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Javier Milei vai engolir esse sapo? Yuan, a moeda da China, representa 80% das reservas da Argentina

O anarcocapitalista Javier Milei, futuro presidente da Argentina, pode ser obrigado a engolir um tremendo sapo, se quiser concretizar seu plano de dolarizar a economia e fechar o Banco Central do país. Já se sabia que a escassez de dólares é um obstáculo, mas outro dado deixa ainda mais claro o tamanho do problema: nada menos que 81% das reservas internacionais da Argentina estão em… yuans, a moeda da “China comunista” abominada por Milei.

É o que mostram estudos de consultorias econômicas argentinas, como a Infobae, e a Ecolatina, fundada pelo ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, e relatórios do próprio Banco Central do país. No começo de agosto, a Ecolatina estimava que, quando se excluem as reservas em yuans e os direitos a saque de organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), as reservas do país estavam negativas em US$ 7 bilhões.

Em 03 de novembro, entre o primeiro e o segundo turno da eleição, as reservas internacionais brutas dos hermanos somavam US$ 21,9 bilhões – o equivalente a 3,5% do PIB, segundo a Infobae. Desse total, nada menos que US$ 17,7 bilhões eram representados por contratos de swap de câmbio firmados com o Banco Central da China.

A cifra representa 81% das reservas argentinas. Para piorar o desgosto de Milei, à medida que outras fontes de dólares secam, a importância dos swaps chineses só cresce. Na última semana de 2022, as reservas brutas eram de US$ 44,6 bilhões, dos quais, US$ 18,6 bilhões eram atrelados à moeda chinesa – 41,7% do total.

Em 31 de outubro passado, as reservas já haviam minguado para US$ 26,9 bilhões, mas os swaps chineses recuaram bem menos, para US$ 17,8 bilhões, o que apenas ampliou seu percentual no total para 66,2%.

*Money Times

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Esse é o estrambótico Javier Milei, o novo presidente da Argentina

Essa badalhoca, que mistura no mesmo personagem, Roberto Jeferson, Bolsonaro, Collor, Veio da Havan, Kim Kataguiri e Ciro Gomes, entre outras figuras do exotismo contemporâneo do Brasil, tem tudo para das M*, e se tem tudo para dar M*, vai dar.

Um país mergulhado no caos, em que Macri enfiou a Argentina, com o mesmo discurso e práticas que esse alucinado promete, é combustível para explodir os hermanos num ritual macabro onde o neoliberalismo sai da condição de festejo para uma prática em que o país se torna uma colônia do grande capital, e esse, que só tem compromisso com a acumulação, não tem como dar em outra coisa que não seja uma grande tragédia.

O figuraça, na primeira declaração pública, deixa claro que não governará a Argentina, entregará a alma dos argentinos, de bandeja, ao diabo chamado mercado, enquanto ele se lambuzará do diversionismo trumpista e bolsonarista reproduzindo, na prática, um ambiente econômico em que a palavra caos não dará conta de definir sua gestão.

A conferir.

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Argentina: Massa em 1° com 36% e extremista Milei, decepcionante, com 30% em 2°

Os primeiros dados oficiais da apuração da eleição presidencial na Argentina foram divulgados há poucos minutos e confirmaram o que se projetava nas chamadas “mesas testemunhas”: Javier Milei, o radical de extrema direita do ‘La Libertad Avanza’, não está em primeiro lugar, como sugeriam as pesquisas e sondagens eleitorais, mas sim em segundo lugar, com 30,24% dos votos. Já Sergio Massa, do ‘Unión por la Patria’ e candidato do atual presidente, Alberto Fernández, assim como do kirchnerismo, de centro-esquerda, lidera com relativa folga o pleito, com 36,21%. Já foram apuradas 86,82% das urnas.

Quanto à terceira posição, não há novidades. Patricia Bullrich, da direita tradicional, da coligação ‘Juntos por el Cambio’, apoiada pelo ex-presidente Mauricio Macri, tem 23,79% dos votos, seguida por Juan Schiaretti, com 7,08%, e Myriam Bregman, com 2,66%.

O segundo turno está confirmado entre Massa e Milei, já que o postulante de esquerda não ultrapassou 40% dos votos. Os votos de Schiaretti e Bregman, que somados estão em torno de 10%, deve ir para o primeiro colocado, por questões de proximidade ideológica. A “guerra” agora está declarada e aberta pelos eleitores de Bullrich, que embora conservadora tem séria divergência com o extremista que ficou em 2° lugar.