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Justiça

Luís Roberto Barroso suspende piso salarial da enfermagem

O piso foi fixado em R$ 4.750, para os setores público e privado.

Jota – O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu liminarmente os efeitos da lei que estabeleceu um piso salarial salarial da enfermagem.

A liminar é assinada na véspera do dia do pagamento e evita um cenário de insegurança e possível conflito jurídicos entre empregadores e empregados. O setor de saúde não iria pagar os salários conforme a nova legislação, o que poderia levar à reação dos enfermeiros.

O ministro adiantou que submeterá sua decisão a referendo dos colegas no plenário virtual nos próximos dias. E deve ser seguido pela maioria dos colegas. Na sua decisão, o ministro estabeleceu prazo de 60 dias para que entes públicos e privados da área da saúde esclareçam as dúvidas que levaram o ministro a suspender o piso: quais impactos financeiros da lei, se haveria riscos de demissão nos hospitais e possível redução na qualidade dos serviços – com o fechamento de leitos, por exemplo. Leia a íntegra da decisão.

O piso salarial, aprovado pelo Congresso às vésperas das eleições, teria impacto já nesta próxima semana, no primeiro dia de pagamento após a sanção da lei. E era uma das medidas dos governistas que visavam também trazer benefício eleitoral para Jair Bolsonaro (PL).

Desde que recebeu a ADI 7.222 no seu gabinete, Barroso demonstrou preocupações com as consequências dessa política pública. Ao mesmo tempo, recebeu representantes da categoria e também ficou sensibilizado pelos argumentos.

Até por isso deu o prazo de 60 dias para receber mais informações – depois desse prazo, ele afirmou, poderá rever sua decisão. Mas as chances de uma mudança são reduzidas. Os setores afetados já encaminharam ao gabinete estudos de impacto da medida. Não para menos o ministro concedeu a liminar monocraticamente.

Pela lei do piso salarial da enfermagem aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), enfermeiros passariam a receber salário de no mínimo R$ 4.750,00. Técnicos em enfermagem receberiam no mínimo 70% desse valor e auxiliares de enfermagem receberia pelo menos 50% desse piso. A medida era uma das pensadas pelo governo e apoiadores visando também benefícios eleitorais.

“O incremento de custos previsto para esse setor, na estimativa do DIEESE apresentada ao grupo de trabalho da Câmara dos Deputados, é de R$ 4,5 bilhões ao ano, considerando a existência de 356 mil profissionais de enfermagem”, ponderou Barroso.

A Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), em manifestação juntada aos autos, alega que são 473 mil profissionais e que o impacto estimado é de R$ 6,3 bilhões ao ano. “Tais valores têm potencial para impactar as finanças públicas, já que, diante de eventual desequilíbrio econômico-financeiro que sobrevenha aos convênios e contratos formalizados para a prestação de serviços ao SUS, é esperado que os particulares busquem a revisão de suas cláusulas em face dos Estados e Municípios celebrantes”, acrescentou.

O ministro também citou dados levados aos autos que demonstrariam os riscos de impacto negativo para o setor de saúde. Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços com dados de 2.511 instituições hospitalares privadas, entre 19 e 23 de agosto, mostrou que “77% delas responderam que precisarão reduzir o corpo de enfermagem; 65% terão que reduzir pessoal em outras áreas e 51% disseram que reduzirão o número de leitos. A partir das informações coletadas, estima se que 80 mil profissionais de enfermagem serão demitidos e 20 mil leitos serão fechados em todo país, como decorrência do impacto financeiro dos novos pisos salariais”.

Por essas razões, o ministro considerou indispensável, neste momento, suspender a eficácia da lei que estabeleceu o piso salarial da enfermagem. “No caso, há evidente perigo na demora, tendo em vista a incidência imediata do piso salarial e o alegado risco à prestação dos serviços de saúde, ante a ameaça de demissões em massa e de redução da oferta de leitos hospitalares. No fundo, afigura-se plausível o argumento de que o Legislativo aprovou o projeto e o Executivo o sancionou sem cuidarem das providências que viabilizariam a sua execução, como, por exemplo, o aumento da tabela de reembolso do SUS à rede conveniada. Nessa hipótese, teriam querido ter o bônus da benesse sem o ônus do aumento das próprias despesas, terceirizando a conta”, afirmou ao final da liminar.

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Ministério da Saúde cadastra veterinários e outras 13 categorias para o combate ao coronavírus

Conselho Federal de Medicina Veterinária disponibilizou dados de 140 mil profissionais de todo o país.

O Ministério da Saúde pediu ao Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) o cadastro de médicos-veterinários que possam ser recrutados para trabalhar no Sistema Único de Saúde (SUS) durante a pandemia.

Segundo o Conselho, foram fornecidos os dados de 140 mil profissionais de todo o país.

O pedido é parte da ação “O Brasil Conta Comigo – Profissionais da Saúde” para cadastrar profissionais da saúde que podem ser convocados enquanto o país estiver em estado de emergência de saúde pública.

Além dos veterinários, profissionais das áreas de serviço social, biologia, biomedicina, educação física, enfermagem, fisioterapia e terapia ocupacional, fonoaudiologia, medicina, nutrição, odontologia, psicologia e técnicos de radiologia fazem parte da base de dados.

Os conselhos de cada profissão são responsáveis por enviar suas bases de dados e comunicar aos registrados que realizem o preenchimento do formulário.

Antes de serem convocados, os profissionais preencherão um formulário eletrônico, disponibilizado pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (2). Os dados desses documentos serão cruzados com a base fornecida do CFMV para confirmar as informações.

Após essa fase de validação, eles passarão por uma capacitação obrigatória, com protocolos oficiais de enfrentamento à Covid-19 por meio de cursos à distância.

A portaria com a regulamentação foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (2).

O Ministério da Saúde ressaltou ao CFMV, em comunicado oficial, “o caráter obrigatório do cadastramento dos profissionais e da participação na capacitação” e que “identificará e informará ao conselho o respectivo profissional da área da saúde que não concluir os cursos de capacitação.”

O CFMV já havia criado um cadastro nacional de equipamentos veterinários que possam vir a ser usados no combate ao coronavírus.

A base reúne informações sobre três equipamentos até agora: ventiladores mecânicos, monitores multiparamétricos e concentradores de oxigênio.

O levantamento, que começou no último dia 20, tem cerca de 90 estabelecimentos e 200 equipamentos cadastrados.

 

 

*Carolina Moraes/Folha

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Foto de mãe cortando cabelo de jardineiro aprovado no vestibular viraliza

Após o resultado dos aprovados nas universidades federais, na semana passada, uma foto viralizou na internet. Nela, o jardineiro Alcyr Ataíde Carneiro, 61 anos, tem o cabelo cortado pela mãe, de 90 anos. Sentado, o recém-aprovado na Universidade Federal do Pará, segura uma placa de papelão onde se lê: “Calouro 2020 Enfermagem UFPA”.

A foto em que o filho e a mãe comemoram a aprovação dele em terceiro lugar no curso de enfermagem foi tirada na última quinta-feira (30/1), e em algumas páginas das redes sociais já tem quase 350 mil curtidas.

Em entrevista ao G1, Alcyr contou que se matriculou em um cursinho pré-vestibular em março do ano passado e que dividia a sala com garotos entre 16 e 18 anos. Ele dividiu seu tempo entre os estudos e o trabalho. De domingo a domingo, trabalhava pela manhã e, à tarde, frequentava as aulas do curso pré-vestibular, das 13h30 às 18h. Nesta terça (4/2), Alcyr já deve comparecer para se matricular na Universidade.

“Optei pela educação”

“Cheguei ao ponto de pensar que havia duas saídas: ganhava na Mega-Sena, o que é quase impossível, ou vencia através do estudo. Optei pela educação, porque além de obter sucesso, terei conhecimento, e isso não tem preço!”, contou ao site.

Alcyr vive com a mãe em uma casa de madeira alugada no bairro do Coqueiro, em Belém (PA). O exemplo de superação de Alcyr gerou muitas reações positivas nas redes sociais. Pessoas parabenizando o calouro e até outras histórias de conquistas em vestibulares pelo Brasil estão entre os comentários da postagem.

 

 

 

*Com informações do Estado de Minas