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Havia delação premiada na Lava Jato para quem entregasse Lula, afirma a primeira presa pela operação

A primeira presa na Lava Jato afirmou nesta quarta-feira, 7, que a pressão e o desejo de liberdade podem levar suspeitos ou condenados a mentir em depoimentos e delações. Beneficiada por um indulto concedido no final de 2017 pelo ex-presidente Michel Temer, Nelma Kodama teve a pena extinta.

Em 2014, ela foi condenada a 18 anos por corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Depois de um acordo de delação premiada, cumpriu apenas 3 anos e teve direito ao benefício.

Em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, a doleira disse que o relato é comum entre presos na operação. “Quando você está preso, você faz qualquer coisa. Chega a um ponto que você fala até da sua mãe porque a pressão é muito grande, e o sofrimento é muito grande. Nessa altura do campeonato, você acaba falando, às vezes, até o que você não tem e o que você não deve. Certamente [pessoas mentiram em depoimento], senão você não sai”.

Segundo Nelma Kodama, presos na Lava Jato também relatavam pressão para citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O Lula era o assunto. Eu não sou PT, não estou falando sobre política e sim sobre crime. Todo crime precisa ter prova e não houve prova. Cadê o cadáver? Então, qual foi o objetivo? (da prisão)”, afirmou. Ela ainda confirmou que existiu uma delação premiada para entregar o principal alvo da Lava Jato, no caso o ex-presidente da República. “Havia esse tipo de conversa, claro, por parte das pessoas que queriam sair [da prisão]”.

 

 

*Com informações do DCM