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Esquizofrenia da comunicação mostra confusão mental e Bolsonaro isolado

A nau do capitão está desgovernada. E ele quer que o seu desgoverno chegue como um rastilho de pólvora nos fundões do país, nas cidades, e em seu nome instale o caos. Foi o que ele fez hoje, pré-anunciando e torcendo para uma convulsão social. E reclamando que as pessoas ficam em casa como medida de precaução e preservação de contágio com o coronavírus.

O ex-deputado federal por 27 anos, morador dos fundos da Câmara Federal, quer agora que as pessoas voltem ao trabalho. É a resposta dele para o combate à pandemia. Ao prestar uma homenagem ao trabalho poderia dar o exemplo. Ele mesmo trabalhar.

Aqueles que hoje estão impedidos, pela inépcia do seu governo, de irem para as ruas, estão nessa condição porque o capitão ficou inerte, ficou passeando. Ele não trabalhou e, recostado indolente, estava ao lado dele um general da ativa que desmerece o Exército.

De um lado estão os que aceitam as respostas confirmadas pela ciência: máscara, distanciamento, restrição de circulação e, claro, vacina. O que há de concreto é que o capitão não concorda com nenhuma delas. Faz de conta que aceita a vacina e se vangloria de números de pessoas imunizadas, quando fez tudo para impedir que os imunizantes chegassem ao país.

O presidente do Senado, Pacheco, fala depois da primeira reunião do Comitê de coordenação de combate à pandemia. Só há duas possibilidades hoje: união ou caos. Ou seja, para um resultado que pretenda responder à ansiedade da população por medidas concretas para barrar a tragédia da Covid-19, é preciso unificação de ações e de discurso. Sem novidades em relação ao que todos pedem: leitos, medicação, centralização de distribuição de insumos, gestão mais eficiente na pandemia. E insistiu em que os governadores querem contribuir, somando-se aos agentes públicos.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou nesta segunda-feira a abertura de mais postos de trabalho formal e deu a receita para restabelecimento da atividade econômica: vacinação em massa. Portanto, parece que há convergência mínima entre algumas autoridades.

Nada disso funciona para o capitão reformado. Tem uma ideia fixa, aquela de que as pessoas querem ir trabalhar e, indo para o emprego, resgatar a economia e evitar a “convulsão social”.

A opção dele é pela desconstrução. O imaturo e despreparado capitão não consegue escutar, não entende o que é dito, porque não tem repertório para realizar a escuta. A base da escuta é renunciar à autoridade total. O capitão, infantiloide, acha que o país é um brinquedo dele e dos filhos.

O capitão quis desafiar os generais. Achava que tinha um exército dele. Deu um tiro no próprio pé. Os generais mostraram que a porta de saída é serventia da casa, mas que não se rendem ao capitão expulso do Exército. Este terá que escutar o silêncio das casernas. E, talvez já sabendo disso, tentou um golpe de mão, com atrevida tentativa de sequestrar poder para si. Armou-se sorrateiramente de um requerimento, apresentado pelo preposto major, para passar por cima da Constituição e se tornar o senhor da guerra. O grito foi ensurdecedor. Não funcionou. Por enquanto.

Diante de gestos tão estapafúrdios, o Senado convocou o general Braga para explicar por que foi comprado tanto filé, salmão e outras iguarias pelo Ministério da Defesa. É um pretexto para contar também sobre a tentação do capitão em golpear a democracia. E lhe dar a oportunidade para que faça um exercício público de fé na democracia. Aguardemos.

Hoje o capitão discursou. Nervoso, cambaleante, dando um semi salto para um lado e outro, como quem procura terra firme, boca semicerrada pela raiva, acuado, cabelo na testa – sinal da pressa e dispersão -, inseguro, sem o apoio da sua plateia de ministros. Era o exemplo de um chefete que está bebendo café frio.

Mais cedo, o vice, general Mourão, fala com a imprensa. Enquanto se especula sobre as regras de ocupação dos cargos para comandar as Forças, o general reformado do exército manda um recado ao capitão: antiguidade é posto. A tentativa de subverter a ordem pode contar com o silêncio do Centrão, mas não terá a bênção das Forças Armadas.

Vacina sim! Não importa a esquizofrenia do discurso.

