Frota entrega à PF dados que ligam Eduardo Bolsonaro pessoalmente ao esquema de fake news

Deputado afirma que endereços eletrônicos do filho do presidente foram identificados.

Dados da CPMI das Fake News mostrados pelo deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) à Polícia Federal ligariam Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) pessoalmente ao esquema de ataques virtuais contra opositores da família.

Em depoimento à Polícia Federal prestado na semana passada, no dia 29 de setembro, e obtido pelo Painel, Frota levou diversos números de IPs de computadores de Brasília e do Rio que teriam sido identificados como participantes de ações de disseminação de fake news na internet.

Segundo o parlamentar, os IPs estão ligados a um email oficial do filho do presidente.

O Painel procurou Eduardo Bolsonaro, que não respondeu até a publicação da reportagem.

De acordo com Frota, as informações foram obtidas na CPMI das Fake News, ainda em andamento no Congresso.

Segundo os dados levados à PF, alguns dos IPs foram identificados em computadores localizados em um imóvel no Rio de Janeiro na avenida Pasteur, no apartamento declarado por Eduardo à Justiça Eleitoral.

Um outro IP foi relacionado à uma casa no Jardim Botânico, em Brasília, onde o deputado mora.

O email identificado na utilização dos IPs, de acordo com Frota, é o [email protected], o mesmo declarado por Eduardo no registro de sua candidatura em 2018.

Reportagem publicada em março no UOL mostrou pela primeira vez vínculos do gabinete de Eduardo Bolsonaro com ataques virtuais.

Atualmente fora do ar, a página Bolsofeio tinha como principais alvos os ministros do Supremo Tribunal Federal, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e jornalistas. Ela também convocava manifestações contra o STF e a favor de Bolsonaro.

A reportagem mostrou que a página foi criada a partir de um computador localizado na Câmara dos Deputados e foi registrada a partir de um telefone utilizado pelo secretário parlamentar de Eduardo Bolsonaro, Eduardo Guimarães.

As informações foram enviadas pelo Facebook à CPMI das Fake News no Congresso, a partir de um pedido de quebra de sigilo referente a contas feito pela comissão.

O depoimento de Frota foi colhido pela PF no inquérito que apura atos antidemocráticos. A investigação corre no STF, sob os cuidados de Alexandre de Moraes.

 

*Com informações da Folha

 

Para bandido, pede-se prisão e não impeachment

Não se pede impeachment para bandido e sim prisão. Se ele tiver três filhos bandidos, então, que os os quatro sejam presos.

Se um presidente da República se revela um gangster, um contraventor, então, ele não é um presidente, ele é um contraventor. O mesmo pode se dizer de um Ministro da Justiça que vira capanga de contraventor, ele não é ministro, é um contraventor que utiliza a pasta da Justiça e da Segurança Pública para cometer crime de proteção a bandidos.

Não se pode misturar essas coisas, sobretudo se o presidente está envolvido com a nata da bandidagem do país, aquela que aterroriza a sociedade, que se infiltra no estado e, ao invés de ser um estado paralelo, incorpora este aos seus negócios. Isso nada tem de político, é contravenção em estado puro.

Se um presidente ameaça fechar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal e teve um esquema de fake news para ganhar a eleição, exalta a ditadura homenageando torturador, assim como monta um esquema de fantasmas e laranjas em seu gabinete, então, ele deve sofrer um impeachment. Mas se tiver envolvido com pistoleiros, matadores, agiotas, que sequestram comunidades inteiras, apoia motins de policiais mascarados, tem envolvimento no assassinato de uma vereadora, premia a bandidagem, o caso dele não é de impeachment, é de prisão.

É preciso não confundir as coisas, porque é nos vacilos políticos que a pilantragem se cria.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas