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Mais cinco indígenas yanomamis morrem em Roraima por malária e desnutrição

Mais cinco indígenas yanomamis morreram ontem na comunidade de Surucucu, em Roraima, a 270 quilômetros de Boa Vista. A informação foi confirmada por Júnior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena.

Entre as vítimas, estava uma criança de 9 anos. Outras quatro vítimas eram adultos: um deles era uma liderança na comunidade de Surucucu e outros três eram jovens que viviam na região.

Segundo Júnior Hekurari, as mortes foram causadas por malária e desnutrição. Os corpos não foram resgatados ontem por estarem em um local de difícil acesso e próxima à região de garimpo ilegal.

O Hospital da Criança em Boa Vista, capital de Roraima, tem, até o momento, 53 crianças yanomamis internadas. No total, há 64 pacientes internados e sete deles em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva).

A Casai (Casa de Saúde Indígena) tem, no momento, 700 indígenas esperando atendimento.

As principais causas de internação são:

  • diarreia e doença gastrointestinal aguda;
  • desnutrição grave;
  • pneumonia;
  • malária;
  • acidentes com cobras.

O governo federal decretou estado de emergência no território Yanomami. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, 570 crianças desse povo morreram em decorrência da contaminação por mercúrio e fome, causadas pelo “impacto do garimpo ilegal na região”, nos últimos quatro anos.

O presidente Lula (PT) esteve no último fim de semana na região e descreveu a condição deles como “desumana”.

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Opinião

Em nome de Deus

Florestan Fernandes Jr – Muito nos foi roubado pelo governo Bolsonaro. As mais de 680 mil vidas vitimadas pela Covid, a perspectiva de futuro para um país que seguirá colhendo por décadas o efeito da fome e desnutrição de crianças e gestantes.

As consequências da desnutrição das crianças na primeira infância e das gestantes são devastadoras, além da tragédia social, o déficit cognitivo.

Isso vai impactar fortemente a formação e educação dessas crianças. Ou seja, o futuro do Brasil foi roubado.

E agora, nesta semana, uma data cívica singular também nos foi roubada. O bicentenário da Independência do Brasil, oportunidade única de discutirmos como nação os avanços e retrocessos que tivemos, foi arrancada de nós.

Em lugar de um espaço de discussões e ações propositivas, de comemoração cívica, um espetáculo grotesco de misoginia, de crimes eleitorais, de incitação ao ódio às instituições e eliminação de adversários políticos.

Até mesmo o coração de Dom Pedro I, trazido ao Brasil em uma iniciativa controversa e simbólica da Necropolítica desse governo, perdeu espaço para a irrigação sanguínea dos genitais do presidente da República. Fomos expostos mais uma vez ao escárnio internacional.

A tragédia nacional parece não ter fim. É como viver um loop distópico infinito.

Vivemos as consequências de um discurso de eliminação, que transforma antagonistas em inimigos, que tem nos roubado pais de família como Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu morto durante a própria festa de aniversário por um bolsonarista tomado pelo discurso de ódio. Ou ainda Benedito Cardoso do Santos esfaqueado e morto ontem, com requintes de crueldade em Cuiabá, pelo colega de trabalho, Rafael Silva de Oliveira, apoiador de Bolsonaro, após uma discussão política.

Em todos os aspectos da vida nacional temos sido penalizados.

Ele nos roubou os investimentos na educação, na pesquisa, na saúde. Está queimando nossas florestas, poluindo nossos rios, contaminando nossa lavoura com a liberação de agrotóxicos altamente prejudiciais à saúde.

Está entregando nossas riquezas e dizimando os povos originários. Bolsonaro roubou a autoestima dos brasileiros. Os sonhos de uma sociedade mais justa, mais fraterna e solidária.

Tudo nesse governo é destruição e expropriação. Fomos também privados da publicidade e da transparência, que obriga os administradores públicos a prestar contas do uso das nossas riquezas. Fomos privados do direito de sabermos o destino das verbas de emendas ao Orçamento da União, dos gastos do cartão corporativo. Tudo é coberto por sigilo centenário, desde os negócios suspeitos da família, aos mal feitos da administração. Por fim, nos rouba a estabilidade das leis e a lisura das eleições, já que usou e abusou de inúmeros artifícios para garantir sua reeleição, num derrame de dinheiro para compra de votos nunca visto.

Bolsonaro e seus seguidores, que tanto usam o nome de Deus, deveriam atentar para o que diz o Evangelho de João, capítulo 10, versículo 10: “O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham plenamente”. Um rouba e mata. O outro acolhe e cuida.

*Com 247

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