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Derretimento do capital político de Bolsonaro preocupa a oposição a Lula

A velocidade com que se acentua o desgaste de Jair Bolsonaro (PL) tem impressionado aliados dele e adversários do PT. Em privado, a avaliação corrente é de que a imagem e o capital político do ex-presidente “estão derretendo”, segundo disse à coluna um dirigente partidário que acompanha o monitoramento de redes sociais e grupos de discussões conservadores do país.

Outro fator que diminui o peso das apostas em Bolsonaro como líder da oposição a Lula: o ex-presidente terá de dedicar tempo, força e dinheiro às batalhas jurídicas que serão travadas no STF (Supremo Tribunal Federal), no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e na primeira instância da Justiça, deixando os ataques a Lula e a “fiscalização” do governo em segundo plano.

O problema para o campo antipetista da política e da sociedade é que o derretimento de Bolsonaro está ocorrendo antes mesmo que novos polos de oposição tenham se consolidado no Congresso e nos governos estaduais. Nesse ritmo, avaliam parlamentares ouvidos pela coluna, o presidente Lula (PT) não terá dificuldade de alinhavar uma base de apoio legislativa capaz, por exemplo, de aprovar pacotes e PECs vitais para seu governo.

Só nos últimos dias, Bolsonaro, mesmo à distância, esteve no epicentro do quatro graves crises: gastos com cartão corporativo, a investigação de pagamentos suspeitos no Palácio do Planalto, atos golpistas do 8 de janeiro e a tragédia dos ianomâmis. Mesmo vivendo nos Estados Unidos, para onde foi antes do final do mandato, o ex-presidente tem sido obrigado a se manifestar sobre esses assuntos, diferentemente do que, segundo um aliado, ele planejava fazer.

A promessa inicial de Bolsonaro feita aos aliados era permanecer em silêncio e deixar o atual governo se desgastar com os “problemas da vida real”, como as dificuldades orçamentárias e os embates com o Congresso. Somente então ele retornaria ao Brasil para assumir o posto de presidente de honra do PL, morar em Brasília e liderar a oposição.

Porém, transcorridos apenas 23 dias do início do terceiro mandato de Lula na Presidência, a capacidade de Bolsonaro assumir qualquer posto de liderança neste momento é questionada nos bastidores por direitistas, empresários e lideranças da sociedade civil hostis ao PT e ao atual governo, segundo diz esse aliado do ex-presidente.

O “derretimento” de Bolsonaro levanta dúvidas até sobre a capacidade dele de liderar a parcela extremista de seus apoiadores. Uma das avaliações é de que esse “movimento” tem um forte componente orgânico e que fortaleceu os lanços entre seus participantes mesmo após o fim dos acampamentos golpistas e não necessitará mais da figura do “mito” ou do “capitão” para permanecer unido.

Alternativas. Com Bolsonaro enfraquecido, o campo antipetista da política e da sociedade trabalha com nomes que podem ocupar um eventual vácuo de liderança deixado pelo ex-presidente. O cenário mais provável neste momento: os senadores eleitos Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Sérgio Moro (União Brasil-PR) e Rogério Marinho (PL-RN) comandarão a oposição no Senado, junto com Flávio Bolsonaro (PL-RJ), enquanto Carla Zambelli (PL-SP), Ricardo Salles (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF) formarão a linha de frente na Câmara.

Os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Romeu Zema (Novo-SP) ainda são vistos com reserva porque precisam manter uma relação minimamente estável e cordial com Lula por conta da ajuda federal aos estados.

*Alberto Bombig/Uol

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Bolsonaro é um péssimo ator fazendo papel de arrependido

Vendo o derretimento de Bolsonaro, sua campanha resolveu adicionar um temperinho humano na imagem do monstro e apresentá-lo ao público para dar a ele uma imagem mais palatável, ou seja, para isso precisou não só editar seu perfil, mas adicionar uma história de arrependimento em que ele destaca seu comportamento tentando colorir sua biografia borrada para se vender como alguém que reagiu de forma “humana” a uma onda de críticas que lhe pesavam os ombros por conta da sua péssima gestão carregada de desumanidade durante a pandemia da covid.

Lógico, Bolsonaro não está explicando isso para a sociedade, muito menos para seus amigos ou eleitores. Quando ele compartilha com o todo da sociedade, o falso sentimento de arrependimento, na verdade, busca construir um clima um pouco mais dócil de sua imagem para testar eleitores que estão indecisos e, portanto, ainda podem sem transformar em presas de suas artimanhas.

Aquele sujeito titubeante, até meio frouxo e com a aparência de abatido, mostrando um sentimento indeciso, não quis exatamente vender amor ou compaixão pelas vítimas da covid que ele não só desprezou, como tripudiou durante a pandemia.

Sua fala dá a entender que ele fica em dúvida sobre seu comportamento compulsivo, claro, um tipo de argumento vago se desmancha sozinho, não fosse ele um péssimo ator que constrói um diálogo para que se apresente com outra compreensão dos fatos e, com isso, trazer o eleitor indeciso para pensar com ele sobre os motivos que o levaram a essa indecisão comportamental.

A hesitação demonstrada por Bolsonaro é absolutamente falsa, é daquelas opiniões formadas sob medida para atingir algum objetivo e, neste caso, é fisgar o eleitor indeciso.

Quando se comporta dessa maneira dúbia, ele se oferece para ser solidário a quem permanece indeciso. E o que ele faz? Revela uma ausência de nitidez sobre o certo e o errado, o bem e o mal, para que ele saia do status de monstro desumano para uma espécie de malvado inseguro, duvidoso, determinando assim a garantia de uma outra imagem que ao menos confunda a cabeça do eleitor, dando a ele uma casca de banana como dilema.

Seu pronunciamento é rigorosamente falso, pois segue desconsiderando as vítimas e trata o caso apenas como um embate entre ele e a mídia.

Em nenhum momento, com seu jogo vago, ele mostrou qualquer arrependimento na essência de sua opinião formada sobre um alicerce de crueldade absolutamente decidido, independente do bombardeio de críticas que sofreu por sua índole macabra.

Aquilo que Bolsonaro apresentou hoje, com um falso arrependimento do seu comportamento, nada mais é do que parte da sua campanha eleitoral.

Ele jamais teve um comportamento indeciso na hora de criminalizar as vítimas da covid, por isso suas ações ou inações levaram a óbito quase 700 mil brasileiros que eram tratados de maneira promíscua por um covarde absolutamente insensível que aparecia descontente com o número, para ele, pequeno de vítimas e seguiu buscando mais e mais pessoas contaminadas e mortas pela covid.

Ou seja, Bolsonaro suou a camisa para empurrar quase 700 mil brasileiros para a morte. E não será um quadro mal-ajambrado com um péssimo ator em cena que lhe reservará um outro resultado que não seja uma acachapante derrota.

é bom não esquecer que Bolsonaro, antes de qualquer coisa, é um psicopata e a dissimulação faz parte do seu rosário de maldades.

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Política

XP/Ipespe: Bolsonaro derrete e sua Reprovação chega a 63%

Pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta quinta-feira 8 indica o derretimento do apoio popular a Jair Bolsonaro. Conforme o levantamento, 63% dos brasileiros desaprovam a maneira como o presidente administra o País (eram 60% na rodada anterior), 31% aprovam (eram 34%) e os mesmos 6% da versão anterior não sabem ou não responderam.

A avaliação negativa do governo também segue em alta. 52% classificam a gestão como ruim ou péssima (eram 50%), 25% a veem como boa ou ótima (eram 25%) e 21% como regular (eram 22%).

Para metade dos brasileiros, o restante do mandato de Bolsonaro será ruim ou péssimo, ante 47% na última pesquisa. Os que consideram que a sequência da gestão será boa ou ótima são 30% (eram 29%). Para 17%, será regular (eram 29%). Para 17%, será regular (eram 19%).

As suspeitas de corrupção na compra de vacinas, que marcam os trabalhos da CPI da Covid nas últimas semanas, são conhecidas por quatro em cada cinco entrevistados. E 69% deles atribuem as suspeitas a membros do governo Bolsonaro.

A percepção do cenário econômico pela população também é negativa para o governo. Para 59%, a economia no Brasil está no caminho errado (eram 60%), enquanto para 30% ela está no caminho certo (eram 29%).

Além disso, a atuação de Bolsonaro para enfrentar a pandemia do novo coronavírus é ruim ou péssima para 59% (eram 58%) e boa ou ótima para 22%, mesmo percentual da rodada anterior.

O XP/Ipespe realizou 1.000 entrevistas de abrangência nacional entre 5 e 7 de julho. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

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