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Áudio: Ex-assessor de Flavio Bolsonaro diz ter provas sobre o esquema de rachadinha

Marcelo Nogueira, que rompeu com ex de Bolsonaro em 2021, diz ter provas de corrupção no clã e promete divulgar tudo no Jornal Nacional.

O esquema das rachadinhas do clã Bolsonaro volta à tona. Isso porque a revista Veja publicou nesta sexta-feira (6) uma reportagem sobre Marcelo Nogueira dos Santos, que trabalhou como assessor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ) entre 2003 e 2007 e até o ano passado como caseiro da advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Marcelo Nogueira dos Santos afirma ter gravações de áudio e vídeo que comprovariam a prática do esquema das rachadinhas no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro. O homem também afirma que possui imagens que mostram Ana Cristina contabilizando o dinheiro arrecadado com o recolhimento de parte dos salários dos funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro e áudios que reuniriam conversas esclarecedores sobre a real participação de alguns dos principais personagens envolvidos na trama.

De acordo com a publicação, o paradeiro de Marcelo Nogueira é desconhecido, pois, ele teme por sua vida e afirma que o material que tem em seu poder é um seguro de que nada de ruim vai acontecer. Nogueira afirma que no momento oportuno as provas serão reveladas e que as consequências serão “embaraçosas para o clã Bolsonaro”.

Segundo a reportagem da Veja, Marcelo está exigindo dinheiro para não revelar as provas do envolvimento de Ana Cristina no esquema da rachadinha. A chantagem teria começado no ano passado, depois que Marcelo se desentendeu com Cristina e deixou o emprego. Mas, o clima teria piorado nos últimos dias quando o ex-caseiro passou a ameaçar Renan Bolsonaro, que vive com Ana Cristina numa mansão em Brasília, e o próprio presidente Bolsonaro.

Ouça o áudio 1:

 

Áudio 2:

*Com Forum

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Leandro Fortes: Bolsonaro, a besta, está babando

Quem, como eu, passou os últimos 30 anos como jornalista militante, em Brasília, sempre soube que Jair Bolsonaro era um desqualificado absoluto. Um sujeito simplório, ignorante, mas esperto o suficiente para ter vislumbrado na comunidade de baixas patentes das Forças Armadas um nicho eleitoral eficiente.

Nessa alcova, elegeu-se repetidamente deputado federal, ora pregando o fechamento do Congresso Nacional, ora dando abrigo a mulheres de praças e oficiais que iam bater panela na Esplanada dos Ministérios em nome das reivindicações salariais dos maridos.

Sua presença era risível, no pior sentido, dentro do Parlamento, onde transitava sem amigos ou aliados, um espectro que provocava somente desprezo e asco, nas poucas vezes que abria a boca para tratar sobre qualquer coisa.

Que Bolsonaro tenha se tornado presidente da República diz muito mais sobre o tipo de sociedade que nos tornamos – individualista, mesquinha e ignorante – do que sobre ele mesmo.

Ao vê-lo vociferando sobre jornalistas, sob aplausos e mugidos da claque de idiotas estacionada no Palácio da Alvorada, digo, sem titubear: Bolsonaro não mudou em absolutamente nada.

Continua o mesmo alucinado que escarrava impropérios contra repórteres, quase sempre mulheres, nos corredores da Câmara. O mesmo parlamentar que desrespeitava colegas – sempre mulheres – com agressões de baixíssimo calão, com modos de psicopata.

As revelações de que o filho mais velho, Flávio Bolsonaro, o 01, comandava o crime organizado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro serviu apenas para jogar sua personalidade caótica no campo da irracionalidade absoluta.

A permanência desse sujeito na Presidência da República deixou, faz tempo, de ser um exotismo político. Trata-se, agora, de um insulto civilizatório que ameaça o próprio conceito de democracia, sob qualquer aspecto, mas sobretudo, o moral.

 

 

*Leandro Fortes/247