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Venezuela tem as menores taxas de contágio da Covid-19 do continente

Nicolás Maduro prorrogou estado de Alerta Nacional, mantendo fronteiras fechadas e funcionamento de serviços essenciais.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou, no último sábado (11), que prorrogará o estado de Alerta Nacional em todo o território por mais 30 dias. A decisão inclui quarentena para todo o país, com exceção dos serviços considerados essenciais, como: saúde, segurança, supermercados e telecomunicações. Também estende o período em que as fronteiras do país permanecerão fechadas.

Foram registrados 181 infectados pelo novo coronavírus, nove falecidos e 93 recuperados da doença, totalizando uma taxa de 53% de cura. Para conter o avanço da doença, o governo bolivariano recebeu aviões com toneladas de equipamentos médicos, testes de diagnósticos e ajuda humanitária da China, Rússia, Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-Americana de Saúde. Além de contar com equipes de especialistas chineses e cubanos, apoiando os profissionais de saúde venezuelanos.

::Venezuela enfrenta o bloqueio e busca solidariedade para encarar pandemia::

O presidente Nicolás Maduro afirmou durante transmissão em cadeia nacional, no último sábado (11), que não há contradição entre produtividade e saúde. “Estou atento à questão econômica. Para a economia pós pandemia será fundamental um mercado petroleiro estável, com um preço do barril justo e estável para que o mundo financeiro tenha como encontrar recursos para a recuperação econômica”, afirmou o chefe de Estado.

::Pandemia da covid-19 gera maior crise do mercado mundial de petróleo em 30 anos::

Prevendo o estancamento da economia e os riscos para a classe trabalhadora, o governo bolivariano se comprometeu a pagar os salários tanto do serviço público, como das médias e pequenas empresas do setor privado durante seis meses.

Apesar de ser um país bloqueado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, a Venezuela conseguiu aplanar a curva de contágio em todo o território nacional.

Até 11 de abril, a Venezuela havia realizado 181.335 testes de diagnósticos da covid-19, posicionando o país em primeiro lugar no ranking de aplicação de provas rápidas nas nações latino-americanas, com uma média de 6.045 testes para cada milhão de habitantes. Seguido do Peru com 2.116, Equador com 1.284, Colômbia com 783, enquanto o Brasil aplicou 305 provas para cada milhão de habitantes.

A diferença da densidade demográfica de cada país é grande. A Venezuela tem uma população de cerca de 30 milhões de habitantes, no entanto, é o único país da lista onde todos os diagnósticos são feitos pela rede pública de saúde, de maneira totalmente gratuita. Além disso, enquanto o Brasil possui uma média de 104 infectados por cada milhão de habitantes, os venezuelanos possuem apenas seis contaminados.

Hospital é instalado na autopista “Troncal do Caribe”, que corta Colômbia e a Venezuela, na região norte de ambos países. / Panorama Venezuela.

A OMS também elogiou o uso da tecnologia como aliada no combate à pandemia na Venezuela. Através do Sistema Pátria – uma plataforma online pela qual os cidadãos têm acesso a programas sociais – foi ativada, ainda no dia 14 de março, uma pesquisa com perguntas e respostas sobre a doença. Com mais de 17 milhões de respostas, por meio do sistema de big data, o Estado descartou 111 mil casos suspeitos e direcionou visitas de equipes de saúde primária a 92 mil casas.

Ainda no fim de semana, a vice-presidenta executiva, Delcy Rodríguez divulgou que a Venezuela iria compartilhar parte das doações recebidas de testes rápidos de diagnóstico para outras nações caribenhas, como: São Vicente e Granadinas, Antígua e Barbuda, Dominica e Granada.

 

 

*Michele de Mello/Brasil de Fato

 

 

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O Brasil não está quebrado, mas sendo “quebrado” para ser vendido

O Brasil não é um país quebrado, o Brasil é um país que sofre, cronicamente, o mal de ser um país sem projetos.

Como é que se pode dizer que está “quebrado” um país que tem a 6ª maior reserva cambial do mundo? Que tem um confortabilíssimo saldo comercial na sua corrente de comércio exterior? Que tem um parque industrial com 30% de ociosidade, pronto a trabalhar sem a necessidade de novos investimentos expressivos? Que está montado num mar de petróleo e tem a tecnologia – talvez não o capital, é certo – para explorá-lo em prazo reduzido.

Temos mão de obra ociosa aos montes que, empregada, produziria aumento da renda (e do consumo) sem grande pressão sobre custos e sobre a inflação. Isso, do lado humano.

Do lado físico, há cerca de 14 mil obras financiadas com recursos do Governo Federal que estão paradas ou se arrastando e muitas delas deteriorando-se. De novo, com investimento relativamente baixo se pode potencializar recursos que, hoje, estão deteriorando-se na chuva, no sol e no abandono.

Um plano consistente e focado de retomada tem toda a base material para funcionar, sem abalar nosso volume de reservas ou realizar endividamento irresponsável.

Mas a única política econômica com a qual se acena para o Brasil é a de liquidar seu patrimônio, em lugar de pô-lo a trabalhar.

Para “justificar” este criminoso objetivo é preciso criar o terror da falência, como para “justificar” a reforma da previdência foi preciso chantagear aposentados dizendo que eles parariam de receber seus proventos, para que concordassem em sacrificar filhos e netos pelas suas próprias sobrevivências.

Paulo Guedes anuncia agora a intenção, que estaria aprovada por Bolsonaro – de vender todas as empresas estatais. O dinheiro, claro, vai ser consumido na voragem do déficit e da dívida, embora déficit público e dívida não sejam obstáculos ao crescimento econômico no nosso “modelo” nos Estados Unidos que tem a um e à outra imensamente maiores que o Brasil, mesmo levando em conta a proporção com o PIB norte-americano.

Nenhum país – exceto os de economia “mixuruca” e sem potencial de crescimento – adotou uma política de cortes irracionais e foi bem sucedido em recuperação econômica.

Pior, diante da escassez de recursos para investir, Guedes fala em pulverizar entre estados e municípios o pouco que há para investir. Perde-se, portanto, grande parte dos filtros que poderiam assegurar relevância econômica para o país.

É a nossa “sofisticada” política a economia: venda-se tudo, dê-se uma parte da venda para cada agente político (deputados, senadores, prefeitos e governadores) e que cada um faça o que quiser. Não que um ou outro vá gastar bem os recursos, mas não precisa ser um gênio para saber que a grande maioria será malbaratada.

A classe dirigente brasileira, herdeira perdulária dos que construíram este país, agradece e vai viver de Bolsa de Valores.

 

 

*Com informações do Tijolaço