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Raposa no galinheiro II: Carlos Fernando, ex-chefão da Lava Jato, oferece informações confidenciais a clientes Vip

Quem pensa que Dallagnol era o braço direito de Moro, acerta no que tange à operação em si, na parte macabra da Lava Jato, a cabeça pensante sempre foi de Carlos Fernando. Frio, calculista e vigarista, como mostrou o Intercept, foi o arquiteto desse castelo de cartas chamado Lava Jato. Ele tem um histórico barra pesada desde o Banestado.

Sabe-se agora, a partir do deputado Paulo Pimenta, que uma das lideranças da operação Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima, agora, procurador aposentado e um dos mais agressivos contra Lula, abriu um escritório de advocacia e, para atrair clientes, Carlos Fernando oferece abertamente informações “estratégicas e confidenciais” relativas aos acordos de leniência e investigações da operação como chamariz para atrair clientes a seu escritório de advocacia.

De fato, a oferta é praticamente explícita no perfil do procurador lavajatista em seu perfil no Linkedin, rede social voltada a contatos profissionais. “Advogado na área de compliance, investigações internas, monitoria, (sic) e acordos de leniência e colaboração premiada”, oferece Lima em seu perfil -ele aposentou-se em setembro de 2018, mas continuou próximo da operação Lava Jato, como um de seus mentores.

Para entender melhor quem é exatamente Carlos Fernando e como ele opera há anos junto com Moro num esquema subterrâneo, é só buscar na memória a matéria que a IstoÉ publicou sobre ele em 2003, intitulada Raposa no Galinheiro.

IstoÉ – Osmar Freitas Jr –  Procurador Santos Lima, casado com ex-funcionária do Banestado, tentou barrar quebra de sigilo de contas suspeitas.

A proverbial raposa volta a tentar tomar conta do galinheiro. Desta vez aconteceu nos EUA. No sábado 23 de agosto, uma comissão de autoridades brasileiras embarcou para um périplo por cidades americanas.

A missão era verificar in loco investigações feitas pelos procuradores daquele país, que poderiam ser ampliadas nos casos de remessas monetárias ilegais e lavagem de dinheiro feitas por brasileiros. Estavam na turma os senadores Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e Magno Malta (PL-ES) e os deputados Dr. Hélio (PDT-SP) e José Mentor (PT-SP), todos da CPI do Banestado, dois procuradores da República, uma delegada, um perito da Polícia Federal e consultores da Câmara dos Deputados.

A viagem seria um sucesso, mas o trem quase descarrilou por causa de uma disputa insólita, cujos motivos até então ocultos se revelaram, no mínimo, de má-fé. É que entre os procuradores estava Carlos Fernando dos Santos Lima. Santos Lima, quando servia em Curitiba, foi quem recebeu e manteve engavetado, desde 1998, o dossiê detalhadíssimo sobre o caso Banestado e uma lista de 107 pessoas que figuram na queixa-crime sobre remessa de dólares via agência em Nova York. No episódio houve aquilo que em termos jurídicos se chama de “instituto da suspeição”, já que o procurador é parte interessada no caso. Sua esposa, Vera Lúcia dos Santos Lima, trabalhava no Departamento de Abertura de Contas da filial do Banestado, em Foz do Iguaçu.

Agora, na Big Apple, Santos Lima fez um tour de force para que a documentação da quebra de sigilo de várias contas, realizada pelo escritório da Procuradoria Distrital de Manhattan, também não viesse à luz, enveredando por um labirinto burocrático que, como sempre, tem seu final em pizza.

 

*Da redação, com informações do 247

 

 

 

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Teoria de um verme canastrão ou a raposa no galinheiro, parte 2

O Intercept, nesta quinta-feira (29) definitivamente, estalou o verniz do pior caráter entre os procuradores da Lava Jato.

