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Mulher é detida por xingar Bolsonaro

Caso aconteceu em Resende, no Rio de Janeiro, quando Bolsonaro foi até a margem da Via Dutra e ouviu xingamentos de uma mulher que passava pelo local.

Bolsonaro foi a Resende para participar da formatura de 391 cadetes do 4º ano da Turma Dona Rosa da Fonseca da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) e disse que sua formação militar foi mais difícil do que ocupar a Presidência. O mandatário se formou na academia em 1977.

Após xingar o presidente Jair Bolsonaro na manhã deste sábado (27), enquanto ele acenava aos motoristas na Via Dutra em Resende (RJ), uma mulher de 30 anos foi presa. A PRF (Polícia Rodoviária Federal) abordou o carro onde ela estava e encaminhou o caso a agentes da PF (Polícia Federal), que estavam no local em apoio à segurança do presidente.

A mulher, que estava como passageira do veículo, foi levada para a delegacia de PF de Volta Redonda (RJ), onde foi feito registro de um termo circunstanciado pelo crime de injúria. Ela só foi liberada após assumir compromisso de comparecer em juízo, como determina a lei, informou a PF em nota.
Palavras de baixo calão

A PRF informou que a mulher “proferiu palavras de baixo calão e xingamentos” dirigidos a Bolsonaro.

“Como sempre faz, o presidente se deslocou à margem da rodovia para cumprimentar os PRFs e acenar para os veículos que por lá passavam quando a passageira de um veículo, ao passar pelo presidente, proferiu várias palavras de baixo calão e xingamentos”, disse um dos trechos do texto.

*Com informações da Forum

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Integrantes das 32 famílias que assessoram o clã Bolsonaro receberam R$ 65 milhões desde 1991

Jair Bolsonaro tomou posse como deputado federal em fevereiro de 1991. Até janeiro último, quando assumiu a Presidência da República, passaram-se 28 anos e sete mandatos. Nessas três décadas de vida pública, conseguiu colocar seus três filhos mais velhos no mesmo caminho. Primeiro Carlos, vereador desde 2001, depois Flávio, deputado a partir de 2003 e agora senador, e, por fim, Eduardo, deputado federal desde 2015. Os quatro trabalharam sempre em sincronia, compartilhando pautas e assessores.

A atuação conjunta fica evidente a partir de um mapeamento de dados feito por ÉPOCA e pelo jornal O Globo — com base em Diários Oficiais e na Lei de Acesso à Informação — que pesquisou todos os assessores parlamentares da família Bolsonaro desde 1991. O levantamento sobre as 286 pessoas nomeadas nos gabinetes mostrou — a partir de um cruzamento de informações de redes sociais e bancos de dados públicos e privados — que 102 delas têm algum parentesco ou alguma relação entre si. Elas integram 32 famílias diferentes.

De acordo com as folhas salariais das casas legislativas, esse grupo, que representa um terço do total de funcionários parlamentares da família, recebeu em salários brutos corrigidos pela inflação um montante equivalente a R$ 65,2 milhões dos R$ 105,1 milhões pagos ao total de funcionários. Para chegar a esses valores, a reportagem levantou a trajetória funcional de cada um deles e descobriu quanto receberam em cada cargo pelo qual passaram no período. As quantias foram corrigidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), um dos indicadores oficiais de inflação. Depois de um mês de apuração, a reportagem conseguiu calcular os montantes recebidos por todos os 286 assessores do clã Bolsonaro.

R$ 65,2 milhões – Valor total recebido pelas 102 pessoas que possuem alguma relação familiar entre si. O número representa 62% do total dos salários, R$ 105 milhões, desde 1991.

R$ 21,1 milhões – Valor total recebido pelos assessores que eram parentes do presidente. Inclui familiares de suas duas primeiras mulheres. Ana Cristina Valle.

R$ 4,4 milhões – Valor recebido por Fabrício Queiroz, ex-chefe de segurança de Flávio, e outros sete parentes que foram nomeados no gabinete do segundo filho do presidente na Alerj.

R$ 5,6 milhões – Soma dos salários recebidos pelo ministro Jorge Antonio de Oliveira Francisco e mais três pessoas de sua família que constaram como assessores de Jair, Flávio e Eduardo desde 2001.

R$ 5,5 milhões – Montante recebido pelo sargento Edir Góes e mais quatro pessoas de sua família que foram nomeadas assessores de Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal desde 2001.

Em maior quantidade nos gabinetes, a família de Bolsonaro foi a que recebeu o maior valor em salários. Desde 1991, 22 parentes das duas primeiras mulheres do atual presidente tiveram cargos comissionados em seu mandato ou no dos filhos. Esse grupo obteve vencimentos brutos que totalizam R$ 21,1 milhões. Ou seja, de cada R$ 10 pagos em salários aos funcionários, R$ 2 entravam na conta de algum parente do clã.

Um dos primeiros parentes que Bolsonaro nomeou na vida pública foi seu primeiro sogro, João Garcia Braga, ou Seu Jó, o pai de Rogéria Nantes Braga, mãe de seus três filhos mais velhos. Ele constou como seu assessor entre fevereiro e novembro de 1991. Depois da Câmara dos Deputados, Braga também foi nomeado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por Flávio Bolsonaro, seu neto, em 2003. Constou como servidor até 2007.

Químico aposentado, o avô de Flávio nunca teve crachá de identificação funcional da Alerj e mora com a mulher na mesma ampla casa amarela no bairro Vila Julieta, em Resende, no sul fluminense, desde os anos 80. O casal está entre os 32 membros que fundaram a Igreja Batista Central na cidade, em 1967, templo que funciona até hoje no mesmo local.

ÉPOCA encontrou Braga em Resende quando ele estava saindo de casa, mas, logo após a reportagem se identificar, arrancou com o carro. Procurado por telefone, também não quis falar com a reportagem. Os vizinhos contaram que ele gosta de viajar e pescar, mas nunca ouviram falar que trabalhasse na Alerj. Quando chega o período eleitoral de campanha, ele faz propaganda para os netos e o ex-genro Jair Bolsonaro. Na Alerj, o avô de Flávio teve salários brutos que somam R$ 483 mil, em cifras atualizadas.

Novas etapas desta reportagem virão a seguir.

 

*Da Época