Nelson Teich, falou como ministro da Indústria e Comércio ou coisa que o valha. Aquilo é tudo, até gerente de loja, menos ministro da saúde.
Terminou a coletiva sem dizer nada sobre um plano de combate ao coronavírus, nada. O que ele fez foi culpar os doentes pela paralisação da economia.
Combate à pandemia? Que pandemia?
O ministro da Saúde disse que pouco se sabe sobre a Covid-19 e, assim, não tem muito o que falar e fazer.
Sabe que o general Pazuello atuará na Secretaria Executiva do Ministério da Saúde e mais não disse.
Bolsonaro trocou um ministro da Saúde por um ministro da doença. Grosso modo é isso que podemos falar.
Nelson Teich não se preocupou em mostrar um plano de ação digno de um Ministério da Saúde. Nada falou sobre a OMS, não traçou um fio qualquer entre sua gestão e a pandemia de coronavírus. Sua preocupação foi única e exclusivamente defender o fim da quarentena e afrontar os brasileiros, incluindo os médicos, enfermeiros e todos os profissionais da saúde que estão na linha de frente e sofrendo pesadamente com a expansão da Covid-19 no Brasil.
Ele ainda teve pachorra de fingir que Bolsonaro não foi cansativamente avisado que o sistema de saúde, entrando em colapso, afetaria todos outros pacientes portadores de outras doenças. Desonesto, Teich tentou usar esse argumento contra o coronavírus, melhor dizendo, quis fazer crer que a preocupação da imprensa e dos profissionais da saúde era apenas com a Covid-19 e não com o sistema que está a um passo de de entrar em colapso.
Ou seja, Bolsonaro arrumou um ministro da Saúde tão cínico quanto ele.
Mais 5 minutos e ele lançaria uma promoção nas lojas do Veio da Havan. Trocando em miúdos, em sua fajuta justificativa de que, sem dados objetivos sobre o vírus, nada pode ser feito, e para que o país fique imune à doença, demorará mais de um ano, a economia não poderia esperar e, portanto, todos devem voltar a trabalhar, mesmo correndo risco de vida.
Nelson Teich, com esse argumento estúpido, não oferece nenhuma escolha para a sociedade brasileira que não o cadafalso.
Resumindo, o ministro da Saúde tratou como algo banal os infectados, os doentes e os que foram a óbito pelo coronavírus, sem respeitar as vítimas e, muito menos seus familiares, comportando-se não como médico, menos ainda como ministro da Saúde, mas como um analista de negócios em que o pensamento que impera são as relações comerciais subordinadas à economia em nome da desgraça que se abate sobre o país.
*Carlos Henrique Machado Freitas