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O porquê de Bolsonaro ir às ruas implorar para que o churrasco de gato salve o Brasil

Depois de sacrificar e precarizar os trabalhadores, jogando milhões na loteria da informalidade, Bolsonaro quer que eles salvem a economia.

O discurso da liberdade econômica que promoveria o progresso do Brasil, desapareceu. Agora, aquele trabalhador que viu suas garantias e direitos dizimados pelas reformas trabalhista e da Previdência, que fariam a economia bombar, vê Bolsonaro de joelhos, desesperado, implorando para que esse mesmo trabalhador, sobretudo o informal, salve a economia e esqueça essa história de liberdade econômica e mantenha-se num regime de escravidão e risco de ser contaminado, assim como seus familiares, enquanto as elites seguem blindadas do coronavírus em suas casas e prossigam lucrando como lucraram com as reformas neoliberais de Temer e Bolsonaro.

A primeira coisa a ser lembrada é que, em nome do desenvolvimento, Bolsonaro exaltou a precarização e o desemprego. E teve banqueiros comemorando essa massa de trabalhadores que vive hoje de bicos no Brasil, que já ultrapassa e muito os trabalhadores com carteira assinada.

Bolsonaro, não tendo como pressioná-los através de empresas, joga com o terror econômico, como vimos neste domingo, em Ceilândia, ele pedindo para o ambulante que vende churrasco de gato salvar o Brasil.

Essa imagem é emblemática e ficará para a história. Bolsonaro implorando para que o churrasco de gato salve a economia, porque o posto Ipiranga foi para a praia depois de blindar o país com o PIB próximo do negativo, quando ainda nem se falava em coronavírus.

Agora, os segregados são convocados e chantageados por um delinquente que depende deles para que a elite siga lucrando e continue a proteger o clã de criminosos do Vivendas da Barra, porque se Bolsonaro cair, ele e os filhos vão direto para a cadeia. Daí o seu desespero.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Ignorantes ou levianos? Como classificar os compadres do mercado, na Globo, que vendiam uma economia em recuperação quando já estava falida?

É emblemático ver o sorriso amargo de Bonner anunciando, a conta-gotas, o fracasso da economia do governo Bolsonaro.

Aquele âncora do Jornal Nacional cheio de viço, vendendo uma recuperação econômica, incapaz de apresentar os feitos para tal conclusão, ter que falar das perebas que começam a brotar no corpo da economia brasileira, não deve ser moleza.

Para quem vive consagrando o neoliberalismo como um processo natural da globalização financeira, o baque econômico do governo Bolsonaro, que é muito maior do que os críticos imaginavam, tem levado os correspondentes dos jornalões a levantarem acampamento e apresentarem um quadro desfavorável a tudo aquilo que eles prometeram diuturnamente com as reformas trabalhista e da Previdência.

Ao contrário disso, o que se assiste é a uma desagregação do discurso que prometia o retorno do Darwinismo econômico em que a grande vítima é o povo brasileiro em sua quase totalidade.

E essa situação estrutural se acumula de forma progressiva, representando na bagagem uma realidade que parece ter saído do controle.

A central do mercado, espetacularizada pelos discursos dos economistas da mídia, privilegiou sim uma parcela ínfima da sociedade num país que já tem a maior concentração de renda e riqueza nas mãos de 1%, consagrando a mesquinhez, a ganância e o preconceito de uma elite que acredita que pode fazer um mercado sem consumidor, a partir de um trabalhador sem poder de compra, sem garantias e de um cidadão sem cidadania.

Nem para o reino do consumo o que o poderoso mercado prometeu, via governo Bolsonaro, mas também via Globo, apresenta um processo econômico ao menos estável. O que realmente está sendo apresentado são numerosos índices de putrefação econômica do país que produz uma desesperança instantânea tanto para os cidadãos e para os trabalhadores, quanto para os micros e médios empresários, levando a um efeito dominó.

Então, pergunta-se, aonde foi parar quele júri cheio de inspiração que prometia a felicidade celestial com as reformas neoliberais reprovadas pelo povo? Aonde está aquele oceano de oportunidades que o reino do capitalismo prometeu à nação? Não existe.

Os brasileiros passaram a ser peregrinos pulando de galho em galho, de bico em bico, arrancando força que não têm para sobreviver. Às vezes sem um tostão sequer para fazer a próxima refeição.

Mas esses dramas não aparecerão no Jornal Nacional, nem a economia em coma, o que se testemunhará são as doses homeopáticas ditas diariamente sobre a hecatombe econômica que o país vive nesse um ano de governo Bolsonaro, sem que os economistas da Globo e congêneres assumam que, ou erraram ou mentiram para o povo.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas