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Crise no Centrão: aliança União Brasil-PP vive divisão interna após casos Master e Refit

A federação formada por União Brasil e PP, anunciada há sete meses como um novo polo de força na direita, enfrenta um cenário cada vez mais conturbado.

Além de disputas internas nos estados, a aliança passou a lidar com o desgaste político provocado pela aproximação de seus principais dirigentes, Antonio Rueda e o senador Ciro Nogueira, com o banqueiro Daniel Vorcaro e o empresário Ricardo Magro, ambos alvos de operações recentes.

Para lideranças de centro e direita, essas relações devem ser exploradas por adversários em 2026, com potencial de afetar candidaturas em todo o país. O ambiente ficou ainda mais delicado após a prisão de Vorcaro, acusado de emitir títulos de crédito falsos que levaram à liquidação do Banco Master, no dia seguinte ao mandado.

Já Magro, controlador do Grupo Fit (antiga Refit), foi alvo nesta quinta-feira de operação da Receita Federal sob suspeita de danos bilionários ao erário. Em resposta anterior à Folha, ele afirmou que “suas empresas não sonegam”. Ciro atuou no Congresso em pautas de interesse do grupo, como propostas sobre devedores contumazes.

Apesar do desgaste, não há investigações contra políticos, e os casos tramitam na primeira instância por não envolverem autoridades com foro. Ainda assim, congressistas afirmam que Rueda e Ciro concentram poder suficiente para que esse tipo de crise respingue em toda a federação.

Integrantes das siglas tentam minimizar o impacto e citam que Vorcaro e Magro mantinham relações políticas diversas, inclusive com setores do PT e de governadores aliados. De acordo com o DCM, essas operações somam-se aos impasses sobre quem comandará os diretórios estaduais e, portanto, terá influência direta nas alianças regionais em 2026.

A federação obriga União Brasil e PP a apresentarem chapas conjuntas por duas eleições, garantindo mais tempo de TV e união de votos para deputado. A ideia inicial era também disputar a Presidência, ambição que perdeu força, com o foco migrando para a eleição do maior número possível de parlamentares.

Dentro do PP, aliados admitem que Ciro Nogueira recuou do projeto de ser vice de uma chapa presidencial oposicionista. Após a prisão de Vorcaro, ele afirmou publicamente que, “diante da falta de bom senso e estratégia no centro e na direita”, o esforço deve ser direcionado às disputas estaduais.

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Vídeo: Bolsonaro desmonta o Inmetro para facilitar a venda combustíveis adulterados

Se há um objetivo claro nos arroubos de Bolsonaro, qual o motivo de taxar de idiota sua atitude de tentar acabar com o Inmetro? É pela supina ignorância de não entender a relevância do Inmetro para a economia brasileira.

Não interprete a ofensiva de Jair Bolsonaro contra o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia) como apenas uma demonstração a mais de ignorância sólida. Há um objetivo disfarçado em todos esses movimentos, que é abrir espaço para a ampliação do crime organizado.

Foi assim nos episódios em que tentou tirar fiscais da Receita do porto de Itaguaí, depois de recordes de apreensão de contrabando, pois é a porta de entrada no país não apenas de contrabando comum, mas de armas.

Foi assim também no decreto que facilitou a vida das vaquejadas, campo preferencial de lavagem de dinheiro das milícias.

E foi assim com o Inmetro.

Não foi apenas uma demonstração a mais de imbecilidade a afirmação de Bolsonaro que ‘implodiu’ o Inmetro e mandou ‘todo mundo embora’.

Só um completo imbecil para não entender a importância de um órgão de metrologia nas economias modernas. Mas um imbecil com objetivo, que não foi o de aliviar a vida dos caminhoneiros, ante as novas exigências do órgão.

O busílis da questão está no seguinte trecho da reportagem de O Globo:

Bolsonaro ainda criticou um plano do órgão para determinar a instalação de chips em todas as bombas de combustíveis no país para coibir fraudes.

Esse é o ponto.

Há um conjunto de atividades clandestinas utilizadas por organizações criminosas ou pelo chamado lúmpem do empresariado. São os que exploram nichos como bingo, manicômios, clínicas psiquiátricas, escolas para deficientes e, no caso das milícias, transporte público, construções irregulares em áreas de preservação, venda de gatos e de gás, venda de proteção privada, adulteração de combustíveis e de cigarros.

A falsificação de combustíveis é mais forte de todas as atividades criminosas.

Vá para a home de O Globo. No mesmo espaço em que Bolsonaro fala sobre o Inmetro, há o banner principal, do patrocinador oficial do carnaval carioca, a Refit, antiga Refinaria de Manguinhos, envolvida até o pescoço com Eduardo Cunha. Trata-se de uma refinaria sem nenhuma indicação que continue refinando petróleo. Há anos é suspeita de ser o polo central de venda de sonegação de combustíveis, e atuando impávida, graças a uma blindagem ampla e irrestrita inclusive do Judiciário.

Meses atrás um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro me condenou a R$ 20 mil de multas por “difamar” Eduardo Cunha. A matéria em questão falava justamente do envolvimento dele com a refinaria.

Se há um objetivo claro nos arroubos de Bolsonaro, qual o motivo de taxar de idiota sua atitude de tentar acabar com o Inmetro? É pela supina ignorância de não entender a relevância do Inmetro para a economia brasileira.

O Inmetro é essencial para todas as exportações brasileiras, de industrializados ao agronegócio. Cabe a ele fiscalizar todos os laboratórios de certificação. E a certificação é peça essencial nas exportações. É através da certificação que o exportador sabe quais as especificações técnicas e legais de cada país para onde pretende exportar. É o certificado do Inmetro que assegurará sua entrada em economias avançadas, sem risco de barreiras técnicas no caminho. É a certificação que permite o fortalecimento das pequenas e médias empresas, para produzir componentes adequados para empresas maiores.

No caso do agronegócio, é a certificação de origem que dá ao comprador a garantia de produtos isento de doenças ou de crimes ambientais, ou mesmo produtos de marca da região.

É o Inmetro que define padrões de instalações elétricas, de carros, de instrumentos de saúde.

Por tudo isso, Bolsonaro, o imbecil, terá que recuar mais uma vez de sua imbecilidade. Mas deixa a marca da ação pertinaz em favor da economia do crime.

Pergunto: até quando permitirão esse desmonte da economia e todos esses passos para fortalecimento do crime organizado?

 

*Luis Nassfi/GGN