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Joice Hasselmann, o bolsonarismo da histeria ao caos

Em primeiro lugar, precisamos lembrar que Joice Hasselmann foi uma das deputadas mais votadas do Brasil. Então, essa unanimidade de que ela é um desastre, como se lê nos comentários das redes sociais, ou seja, direita e esquerda, desancando a plagiadora, é porque Joice foi eleita pela histeria coletiva que tomou conta do Brasil “verde e amarela” da Paulista.

Dito isso, vamos à ficha da moça: de onde saiu essa criatura ou ao menos como se tornou uma figura pública? Do esgoto “jornalístico” da revista Veja. A mesma que fez o triângulo amoroso com a Globo e a Lava Jato, produzindo um clima de intolerância no país, jamais visto.

Tudo para que injustiças seculares, estruturais e cumulativas não fossem reparadas pelos governos de Lula e Dilma.

Na verdade, na verdade, Joice se elegeu com o discurso oficial da grande mídia como multiplicadora de ódio, com um discurso elaborado cientificamente para produzir esse estado de coisa em que o Brasil chegou com o bolsonarismo.

Joice Hasselmann nasce do tucanato “intelectual”, torna-se personagem forte na Veja durante o ataque de Aécio e os tucanos em parceria com Cunha e Temer para derrubar Dilma, e junto, a democracia e 54 milhões de votos.

Por isso soa como piada essa figuraça dizer, em entrevista ao Roda Viva, que é um crime alguém grampear o telefone de um presidente, referindo-se a Bolsonaro, esquecendo-se de sua gritaria histérica, comemorando o grampo e a gravação criminosos que Moro fez de Dilma em conversa com Lula.

Partindo desse princípio, revendo o balanço histórico dessa desclassificada, entende-se melhor o que é o bolsonarismo, de onde veio, aonde está e para onde vai como evolução normal de uma parcela da sociedade que acredita na discriminação, no racismo, na segregação e no separatismo.

Sim, Joice é o espelho, hoje quebrado, da própria parcela da sociedade que a apedreja nas redes sociais, gente que ela não só agradeceu pelos votos, mas fabricou com seus muitos tipos de preconceito e que, convenhamos, teve eficácia.

Então, a militante do ódio, acabou sendo engolida pelo próprio. Seus slogans se voltaram contra ela e as mais diversas formas de expressões chulas que ela escolhia para denegrir a imagem, sobretudo de Lula e Dilma, transformaram-se numa produção de discurso que hoje ganha excepcionalmente as redes sociais.

Isso é que se chama eficácia política, um discurso tão intolerante que o indivíduo acaba sendo vítima do próprio discurso.

Assim, não há caminho a ser refeito nem por Joice, muito menos pela mídia representada pela Veja e a Globo como principal parceira, como para o bolsonarismo e o governo Bolsonaro.

Joice foi rainha da bateria das milícias durante as eleições. Apedrejá-la, como fazem hoje os bolsonaristas, é um sinal para Bolsonaro, porque tanto ela quanto ele não são causas, mas consequências de uma sórdida campanha patrocinada pela elite brasileira através da mídia que se inicia na farsa do mensalão em que o STF, capturado, transformou-se num programa de auditório da Globo e hoje sofre as consequências dessa desmoralização “redentora”.

E como as águas do rio correm para o mar, Joice só é mais um personagem arrastado pela correnteza que veio de uma tromba d’água chamada bolsonarismo que promove a devastação no universo criado pela extrema direita.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas