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Rejeitado: Protestos contra Bolsonaro aconteceram em sua visita a memorial de pracinhas mortos na Itália

Grupos ligados a partidos de esquerda planejam realizar uma cerimônia de comemoração separada para evitar ter que compartilhar o momento com o líder da extrema direita italiana, Matteo Salvini, e Jair Bolsonaro.

Reuters – O presidente Jair Bolsonaro foi recebido por manifestantes quando visitou a cidade italiana de Pistoia na terça-feira para homenagear um memorial de guerra dedicado aos soldados brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial.

O líder de direita, que participou da cúpula do G20 em Roma no último fim de semana, foi criticado pelo aumento do desmatamento na Amazônia sob seu governo e por sua gestão da pandemia Covid-19. Seus oponentes também o acusam de comportamento ditatorial.

Um pequeno grupo de simpatizantes deu as boas-vindas a Bolsonaro no monumento, enquanto cerca de 300 pessoas se reuniram no centro de Pistoia para protestar contra ele.

O líder direitista italiano Matteo Salvini disse lamentar as ações dos manifestantes.

“Honrar aqueles que morreram deveria estar fora do debate político”, disse Salvini.

A Força Expedicionária Brasileira lutou com as Forças Aliadas de 1944 a 1945, principalmente na Itália, único país sul-americano a participar da Segunda Guerra Mundial. Cerca de 950 militares brasileiros foram mortos.

Os confrontos entre a polícia e os manifestantes também ocorreram na segunda-feira na cidade de Pádua, pouco antes de Bolsonaro visitar a basílica da cidade, com canhões de água usados ​​para interromper a manifestação.

Anteriormente, Bolsonaro havia recebido a cidadania honorária na vizinha Anguillara Veneta, a cidade natal de alguns de seus ancestrais.

*Com informações do 247

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Vídeo – Itália: Ao som de Bella Ciao, Manifestantes se mobilizam contra ex-premiê de ultradireita Matteo Salvini

‘Sardinhas’, como manifestantes se autointitulam, reuniram mais gente do que comício de Salvini nas eleições do Estado da Emilia-Romagna.

Um movimento espontâneo e organizado pelas redes sociais virou a pedra no sapato do ex-ministro Matteo Salvini, em um dos bastiões da esquerda na Itália, o Estado da Emilia-Romagna.

Autodenominado como “sardinhas”, o grupo assumiu a linha de frente para evitar que o popular secretário da Liga conquiste o governo da Emilia-Romagna, no norte do país, nas eleições regionais de 26 de janeiro.

A mobilização surgiu na última quinta-feira (14/11), quando Salvini abriu a campanha eleitoral de sua candidata a governadora, Lucia Borgonzoni, com um comício em uma arena de Bolonha com capacidade para 5,6 mil pessoas.

No Facebook, quatro internautas convocaram uma manifestação chamado “6 mil sardinhas contra Salvini”, que tinha como objetivo reunir mais pessoas do que o comício do ex-ministro do Interior. Os organizadores pediram que os participantes não levassem bandeiras de partidos, apenas cartazes representando sardinhas.

A manifestação ocorreu na Piazza Maggiore, a 1,5 quilômetro do evento de Salvini, e durou cerca de 20 minutos, reunindo entre 12 mil e 13 mil pessoas, o dobro do esperado.

A manifestação se repetiu nesta segunda-feira (18/111), mas em Modena, onde 7.000 indivíduos ignoraram o mau tempo para se espremer “como sardinhas em lata” em uma praça do centro da cidade.

Assim como em Bolonha, o ato desta segunda foi realizado paralelamente a um comício do ex-ministro e embalado pelo som de “Bella ciao!”, música símbolo da resistência italiana contra o nazifascismo, e do slogan “Modena não se liga”, em referência ao partido de extrema direita.

“Queríamos tocar um despertador coletivo, e isso aconteceu”, disse Mattia Santori, um dos organizadores do flash mob, na última sexta-feira (15/11). Segundo ele, o objetivo era acordar a esquerda, “que dormiu por tempo demais”. “Não queríamos chegar ao dia seguinte às eleições com todos se perguntando ‘como foi possível?'”, acrescentou.

Assista à manifestação em Modena:

 

 

*Com informações do Ópera Mundi

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O extremismo por trás do governo Bolsonaro é um projeto global

Que Bolsonaro é um trapalhão despreparado todo mundo sabe. Mas o que muita gente ainda não aceita é que existe um projeto global por trás de seu governo, extremamente bem organizado, do qual ele é só a ferramenta útil. Querem ver o exemplo da semana passada? Se liguem no que rolou na Itália.

Pano de fundo: Matteo Salvini, ministro do Interior (espécie de Casa Civil do país), é o premier de fato. Ele faz parte da Lega Nord, um partido que faz populismo com racismo e xenofobia, demonizando “comunistas” e minorias em geral. Seu principal projeto: uma lei chamada “Decreto Sicurezza”, espécie de “lei anticrime” do Moro. Basicamente uma lei jogando pra torcida, com ações inócuas e midiáticas. Soa familiar, não?

Antes de ser aprovada, a lei já fez uma vítima. Uma professora foi suspensa e teve salário cortado pela metade depois de uma batida do governo em seu colégio. Crime: “permitir” que alunos fizessem um vídeo que compara o decreto de segurança às leis raciais do fascismo.

Perseguição a professores. Soa familiar? Salvini, depois, voltou atrás, e disse que a punição era “exagero”. Sim, soa familiar.

Quem mais vem perseguindo professores e alunos, chegando ao ponto de expelir uma universidade para fora do país? Viktor Orbán, o Bolsonaro da Hungria.

Salvini, Bolsonaro e Orbán são políticos da nova onda de populismo de extrema direita. Não é coincidência que seus inimigos sejam os mesmos: professores (e jornalistas, “o comunismo”, George Soros etc). Todos estão seguindo um manual extremamente previsível de anti-iluminismo.

O projeto é criar novas oligarquias, destruir as instituições públicas e privadas e substituí-las por suas próprias instituições e amigos. Na Hungria, Orbán dá o caminho.

Seus familiares e amigos fazem negócios com o governo (Hol van Queiroz?) enquanto ele busca apoio público mirando em inimigos comuns, jogando sobretudo com o medo das pessoas em relação à segurança). Cria os fantasmas que depois diz combater. Em meio a isso, toma controle do Judiciário e sufoca a mídia usando a tática do “eles estão contra mim e só produzem fake news”. Soa familiar? Porque é.

Salvini, nesta semana, levou a Lega Nord ao topo da Europa.

A extrema -direita fez 34% dos votos nas eleições do Parlamento Europeu, resultado só alcançado por cinco partidos nos 70 anos da democracia italiana pós-guerra.

Ironicamente, entre eles, está o Movimento 5 Stelle, que venceu as eleições nacionais do ano passado esmagando os partidos tradicionais empunhando a bandeira da antipolítica. O M5S abraçou a extrema -direita Lega para formar seu governo. Salvini foi colocado no cargo de ministro do Interior pelo M5S. Do topo ao chão, o M5S fez apenas 17% nas europeias, metade do ano passado, chegando atrás também do Partido Democrático, de esquerda.

O movimento-fenômeno liderado por um comediante e que sonhava derrotar o establishment criou cuervos.

 

 

 

 

*Com informações do Intercept