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Como Israel vem usando vídeos pagos para negar fome em Gaza

País investe milhões em vídeos de propaganda para negar fome na Faixa de Gaza ou desacreditar agências da ONU

Uma investigação do Eurovision News Spotlight (rede investigativa de verificação de fatos do qual faz parte a redação DW Fact Check) revelou que Israel vem veiculando campanhas publicitárias no YouTube e na plataforma X para desacreditar agências da ONU e contestar conclusões de órgãos de fiscalização internacionalmente reconhecidos.

Essas campanhas internacionais pagas visam a opinião pública em partes da Europa e da América do Norte. Um documento do governo mostra que pelo menos 42 milhões de euros foram gastos em campanhas publicitárias em plataformas como YouTube e X desde meados de junho de 2025.

Esses esforços fazem parte de uma estratégia mais ampla conhecida como Hasbara, um termo hebraico que pode ser traduzido como “explicar” e é usado para descrever os esforços para promover a imagem de Israel no exterior.

Em 22 de agosto, mesmo dia da publicação da avaliação do Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC, um organismo da ONU) que indica uma situação de fome em grande parte da Faixa de Gaza, a Agência de Publicidade do Governo de Israel (Lapam, em hebreu) lançou uma campanha negando a escassez de alimentos no enclave palestino.

Dois vídeos foram promovidos por meio de anúncios pagos no canal oficial do Ministério do Exterior de Israel no YouTube, que tem um selo de verificado. Os vídeos mostram mercados repletos de comida e restaurantes servindo refeições, supostamente filmados em Gaza durante julho e agosto de 2025. Eles apresentam texto na tela e uma narração gerada por IA, que termina com a declaração “há comida em Gaza, qualquer outra alegação é mentira.”

Esses vídeos foram visualizados mais de 18 milhões de vezes e publicados em inglês, italiano, alemão e polonês.

Anúncios segmentados
De acordo com a Central de Transparência de Anúncios do Google, anúncios no YouTube podem ser segmentados por gênero, idade e região. Israel visou espectadores na Alemanha, Áustria, Itália, Polônia, Reino Unido e Estados Unidos, de acordo com o Google.

Restaurante aberto não é prova de que não haja fome
A DW Fact Check analisou um dos vídeos e rastreou os clipes originais até as contas em redes sociais dos restaurantes apresentados (aqui estão alguns exemplos). A maioria dos vídeos foi publicada em junho e julho de 2025. No entanto, a presença de restaurantes abertos não desmente a existência de fome.

Vários restaurantes reclamaram de escassez de suprimentos, de inflação e de fechamentos temporários.

A DW Fact Check entrou em contato com todos os restaurantes e cafés apresentados no vídeo. Por exemplo, o Estkana Cafe, no bairro de Rimal, na Cidade de Gaza, confirmou fechamentos frequentes devido à falta de alimentos básicos.

Os responsáveis disseram que sacos de farinha de tamanho comum de supermercado estavam sendo vendidos pelo equivalente a centenas de euros, mas os preços variavam dependendo do dia e da situação geral do abastecimento no território. Os itens do cardápio do café no final de agosto incluíam um waffle de Nutella que custava cerca de 25 euros (cerca de R$ 160), e uma pequena sobremesa com nozes e chocolate tinha preço semelhante.

Outro restaurante, o O2, na Cidade de Gaza, publicou seu cardápio em seus stories do Instagram em 3 de setembro, com os preços. Um crepe de Nutella custava cerca de 12 euros (cerca de R$ 75).

Relatos confirmam preços elevados
A jornalista Riham Abu Aita, cofundadora da plataforma palestina de checagem de fatos Kashif, confirmou os altos preços durante suas sessões de treinamento em Gaza, de abril a julho. “Compramos um quilo de açúcar por 250 shekels [cerca de R$ 410]. Um pedaço de pão com um pedaço de falafel custava 30 shekels [cerca de R$ 50] na época”, disse à DW.

No final de julho, um vídeo publicado por veículos como o The Jerusalem Post mostrou uma barraca de vegetais em Gaza, gerando ceticismo em relação às alegações de fome. A DW entrevistou o jornalista palestino Majdi Fathi, que fez a filmagem, e ele confirmou a autenticidade dela. Mas ele ressalvou que esses vegetais e frutas são muito caros. “A maioria das pessoas em Gaza não tem condições de comprá-los”, disse.

Abu Aita acrescenta que nem todas as áreas de Gaza sofrem da mesma forma. “Se houver um cerco numa cidade, talvez seja possível encontrar comida em outra”, diz. Mesmo assim, os preços são extremamente altos, afirma.

A DW Fact Check conclui que os vídeos promovidos pelo Ministério do Exterior de Israel são enganosos. Embora haja alimentos disponíveis em algumas áreas, eles são escassos ou inacessíveis em outras.

Há evidências de que a fome (fase 5 do CPI) está ocorrendo atualmente na província de Gaza e a previsão é de que se espalhe para Deir al-Balah e Khan Younis até o fim de setembro.

Os vídeos de propaganda negando a fome não foram divulgados apenas no YouTube, mas também em muitos outros canais israelenses em diversas plataformas e em vários idiomas europeus.

A DW Fact Check contatou a Embaixada de Israel em Berlim sobre a campanha publicitária que nega a fome em Gaza. A embaixada respondeu referindo-se a uma publicação do Ministério do Exterior na rede social X que reitera a afirmação de que “não há fome em Gaza”. A embaixada também compartilhou um documento que teria sido enviado ao IPC para contestar suas conclusões.

Anúncio patrocinado têm como alvo o IPC
A DW Fact Check também descobriu um link patrocinado que aparece no topo dos resultados de busca do Google para usuários que pesquisam “IPC famine” (IPC fome). O link leva a uma página do governo israelense que contesta a metodologia do IPC e o acusa de usar dados não representativos.

Ela afirma que “a declaração foi emitida não apenas sem evidências que a justificassem de acordo com os próprios critérios do IPC, mas também com base em dados parciais ou não representativos – principalmente uma suposta violação do limite de desnutrição aguda apresentada como justificativa principal.” O IPC negou essas alegações e afirmou que seus padrões permanecem inalterados.

Esse tipo de publicação patrocinada também pode ser facilmente direcionado a usuários específicos que buscam informações específicas, de acordo com as informações da Central de Transparência de Anúncios do Google. O Google não respondeu aos questionamentos da DW Fact Check sobre a campanha publicitária de Israel.

Desinformação de ambos os lados
O coordenador de verificação de fatos do Observatório Europeu de Mídia Digital, Tommaso Canetta, diz que há um objetivo claro por trás da propaganda e da desinformação israelenses disseminadas em vários idiomas europeus.

“A ideia geral é conquistar a simpatia da opinião pública ocidental na Europa e também nos Estados Unidos”, diz em entrevista à DW Fact Check. “Israel enfrenta um risco sem precedentes de isolamento dentro da comunidade internacional.”

Segundo Canetta, o reconhecimento do Estado palestino por cada vez mais países é “uma enorme derrota diplomática” para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O especialista observa que o lado palestino também está disseminando ativamente desinformação, mas ressalva que “está claro que, neste momento, estamos vendo mais desinformação vindo do lado pró-Israel.”

Mídia israelense dá o tom das campanhas
A DW Fact Check também conversou com o jornalista Oren Persico, do The Seventh Eye, um conhecido blog de mídia em Israel dedicado ao jornalismo e à liberdade de imprensa. Persico afirma que a agenda de Israel é dar a impressão de que não há fome generalizada em Gaza: “Somos os mocinhos, ou somos as vítimas, e não tentamos ferir nenhum civil de propósito.”

Ele criticou a negação da fome como “antijornalismo”, afirmando: “O fato de haver um, dois ou dez supermercados com prateleiras lotadas não significa que, a 10 quilômetros de distância, as pessoas não estejam dentro de casa, sem poder sair em segurança e sem comida.”

Ele diz que a cobertura da mídia israelense dá o tom das campanhas internacionais: “Enquanto houver reféns em Gaza, é fácil para os israelenses se verem como vítimas. Essa é a linha principal.”

Em 7 de outubro de 2023, o grupo islâmico palestino Hamas lançou um ataque mortal a Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e levando cerca de 250 como reféns para Gaza. Quarenta e oito pessoas permanecem reféns, das quais 20 estariam vivas.

Em resposta, Israel iniciou uma campanha militar em Gaza que resultou na morte de mais de 60 mil pessoas, segundo dados de autoridades de saúde palestinas. Quase um terço das vítimas teria menos de 18 anos.

A pressão internacional sobre Israel aumentou. Especialistas da ONU, pelo menos duas ONGs israelenses e a Associação Internacional de Acadêmicos de Genocídio descreveram a escala das mortes como genocida. Israel nega veementemente essas acusações.

Enquanto isso, o que a Organização Mundial da Saúde chama de fome provocada pela ação humana continua a evoluir. Apesar das crescentes necessidades humanitárias, Israel mantém seu bloqueio à ajuda humanitária e as operações militares persistem, de acordo com relatórios das Nações Unidas e de outras organizações humanitárias.

O grupo de jornalismo investigativo é composto por jornalistas das seguintes organizações de mídia de serviço público: BR24 (Alemanha), ORF (Áustria), DW (Alemanha), VRT (Bélgica) e EBU (Suíça).

*Opera Mundi


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Ataques de Israel deixam 21 mil crianças com deficiência física em Gaza

Segundo a ONU, ordens de evacuação são ‘inacessíveis’ e civis com incapacidades são forçados a fugir ‘rastejando’

Pelo menos 21 mil crianças palestinas vivem com alguma deficiência física causada por Israel ao longo do genocídio televisionado em Gaza, de acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira (03/09) pelo Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD).

A nota diz que cerca de 40,5 mil menores sofreram “ferimentos relacionados ao conflito” entre 7 de outubro de 2023 e 21 de agosto deste ano, com mais da metade deles tendo incapacidades. O CDPF cita ainda “ao menos 157.114 palestinos feridos, com mais de 25% [deles] em risco de deficiência permanente”.

Um detalhe apontado pela denúncia é de que as ordens de evacuação dadas por Israel durante as ofensivas de seu exército em determinadas regiões do enclave eram “frequentemente inacessíveis” para pessoas com deficiência auditiva ou visual, “tornando a evacuação impossível”.

“Relatórios também descreveram pessoas com deficiência sendo forçadas a fugir em condições inseguras e indignas, como rastejar na areia ou lama sem assistência para locomoção”, disse o grupo de especialistas da ONU.

Segundo o comitê, as restrições da entrada de ajuda humanitária ao enclave também impactaram, de modo desproporcional, as pessoas com deficiência, que “enfrentaram graves interrupções na assistência, deixando muitas sem comida, água limpa ou saneamento básico e dependentes de terceiros para sobreviver”.

Por fim, o CDPD cobrou de Israel para “adotar medidas específicas a fim de proteger crianças com deficiência de ataques e implementar protocolos de evacuação que levem em consideração as pessoas com deficiência”.

*Opera Mundi


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Aumenta exponencialmente o repúdio do mundo ao Estado terrorista de Israel

Dizer que terrorista é o outro não cola mais.

A colonização de europeus, sempre eles, na Palestina, tendo bebês e crianças como alvos, confessadamente, prioritários dos sionistas do Estado pirata de Israel, revolta qualquer ser humano minimamente decente em todo o planeta.

A miséria moral de Israel só não é pior que a miséria total de Gaza, imposta pelos sionistas, que mata indiscriminadamente por ordem de um comando de guerra contra a população civil desarmada, com o objetivo único de uma escancarada limpeza étnica, é pior que a do nazismo de Hitler contra os judeus.

Há uma indignação e repulsa cada dia maior no planeta contra os terroristas de Israel diante da desproporção entre as forças militares de Israel e a população civil de Gaza, especialmente considerando o impacto devastador sobre grupos vulneráveis como crianças, mulheres, idosos e doentes.

As Forças terroristas do colonialismo de Israel (FDI) são uma das mais avançadas do mundo, com um orçamento militar de cerca de US$ 46,5 bilhões em 2024, acesso à tecnologia de ponta (como drones, mísseis guiados e sistemas de defesa como o Domo de Ferro) e apoio de aliados como os EUA.

Essa superioridade militar é inegável, mas isso não basta para a perversidade dos sionistas, que saciam sua gana por extinguir o povo palestino.

A fome, usada como arma de guerra contra crianças, é crônica porque tem que ser lavada à inanição e morte de todas elas, inclusive dos bebês.

Não tem nada que se compare a isso na história da humanidade.

A população civil não possui meios de defesa contra os monstruosos bombardeios aéreos ou terrestres.

A situação em Gaza é uma tragédia humanitária de proporções extremas, com a população civil sofrendo desproporcionalmente em meio a uma ofensiva militar de grande escala, que só aumenta.

O mundo está assistindo ia sso tudo em tempo real e repudiando cada vez mais os terroristas de Israel

Crimes de guerra são cometidos pelos sionistas contra os palestinos como quem queima combustível para alimentar o ódio contra inocentes.

Tudo isso está produzindo na opinião pública mundial uma incontrolável revolta cada dia maior contra a existência do Estado terrorista de Israel.

O sofrimento da população civil em Gaza, crianças, mulheres, idosos, doentes, jornalistas, médicos e demais profissionais da saúde, é inegável e de proporções catastróficas.