Carlos Fernando dos Santos Lima sempre aspirou dar moldes elegantes e requintados a sua imagem, certamente inspirado na Teoria do Medalhão, de Machado de Assis. Nas coletivas, falava pouco, às vezes somente o essencial, mas a sua frase, combinada com a mídia, quando perguntado se estaria investigando Lula, e ele mentia descaradamente em seu ramerrão que “a Lava Jato não investigava pessoas, mas sim fatos e os fatos levavam às pessoas” denunciava um péssimo ator com esse esperanto arquitetônico.

Ali, via-se na expressão de Carlos Fernando o ódio a Lula que circulava em seu sangue. O procurador é um característico cafajeste, é a própria falsificação institucional. Mentir, com certeza, está na sua alma e, como todo cafajeste de salão, Carlos Fernando exala perfumes, sussurra poesias e se encasaca como um francês de mãos nos bolsos, mas quando arregalava os olhos para falar de Lula em coletiva, perdia o prumo, remexia na cadeira e denunciava a mentira viva que ele pregava.

Essa caricatura de Maquiavel rococó é, certamente, a figura mais repugnante dos seres que compõem a Lava Jato, além de operar como principal tutor da gleba de cafajestes de Curitiba. E assim fez seu cultivo artificial para degradar a imagem pública de Lula.

Carlos Fernando, o verme, é uma salada completa de mau-caratismo e suas falsificações vêm de longe. Quem leu, na Istoé, em setembro 2003, uma matéria sobre o escândalo do Banestado, intitulada, “A Raposa no Galinheiro“, que denuncia o seu comportamento mafioso, sabe que o que foi hoje revelado pelo Intercept, em seu jogo manipulador, imundo com a mídia contra quem eles queriam arrancar confissões a fórceps, mesmo que inventadas pelos delatores,  entende perfeitamente que isso não é novidade, pois é o que sempre guiou a carreira desse sujeito de meia cultura que adora posar de novo rico requintado de piano blues.

Isso não significa que ele não seja capaz de, nos porões da Lava Jato, cumprir o mesmo papel de um torturador, usando fórmulas psíquicas para chegar aos seus objetivos.

E qual era o principal objetivo de Carlos Fernando? Prender Lula, não importando como e nem porquê. Condenar Lula sempre esteve nos planos desse capataz do capital e, diante do terremoto provocado pelo Intercept, o ansioso Carlos Fernando, que era preponderantemente o verdadeiro chefe da Força-tarefa, teve que tirar o ar de missionário zen e partir para a baixaria, sobretudo contra Lula, porque sua igrejinha havia se desmoronado. Daí que, da arte dos anjos para a dos demônios, foi um pulo nas verborrágicas filosofias do rato branco da Lava Jato em seu facebook.

Ainda não ficou claro qual foi a sua intenção em participar do programa Painel na Globo News para denunciar os próprios colegas, dizendo que o ambiente da operação Lava Jato era totalmente bolsonarista, em decorrência do antipetismo natural do qual os procuradores são dotados. Mas isso não foi tiro a esmo, tem endereço certo.

Com certeza, Carlos Fernando é o pior personagem da Lava Jato. Seu comportamento bruto contra Lula, ameaçando entre seus colegas, de ir na jugular de Lula, usando a morte de Marisa Letícia para desestabilizá-lo quando do seu depoimento a Moro, como mostrou o Intercept, embasa a minha afirmativa.

Claro que a linguagem bárbara desse lixo humano só veio à tona pelo grandioso trabalho de Glenn e demais jornalistas do Intercept nessa histórica série de denúncias que derrubou a catedral gótica de Curitiba.

O fato é que ninguém se encaixa melhor do que Carlos Fernando no que bem disse Gilmar Mendes, referindo-se aos procuradores da Lava Jato “essa gente ordinária”. ” A República de Curitiba nada tem de republicana, era uma ditadura completa. Assumiram papel de imperadores absolutos. Gente com uma mente muito obscura. (…) Que gente ordinária, se achavam soberanos”.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas