionado, culpou as novas variantes do vírus – “o colapso decorre de imprevisibilidade biológica” – e a falta de um “SUS fortalecido” pelo desastre na pandemia. Segundo ele, quando a crise estourou, os hospitais não estavam preparados para a sobrecarga e os profissionais de linha de frente tampouco estavam devidamente capacitados.

Com o tempo, a resistência de Queiroga em analisar o que o governo federal fez no primeiro ano de pandemia passou a irritar os senadores, que começaram a questionar se ele tomou pé da situação da Pasta que comanda há mais de 40 dias. Queiroga revelou, por exemplo, que ainda não tem domínio sobre a lei de compra de vacinas e tampouco conhece os termos do primeiro contrato de compra de imunizantes assinado com a Pfizer, por 100 milhões de doses. A informação veio à tona quando Renan questionou sobre a vacina Sputnik, que ainda não foi aprovada pela Anvisa, mas está em uso em outros países.

Ele não soube explicar por que o governo dispensou a oferta de 70 milhões de vacinas da Pfizer, em agosto de 2020, com previsão de começar a entrega em dezembro daquele ano. Amenizando a situação, Queiroga disse que “o fato de assinarmos o contrato não significa que seriam entregues.”

De “diferente” em relação aos ministros Luiz Henrique Madetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello, Queiroga disse que vai assinar mais um contrato com a Pfizer, por mais 100 milhões de doses – com previsão de receber 35 milhões em setembro – e está trabalhando em dois protocolos: um sobre o atendimento hospitalar dos pacientes com Covid e outro acerca de restrições à mobilidade. Além disso, prometeu adotar uma postura mais “ativa” do Ministério em relação à testagem. Segundo ele, até aqui, a Pasta vinha enviando os testes diagnósticos para os estados e municípios apenas quando requisitados. Ele também pretende trocar os testes do tipo RT-PCR para “teste antígeno, mais rápido”.

Por conta do protocolo em desenvolvimento para atendimento em hospitais, Queiroga se recusou a dizer se é a favor ou contra o uso de remédios como cloroquina e ivermectina, que não têm eficácia compravada no tratamento de casos graves e moderados do novo coronavírus, mas que são propagados constantemente por Bolsonaro. Ontem mesmo o presidente da República chamou de “canalha aqueles que são contra o tratamento precoce e não oferecem alternativa. O que eu tomei [quando estava com Covid], todo mundo sabe.” Queiroga respondeu à CPI que a cloroquina divide opiniões na própria comunidade médica e que, como ministro da Saúde, ele será a “última instância” a se manifestar sobre a polêmica, no “momento oportuno”.

Com Eduardo Pazuello, o Ministério da Saúde emitiu uma portaria “recomendado” a cloroquina para tratamento de Covid, a despeito dos efeitos colaterais. Queiroga disse que a portaria não foi suspensa na sua gestão “porque não é tão simples assim”.

Sobre o fato de Bolsonaro defender a cloroquina, assim como atacar a China, que é o país que importa insumos para o Brasil, entre outras posturas do presidente da República, Queiroga se recusou a comentar. Ele disse que Bolsonaro lhe deu “autonomia” para trabalhar e que questões referentes à promoção de falsos “tratamentos precoce” não seriam questões “decisivas no enfrentamento à pandemia. O que é decisivo é a vacinação e as medidas não farmacológicas.”

O médico foi perguntado, ainda, sobre a nova ameaça de Bolsonaro, que na última quarta (5) avisou que pode publicar um decreto para impedir o “lockdown” determinado por estados e municípios. O ministro disse que não foi consultado sobre o tema, mas que Bolsonaro conversou com ele sobre “garantir a liberdade” das pessoas, e Queiroga teria concordado. Quanto ao mérito do decreto, na visão do ministro, o Brasil é um “país continental” e uma política nacional de distanciamento social seria ineficaz porque a sociedade não iria aderir. Ele defendeu, contudo, que estados e municípios possam usar a “medida extrema” em “casos pontuais”.

Renan Calheiros questionou se ele teria conhecimento sobre o “assessoramento paralelo” de Jair Bolsonaro nas questões da pandemia, que foi denunciado à CPI pelo ex-ministro Mandetta. Queiroga negou conhecimento, mas para Renan, o fato de Bolsonaro estar estudando um decreto anti-lockdown sem a consulta do Ministério da Justiça prova que o gabinete paralelo ainda está em operação.

A respeito da falta de uma campanha de comunicação nacional, mais firme e clara a respeito da gravidade da pandemia e medidas de mitigação, Queiroga disse que há duas em andamento, uma sobre vacinação e outra sobre prevenção, ao custo de mais de 20 milhões de reais, com inserções em nível nacional e “internacional”.

*Do GGN

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