A desproporção entre o poderio militar de Israel e a vulnerabilidade dos civis palestinos, somada à destruição de infraestrutura essencial e à crise humanitária, levou a condenações internacionais e a um crescente clamor por justiça e cessar-fogo.


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‘Célula de Legitimação’: Israel usa inteligência para associar jornalistas ao Hamas e validar execuções

Criado após 7 de outubro, grupo faz parte das IDF e vasculha Gaza em busca de material para reforçar narrativa israelense sobre a guerra, revela +972 Magazine

Uma investigação da revista independente +972 Magazine revelou a existência de uma unidade israelense intitulada Célula de Legitimação, cuja função é vincular jornalistas de Gaza ao Hamas para justificar seus assassinatos, como ocorreu com o repórter da Al Jazeera Anas al-Sharif e seus outros cinco colegas de profissão nesta semana.

O texto afirma que Israel “trata a mídia como um campo de batalha” e utiliza desse “esquadrão secreto de inteligência do exército para vasculhar Gaza em busca de material que reforce a hasbara israelense [termo hebraico que refere-se a propaganda e imagem pública de Israel”. Em outras palavras, a motivação da Célula de Legitimação são as relações públicas.

De acordo com a reportagem investigativa, escrita por Yuval Abraham, jornalista e cineasta baseado em Jerusalém que foi vencedor do Oscar de Melhor Documentário por um filme sobre a ocupação israelense na Cisjordânia, a Célula de Legitimação é uma unidade especial das Forças de Defesa Israelenses (IDF, na sigla em inglês, como é chamado o exército do país].

Com base nos relatos de três fontes de inteligência que falaram à +972 Magazine e ao portal Local Call, parceiro da revista independente que produz conteúdo jornalístico independente sobre Israel e a Palestina, a unidade foi criada após o 7 de outubro de 2023 e tem como objetivo final reforçar a imagem de Israel na mídia internacional.

“A unidade foi designada para identificar jornalistas baseados em Gaza que poderiam ser retratados como agentes secretos do Hamas, em um esforço para conter a crescente indignação global com o assassinato de repórteres por Israel”, escreveu Abraham.

“Motivados pela raiva de que repórteres baseados em Gaza estivessem manchando o nome [de Israel] diante do mundo, seus membros estavam ansiosos para encontrar um jornalista que pudessem vincular ao Hamas e marcar como alvo”, relatou uma das fonte à publicação.

Na prática, sempre que as críticas contra Israel se intensificam na mídia internacional, a Célula de Legitimação é ordenada pelo próprio governo Benjamin Netanyahu a encontrar informações que pudessem combater essas críticas.

“Se a mídia global está falando sobre Israel matando jornalistas inocentes, então imediatamente há uma pressão para encontrar um jornalista que possa não ser tão inocente — como se isso de alguma forma tornasse aceitável matar os outros 20”, disse a fonte de inteligência à +972 Magazine.

De acordo com as declarações, até mesmo funcionários da inteligência fora da Célula de Legitimação foram instruídos a sinalizar “qualquer material que pudesse ajudar Israel na guerra de informação”. Uma das fontes inclusive revelou uma frase constantemente falada pelos superiores: “Isso é bom para a legitimidade”.

Contudo, a instrução de encontrar informações em Gaza não era o único trabalho da unidade porque havia a possibilidade de que as informações encontradas não fossem as mais adequadas à narrativa israelense sobre a guerra.

*Opera Mundi


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Plano de Israel é mais um passo para eliminar população palestina da Faixa de Gaza

Decisão de tomar a Cidade de Gaza foi criticada por países como Reino Unido, Alemanha e Arábia Saudita

Israel anunciou na sexta-feira que planeja tomar a Cidade de Gaza – no que seria uma escalada o genocídio palestinos que já dura 22 meses. Analistas ouvidos pelo Brasil de Fato concordam que a medida é mais uma etapa rumo à eliminação da população do enclave.

“Este plano é mais um passo para ‘limpar’ a área de palestinos e, talvez até construir novos assentamentos em Gaza, que foram desmontados em 2005. Inclusive já tem pessoas mobilizadas dentro de Israel para fazer isso”, disse à reportagem o doutor em relações internacionais e pesquisador da questão palestina Arturo Hartmann .

Atualmente, militares israelenses controlam 88% da Faixa de Gaza. A ofensiva militar aprovada almeja dominar esse último bolsão controlado pelo Hamas – que já disse que irá resistir. Há temor dentro de Israel de que o aumento dos combates no norte de Gaza coloque em risco a vida dos cerca de 20 prisioneiros israelenses que seguem em poder do grupo.

