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MP investiga Forças Armadas por esquema em licitações após compra de linguiça a R$ 56 o quilo

Esquema envolve 50 unidades das Forças Armadas, 48 delas no Rio Grande do Sul. Em cinco anos, empresas faturaram cerca de R$ 25 milhões vencendo licitações supostamente fraudulentas.

Após se deparar com a compra de linguiça a R$ 56 o quilo para o quartel de Jaguarão, no Rio Grande do Sul, o promotor Soel Arpini, da Procuradoria de Justiça Militar de Bagé, descobriu um esquema de fraude em licitações que envolve 50 unidades das Forças Armadas, 48 delas no Estado.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, uma operação do Ministério Público Militar (MPM), Polícia Federal e Exército realizou nesta terça-feira (10) buscas nas sedes de quatro empresas que abastecem os quartéis e nas residências dos sócios, em Alegrete e Uruguaiana. Os quartéis não foram alvo da ação.

Foram alvos as empresas M.A.Moresco Filho, Bidinha & Moresco, J.D. dos Santos Rezes e E.R. Comércio, além de seus proprietários, que em cinco anos, faturaram cerca de R$ 25 milhões vencendo licitações supostamente fraudulentas.

Segundo o promotor, no caso da linguiça, o preço máximo estipulado para a licitação era de R$ 28, o dobro da cotação do produto no mercado. “Foi feita a cotação com três empresas que deram valores mais altos para justificar o preço pago, de R$ 56. Agora vamos investigar qual a participação dos militares que fizeram a compra, aceitando pagar valor quatro vezes superior ao do mercado”, disse.

Em outro caso, os procuradores apuraram que uma unidade militar de Bagé comprou mil quilos de hambúrguer, entregue no dia 26 de março deste ano. “Duas semanas depois, fomos verificar e encontramos apenas 50 quilos do hambúrguer, mas era de uma gramatura menor que a especificada e de qualidade inferior. Ao checar as notas, verificamos que o produto havia sido entregue com o prazo de validade já vencido”.

O material recolhido na operação será objeto de análise para apurar também a participação de militares no esquema. “Não tem como a empresa utilizar essas práticas sem a participação do militar. A questão é saber se eles visavam também algum lucro pessoal”, disse o procurador.

 

 

*Com informações da Forum

*Foto: Prefeitura de Uruguaina