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Finalmente, Bolsonaro confirma que foi alertado pelos irmãos Miranda

Presidente diz que passou papéis “para frente” e que conversou com Pazuello; voltou a dizer que, se houve gravação, é crime.

Durante coletiva nesta segunda, o presidente Jair Bolsonaro confirmou que foi alertado pelos irmãos Miranda de que haveria irregularidades nas negociações da Covaxin.

Ele, no entanto, afirmou que não analisou a fundo as denúncias.

“Falei com o Pazuello, foi visto que tinha inconsistências no pedido e passei para frente os papéis que ele [Miranda] deixou lá”, declarou Bolsonaro.

Sob a hipótese de que o deputado Luis Miranda teria gravado a conversa entre eles, Bolsonaro voltou a dizer que “se houve gravação, isso é crime”.

“Nada foi tratado com ele com a ênfase como ele vem dizendo, até porque ele foi tratar de vários assuntos, assim como recebo uma infinidade de pessoas.”

*Do Radar/Veja

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Paulo Pimenta diz que conversa de Bolsonaro com os Miranda foi gravada ’50 minutos de informações’

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou nesta sexta-feira (9) que o encontro do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão Luis Ricardo Miranda com Jair Bolsonaro foi gravado pelo parlamentar. Segundo o site O Antagonista, nos meios políticos de Brasília dá-se como certo que a conversa foi gravada.

Na reunião, os irmãos Miranda alertam Bolsonaro sobre irregularidades no contrato de compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, e Bolsonaro cita o seu líder na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como o responsável pelas suspeitas de corrupção.

“Conversa de Bolsonaro com irmãos Miranda foi gravada. São 50 minutos de muita informação e baixaria. Próximos dias prometem”, escreveu Paulo Pimenta pelo Twitter.

Além de Ricardo Barros, também teriam sido mencionados na conversa outros dois chefes do Centrão: presidente da Câmara, Arthur Lira, e o senador Ciro Nogueira, ambos do PP.

*Com informações do 247

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Bolsonaro, depois da denúncia dos irmãos Miranda, muda o tom, baixa a bola e afina

Para quem gosta de roncar grosso, bancando o valente da rua, Bolsonaro agora pisa miúdo, fala manso e se entrega mostrando que a denúncia feita pelos irmãos Miranda colocou o genocida na marca do pênalti.

Bolsonaro parece ter tomado chá de camomila e se acalmado na marra diante das indigestas revelações dos Miranda na CPI da Covid. Pior, não teve coragem de negar ou ao menos se contrapor com argumentos. Ele disse apenas que não manda em nada.

O que foi dito pelo deputado e seu irmão são denúncias acatadas pela maioria dos senadores e abraçadas pelo presidente da CPI, Omar Aziz, pelo relator Renan Calheiros e pelo vice- presidente, Randolfe Rodrigues.

Mas a coisa não para aí, Randolfe e Cajuru querem que Bolsonaro explique por que não acionou a Polícia Federal como prometeu aos irmãos Miranda.

O fato é que não teve como Bolsonaro desprezar a gravidade da crise em que está enfiado, e sua voz macia confirma isso. Escolheu na marra abdicar do seus rompantes histriônicos decidindo se contradizer ao afirmar que tinha controle sobre tudo em seu governo e, agora, segundo ele, não tem mais controle sobre nada.

Com esse argumento, ele joga toda a responsabilidade dessa teia de corrupção na compra da vacina covaxin na conta de do seu líder na Câmara, Ricardo Barros que, por sua vez, tem sua convocação pela CPI a ser votada ainda essa semana. Ou ele se contrapõe aos irmãos Miranda ou a Bolsonaro.

Trocando em miúdos, não há mais tempo e nem espaço para manobra de Bolsonaro e seu bando, porque alguém nesse furdunço terá que chamar para si a responsabilidade do malfeito para limpar a barra de alguém.

A pergunta é, Barros está disposto a esse sacrifício? Pela cara de assustado e a fala macia, o próprio Bolsonaro acha que não.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Irmãos Miranda, a batata que queima no colo de Bolsonaro

O dia que parecia balançar o Governo na CPI da Pandemia era cercado de expectativas pela presença dos dois Miranda que levantaram suspeitas de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin e de eventual omissão do presidente Jair Bolsonaro. Um é deputado, espalhafatoso e midiático. O outro, um discreto servidor público no Ministério da Saúde de fala baixa e econômica. Água e óleo que se encontraram na CPI, com um verniz Ruth e Raquel. Luis Miranda, eleito em 2018 pelo DEM, chegou com colete a prova de balas por no Senado argumentando que recebeu ameaças de morte. Horas antes havia postado uma foto em seu Instagram ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira, para lhe desejar feliz aniversário. Fez promessas de chacoalhar a República na CPI da Pandemia, que chegou a criticar até pouco tempo.

Já seu irmão, Luis Ricardo, veio direto do aeroporto depois de sair de Miami para desembaraçar a chegada das vacinas Janssen, doadas pelos Estados Unidos ao Brasil. Mesmo cansado, o servidor que apontou a pressão de superiores para aprovar a vacina Covaxin em prazo recorde, respondeu a todas as perguntas pausadamente, em voz baixa, mas de maneira direta. Sentando do lado direito do presidente da CPI, Omar Aziz ( PSD-AM), Miranda deu nomes dos chefes acima dele que o pressionaram de final de semana e tarde da noite — Alex Leal Marinho, Coronel Pires e Roberto Ferreira Lima —para acelerar a liberação da vacina Covaxin, ainda quando a documentação não estavam em ordem. Relatou também que outro servidor de nome Rodrigo lhe comentou que “um rapaz que vendia vacina disse que seus gestores estavam pedindo propina.”

Miranda é chefe de Importação desde 2018, lotado no Departamento de Logística em Saúde, de onde fiscaliza contratos e responde pela execução de importação. “Somos a ponta final do processo para que os insumos estratégicos da saúde cheguem ao País”. Sua maior ousadia foi dizer “meu partido é o SUS”. De camisa azul clara e colarinho um pouco torto, manteve a calma para responder a todas as perguntas que lhe foram feitas, sem perder o fio da meada nem mesmo com as agressivas investidas dos senadores governistas, como Marcos Rogério (DEM-RO). Foi elogiado por governistas e opositores pela sua postura séria.

Já Miranda, o deputado, manteve o estilo dramático em seu relato, sentado ao lado esquerdo de Omar Aziz. Em terno impecável, leu, com sua voz de radialista, ponto a ponto a comunicação que teve com o irmão por WhatsApp quando este lhe relatava o clima desconfortável que ele e sua equipe estavam vivendo em função da pressa para aprovar a vacina indiana. Depois, a comunicação com Diniz Coelho, assessor do presidente, para cobrar que o presidente Bolsonaro ouvisse o relato seu irmão. “Pelo amor de Deus, Diniz, isso é muito sério. Meu irmão precisa saber do PR como agir!”, repetiu, sobre a insistência em falar com o presidente sobre as suspeitas na compra da Covaxin.

Não deixou de fazer marketing de si mesmo. “Cheguei de cabeça erguida com a missão de combater qualquer tipo de corrupção. Não tem partido nem ideologia”, disse ele, eleito na onda bolsonarista e que defende com unhas e dentes a pauta do Governo em suas redes sociais. Embarcou nos elogios ao irmão dizendo que mudaria de posição sobre a reforma administrativa para apoiar a estabilidade que protege servidores como ele.

Marinheiro de primeira viagem na política, o deputado democrata comprou inimigos na velocidade da luz. Foi literalmente peitado no intervalo do depoimento pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), chamado de “picareta” pelo senador Jorginho Mello (PSC-SC), e contou ter sido chamado de “171”, referente a crime de estelionato, pelo deputado Eduardo Bolsonaro. Mas se embananou em insinuações dos nomes que estariam por trás da pressão sobre seu irmão.

O deputado relatou, por exemplo, que quando esteve no dia 20 de março com o presidente junto com o irmão, Bolsonaro teria reagido dizendo: “Vocês sabem quem que é, né? Puta merda, se mexer vai ferrar…”. Ele ouviu do presidente o nome de um deputado que teria ingerência no Ministério da Saúde, mas ao longo de horas na sessão não admitiu de quem se tratava. Àquela altura a maioria dos senadores já estavam ligando o nome do deputado Ricardo Barros (PP-PR), e o questionavam, mas Luis Miranda não admitia. “Minha memória falha”, esquivava.

Foi o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) quem o colocou no lugar quando pediu novamente para ele relatar qual era o deputado que ele tentava proteger. “O senhor não se coloca à altura da imagem que tenta vender. O senhor assumiu o compromisso de falar a verdade, mas tivesse a coragem diria o nome”, afirmou completando: “Só muda o país quando as pessoas tiverem coragem. O servidor [Luis Ricardo Miranda] sim, cumpriu sua missão, o senhor não.” Parece ter batido numa comparação freudiana e o deputado capitulou. “Já perdi a relatoria da reforma tributária, já perdi tudo”, lamentava Miranda para admitir na sequência, quando era questionado por Simone Tebet (MDB), o nome de Ricardo Barros como o deputado nomeado pelo presidente.

*Carla Jiménez/El País

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Assista aos depoimentos dos irmãos que dizem ter alertado Bolsonaro sobre Covaxin

Deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), irmão do denunciante, também presta depoimento. Os dois avisaram Bolsonaro sobre possíveis irregularidades, mas PF não abriu investigação.

Dois meses e meio após ser instaurada, a CPI da Covid ouve nesta sexta-feira os depoimentos mais reveladores desde o início de seus trabalhos. Na condição de convidados, prestam depoimento o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele Luis Ricardo Miranda, servidor de carreira lotado no Departamento de Logística do Ministério da Saúde, que disse ter denunciado pessoalmente ao presidente Jair Bolsonaro suspeitas de ilegalidade na compra da vacina indiana Covaxin.

Um dos principais pontos da oitiva envolverá a autenticidade de um recibo da pasta, que, segundo Luis Ricardo, evidencia ilegalidades na aquisição do imunizante. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, acusou os irmãos Miranda de terem falsificado o documento. Chamado de “invoice”, o recibo, entretanto, está disponível no sistema do Ministério da Saúde e, portanto,pode ser obtido por integrantes do governo a qualquer momento.

Assista:

*Com informações de O Globo

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