Hartmann lembra que Israel deseja desde o início do genocídio levar adiante a ocupação total de Gaza. “Na primeira semana, em outubro de 2023, vazou um plano da inteligência israelense no qual uma das possibilidades políticas para Gaza era o controle e a ocupação militar israelense e a instalação de um governo que não fosse ligado às forças políticas do Palestina”, diz ele.

Nesta semana o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel não pretende governar a Faixa de Gaza, apenas ter controle militar. A administração da terra palestina ficaria a cargo de uma força estrangeira de ocupação comandada por países árabes aliados de Israel. Mas Hartmann duvida que a ideia saia do papel.

“Acredito que nenhum país árabe vai embarcar nessa, inclusive por pressão popular dentro desses países. A Arábia Saudita já declarou hoje que é contra esse plano do Netanyahu, e alguma força palestina vai ter que surgir para se acoplar ao poder israelense, que tope colaborar com seu governo. Esse é um cenário mais difícil de Israel encontrar.”

Mais devastação
De acordo com o plano aprovado pelo gabinete de segurança de Israel, o Exército israelense “prepara-se para tomar o controle da Cidade de Gaza”, a maior concentração urbana do território, ao mesmo tempo em que distribui ajuda humanitária à população civil fora das zonas de combate. O plano foi duramente criticado em todo o mundo.

A Alemanha reagiu anunciando a suspensão das exportações de armas para Israel no uso em Gaza, e a Arábia Saudita criticou o plano israelense. Turquia, Austrália e Espanha condenaram a decisão de Israel, o Reino Unido qualificou como “erro”, a China declarou estar “muito preocupada” e a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu a Israel para “reconsiderar” seu plano.

A nova fase do genocídio deve causar o deslocamento de um milhão de pessoas que ainda vivem na Cidade de Gaza. O analista da BBC Paul Adams disse que o destino da maior cidade do enclave pode em breve ecoar o de Rafah. Em maio de 2024, Israel isolou a cidade ao sul e ordenou que sua população civil – cerca de um milhão de pessoas – se retirasse. A maioria fugiu para o noroeste, para a área costeira conhecida como al-Mawasi.

O então presidente dos EUA, Joe Biden, disse que uma invasão a Rafah representaria um “limite” para seu governo, mas com a população civil praticamente extinta, o exército israelense levou adiante a destruição de Rafah, argumentando que a presença de combatentes do Hamas tornava necessária a limpeza da cidade.

“Um ano depois, a cidade antes movimentada mal existe. A menos que haja um avanço diplomático antes do início de outubro, o que resta da Cidade de Gaza pode seguir o mesmo caminho”, diz Adams.

À Al Jazeera, o professor de segurança internacional no King’s College London Rob Geist Pinfold afirmou que não há “nenhuma lógica militar” no plano israelense de tomar a Cidade de Gaza.

“Os militares israelenses são totalmente contra esse plano. Eles dizem que seus soldados estão cansados, não têm os recursos disponíveis e que isso colocará em risco os reféns e prisioneiros que o Hamas mantém. Este é um plano puramente político com lógica política. É usar os militares para fins políticos”, disse ele.

Tornar Gaza inabitável para forçar a saída da população palestina “é o plano a longo prazo de Netanyahu”, segundo o analista.

A jornalista palestino-brasileira, mestra e doutoranda em Estudos Árabes pela Universidade de São Paulo (USP), Soraya Misleh disse que Israel “busca a solução final na contínua nakba (tragédia em árabe) que já dura mais de 77 anos, que exige limpeza étnica e genocídio, como o estamos assistindo há quase dois anos.

Ela ressalta que o plano conta com cumplicidade internacional, principalmente o apoio de do presidente estadunidense Donald Trump e que espera que o governo brasileiro rompa relações diplomáticas com Tel Aviv.

“Há 40 anos, o então presidente José Sarney, que não era de esquerda, impôs sanções ao apartheid sul-africano. É hora de o presidente Lula fazer o mesmo em relação ao apartheid israelense. Israel está dando mais uma motivação para que se tome essa decisão”, diz ela, lembrando que manifestações ocorrem em várias capitais brasileiras neste sábado (9) marcando a data e exigindo ações do governo brasileiro.

Neste sábado também o Conselho de Segurança da ONU (CSNU) fará reunião de urgência para abordar o plano de Israel de tomar o controle da Cidade de Gaza.

*BdF


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Países condenam ocupação total de Gaza aprovada por Israel

Turquia, China, Reino Unido, Alemanha e outras nações se manifestam; medida levará ao deslocamento de mais de 1 milhão de palestinos

Reunido na noite desta quinta-feira (07/08), o Gabinete de Segurança de Israel aprovou o plano para ocupar militarmente a Cidade de Gaza, o primeiro passo segundo a mídia israelense para uma estratégia de ocupação total da região. A medida prevê o envio de tropas terrestres para 25% do território que ainda não estão sob controle direto de Israel.

“As Forças de Defesa de Israel (IDF) se prepararão para assumir o controle da Cidade de Gaza, ao mesmo tempo em que fornecem ajuda humanitária à população civil fora das zonas de combate”, diz o comunicado o oficial emitido nesta sexta-feira (08/08) pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, na plataforma X.

Israel endossou cinco condições para um cessar-fogo: o desarmamento do Hamas, o retorno de todos os reféns, a desmilitarização de Gaza, o controle de segurança israelense e uma administração civil pós-guerra excluindo o Hamas e a Autoridade Palestina.

O Hamas se manifestou nesta sexta-feira (08/08): “a aprovação do gabinete sionista dos planos de ocupar a Cidade de Gaza e evacuar seus moradores constitui um novo crime de guerra que o exército de ocupação pretende cometer contra a cidade. Alertamos a ocupação criminosa que esta aventura criminosa lhe custará caro e não será uma jornada fácil”.

Com a decisão, cerca de 1 milhão de palestinos serão obrigados a deslocarem para áreas de evacuação no sul do enclave. A proposta de ocupação total — e a consequente evacuação forçada até o dia 7 de outubro — gerou duras críticas de países, organismos internacionais e, também, políticos, militares e familiares dos reféns israelenses. Acompanhe a repercussão:

Alemanha, China, Turquia, Reino Unido
Em reação à medida, a Alemanha afirmou que irá suspender as exportações militares que poderiam ser usadas em Gaza. O chanceler do país Friedrich Merz, disse ser um direito de Israel desarmar o Hamas e buscar a libertação dos reféns israelenses, mas salientou: “o governo alemão acredita que a ação militar ainda mais dura na Faixa de Gaza decidida pelo gabinete israelense na noite passada torna cada vez mais difícil ver como esses objetivos podem ser alcançados”.

Escócia, Finlândia, Holanda, Espanha
Na Escócia, o primeiro-ministro John Swinney afirmou que a decisão israelense “é completa e totalmente inaceitável” e apelou para uma mobilização da comunidade internacional a favor de um cessar-fogo.

A ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen, também se declarou “extremamente preocupada” com a fome iminente e reforçou o pedido por uma trégua imediata e pela libertação dos reféns.

O ministro das Relações Exteriores da Holanda, Caspar Veldkamp, afirmou em comunicado no X que “o plano do governo de Netanyahu de intensificar as operações israelenses em Gaza é um movimento errado. A situação humanitária [de Gaza] é catastrófica e exige melhorias imediatas. Esta decisão não contribui de forma alguma para isso e também não ajudará a levar os reféns para casa”.

*Opera Mundi


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Genocídio em Gaza: Israel bloqueia entrada de mais de 22 mil caminhões de ajuda

Cerca de 17 mil crianças sofrem de desnutrição severa e mais de 650 mil entrarão em risco nas próximas semanas; 181 pessoas já morreram de fome

Autoridades de Gaza denunciaram neste domingo (03/08) que Israel mantém bloqueados mais de 22 mil caminhões de ajuda humanitária nos postos de fronteira com o enclave palestino. Os veículos aguardam liberação para entrar na região.

A política de bloqueio israelense, apontam, “impede deliberadamente a entrada deles como parte de uma política sistemática de fome, bloqueio e caos”. Nas últimas 24 horas, seis adultos morreram de fome em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local. Ao todo, 181 pessoas morreram por inanição, entre elas, 94 crianças e bebês.

A situação é descrita como “desesperadora”. Cerca de 17 mil crianças sofrem de desnutrição severa, e mais de 650 mil menores de cinco anos estão em risco grave de desnutrição aguda nas próximas semanas. No total, 1,1 milhão de crianças estão na região.

Dados do Gabinete de Imprensa local indicam que Israel está permitindo a entrada de apenas 14% da ajuda humanitária diária necessária. Segundo informações repassadas à Al Jazeera, apenas 674 caminhões entraram na Faixa de Gaza desde 27 de julho, quando houve um leve alívio nas restrições, o que corresponde a uma média de 84 caminhões por dia.

Organizações humanitárias calculam que Gaza precisa de no mínimo 600 caminhões por dia, incluindo alimentos, medicamentos e combustíveis, para atender às necessidades básicas da população. O bloqueio prolongado foi classificado por autoridades palestinas como crime de guerra. A ONU exige a reativação dos 400 centros de distribuição que operavam sob sua responsabilidade antes do endurecimento do cerco israelense em março.

Deslocamentos mortais
Atualmente, apenas quatro centros da Fundação Humanitária para Gaza (GHF), vinculada a Israel e aos EUA, estão em operação — forçando a população a longos deslocamentos sob risco de sucessivos ataques.

Esses deslocamentos se tornaram mortais. De acordo com a ONU, entre 27 de março e 31 de julho, ao menos 1.373 palestinos foram mortos ao tentar acessar comida e suprimentos — 859 em centros da GHF e 514 enquanto aguardavam caminhões — atingidos por franco-atiradores, drones e tanques do Exército israelense.

O grupo de resistência Hamas afirmou estar aberto a permitir que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) entregue ajuda humanitária aos prisioneiros israelenses detidos. A condição para isso é que Israel abra corredores humanitários e garanta, de forma segura, o amplo acesso da população aos suprimentos.

Em meio à catástrofe, no sábado (02/08), a Autoridade Nacional Palestina pediu à comunidade internacional que aumente a pressão política sobre Israel para liberar a entrada dos caminhões e evitar uma tragédia ainda maior entre os dois milhões de palestinos em Gaza.

*Opera Mundi


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Vídeo: Rabino israelense afirma que todas as crianças de Gaza devem morrer de fome

As declarações do rabino Ronen Shaulov foram compartilhadas pela FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil.

Um discurso de teor abertamente genocida feito pelo rabino israelense Ronen Shaulov tem causado forte repúdio nas redes sociais. O religioso afirmou que “todas as crianças de Gaza devem morrer de fome”, justificando a declaração ao dizer que elas “são futuros terroristas” e que “não podemos deixar rastro deles. Sem misericórdia!”.

As declarações do rabino têm sido compartilhadas nas redes sociais por várias entidades internacionais, entre elas a FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil e provocaram uma onda de críticas por incitação ao ódio, apologia ao genocídio e desumanização de civis palestinos, em especial crianças.

Ronen Shaulov é um rabino muito conhecido em Israel por seu alcance entre fiéis e por sua atuação em comunidades religiosas.

Contexto de crise humanitária
A fala de Ronen Shaulov ocorre em meio ao agravamento da situação humanitária na Faixa de Gaza, que enfrenta escassez severa de alimentos, medicamentos e energia após meses de conflito. De acordo com a ONU, milhares de crianças estão em risco iminente de morte por desnutrição na região, que sofre com bloqueios e bombardeios constantes.

Veja, mas segura o estômago:

*FEPAL


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The Guardian: como Israel está matando os palestinos de fome em Gaza?

Segundo jornal, governo israelense calcula quantas calorias cada habitante precisa para se manter vivo no enclave e dificulta entrada de comida

O governo de Israel tem calculado quantas calorias são necessárias para que um palestino se mantenha vivo na Faixa de Gaza, conforme relatou uma reportagem do The Guardian publicada nesta quinta-feira (31/07). “Os palestinos não podem sair, a guerra acabou com a agricultura e Israel proibiu a pesca, então praticamente todas as calorias que sua população ingere devem ser trazidas de fora”, disse o jornal britânico. “Israel sabe quanta comida é necessária.”

Revela-se que a fome como “arma de guerra” não é um projeto recente, uma vez que, a agência de Coordenação de Atividades Governamentais de Israel nos Territórios Palestinos, a COGAT, do Ministério da Defesa, responsável pelo fluxo dos embarques de ajuda humanitária no enclave, há muitos anos calculava o volume de comida necessário para cada palestino. O órgão divulgou um estudo, com data de 2008, de que cada residente precisa de um mínimo de 2.279 kcal por dia para sobreviver. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantia calculada pelo regime sionista é o nível teto para evitar a desnutrição dos habitantes de Gaza.

Estas 2.279 kcal relatadas pela COGAT poderiam ser fornecidas por meio de 1,836 kg de alimento. Entretanto, atualmente, as organizações humanitárias estão pedindo uma quantidade mínima para os cidadãos em Gaza: 62 mil toneladas métricas de alimentos para atender ao menos 2,1 milhões de pessoas por mês, ou seja, cerca de 1 kg de comida por pessoa por dia.

Embora Tel Aviv negue a existência de fome em Gaza, como disse recentemente Netanyahu – em afirmação que foi rebatida inclusive pelo seu maior aliado, Donald Trump – os dados compilados pela própria COGAT contradizem o premiê e evidenciam a desnutrição da população no enclave: entre março e junho, Israel permitiu que apenas 56 mil toneladas de alimentos entrassem no território, ou seja, menos de um quarto das necessidades mínimas de Gaza para esse período.

Nos meses de março e abril, logo após a violação do cessar-fogo com o Hamas, a Palestina estava sob cerco total do regime sionista. Em meados de maio, o premiê israelense, pressionado pela comunidade internacional, disse que os embarques seriam reiniciados parcialmente. De acordo com a ONU, apenas em janeiro e fevereiro, que foi o período em que vigorou o cessar-fogo e expandiu o acesso humanitário, foram fornecidas calorias suficientes para os habitantes.

“No entanto, em maio, apenas um fio de comida voltou, em quantidades que serviram apenas para retardar a queda de Gaza na fome, não para detê-la”, disse o The Guardian. Em julho, a fome tomou proporções no enclave, hospitais locais passaram a registrar mortes por inanição e circularam pelo mundo imagens de crianças desnutridas, o que provocou mais uma reação global, incluindo indignação de líderes mundiais.

Pressionado novamente, Netanyahu prometeu uma ajuda “mínima” e liberou a entrada de mais caminhões humanitários e possibilitou lançamentos aéreos com suprimentos básicos – embora o paraquedismo em alimentos seja caro e até mortal, uma vez que, no ano passado, pelo menos cinco pessoas morreram afogadas tentando recuperar alimentos que caíram no mar.

Segundo os dados fornecidos por Israel, até o momento, 104 voos forneceram o equivalente a apenas quatro dias de comida para Gaza por um custo de dezenas de milhões de dólares.

“Eles permitem que Israel e seus aliados enquadrem a fome como uma catástrofe causada pela logística, não uma crise criada pela política do Estado”, afirmou o The Guardian. Nesta sexta-feira (01/08), o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 154 mortes por fome, sendo 89 das vítimas crianças.

*Opera Mundi


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China denuncia ‘catástrofe sem precedentes’ em Gaza e exige fim do bloqueio israelense

Com 154 mortos por fome e 320 mil crianças em risco, Pequim pressiona por cessar-fogo e solução de dois Estados

O governo chinês manifestou nesta quarta-feira (30/07) “profunda preocupação” com a situação na Faixa de Gaza, classificando a crise como uma “catástrofe humanitária sem precedentes”. Em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, exigiu que Israel “cesse imediatamente as operações militares” e suspenda o bloqueio que impede a entrada de ajuda humanitária no território palestino.

“Instamos todas as partes, especialmente Israel, a interromper as hostilidades, levantar o cerco e restaurar totalmente o acesso humanitário para evitar uma crise ainda maior“, declarou Jiakun. O diplomata citou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que registrou 74 mortes por desnutrição em 2025 – 63 apenas em julho, incluindo 25 crianças.

“Esses números são a evidência mais recente da catástrofe humanitária em Gaza”, enfatizou, reiterando que a comunidade internacional “não pode permanecer impassível” diante da magnitude do sofrimento civil.

Jiakun destacou que a comunidade internacional “não pode permanecer indiferente” ao sofrimento em Gaza e reforçou o apoio da China à “solução de dois Estados”, defendendo a criação de um Estado palestino independente como único caminho para uma paz “abrangente, justa e duradoura”. O porta-voz ainda elogiou os esforços de países como Canadá, França, Reino Unido e Arábia Saudita para avançar nessa direção.

Fome em Gaza
O Programa Alimentar Mundial (PAM) alertou nesta terça-feira (29/07) que o consumo de alimentos e os indicadores nutricionais da população palestina na Faixa de Gaza “atingiram seus piores níveis desde o início do conflito”, em outubro de 2023.

“Mais de uma em cada três pessoas (39%) agora passa dias seguidos sem comer. Mais de 500.000 pessoas – quase um quarto da população de Gaza [de dois milhões de pessoas] – estão enfrentando condições semelhantes à fome, enquanto a população restante enfrenta níveis emergenciais de fome”, informa.

Em julho de 2025, mais de 320.000 crianças, número correspondente à população total com menos de cinco anos em Gaza, estavam em risco de desnutrição aguda. Dentre desta realidade, há outras milhares sofrendo de desnutrição aguda grave, a forma mais mortal de desnutrição, de acordo com o PAM.

Além disso, em junho, 6.500 crianças foram internadas para tratamento de desnutrição, também o maior número desde o início do conflito. Já julho está registrando um número ainda maior, com 5.000 crianças internadas apenas nas duas primeiras semanas.

*Opera Mundi


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