Pesquisa mostra que 51% da população quer julgamento e punição por mortes causadas por Covid

O levantamento apurou que 76,5% dos entrevistados disseram ter acompanhado a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, comissão realizada no Senado em 2021, e que esse acompanhamento foi essencial para dar embasamento às opiniões, segundo a Agência Brasil.

O estudo perguntou qual seria a forma para a reparação dos crimes. As três providências sugeridas pelo estudo para reparar os crimes que tiveram maior adesão foram:

1. criar uma Comissão da Verdade para apurar os crimes (44,7%),

2. indenizar as vítimas, crianças que perderam pai e/ou mãe (39%),

3. criar um Tribunal Especial para acelerar os julgamentos (38,3%).

“A Comissão da Verdade foi mais aceita entre pessoas do Centro-Oeste (58,7%), que ganham de três a cinco salários mínimos (53,3%) e que têm ensino superior (50,9%). E menos aceita entre quem estudou até o ensino fundamental (32,9%), recebe menos de um salário (35,0%) e tem entre 18 e 24 anos (36,3%)”, informou a Unifesp.

O estudo apurou que as indenizações foram mais aceitas entre as pessoas de outras religiões (45,1%) — grupo que reúne espíritas, candomblecistas, umbandistas, budistas, etc — que ganha de três a cinco salários mínimos (45,0%) e estudaram até o ensino médio (43,3%). E menos aceitas entre os que estudaram até o ensino fundamental (28,8%), que ganham mais de cinco salários (31,1%) e menos de um salário (35,4%).

O tribunal especial foi mais aceito entre as pessoas de 25 a 34 anos (44,6%), sem religião (44,6%), e de outras religiões (43,9%). E menos aceito entre os que estudaram até o ensino fundamental (25,6%), que ganham até um salário mínimo e mais de cinco salários mínimos (28,7% e 32,5%) e que têm de 18 a 24 anos (32,5%).

Mais investimentos no SUS

A maioria dos entrevistados (52,4%) disse ainda que, para prevenir ou reduzir a mortalidade de uma possível epidemia ou pandemia futura, a melhor opção é o aumento de investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Para 46,5%, o melhor caminho é ampliar o investimento em ciência e pesquisa e 38,7% aumentar a produção de vacinas com tecnologia nacional.

A pesquisa apurou que, em relação à preferência eleitoral, os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro tomaram 58 milhões de doses a menos de vacinas contra a covid-19 do que os do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Considerando o sistema vacinal completo, os que votaram em Lula receberam 38% a mais de doses dos imunizantes contra a covid-19 do que os eleitores de Bolsonaro.

“Esse índice confirma a diferença da adesão a outras campanhas de vacinação (como sarampo, poliomielite e influenza) por lulistas e bolsonaristas: 83% e 65%, respectivamente. No caso da vacinação infantil contra a covid-19, a disparidade é ainda maior. Os 76% eleitores de Lula são favoráveis e apenas 39% dos eleitores de Bolsonaro concordam”, disse a Unifesp.

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Chão de Bolsonaro está mole que nem manteiga

O calor da CPI está derretendo o chão de Bolsonaro, pouco importando os foguetes e trombetas que ele usa para tirar o foco do crime de responsabilidade cada dia mais evidenciado. A técnica desenvolvida por ele como forma de fuga não está dando certo.

Sistematizada numa forma fixa, a CPI criou uma espécie de protótipo por diversas vozes que remontam a tonalidade básica de Bolsonaro que produziu na pandemia mais de 420 mil mortes por covid. Ou seja, o principal protagonista de Bolsonaro é ele próprio na criação de seu público, para sair vitorioso na generalização da pandemia que, segundo o mesmo, traria tristeza para uma “pequena parcela” da sociedade e alegria para outra parcela muito maior com a tal imunidade de rebanho e, em seguida, declarar o fim da pandemia sem gastar tostão.

Este é o governo Bolsonaro, absolutamente desumano, sem a menor sensibilidade social fundamentalmente de espírito aristocrático contra qualquer espírito popular.

O fato é que Bolsonaro orquestrou o abatimento de centenas de milhares de brasileiros, fazendo conta no inferno. Alaga-se tudo, quem souber nadar, sairá vivo, não precisará de vacina, joga a cloroquina como uma boia furada e orienta a população a desobedecer qualquer regra sanitária em nome de outra mentira, a economia.

Talvez Bolsonaro esteja falando de outra economia que o Estado faria, a de R$ 20 bilhões com as vacinas.

A insanidade transformou o país em colônia evidenciando um retrocesso civilizatório que transforma as instituições brasileiras em verdadeiras múmias passivas de sua selvageria.

O problema é que Bolsonaro criou um histórico que está agora no sol do meio-dia, porque precisava marcar território dando aquelas magníficas declarações pró-covid para ter êxito o mais rápido possível na tese de imunidade de rebanho.

Agora, sua obra dá subsídios à CPI, e não tem como Bolsonaro não encontrar consigo mesmo.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Capital da cloroquina, Vitória tem taxa de mortes 47% maior que a do país

Dentre as capitais brasileiras, Vitória (ES) foi a que recebeu a maior quantidade de cloroquina do governo federal, proporcionalmente à população. Foram 54 mil comprimidos de difosfato de cloroquina, quantidade que seria suficiente para medicar 15% dos habitantes da cidade ao menos uma vez.

O dado considera apenas as entregas feitas pelo Ministério da Saúde às capitais, sem levar em conta repasses e compras que possam ter sido feitos pelos governos estaduais e municipais. Em julho do ano passado, a prefeitura de Vitória – como tantas outras, estimuladas pelo governo federal – adotou o uso de cloroquina e ivermectina no tratamento à Covid. Os remédios não têm eficácia comprovada contra a doença.

Até o dia 18 de março, Vitória acumulava uma taxa de 200 mortes por Covid a cada 100 mil habitantes – número 47% maior que a taxa brasileira, que na mesma data havia chegado a 136 mortes por 100 mil habitantes.

Fonte: Dados abertos do governo federal; IBGE; Prefeitura de Vitória; Consórcio de veículos de imprensa.

*Luigi Mazza e Renata Buono/Piauí

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