Trump não tem pressa em apoiar ação militar, mas Israel mantém planos e pressiona por destruir programa nuclear iraniano.
Israel ainda considera a possibilidade de um ataque pontual às instalações nucleares do Irã, mesmo após o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizar que Washington não está disposto a apoiar uma ação militar nesse momento. A informação foi divulgada pela agência Reuters.
Segundo a reportagem, autoridades israelenses insistem que Teerã não pode adquirir uma arma nuclear e pressionam para que qualquer negociação diplomática tenha como resultado o desmantelamento completo do programa atômico iraniano. Nos bastidores, Israel tem apresentado ao governo Trump diferentes opções de ataque, com cronogramas que variam entre o final da primavera e o verão. Os planos incluem desde bombardeios aéreos até operações de comando e visam atrasar a capacidade do Irã em desenvolver armas nucleares por meses ou, no máximo, alguns anos.
De acordo com o nornal The New York Times, Trump teria informado ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante um encontro na Casa Branca no início de abril, que sua prioridade seria a retomada das negociações com Teerã. Ainda assim, o presidente dos EUA manteve aberta a possibilidade de uma ofensiva militar em caso de ruptura no processo diplomático. “Acho que o Irã tem a chance de ter um grande país e viver feliz sem morte”, disse Trump a jornalistas. “Essa é a minha primeira opção. Se houver uma segunda opção, acho que seria muito ruim para o Irã, e acho que o Irã está querendo dialogar.”
Apesar do posicionamento da Casa Branca, uma autoridade israelense de alto escalão revelou à Reuters que o país ainda não tomou uma decisão definitiva sobre um ataque, mas acredita que poderia agir com um escopo mais limitado, o que exigiria menos apoio logístico e militar dos Estados Unidos. Mesmo assim, a movimentação israelense gera preocupação: um ataque unilateral poderia desgastar a relação com Washington e comprometer o apoio militar norte-americano em caso de retaliação iraniana, segundo José Reinaldo, 247.
Teerã, por sua vez, já reagiu à possibilidade. Um alto funcionário de segurança iraniano, sob condição de anonimato, declarou à Reuters que “um ataque provocaria uma resposta dura e inabalável do Irã”. O mesmo oficial afirmou que Israel estaria tentando sabotar as negociações em curso e que Netanyahu teria motivações políticas internas: “Temos informações de fontes confiáveis de que Israel está planejando um grande ataque. Isso decorre da insatisfação com os esforços diplomáticos e da necessidade de Netanyahu de conflito como meio de Enquanto as negociações diplomáticas entre EUA e Irã estão prestes a iniciar uma nova rodada em Roma, o impasse sobre o programa nuclear iraniano permanece como um dos principais focos de tensão no Oriente Médio.