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Terceira onda da covid-19 se aproxima e pode ser mais letal

O Brasil mal começou a reduzir a segunda onda de infecções pelo novo coronavírus e já pode estar às vésperas de ser inundado por uma terceira onda, ainda mais letal, com a chegada do inverno, o ritmo lento de vacinação e o afrouxamento da quarentena, dizem especialistas ouvidos pelo UOL.

Alguns desses motivos foram apontados como as causas para a terceira onda na Alemanha no começo do ano. Na Europa, ela também atingiu países como França, Itália, Polônia, República Tcheca e Hungria, onde a vacinação demorou a avançar, enquanto o Reino Unido evitou outra onda ao imunizar em massa.

Mas, afinal, há sinais de que a pandemia está prestes a se intensificar no Brasil?

O que define uma nova onda?

“Onda de infecção não é um termo técnico e, por isso, não existe uma definição clara”, afirma o infectologista Renato Grinbaum, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia). “Tem sido usada pela imprensa como aumento rápido e expressivo de casos novos na epidemia, que num gráfico aparece como uma onda.”

Professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, o infectologista Marco Aurélio Sáfadi reforça a ausência de “definição consensual”, mas cita a OMS (Organização Mundial da Saúde), para quem “o vírus tem que ser controlado e os casos caírem substancialmente”.

Ele diz que uma das formas de avaliar uma onda é observar a chamada taxa efetiva de reprodução, ou Rt. Quando esse índice é 1, cada infectado contamina outra pessoa. Se for maior, pode infectar mais de uma. Para que a transmissão seja contida, o Rt precisa ficar abaixo disso.

Como está o Rt no Brasil?

Esse índice esteve acima de 1 desde o início da segunda onda, em novembro, e permaneceu assim até início de fevereiro. Depois, voltou a subir e só ficou abaixo de 1 em 18 de abril. Em 4 de maio, voltou a ficar acima de 1.

Na última quinta-feira (20), a média brasileira estava em 1,02. Veja de acordo com as regiões:

Nordeste: 1,09

Sul: 1,03 Norte:

0,97 Sudeste e

Centro-Oeste: 0,94.

Número pequeno de vacinados somado a uma abertura abrupta e intensa numa condição em que as pessoas voltem a se aglomerar: este é o risco de termos uma nova onda.”.

 

Atual ritmo de vacinação vai conter terceira onda?

Conforme mostrou o UOL, a vacinação no Brasil caiu 17% em maio na comparação com abril. Uma das razões foi a paralisação da produção de vacinas por falta de insumos.

A produção da CoronaVac foi interrompida em 14 de maio pelo Instituto Butantan, que espera receber novo lote de matéria-prima no próximo dia 26. Na quinta (20), foi a vez de a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) desligar a linha de montagem da vacina da AstraZeneca, com queda de quase 3 milhões de doses por semana nas entregas ao Ministério da Saúde.

Até agora, a queda afetou a segunda dose: sua aplicação despencou 43% entre a última semana de abril e a primeira de maio, com nova queda de 24% na semana seguinte, segundo a Info Tracker, plataforma das universidades estaduais Unesp e USP para monitoramento da covid-19.

“A recomendação do governo de utilizar todo o estoque de vacinas para impulsionar a imunização em abril foi pautada no pressuposto de que a produção dos imunizantes fosse contínua, o que não aconteceu”, diz Wallace Casaca, coordenador da Info Tracker.

Para Sáfadi, a rapidez na vacinação “é crucial” para a imunização de rebanho. Do contrário, “em um ano será preciso revacinar os primeiros imunizados”.

A reinfecção é possível e vale para quem foi vacinado também. Sem o obstáculo da vacina ao vírus, essa probabilidade é maior, independentemente de novas variantes.”.

Ana Marinho, imunologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, afirma que a baixa cobertura vacinal aliada à flexibilização da quarentena e às novas cepas do vírus formam uma combinação “que elevará o número de casos”.

“A redução do isolamento tinha de acontecer à medida que as coberturas vacinais fossem avançando, de forma coordenada”, defende.

*Com informações do Uol

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Saúde

Para médicos, nova covid é mais grave e letal: “eles pioram muito mais rápido”

“Os pacientes estão chegando ultimamente tão graves que às vezes o que a gente fazia anteriormente não está tendo a mesma resposta. A impressão é que a gente precisa fazer muito mais coisas para ele melhorar e, mesmo assim, eles pioram mais e de forma muito mais rápida.”

O relato do médico Diego Montarroyos Simões, que dá plantão em um hospital privado de referência para a covid-19 no Recife, é uma síntese do que veem no dia a dia vários profissionais de saúde que atuam na linha de frente da covid-19 pelo país.

O UOL colheu depoimentos de profissionais de oito estados diferentes, espalhados pelas cinco regiões do Brasil. Todos relatam notar uma diferença entre os doentes da primeira para a segunda onda.

Usamos mais artifícios respiratórios não invasivos, mais atuais, mas a melhora demora muito a chegar.

Segundo Simões, mesmo com a melhora no protocolo de tratamento, a mortalidade continua alta. “Hoje a gente tem até um arsenal maior de equipamentos para dar esse suporte ventilatório, fazemos a pronação [virar o paciente de bruços para aliviar a pressão nos pulmões], mas não tem uma resposta tão boa como tempos atrás. O porquê, não sei.”