*Olga Curado/Uol

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Como as Forças Armadas, que são parte do governo, explicam Bolsonaro, o maníaco que saiu da escola militar

Quando se fala que Bolsonaro é um maníaco, um psicopata, fala-se algo que está em consonância com o laudo do próprio exército no período de sua expulsão.

Até aí, está tudo certo. As Forças Armadas começam a se enrolar nessa história na hora de explicar o que tantos militares da alta patente, da reserva e da ativa, estão fazendo nesse governo.

Não há a menor dúvida de que, pelo seu comportamento, como disse a economista Laura Carvalho, ” a morte dos pobres (e são os que mais vão morrer) vai cair no colo de Bolsonaro” e, consequentemente, das Forças Armadas, mesmo que a mídia, de tempos em tempos, insista em dizer que os militares não são parte desse governo.

E convenhamos, algo extremamente difícil de explicar, como a mídia chegou a esse cálculo político, até porque generais da ativa sabem que o coronavírus vai atingir em cheio as tropas, já que a maioria dos soldados mora em comunidades pobres, vindos de famílias pobres e, portanto, serão mais atingidas pela doença.

Beira à esquizofrenia o silêncio das Forças Armadas diante do comportamento genocida de Bolsonaro, inclusive depois de um manifesto da própria instituição em apoio ao isolamento social.

É certo que essa culpa não pode ser jogada somente nas costas dos militares, Bolsonaro não chegou ao poder de improviso, teve apoio maciço das classes dominantes, as mesmas que trouxeram o vírus para o Brasil e que foram também atingidas primeiro, mas que, no final das contas, na soma total dos casos, serão infinitamente menos atingidas do que as classes menos favorecidas da população.

É a herança civilizatória da escravidão, como bem disse Milton santos, vigente nos tempos atuais, é que determinará a grosso modo quem vai morrer e quem vai viver.

Bolsonaro fez de tudo para chantagear os pobres para que eles voltassem ao trabalho pelo lucro dos ricos que sustentam o seu governo inútil ao país, mas extremamente benéfico aos banqueiros, à agiotagem que, certamente, estão bem guardados dentro de um abrigo mais blindado e seguro do que os cofres dos seus bancos, enquanto Bolsonaro manobrou e, agora, vai às ruas exigir que os pobres voltem a trabalhar para o grande capital, porque o show dos milhões tem que continuar. E faz isso atropelando, como presidente da República, toda a orientação de órgãos sanitários nacionais e internacionais.

Bolsonaro, com esse comportamento, está provocando um genocídio, em primeiro lugar dos profissionais da saúde que estão na linha de frente no campo de batalha dentro dos hospitais contra um vírus perigosíssimo por ser extremamente contagioso.

Em seguida, os que sofrerão mais com essa irresponsabilidade serão os garis, que carregam o lixo das casas, inclusive das casas de pessoas infectadas, muitas vezes sem saber que estão.

Depois, vêm os profissionais que não podem deixar de trabalhar como os de serviços essenciais, como supermercados, farmácias, bancos, corpo de bombeiros, policiais civis e militares, exército, marinha, entre outros. Ou seja, Bolsonaro é inimigo desses milhões brasileiros que estão mais expostos à contaminação pelo coronavírus.

E pelo seu comportamento de psicopata, o maníaco do Planalto, que já usou todos os subterfúgios para negar a existência e gravidade da pandemia, classificando-a como gripezinha, resfriadinho e, mais à frente, bancando o médico com o receituário da cloroquina, convocando manifestações de comerciantes contra o isolamento e, agora, indo para as ruas promover aglomerações e a consequente disseminação do coronavírus. Isso, sem falar do pior, a sua postura tem levado milhões de brasileiros a seguirem seu comportamento, porque, na verdade, Bolsonaro pretende na próxima semana transformar o país em uma bomba biológica que, inevitavelmente, levará o sistema de saúde ao colapso.

E quem pensa que, depois disso, ele vai parar, não tem ideia de como se comporta um psicopata.

Diante desse caos, as Forças Armadas sairão com a imagem ainda mais deteriorada porque Bolsonaro soube explorar bem a sua imagem de militar, mesmo sendo político há trinta anos e, principalmente porque muitos militares da reserva e da ativa, encantados com o canto sereia e abraçados com o monstro, estão levando as Forças Armadas para o centro da tragédia nacional.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas