Conjur – O advogado Rodrigo Tacla Duran afirmou que o procurador aposentado Carlos Fernando dos Santos Lima liderou um “esquema de proteção” para não processar doleiros na “lava-jato”. A informação foi dada durante depoimento ao juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).
De acordo com a coluna do jornalista Chico Alves, do UOL, Taclan Duran disse que Wu-Yu Sheng, conhecido como “Paulo China”, pagou US$ 500 mil a advogados que teriam participado do esquema.
“Essa proteção era praticada mediante a cobrança de uma taxa, para que o doutor Carlos Fernando se comprometesse a não-persecução penal (sic) desses doleiros que participavam da mesada, entre eles o Wu”, explicou. “Ele passou a ajudar a pagar esse valor todo mês, por muito tempo.”
O doleiro chinês naturalizado brasileiro não foi processado em Curitiba. Wu-Yu Sheng morreu em agosto de 2020.
Aposentado da carreira do Ministério Público Federal, Carlos Fernando trabalha atualmente como advogado nas áreas de compliance, investigações internas, monitoria, gestão de crises e acordos de leniência e colaboração premiada.
Appio encaminhou à Superintendência da Polícia Federal no Paraná dados sobre contas bancárias que teriam movimentado as propinas com objetivo de abertura de investigação.
O depoimento de Rodrigo Tacla Duran foi feito por meio de videoconferência, já que ele mora na Espanha. O advogado falou na condição de testemunha indicada pelo ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, que responde a processo por denúncia feita pelo ex-procurador Deltan Dallagnol.
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