Relatos iniciais no Amazonas

As primeiras afirmações de uma onda mais séria foram relatadas por médicos no Amazonas. Ainda em janeiro, profissionais contaram que perceberam diferenças na forma de atuação do vírus, aumentando a gravidade e reduzindo a faixa etária entre os infectados.

Claramente estamos diante de um ser invisível que é muito mais patogênico e transmissível. Hoje chegam famílias inteiras com os sintomas ao mesmo tempo, antes era um de cada vez.

Uma das hipóteses levantadas é que a nova variante P.1 seria a responsável pelo aumento da gravidade de casos. No Reino Unido, pesquisa divulgada nesta semana revela que o risco de morte da variante surgida lá é 61% maior que a cepa anterior.

Segundo o pesquisador Juan Miguel Villalobos Salcedo, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Rondônia, não há ainda evidências científicas de que a variante P.1 tenha maior patogenicidade. “O que sabemos é que ela tem maior transmissibilidade, mas não temos estudos que apontem maior gravidade da doença”, afirma.

Graves mais cedo

O pesquisador e médico intensivista Ederlon Rezende também vê piora. “Esses pacientes requerem mais quantidade de suporte de múltiplas funções orgânicas. São pacientes mais graves e que ficam mais tempo internados”, conta ele, que trabalha em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.

Estão chegando pacientes mais graves e mais cedo, sem dúvida. E também há pacientes mais jovens precisando de UTI.

Sobre a hipótese de ser uma nova cepa, ela afirma que não há como ter a comprovação científica por ora. “Teria de haver uma separação de UTI para pacientes da nova variante e outra só da variante anterior. No Brasil temos dificuldade de fazer teste, imagina fazer sequenciamento genético para estudo desse porte”, diz. “Na ciência a percepção também é levada em conta, mas como uma geradora de hipóteses.”

Um doente grave de covid-19, explica, depende bem mais que de uma ventilação mecânica. “Não é apenas contra a infecção ou pelo pulmão que a gente luta. Via de regra, o SARS-CoV-2 é multissistêmico: compromete pulmão, cérebro, intestino, rins. Por isso se torna muito grave, não só dependente de ventilação, de diálises, de drogas vasoativas e de outros suportes das múltiplas funções orgânicas”, afirma.

Diante de um cenário mais difícil, ele diz que a medicina está precisando se ajustar. “Temos de consertar o pneu com o carro andando.”

Jovens mais acometidos

Borzacov diz que boa parte dos pacientes que chegam são jovens com idades entre 30 e 40 anos. “A gente não via isso na outra onda”, afirma.

Sensação idêntica tem a médica Rachel Teixeira, que atua em hospitais de Fortaleza. “Vejo muitos internados abaixo de 50 anos, com apenas obesidade de comorbidade conhecida, ou às vezes nem isso. São pacientes com doença multissistêmica pronunciada e percebo uma deterioração do quadro clínico de forma rápida”, conta.

Sem dúvida, muito mais jovens estão morrendo. Não estamos falando só de grupo de risco: isso está em todas as faixas etárias, atingindo bebês, crianças, adolescentes, mesmo sem comorbidade. Silvia Leopoldina, médica de Manaus

Guilherme Barcellos, médico do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, também confirma que o perfil dos pacientes mudou, mas ele tem dúvidas se é por conta da maior exposição dos jovens ou por uma mutação.

“Houve um aumento bem expressivo de pacientes mais jovens, sem comorbidades, com formas graves. Isso ocorre em uma proporção que a gente não via antes, que era mais exceção. Isso pode também ser unicamente explicado pelo descontrole da transmissão comunitária, não por uma cepa.”

*Com informações do Uol

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Bolsonaro assume incompetência para governar: “Não dá para ir além do que estamos fazendo”

Bolsonaro disse hoje que ele e sua equipe ministerial estão trabalhando “há semanas” para minimizar os efeitos do novo coronavírus no país, destacando que não há como ir além do que já está sendo feito.

E o que está sendo feito além de beneficiar os ricos na pandemia? Nada!

Se nada foi feito pela imensa maior parte da população, que são os mais pobres, nada continuará sendo feito por esse governo genocida.

Bolsonaro disse que os empregos estão sendo “exterminados” e que o governo não pode levar o pânico à população quando o próprio Ministro da Saúde de seu governo pede diuturnamente que ninguém saia de casa.

Afinal, quem está governando?

A MP publicada por Bolsonaro flexibiliza ainda mais a CLT. E o cínico diz que é uma maneira de preservar empregos.

O fato é que Bolsonaro consegue criar uma epidemia de desempregos dentro da pandemia do coronavírus.

Certamente, é o único presidente no mundo com uma atitude tão descarada contra o seu povo para defender os interesses do grande capital.

Empresários que apoiam esta MP criminosa só se esquecem que, sem ter como consumir por falta de salário, eles vão à bancarrota muito mais rápido.

Bolsonaro, com essa medida, quer forçar com os trabalhadores a voltarem a trabalhar impondo uma produção que não terá demanda correspondente, o que levará o país a ter muito mais mortes e muito mais empresas quebradas.

Para Bolsonaro, nada é tão ruim ou letal que não possa ser pior e mais assassino.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas