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Mensagens de Cid mostram dia a dia negacionista no Planalto na pandemia

Mensagens do grupo da ajudância de ordens mostra como a pandemia do coronavírus era tratada no Palácio do Planalto.

No grupo de WhatsApp da ajudância de ordens do Palácio do Planalto durante o governo Jair Bolsonaro, há um retrato preciso do negacionismo que predominava no governo sobre a pandemia do coronavírus.

O conteúdo consta da quebra de sigilo das mensagens do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, agora analisadas pela Polícia Federal (PF).

A Covid-19 era chamada de “peste” ou “peste chinesa” pelos assessores. Em 25 de fevereiro de 2021, o ajudante de ordens Osmar Crivellati informou: “Silvio [Kammers] deu positivo o exame de COVID (sic), disse que está bem, sintomas normais da peste”, segundo Guilherme Amado, Metrópoles

Cid respondeu: “Perfeito!”. Kammers também fazia parte da ajudância de ordens.

Embora os ajudantes de ordens tenham se mobilizado no velório e na assistência à família de Kammers, o Palácio do Planalto tentou abafar a notícia e só publicou sobre a morte no Diário Oficial da União (DOU) cinco dias depois.

No dia 5 de março, o grupo tomou conhecimento de que a esposa do motorista Frota ligou e pediu ajuda para conseguir uma vaga de internação em um hospital em Brasília — supõe-se que para seu marido, que estava doente.

O mês de março foi um dos mais letais da pandemia, com hospitais lotados. Naquela época, o governo Jair Bolsonaro estava atrasado na compra de vacinas, disponíveis em outros países em escala muito maior do que no Brasil.

O grupo também espalhava desinformação sobre o tema. Em 23 de março de 2021, Cid enviou informações falsas sobre a eficiência do “tratamento precoce”, termo que bolsonaristas usavam para se referir a remédios comprovadamente ineficazes defendidos por eles.

“O protocolo do tratamento precoce funciona!”, disse mensagem encaminhada por ele. “Principalmente se for aplicado corretamente, por pessoas idôneas, como foi o caso do médio militar, tenente Canela, nesse depoimento emocionado do paciente. Mais uma vez, #BolsonaroTemRazao.”

Em junho, quando outro assessor do Planalto adoeceu, Cid buscou saber se ele estava “tomando tudo” de medicação possivelmente se referindo a drogas ineficazes.

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De que houve um acordo entre o STF e Bolsonaro, ninguém tem dúvida, mas qual?

Temer deve ter algum prestígio especial com Alexandre de Moraes. Afinal, foi ele que consagrou uma figura tão apagada como o secretário de Segurança Pública de São Paulo sacramentando seu nome no escrete do Supremo Tribunal Federal.

Convenhamos, isso é mais do que um batismo. Ou seja, há uma aura espiritual regida por um afeto entre o afilhado e o padrinho que exige dele o mesmo critério de atenção e carinho.

Assim, Temer foi o homem certo na hora certa, o que deixa claro que os métodos e modelos que pautaram o governo golpista de Temer se renovaram nessa espécie de “bem bolado”. A ele coube reforçar o papel de reforçar alianças formadas durante o golpe em Dilma.

Aquelas palavras dirigidas a Dilma por Bolsonaro no dia da votação do golpe, que deveriam lhe custar a cassação e prisão, reforçaram o trançado de uma corda que liga toda a direita, a mesma que não só esteve unida para dar o golpe, como assumiu publicamente sua preferência por Bolsonaro a Haddad, lógico, sem dizer do papel nefasto do juiz corrupto, Moro, que condenou e prendeu Lula sem provar que tenha cometido qualquer crime, em troca de uma espécie de super pasta no ministério do genocida e que foi ovacionado por toda a direita.

A direita sempre se entende. Não interessa se o acordo que eles fazem seja espúrio, o importante é formar um arco de alianças para, depois de negociar e ajustar os interesses, e isso é feito de forma rápida, 99% da direita fecha uma discussão a partir de uma grande negociata.

Os acordos feitos pelos conservadores são sempre uma transação já formalizada nos bastidores.

Combinação ajustada, é hora de entrar em campo e botar o acordo para definir uma votação.

Todos sabem que o centrão reina no universo do fisiologismo. Mas Temer, que tramita como poucos no centrão, não deixa a desejar quando o assunto é um acordão para se chegar em determinada harmonia.

O que significa que houve sim um grande acordo para Bolsonaro abandonar o discurso belicista, mandar a Polícia Rodoviária Federal descer o cacete nos arruaceiros que se passaram por caminhoneiros, convocados pelo mesmo Bolsonaro.

O capitão traiu sua tropa, seu gado, a ponto de elogiar Alexandre de Moraes, depois de xingá-lo publicamente justo em São Paulo, terra do ministro.

São duas as perguntas, a primeira, qual foi o motivo que fez Bolsonaro ter aquele ataque de ira contra Moraes? A segunda é a mais curiosa, por que diante de um discurso de ódio a Moraes tão contundente, dois dias depois ele publica uma carta se desculpando pelo destempero e rasgando seda a quem ele se referiu como canalha?

Não dá pra ficar aqui conjecturando, mas o que andou vazando na mídia é que, depois de Roberto Jeferson, Carlos Bolsonaro, o Carluxo ou o 02 do clã, seria o próximo a ser preso, justamente por ordem de Alexandre de Moraes.

Mas como eu disse, isso é apenas uma hipótese que ando conjecturando com os meus botões, já que não sou nada afeito à teoria da conspiração.

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