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Editorial The Guardian: Bolsonaro é um perigo para o Brasil e para o mundo

Jornal inglês diz que saída de Bolsonaro seria benéfica para o planeta e diz que existe “algum motivo de esperança” ao falar da “possibilidade do retorno de Lula”.

Em editorial nesta segunda-feira (5), o jornal inglês The Guardian afirma que Jair Bolsonaro (Sem partido) representa um perigo e a saída dele do poder faria bem ao Brasil e ao mundo.

No texto, que cita como principais perigos a destruição da Amazônia e o descontrole diante da pandemia – “que matou mais de 60.000 brasileiros apenas em março” -, o Guardian afirma que a “bomba” com o retorno do ex-presidente Lula ao cenário eleitoral disparou o “gatilho imediato” para a demissão dos comandantes das três armas das Forças Armadas.

“Com uma pesquisa na semana passada mostrando 59% dos eleitores o rejeitando, Bolsonaro parece estar se preparando para um resultado desfavorável nas eleições do próximo ano. Na semana passada, ele demitiu o ministro da Defesa, um general aposentado e amigo de longa data que, no entanto, parece ter feito objeções às tentativas de Bolsonaro de usar as forças armadas como ferramenta política pessoal.

Os comandantes do Exército, da Marinha e da Força Aérea também foram demitidos – supostamente quando estavam prestes a renunciar. O gatilho imediato para as demissões foi a bomba no mês passado o retorno do ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva depois que um juiz anulou suas condenações criminais – abrindo a porta para ele concorrer novamente no ano que vem”, diz o jornal.

O Guardian ainda cita uma declaração do ex-presidente da Colômbia, Ernesto Samper, que tuitou que “Bolsonaro conseguiu transformar o Brasil em um gigantesco buraco do inferno” e indaga: “É possível que, inspirado por Donald Trump, o Sr. Bolsonaro pense em se agarrar ao poder pelo uso da força?”.

O próprio jornal responde, com ponderação. “Não. É provável. As Forças Armadas superaram a vontade do povo antes: o Brasil foi uma ditadura militar de 1964 a 1985”.

Segundo o editorial, “os políticos da oposição pressionam pelo impeachment, com um aviso: ‘Há uma tentativa aqui do presidente de arranjar um golpe – já está em andamento’” e diz que existe “algum motivo de esperança” ao falar da “possibilidade do retorno de Lula”.

“Ataques violentos do presidente e seus comparsas não conseguiram conter um ambiente vibrante de mídia, intimidar os tribunais ou silenciar os críticos da sociedade civil. Seu tratamento desastroso com a Covid-19 parece estar causando dúvidas entre a elite econômica que anteriormente o abraçava. Algumas partes dos militares aparentemente compartilham desse mal-estar.

A possibilidade do retorno de Lula é suficiente para concentrar mentes da direita em encontrar um candidato alternativo, menos extremista do que Bolsonaro. Pode ser irritante ver aqueles que ajudaram sua ascensão se posicionarem como os guardiões da democracia, ao invés de seus próprios interesses. Mas sua partida seria bem-vinda, pelo bem do Brasil e do resto do planeta”, conclui o Guardian.

*Com informações da Forum

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Perigo! Agrotóxicos invadem o Brasil

O governo precisa equilibrar o interesse da indústria com a atuação dos órgãos reguladores, alega especialista, consultado pela Sputnik Brasil.

O número de licenças de defensivos agrícolas registrado em 2019 é o mais expressivo desde 2005, de acordo com monitoramento feito pela Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, quando começou a série histórica.

Segundo o Greenpeace, desses produtos, 22 contêm ingredientes ativos que têm seu uso proibido na União Europeia. Além disso, 25 constam na lista dos produtos extrema ou altamente tóxicos à saúde humana.

Sob o governo Bolsonaro, o Brasil bateu recorde do número de agrotóxicos liberados, com 467 licenças em 2019.

Segundo a pesquisa da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – 23% dos alimentos analisados têm resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido ou proibidos para a cultura.

O governo Bolsonaro afrouxou deliberadamente o controle sobre os agrotóxicos no Brasil? Isso pode repercutir no mercado externo? Quais são os riscos para a saúde da população?

Segundo Carlos Canejo, professor de Engenharia Ambiental na Universidade Veiga de Almeida, é necessário que as regras sobre o uso de agrotóxicos sejam mais rígidas.

“O uso desses agrotóxicos causa uma significativa degradação ambiental. Ele contamina solos, rios, lençol freático. Isso vem a ocorrer porque esses agrotóxicos que são usados durante o processo de irrigação, fazem com que aconteça uma contaminação de todo o sistema de modo contínuo”, alertou o especialista para Sputnik Brasil.

Desse modo, os agrotóxicos afetam uma região muito maior, do que a área, na qual são aplicados.

Por outro lado, o professor destacou que uma fiscalização mais rigorosa deve ser aplicada, uma vez que o uso de substâncias químicas no solo nem sempre é realizado de forma legal.

Canejo destacou que a legislação brasileira “não deve nada” aos países mais desenvolvidos. O problema, segundo ele, está na implementação das leis.

“A grande gama de agrotóxicos disponibilizados pelo mercado dificulta essa fiscalização. E também não temos a segurança sobre o uso humano de muitos desses agrotóxicos”, ponderou o especialista.

Apesar da Anvisa realizar pesquisas sobre a segurança das substâncias químicas utilizadas no cultivo, o avanço da indústria nem sempre é acompanhado pelos órgãos governamentais.

“A gente está sujeito a problemas que devem ser melhor avaliados”, alertou o professor.

Carlos Canejo avalia que, o novo governo, sem entrar em méritos políticos, buscou firmar um acordo para o avanço na “liberação de novas licenças para motivar a indústria”.

“Claro que isso precisa de uma discussão mais ampla”, avaliou o interlocutor da Sputnik Brasil.

A indústria agrícola é muito importante para o país, afirmou o acadêmico. No entanto, o setor precisa de maior regulação.

“A gente opera com agrotóxicos que não foram liberados em outros países…então a gente precisa refletir um pouco”, declarou o entrevistado.

“O grande passivo ambiental acaba ficando no nosso país”, concluiu o pesquisador.

O governo não está medindo os riscos para pode exportar mais, dessa forma. Para o cientista a resposta está na regulação e na implementação das leis já existentes, que são muito mais modernas, do que a prática do mercado.

 

 

*Com informações do Sputnik